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Cálculo Avançado - Unidade 3 - Sequências Numéricas Cálculo Avançado Unidade 3 - Sequências Numéricas Autor: Gustavo de Lins e Horta Revisor Técnico: Carlos Xavier Cálculo Avançado - Unidade 3 - Sequências Numéricas Introdução O estudo da sequências numéricas e séries possui bastante relevância no cálculo. A importância delas no cálculo deriva da ideia de Newton de representar funções como somas de séries infinitas. Por exemplo, ao encontrar áreas, Newton geralmente integra uma função, primeiro expressando-a como uma série e depois integrando cada termo da série. Muitas das funções que surgem na física, matemática e na química, como as funções de Bessel, são definidas como somas de séries; portanto, é importante estar familiarizado com os conceitos básicos de convergência de sequências e séries infinitas. 1. Sequências Numéricas Segundo Stewart (2014), uma sequência pode ser pensada como uma lista de números escritos em uma ordem definida: 𝑎1, 𝑎2, 𝑎3, 𝑎4. . . , 𝑎𝑛 O número 𝑎1é chamado de primeiro termo, 𝑎2 é o segundo termo e, em geral, 𝑎𝑛 é o enésimo termo. Lidaremos exclusivamente com sequências infinitas e, portanto, cada termo 𝑎𝑛 terá um sucessor 𝑎𝑛+1. Observe que para todo número inteiro positivo n existe um número correspondente e, portanto, uma sequência pode ser definida como uma função cujo domínio é o conjunto de números inteiros positivos. Mas geralmente escrevemos uma notação de função 𝑎𝑛em vez da função 𝑓(𝑛) para o valor da função no número n. Exemplo: A sequência 𝑎𝑛 = 𝑛 𝑛+1 gera o seguinte resultado. { 1 2 , 2 3 , 3 4 , 4 5 , . . . , 𝑛 𝑛 + 1 , . . . } A sequência 𝑎𝑛 = √𝑛 − 3, 𝑛 ≥ 3gera o seguinte resultado. {0,1, √2, √3, . . . , √𝑛 − 3, . . . } Cálculo Avançado - Unidade 3 - Sequências Numéricas Você sabia A sequência de Fibonacci {𝑓𝑛} é definida recursivamente pelas condições: 𝑓1 = 1 𝑓2 = 1 𝑓𝑛 = 𝑓𝑛−1 + 𝑓𝑛−2 𝑛 ≥ 3 Cada termo é a soma dos dois termos anteriores. Os primeiros termos são: {1,1,2,3,5,8,13,21. . . } Essa sequência surgiu quando o matemático italiano do século 13 conhecido como Fibonacci resolveu um problema relativo à criação de coelhos. Segundo Stewart (2013), algumas sequências podem ser definidas fornecendo uma fórmula para o enésimo termo. Exemplo: { 𝑛 𝑛+1 } 𝑛−1 ∞ 𝑎𝑛 = 𝑛 𝑛+1 { 1 2 , 2 3 , 3 4 , 4 5 , . . . , 𝑛 𝑛+1 } {√𝑛 − 3} 𝑛−3 ∞ 𝑎𝑛 = √𝑛 − 3, 𝑛 ≥ 3 {0,1, √2, √3, . . . , √𝑛 − 3, . . . } 1.1. Definição de sequência Observe que a seguinte definição do limite de uma sequência é muito semelhante à definição de um limite de uma função no infinito. Uma sequência {𝑎𝑛}tem o limite L e pode ser escrita como 𝑙𝑖𝑚 𝑛→∞ 𝑎𝑛 = 𝐿 ou 𝑎𝑛 → 𝐿 𝑞𝑢𝑎𝑛𝑑𝑜 𝑛 → ∞ Se pudermos tornar os termos 𝑎𝑛 tão próximos de L quanto desejamos, tomando n suficientemente grande. Se 𝑙𝑖𝑚 𝑛→∞ 𝑎𝑛 existe, dizemos que a sequência converge (ou é convergente). Caso contrário, dizemos que a sequência diverge (ou é divergente). Cálculo Avançado - Unidade 3 - Sequências Numéricas Segundo