Conhecida loja do ramo alimentício estabelece norma interna determinando que todos os funcionários devem passar pela revista íntima no final do expediente laboral.Ronald Andrade, funcionário da loja e estudante de direito, questiona ao seu gerente que o referido procedimento viola o Princípio da Dignidade Humana que está protegido no art. 1º, III da CF/88. Alfredo Rodrigues, gerente da loja, argumenta que, em nenhuma hipótese, os Direitos Fundamentais da Constituição Federal de 1988 se aplicam nas relações de emprego, foram criados somente para proteção do indivíduo contra o abuso de poder dos órgãos do Estado e não de empresas privadas. Tomando como base a teoria geral dos direitos fundamentais, podemos concordar com a fundamentação do gerente da loja? Justifique a sua resposta.
Não é possível concordar com a fundamentação do gerente de loja. A Constituição por ser a carta magna do país, nenhum está acima dela e todos devem seguir seus normativos, inclusive as empresas privadas. Ademais, existe até entendimento do TST no quesito das revistas, somente a revista simples e sem contato físico é lícita, aquela que for considerada abusiva, íntima, que envolve contato corporal não é admitida, caso ocorra poderá pleitear ação por danos. Vale ressaltar também, que o art. 5º da CF/88, mais precisamente, no inciso X, são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação; que no caso expresso está sendo violada.
Pelas palavras do gerente, percebe-se que ele não conhece as leis trabalhistas ou qualquer outra. A fundamentação do gerente não deve ser tolerada, não é aceito qualquer situação que desrespeite ou afronte a integridade moral e/ou psíquica, ou interfira na dignidade do funcionário no local de trabalho.
Para escrever sua resposta aqui, entre ou crie uma conta
Compartilhar