O fato de tender naturalmente à vida coletiva mostra que o homem é um ser carente. Carente de alguma coisa que o leve a desejar e carente de alguém que o leve a se associar. A carência aponta para a incompletude humana. O homem tem sempre necessidade de um outro semelhante a ele e tão imperfeito quanto ele. Ele se associa para alcançar uma vida perfeita e auto-suficiente. Um ser que não sentisse a necessidade de associar-se seria um deus ou um animal, diz Aristóteles. Os primeiros não fazem política porque são perfeitos. Os animais não fazem porque não pensam, nem falam.
O homem tende à vida em sociedade porque nela, e somente nela, se torna plenamente humano. Pode-se, portanto, dizer que a vida política é para o homem a melhor das vidas possíveis. Um homem vivendo em sociedade está no seu lugar na hierarquia dos seres. Não é nem deus nem animal, mas o melhor dos animais, porque capaz de justiça.
Fora da cidade, o homem é o pior dos animais, porque dispõe de faculdades intelectuais que constituem armas temíveis sem a educação para a justiça.
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