Stewart (2014), uma versão mais precisa da definição de sequência é a seguinte. A sequência {𝑎𝑛}tem o limite L que pode ser escrito como: 𝑙𝑖𝑚 𝑛→∞ 𝑎𝑛 = 𝐿 ou 𝑎𝑛 → 𝐿 𝑞𝑢𝑎𝑛𝑑𝑜 𝑛 → ∞ se para cada 𝜀 > 0existe um número inteiro correspondente N tal que se 𝑛 > 𝑁 , então |𝑎𝑛 − 𝐿| < 𝜀 Existe uma única diferença entre 𝑙𝑖𝑚 𝑛→∞ 𝑎𝑛 = 𝐿e 𝑙𝑖𝑚 𝑥→∞ 𝑓(𝑥) = 𝐿é que n deve ser um número inteiro, de acordo com o teorema: Se 𝑙𝑖𝑚 𝑥→∞ 𝑓(𝑥) = 𝐿e 𝑓(𝑥) = 𝑎𝑛quando n é um número inteiro, então 𝑙𝑖𝑚 𝑛→∞ 𝑎𝑛 = 𝐿 Quando ocorrer de 𝑎𝑛aumentar quando n aumentar, podemos utilizar a notação 𝑙𝑖𝑚 𝑛→∞ 𝑎𝑛 = ∞, ou pela definição temos: O 𝑙𝑖𝑚 𝑛→∞ 𝑎𝑛 = ∞significa que para cada número positivo M existe um inteiro N tal que se 𝑛 > 𝑁, então 𝑎𝑛 > 𝑀 2. Progressão Aritmética e Progressão Geométrica Dois tipos de sequências regulares ocorrem com tanta frequência que têm nomes específicos de progressões aritméticas e geométricas. Nós os tratamos juntos porque alguns paralelos óbvios entre esses tipos de sequências levam a fórmulas semelhantes. Isso também facilita o aprendizado e o trabalho com as fórmulas. As progressões aritmética e geométrica começam com um primeiro termo arbitrário, e as sequências são geradas adicionando regularmente o mesmo número (a diferença comum em uma sequência aritmética) ou multiplicando pelo mesmo número (a proporção comum em uma sequência geométrica). 2.1. Progressão aritmética Uma progressão aritmética é uma sequência na qual cada termo, exceto o primeiro, é obtido adicionando um número fixo (positivo ou negativo) ao termo anterior. Cálculo Avançado - Unidade 3 - Sequências Numéricas Assim, qualquer sequência do tipo 𝑎1, 𝑎2, 𝑎3, 𝑎4. . . , 𝑎𝑛é chamada de progressão aritmética se 𝑎𝑛+1 = 𝑎𝑛 + 𝑑, 𝑛 ∈ 𝑁. Onde d é chamado de diferença comum da progressão aritmética, normalmente denotamos o primeiro termo de uma progressão aritmética por a e o último termo por l. O termo geral ou enésimo termo de uma progressão aritmética é dado por: 𝑎𝑛 = 𝑎 + (𝑛 − 1)𝑑 E o enésimo termo é dado por: 𝑎𝑛 = 𝑙 − (𝑛 − 1)𝑑 2.2. Progressão geométrica Segundo Hoffmann (2011), quando em uma sequência a razão entre os termos sucessivos é uma constante, essa série é chamada de progressão geométrica e pode ser definida matematicamente como: ∑ ∞ 𝑘=0 𝑎𝑟𝑘 = 𝑎 + 𝑎𝑟 + 𝑎𝑟2+. .. Onde a é uma constante e r é a razão entre dois termos sucessivos. As definições permitem reconhecer sequências aritméticas e geométricas. Numa sequência aritmética, a diferença entre termos sucessivos, 𝑎𝑛+1 − 𝑎𝑛 , é sempre a mesma, a constante d; numa sequência geométrica, a relação de termos sucessivos, 𝑎𝑛+1 𝑎𝑛 , é sempre o mesmo. Exemplo 1: Dada a série geométrica, determine a e r. 2 9 − 2 27 + 2 81 − 2 243 +. . . = 2 9 (1 − 1 3 + 1 32 − 1 33 +. . . ) = ∑∞𝑘=0 2 9 (− 1 3 )𝑘 Logo, 𝑎 = 2 9 e 𝑟 = − 1 3 Exemplo 2: Mostre que a sequência é aritmética, encontre a diferença comum e o vigésimo termo. 