é a capacidade de controlar os lados do corpo, direito e esquerdo, e pode ter dominância para um dos lados do corpo. As lateralidades podem ser pedal, manual ou ocular.
A lateralidade é definida por Oliveira (2008) pela propensão do ser humano utilizar preferencialmente mais um lado do corpo do que o outro em três níveis: mão, olho e pé. Essa dominância em um dos lados do nosso corpo representa uma maior força muscular, mais precisão e rapidez, será esse lado que sempre iniciará e executará o desenvolvimento das ações principais (OLIVEIRA, 2008).
Se uma pessoa possui a mesma dominância nos três níveis, mão, olho e pé – do lado direito, diremos que é destra homogênea; e canhota ou sinistra homogênea, se for do lado esquerdo. Se ela possuir dominância espontânea nos dois lados do corpo, isto é, executar os mesmos movimentos tanto com um lado como com o outro, o que não é muito comum, é chamada de ambidestra. (OLIVEIRA 2008, p. 52).
Há ainda os casos de lateralidade cruzada, que é quando a criança usa a mão direita, e o olho e o pé esquerdo. Ou qualquer outra combinação que possamos imaginar desde que não se usem todos os órgãos (mãos, olhos e pés) do seu lado dominante, seja ele esquerdo ou direito cruzando com o lado não dominante (OLIVEIRA, 2008).
Meur e Staes (1989) apresentam três tipos diferentes de nomenclaturas, das que acabamos de ver. Eles as definem como lateralidade homogênea, lateralidade cruzada e lateralidade ambidestra. Assim sendo na lateralidade homogênea: a criança é destra ou canhota do olho, da mão e do pé. Na lateralidade cruzada é a mesma salientada acima, ou seja, a criança é, por exemplo, destra da mão e do olho, canhota do pé. Já na lateralidade ambidestra, a criança é tão forte e destra do lado esquerdo quanto do lado direito.
Pelo contexto cultural as duas versões são interessantes para justificar a predominância de pessoas destras na história. Assim, ao longo dos anos a “supremacia da destralidade aponta para as técnicas guerreiras, pelas quais se ensinavam os homens a pegar a espada ou a lança com a mão direita enquanto a esquerda protegia o coração com o escudo” (Oliveira, 2008, p. 65).
Pela concepção religiosa e moral associava-se o lado direito a verdade, bondade, coisas boas, sacras, preciosas e o lado esquerdo, ou sinistro, ao profano, ruim, caráter mal formado. Vale lembrar que ‘sinistro’ vem do latim ‘sinistrum’, cujo significado é anormal, funesto, terrível, sentido este, ainda hoje, muitas vezes empregado. (OLIVEIRA, 2008, p. 65).
Há casos na antiguidade que os pais ou mestres chegavam ao extremo, por conta da religiosidade, de enfaixarem ou amarrarem a mão esquerda da criança, para que ela não a utilizasse, forçando assim a criança a ser destra. Era uma vergonha para a família ter um filho com prevalência canhota.
Hoje sabemos que a criança irá ser destra ou canhota por conta da dominância cerebral, a lateralidade “deve surgir naturalmente, da própria criança, e não ser imposta. Deve surgir dela mesma, graças à imagem proprioceptiva que ela tem de seu corpo e as suas preferências naturais pelo uso das mãos” (Oliveira, 2008, p. 69).
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