O que é o American Way of life? Explique a relação desse modo de vida com o consumismo.

Era o modo de vida americano que, principalmente, após a segunda guerra mundal, ganhou notoriedade, devido ao boom econômico que ocorreu nos EUA, e que, devido aos problemas que ocorreram após o conflito mundial, fizeram deste país, financiador de diversas nações pelo mundo. Com isso, exportaram não somente capitais, mas um modelo de vida, baseada no consumo. O quanto mais melhor, um modelo de vida que expressava abundância, em um momento de tremenda escassez em diversos países do mundo, principalmente, na Europa e países do Oriente. A expressão "American Way of Life", tem um contexto extenso, caso analisarmos essa premissa desde o final do século XIX, onde a construação da identidade de uma sociedade de massas, de alta produção fabril e agrícola estavam em ascensão, e ainda, em um momento onde a vontade de potência era uma realidade. Essas mudanças e definições ficam mais claras, após a vitória do conflito contra a Espanha (1898), pois simbolicamente, uma potência do velho mundo perdia para uma nação ascendente que, teoricamente, representava o "novo", o novo mundo, nova sociedade, novos ideais. A partir disso, expressões como "American Dream", políticas como a "Big Stick" e a "Doutrina Monroe", norteavam o caminho da nação americana para a sua consolidação como grande nação. 

Esse mundo de possibilidades, tornou-se o sonho de muitos americanos, pois o país em extenso desenvolvimento retornava lucros, principalmente a aqueles que viam o trabalho como meio de conquistas. Além disso, os EUA chamavam a atenção de imigrantes, como um tipo de "terra das oportunidades", devido a enorme expansão financeira que era vista. Porém, essa expansão americana era limitada em certos sentidos, pois o país era fechado, protecionista, a níveis altos, pois temia intervenções de grandes nações européias, mas essa realidade mudou no governo de Woodrow Wilson, quando modificou a política de relações internacionais americanas e interviu em um conflito europeu, que foi a primeira guerra mundial. A cooperação americana no conflito, foi de grande ajuda os aliados e, consequentemente foi um forte incentivo a indústria bélica americana que ganhou novos contornos em sua produção. Sendo assim, uma nova etapa do crescimento da nação, devido aos investimentos vindos do conflito, e a descentralização financeira do governo para áreas determinantes para o desenvolvimento da nação, como indústria e agricultura. Esse crescimento foi interrompido com a quebra da bolsa de valores de 1929. No entanto, anos depois, políticas como a do "New Deal", aqueceram setores importantes da indústria, serviços e comércio no país, ainda mais, quando vínculado ao estouro da segunda guerra mundial, onde esse país tornou-se um dos principais fornecedores de material bélico e, posteriormente, ativo combatente, sendo uma das nações determinantes para por fim ao conflito, juntamente com a União Soviética e Inglaterra. No entanto, é importante salientar as atuações dos EUA, como financiadores do conflito, em determinado momento, e o extremo esforço e ação do exércio vermelho da União Soviética, que sofreu uma das maiores baixas já vistas em conflitos na história das guerras, por ter tido uma baixa em torno de 20 milhões de combatentes, havendo a possibilidade de relativizar esse número, caso leve em considerações outras questões do contexto do país no momento do conflito. É importante salientar esse esforço e perdas para a União Soviética, pois tanto ela como os EUA serão as grandes potências que sairam vitoriosas do conflito, como modelos de governo, economicos e política, eficientes em um contexto de desordem mundial. Entretanto, é nítido que o esforço entre URSS e EUA, para manterem seus modelos eficazes são distintos, pois as consequencias da guerra atingiram ambos os países, mas em níveis diferentes. Os EUA saíram do conflito com uma economia em ascensão e a todo vapor, enquanto a URSS saiu com uma economia arrefecida, baseada no esforço do povo para fazer frente e permanecer como grande potência. 

Deste modo, é possível apontar que nesse contexto, os EUA estavam mais habéis a financiar as nações que estavam em desgraça, após o conflito mundial. O plano Marshall surgiu nesse contexto, como o plano de saneamento financeiro a essas nações. A exportação de capitais vindos dos EUA, trouxe além de dinheiro, um modelo de nação a ser seguido, e com isso, um modelo de vida, de consumo, de ação política. Nesse momento, a expressão "American Way Of life", surgiu como o modelo que deu certo, a ser exportado, até mesmo, uma referência a um modelo de vida a ser contrário ao modelo soviético que era visto como um país totalitário, e assim, com um modelo de vida contrário ao americano, principalmente pelas nuances que o modelo de política economica que o país demonstrava. 

Obs. A relação entre consumismo e o modelo "American Way of life" é muito complexa, sendo um material de debate dentro da psicologia mundial e pensadores de diversas escolas de pensamento, como a escola de Frankfurt. Deste modo, existem obras interessantes para avaliar esse contexto, como "O mal estar na civilização" de Freud, a coleção de obras de Erich Fromm, como "Medo a liberdade", dentre outros. Além da coleção de Hobsbawn "Eras". O século XX é um século de grandes descobertas, mas também, um momento de grandes tragédias. Um século que de extrema importância para nosso presente, pois foi um momento que definiu dezenas de conceitos que ainda estão em uso, além de ser um espaço de estudo muito interessante, pois tem muito a dizer sobre que sociedade falamos ou poderemos falar. 

Após a Primeira Guerra Mundial, quando o país já vinha estabelecendo sua hegemonia como um dos países mais ricos do mundo, foi criado o famoso American Way of Life. Esse termo, que significa “estilo de vida americano”, é uma representação de como seria a vida dos habitantes americanos. Ele está marcado por um modo de vida cercado pelo consumismo, padronização social e crença nos valores democráticos liberais.