o poder de cognição de ofício de certas matérias pelo juiz não se confunde com as questões de ordem pública processual e não transforma estas últimas naquelas.
Em outro viés, observa-se ser equivocada a afirmação de que as questões de ordem pública podem ser conhecidas em qualquer tempo ou grau de jurisdição.
Isso porque, uma vez decidida expressamente a questão, preclui para o juiz a possibilidade de reanálise sem que haja algum fato novo que justifique, sob pena de ferir o princípio da segurança jurídico-processual e inclusive abalar a ordem pública processual.
Registre-se ainda sobre o aspecto preclusivo do pronunciamento judicial[4], que a preclusão quanto às matérias já decididas aplica-se em todos os graus de jurisdição[5], só podendo ser modificada pela via recursal. Note-se, por sua vez, que ocorre a preclusão independentemente do sistema de agravo que o sistema processual pretenda adotar, ou seja, mais rígido como o CPC/73 ou mais flexível como o previsto no CPC/2015.[6]
Dessa forma, a expressão “a qualquer tempo ou grau de jurisdição” não condiz com o tratamento que deve ser dado ao assunto, servindo apenas para que juízes ajam autoritariamente e para que advogados manipulem o processo com estratégias desleais.
Para escrever sua resposta aqui, entre ou crie uma conta
Compartilhar