Os três princípios fundamentais do Direito Civil são a Eticidade, a Socialidade e a Operabilidade. O primeiro princípio recebeu forte influência da corrente filosófica kantiana que prega a importância dos valores e das leis morais para melhor condução da vida em sociedade. Dessa forma, o indivíduo agiria pela motivação de fazer o certo independente da circunstância. No meio jurídico, tais premissas deontológicas estão configuradas na importância da boa-fé objetiva nos contratos, isto é, manter a lealdade nas ações jurídicas. O segundo princípio é fruto direto das transformações socioculturais que a sociedade passou e que acabaram interferindo na antiga neutralidade das ações judiciais. Assim, a chamada Socialidade diz respeito à nova relação entre o Direito Civil e a comunidade, ou seja, à ligação direta entre o agir do operador do Direito e sua interferência na dimensão social. Desse modo, os direitos e deveres coletivos estariam em prevalência frente aos direitos individuais dos cidadãos, sem a perda do valor fundamental da pessoa humana. O terceiro princípio denomina-se Operabilidade e é caracterizado pela necessidade que o Direito teve de ser o mais concreto e efetivo possível. Por esta razão, as matérias que tratavam de prescrição e decadência, antes confusas e incompletas, foram reformuladas e trabalhadas de forma bem distinta. Atrelado a este conceito, vale a pena ressaltar que na operabilidade está também a noção de concretitude, entendida como a obrigação que o legislador tem de legislar de forma concreta e para o indivíduo situado: para o homem enquanto marido, para a mulher enquanto esposa e assim por diante.
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