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9-Explique o ser e a essência em Tomás de Aquino. 10-Quais são as cinco vias como prova da existência de Deus defendida por Tomás de Aquino. ??

💡 1 Resposta

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Ana Claudia Silva


Na pesquisa metafísica o problema da existência e da essência sempre se fez presente, fazendo com que diversos posicionamentos se confrontassem na busca em oferecer uma resposta satisfatória. Se ao tratar da essência das coisas cuja existência parece evidente ainda há discordância no que concerne a essência e a relação desta com a existência, quanto mais ao tratar dos mesmos problemas, mas quanto a Deus, cuja existência não é tão evidente.

O primeiro problema ao qual Tomás se vê obrigado a responder é quanto à existência de Deus, que como dito, não parece ser tão evidente. O próprio Tomás (Suma Teológica I, q.2, a.1. RESP.) afirma que “como não conhecemos a essência de Deus, esta proposição não é evidente para nós”. Essa proposição deixa claro quão próximos são a existência e a essência de Deus, visto que pela afirmação de Tomás, é justamente por não se conhecer a essência de Deus que não se pode também afirmar a evidência de sua existência. Todavia, Tomás não se dá por satisfeito com essa ideia de que a existência de Deus não é evidente e busca provar que de fato Deus existe, dizendo que “Pode-se provar a existência de Deus, por cinco vias.” (TOMÁS DE AQUINO, Suma Teológica I, q.2, a.3. RESP) Porém, não é do intento do presente trabalho detalhar as vias propostas por Tomás, apenas acenar para essa solução de Tomás quanto ao problema de existência de Deus.


Em sua Suma Teológica, o filósofo apresenta cinco vias para demonstrar a existência de Deus, ancoradas na filosofia aristotélica:

1.      O primeiro argumento, oriundo da Física de Aristóteles, crê que, se tudo que move é movido por algo, não pode ser admitida uma regressão ao infinito, devendo existir um primeiro motor. Deus, assim, é o Primeiro Motor.

2.      O segundo argumento, oriundo da Metafísica de Aristóteles, defende a ideia de que, se perguntássemos a qualquer fenômeno do mundo sua causa e continuássemos sucessivamente perguntando as “causas de suas causas”, em todos os casos chegaríamos a Deus.

3.      O terceiro argumento, baseado nas noções de necessidade e contingência de Aristóteles, acredita que, se tudo na natureza fosse contingente, passageiro, é preciso que algo do que existe seja perene. Deus é o primeiro ser, origem de toda necessidade.

4.      O quarto argumento, inspirado na Metafísica de Aristóteles, pensa que, se todas as coisas na natureza têm uma qualidade, em maior ou menor grau (tamanho, força etc.), é preciso um parâmetro, a perfeição, que é Deus, portador de todos os atributos e qualidades em máximo grau.

5.      O quinto argumento pensa que se, como observa Aristóteles, a natureza possui um propósito, deve haver uma finalidade para toda a criação, caso contrário o universo não tenderia para o mesmo fim ou resultado. A causa inteligente do universo é Deus.



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