No período da história brasileira conhecido como “RepúblicaVelha”, um dos fenômenos sociais mais complexos de se compreender foi o “banditismo”ou “banditismo social”, como apregoa certa tradição do pensamento histórico e sociológico. A principal corrente do banditismo social no Brasil teve ocorrência no sertão nordestino e foi representada pelo chamado cangaço. O principal cangaceiro brasileiro foi o pernambucano Virgulino Ferreira da Silva, o Lampião. A morte de Lampião e seu bando ocorreu aos 28 dias do mês de julho de 1938, em plena ditadura do Estado Novo.
Repercussão do cangaço no Nordeste
O cangaceiro Lampião tornou-se, tanto em vida quanto após a sua morte, alvo de lendas fabulosas, muitas delas romanceadas, sobretudo em razão de seu relacionamento com MariaBonita, que o acompanhava no bando de cangaceiros. Sua saga no cangaço começou após a morte dos pais, que, até onde se sabe, foram vítimas da opressão dos grandes latifundiários da região onde morava em Pernambuco. A revolta contra a classe de fazendeiros e políticos que a eles se associavam transformou Lampião e outros cangaceiros famosos, como Corisco e Caixa de Fósforo, em justiceiros; porém, justiceiros imbuídos de ações atrozes.
O fato é que as ações do cangaço tiveram grande repercussão entre as camadas populares e foram transformadas em temas da literatura feita por autores como Jorge Amado e João Guimarães Rosa. Por meio do cangaço, Lampião conseguiu estabelecer tanta influência em certas regiões no Nordeste que, à época em que Getúlio Vargascomeçou a desenvolver seu projeto de integração e modernização autoritária do país, ele precisava, entre outras coisas, sufocar os movimentos de rebelião popular.
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