Denéria, nascida e criada no maciço de Baturité, nas proximidades de Pacoti, era uma grande admiradora de répteis, tanto que se formou em Biologia. Seu grande amigo Jorão, através de meios escusos, sem que houvesse um parecer técnico, ou autorização do IBAMA, lhe deu de presente três espécimes de dragão-de-komodo (Varanus komodoensis), animais exóticos, perigosos, peçonhentos e ameaçados de extinção. 

À duras penas os animais foram domesticados por Denéria, tornando-se seus grandes companheiros, e protetores de sua fazenda, chamada de "Sítio Porto Real".

Certa feita, seu sobrinho João das Neves, que cuidava de sua propriedade, que aproveitava suas folgas para praticar a caça, atingiu, culposamente, um dos dragões-de-komodo, vindo a matá-lo. Nisso, de modo a ocultar o triste incidente, João das Neves retirou a pele do réptil e vendeu-a a um comerciante de Baturité.

Lido o breve relato, responda aos questionamentos:

1) A conduta de domesticar os animais exóticos configura crime? Em caso positivo, justifique, aponte a capitulação Penal, e informe a possibidade do juiz deixar de aplicar a pena no caso concreto.

2) João das Neves pode ser responsabilizado pela conduta de matar o animal exótico? Em caso positivo, justifique e aponte a capitulação penal.

3) A conduta perpetrada por João das Neves, de vender o couro bruto do réptil configura o crime previsto no art. 30 da Lei de Crimes Ambientais? Justifique.

4) A conduta de Jorão está tipificada na Lei de Crimes Ambientais? Justifique e aponte a capitulação penal.