Dois pensadores marcantes para a cultura ocidental, Maquiavel e Thomas Hobbes mudaram o vocabulário da Filosofia e da Política da Idade Moderna, ao introduzirem, um, o conceito moderno de estado e outro, o contratualismo baseado no medo. Quem nunca ouviu falar que alguém "agiu maquiavelicamente"? Quem não conhece a expressão "o homem é o lobo do homem"? Mais do que o legado deixado por ambos, Maquiavel e Hobbes interferem decisivamente em suas próprias épocas. O italiano, Niccolò Machiavelli, mais conhecido por ter escrito "O Príncipe", teve em "O discurso sobre a primeira década de Tito Lívio" sua mais respeitada obra. Impedido de abordar os problemas da política florentina de seu tempo, tratou da Roma antiga - em seu período de expansão até as guerras Samnitas, registrada nos 10 primeiros livros de Ab Urbe Condita Libri, do historiador romano Tito Lívio -, utilizando comparações entre os defeitos, a "Virtú" e a Fortuna de vários imperadores romanos entre eles mesmos e entre os príncipes, suseranos e vassalos da Europa medieval. Enquanto isso, Hobbes inventava o contratualismo com seu imortal Leviatã, livro no qual cunhou a frase basilar da cultura burguesa, afirmando que o que unia os homens era o medo dos outros homens. O homem nasce mal e, sem um acordo, reina a lei da espada. Ambos os autores são fundamentais para a Filosofia do Direito da Idade Moderna. Enquanto o inglês afirmará a necessidade do estado para garantir o contrato entre os homens, Maquiavel estimula o soberano e o estado a atuarem além do destino e da sorte, mas com planejamento e adequação ao contexto da sociedade. A décima segunda aula faz parte do Curso de Filosofia do Direito, ministrado por Angelo Vaz e e oferecido pelo Blog Ação Coletiva; é a terceira parte do período da Idade Moderna. http://juscidadaojus.blogspot.com.br http://cursofilosofiadodireito.blogspot.com
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