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A PENA DEVE SER INDIVIDUALIZADA? NO SENTIDO DE SERVIR PARA REABILITAÇÃO?

Os códigos penais indicam certas penas para cada delito tipificado. Estas podem ser agravadas ou atenuadas, dependendo de várias circunstâncias que interviram no cometimento do delito. Levando em conta que, em princípio, a pena deve servir para a reabilitação, em que medida a análise criminológica do delinquente pode servir para individualizar a pena que lhe corresponde, a fim de alcançar o objetivo de reabilitá-lo? Evidentemente, as leis penais da maioria dos países não contemplam essa possibilidade. Mas encorajo vocês a discutirem esse tema. Talvez no futuro esses argumentos sirvam para mudar as leis.

💡 2 Respostas

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Guilherme Fortuna

talvez
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Diane Ribeiro

Boa Tarde Pessoal!

Reza o artigo 5º da Lei nº 7.210, de 11 de julho de 1984, que "os condenados serão classificados, segundo os seus antecedentes e personalidade, para orientar a individualização de execução penal", devendo se submeter a exame criminológico "para a obtenção dos elementos necessários a uma adequada classificação". A execução penal não pode ser igual para todos es presos, justamente porque nem todos são iguais, não podendo ser, também, homogênea durante todo o período de seu cumprimenTo; individualizar a pena consiste em dar a cada preso as oportunidades e elementos necessários para lograr a sua reinserção social.

O exame criminológico foi estabelecido pela LEP em seu artigo 8º e deve ser aplicado aos sentenciados a penas em regimes fechados com a finalidade de obter elementos que sirvam para uma adequada classificação do reeducando e, principalmente, para a individuação da execução penal. 

Apesar de a lei 10.792, de 2003, ter extinguido a obrigatoriedade do exame, alguns juízes continuaram exigindo como requisito para a concessão de Benefícios. 

Revela-se obrigatório o exame apenas no início da execução para os condenados que estão cumprindo pena no regime fechado, assim como diz o artigo 8º da Lei de Execução Penal. Já no regime semiaberto, acaba sendo não obrigatório no início da execução, a realização do exame, uma vez na prática e prudência recomenda se que avalie cada caso em concreto, se realmente precisa ou não ser realizado este.

E o que acontece na prática? 

Com base na alteração da lei que extingue a obrigatoriedade do Exame Criminológico, e também com fundamento no entendimento legalista de que bastava o lapso temporal e o atestado de conduta carcerária favorável para que fosse o réu beneficiado a progressão de regime do fechado para o semi-aberto, muitos são os criminosos que deixam o Presídio todas as manhãs, pretensamente para trabalhar, como permite a legislação atual, porém encontram-se com parceiros de quadrilha e, juntos, todos fortemente armados, praticam roubos, assaltos, assassinatos... e no final da tarde retornam para o estabelecimento prisional, após uma longa e exaustiva jornada de "trabalho".

Pergunta-se: não seria aconselhável ao juiz que assim decidi pela progressão, determinar a realização dos exames como antes era feito? Isso não poderia, averiguando-se a impossibilidade do réu voltar e conviver no seio da sociedade em tão brevidade de tempo, ter evitado inúmeros outros delitos de roubo qualificado com violência à pessoa, além de diminuir-se as estatísticas de vítimas atemorizadas que convivem com criminosos após decisões desse quilate?

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