Dentro da mesma linhagem que faz uma leitura marxista da sociedade e do direito, a vigésima quinta videoaula do Curso de Filosofia do Direito trata das reflexões sobre o justo do russo Pachukanis e do italiano Antonio Gramsci. Com o raríssimo “Teoria Geral do Direito e Marxismo”, Pachukanis – que seria morto em uma prisão na Sibéria – firmou a tese de que “o que determina o direito não é só a luta de classes, mas a forma jurídica (norma jurídica estatal)”. Jurista, Pachukanis entendia que o átomo da sociedade capitalista era a mercadoria e que a maior mercadoria de todas era o trabalhador, por fim, o sujeito de direitos. Para ele, se a forma jurídica é igual à forma mercantil, o socialismo, que quebraria com a forma mercantil (valor de troca) significaria a autogestão e o fim do Estado. Essa última expressão, “fim do Estado”, deve provavelmente ter-lhe custado a vida, já que o vice-ministro da Justiça de Lênin bateria de frente com as teses stalinistas. Foi em seu período, aliás, que viveu na prisão e foi morto. Antonio Gramsci não foi menos radical. Jornalista e política, Gramsci marcou a esquerda mundial com seus “Cadernos do Cárcere”. Preso na era fascista italiana, Gramsci desenvolveu a tese de que o exercício normal da hegemonia explicaria a dominação do sistema capitalista, baseando-se sua legitimidade parlamentar numa combinação de força e consenso. Para que a força fosse exercida como que apoiada num consenso seria fundamental a dominação da opinião pública através dos jornais (mídia) e associações. O professor Angelo Vaz sugere que o pensamento radical dos dois filósofos do Direito foi decisivo para a prisão e morte de ambos. http://cursofilosofiadodireito.blogspot.com.br
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