Boa Tarde Pessoal!
Reza o artigo 5º da Lei nº 7.210, de 11 de julho de 1984, que "os condenados serão classificados, segundo os seus antecedentes e personalidade, para orientar a individualização de execução penal", devendo se submeter a exame criminológico "para a obtenção dos elementos necessários a uma adequada classificação". A execução penal não pode ser igual para todos es presos, justamente porque nem todos são iguais, não podendo ser, também, homogênea durante todo o período de seu cumprimenTo; individualizar a pena consiste em dar a cada preso as oportunidades e elementos necessários para lograr a sua reinserção social.
O exame criminológico foi estabelecido pela LEP em seu artigo 8º e deve ser aplicado aos sentenciados a penas em regimes fechados com a finalidade de obter elementos que sirvam para uma adequada classificação do reeducando e, principalmente, para a individuação da execução penal.
Apesar de a lei 10.792, de 2003, ter extinguido a obrigatoriedade do exame, alguns juízes continuaram exigindo como requisito para a concessão de Benefícios.
Revela-se obrigatório o exame apenas no início da execução para os condenados que estão cumprindo pena no regime fechado, assim como diz o artigo 8º da Lei de Execução Penal. Já no regime semiaberto, acaba sendo não obrigatório no início da execução, a realização do exame, uma vez na prática e prudência recomenda se que avalie cada caso em concreto, se realmente precisa ou não ser realizado este.
E o que acontece na prática?
Com base na alteração da lei que extingue a obrigatoriedade do Exame Criminológico, e também com fundamento no entendimento legalista de que bastava o lapso temporal e o atestado de conduta carcerária favorável para que fosse o réu beneficiado a progressão de regime do fechado para o semi-aberto, muitos são os criminosos que deixam o Presídio todas as manhãs, pretensamente para trabalhar, como permite a legislação atual, porém encontram-se com parceiros de quadrilha e, juntos, todos fortemente armados, praticam roubos, assaltos, assassinatos... e no final da tarde retornam para o estabelecimento prisional, após uma longa e exaustiva jornada de "trabalho".
Pergunta-se: não seria aconselhável ao juiz que assim decidi pela progressão, determinar a realização dos exames como antes era feito? Isso não poderia, averiguando-se a impossibilidade do réu voltar e conviver no seio da sociedade em tão brevidade de tempo, ter evitado inúmeros outros delitos de roubo qualificado com violência à pessoa, além de diminuir-se as estatísticas de vítimas atemorizadas que convivem com criminosos após decisões desse quilate?
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