Na teoria bipartida o crime é composto pelos seguintes elementos: fato típico e ilícito.
Na teoria tripartida o crime é composto pelos seguintes elementos: fato típico, ilícito e culpável.
Segundo a doutrina majoritária a teoria aceita é a tripartida.
Ambas as teorias de conceituação do crime possuem adeptos entre os representantes das doutrinas penalistas nacionais e internacionais.
Segundo a teoria bipartida, crime é o fato típico e ilícito. A culpabilidade, nessa concepção, seria apenas o juízo de reprovabilidade relacionado à conduta, não compondo o delito.
Segundo a teoria tripartida, o crime é composto por 3 elementos: fato típico, ilicitude (antijuridicidade) e culpabilidade.
Vale destacar que cada teoria acerca da concepção de crime tem como consequência a adoção de determinadas concepções sobre a conduta e sobre a alocação de dolo e culpa nos variados componentes do delito.
A adoção da teoria tripartida pode se dar por adeptos da teoria causalista, clássica ou mecanicista da conduta ou por adeptos da teoria finalista (finalismo penal).
Caso se entenda, segundo a concepção tripartida, que o dolo relacionado à prática de um crime (fato típico, ilícito e culpável) se localiza no interior da conduta, representado pela intenção do indivíduo dirigida a uma finalidade, estar-se-á adotando a teoria finalista. Essa teoria foi expressamente adotada pelo Código Penal. O dolo, segundo o finalismo, é classificado como "natural ou avalorado".
Na hipótese de que se considere que o dolo e a culpa se localizam na culpabilidade, elemento componente do delito segundo a concepção tripartida, a teoria causalista (mecanicista ou clássica) da conduta será adotada. Por essa razão, o dolo, quando localizado na culpabilidade, é classificado como dolo "colorido ou normativo", pois compõe elemento normativo do crime.
Para os adeptos da teoria bipartida (crime é fato típico e ilícito), o dolo e a culpa (elementos subjetivo e normativo da conduta) devem, necessariamente, estar localizados no interior do fato típico - mais especificamente, na conduta. Caso contrário, a responsabilização penal do indivíduo ocorreria na forma objetiva (sem análise da intenção inerente à conduta), o que é vedado pelo ordenamento jurídico.
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