𝑎𝑛 = 2𝑛 − 1 Solução: Os primeiros termos de {𝑎𝑛} são 1, 3, 5, 7,. . . , a partir do qual é evidente que cada termo é 2 a mais que o termo anterior; esta é uma sequência aritmética com primeiro termo e diferença comum 𝑎 = 1 e 𝑑 = 2. Verifique se 𝑎𝑛+1 − Cálculo Avançado - Unidade 3 - Sequências Numéricas 𝑎𝑛 = 2. Para encontrar 𝑎20, use a fórmula de definição para a sequência ou a equação para o enésimo termo. 𝑎20 = 2 × 20 − 1 = 39 ou 𝑎20 = 𝑎 + 19𝑑 = 1 + 19 × 2 = 39 Exemplo 3: Mostre que a sequência é aritmética, encontre a diferença comum e o vigésimo termo. 50, 45, 40, . . . , 55 − 5𝑛, . .. Solução: Se 𝑏𝑛 = 55 − 5𝑛, então, 𝑏𝑛+1 − 𝑏𝑛 = [55 − 5(𝑛 + 1)] − [55 − 5𝑛] = −5 Esta é uma sequência aritmética com 𝑎 = 50, 𝑑 = −5 e 𝑏20 = 55 − 5 × 20 = −45 Exemplo 4: Determine se a sequência é geométrica. Se for geométrico, encontre a razão comum e os termos 𝑎1, 𝑎3 𝑒 𝑎10 . {2 𝑛 } Solução: Os primeiros termos são 2, 4, 8, 16,. . . , cada um dos quais é duas vezes o termo anterior. Esta é uma sequência geométrica com o primeiro termo 𝑎 = 2 e a razão comum dada por 𝑟 = 𝑎𝑛+1 𝑎𝑛 = 2𝑛+1 2𝑛 = 2. Usando 𝑎𝑛 = 2 𝑛, 𝑎1 = 2 𝑎3 = 2 3 = 8 e 𝑎10 = 2 10 = 1024 3. Limite de uma sequência e convergência Uma questão fundamental que surge em relação a sequências infinitas é o comportamento dos termos à medida que n aumenta. Como uma sequência é uma função definida nos números inteiros positivos, faz sentido discutir o limite dos termos como 𝑛 → ∞. Como uma sequência é uma função cujo domínio é o conjunto de números inteiros positivos, podemos usar propriedades de limites de funções para determinarse uma sequência converge. Por exemplo, considere uma sequência {𝑎𝑛} e uma função relacionada f definida em todos os números reais positivos, de modo que Cálculo Avançado - Unidade 3 - Sequências Numéricas 𝑓(𝑛) = 𝑎𝑛 para todos os números inteiros 𝑛 ≥ 1. Como o domínio da sequência é um subconjunto do domínio de f, se 𝑙𝑖𝑚 𝑥→∞ 𝑓(𝑥) existe, a sequência converge e tem o mesmo limite. O limite de uma sequência definida por uma função {𝑎𝑛}tal que 𝑎𝑛 = 𝑓(𝑛) para todo 𝑛 ≥ 1. Se existir um número real L tal que 𝑙𝑖𝑚 𝑥→∞ 𝑓(𝑥) = 𝐿, então, {𝑎𝑛}converge e 𝑙𝑖𝑚 𝑛→∞ 𝑎𝑛 = 𝐿 Exemplo 1: Determine se a sequência converge ou não. Se convergir, encontre seu limite. {5 − 3 𝑛2 } Solução: Sabemos que 1 𝑛 → 0, logo conclui-se que 𝑙𝑖𝑚 𝑥→∞ 1 𝑛2 = 𝑙𝑖𝑚 𝑛→∞ ( 1 𝑛 ) × 𝑙𝑖𝑚 𝑛→∞ ( 1 𝑛 ) = 0 portanto, 𝑙𝑖𝑚 𝑛→∞ (5 − 3 𝑛2 ) = 𝑙𝑖𝑚 𝑛→∞ 5 − 3 × 𝑙𝑖𝑚 𝑛→∞ 1 𝑛2 = 5 − (3 × 0) = 5 Logo, a sequência converge e o seu limite é igual a 5. Exemplo 2: Determine se a sequência converge ou não. Se convergir, encontre seu limite. { 2 𝑛 𝑛2 } Solução: Considerando a função relacionada 𝑓(𝑥) = 2𝑥 𝑥2 definida para todos os números reais 𝑥 > 0. Desde que 2𝑥 → ∞ e 𝑥2 → ∞ como 𝑥 → ∞aplicamos a derivada no numerador e denominador. Cálculo Avançado - Unidade 3 - Sequências Numéricas 𝑙𝑖𝑚 𝑥→∞ 2𝑥 𝑥2 = 𝑙𝑖𝑚 𝑥→∞ 2𝑥𝑙𝑛 2 2𝑥 Derivando novamente, 𝑙𝑖𝑚 𝑥→∞ 2𝑥 𝑥2 = 𝑙𝑖𝑚 𝑥→∞ 2𝑥(𝑙𝑛 2)2 2 = ∞ Concluímos que a série diverge. 3.1. Funções contínuas Definimos uma função contínua em sequências convergentes da seguinte forma. Considere uma sequência {𝑎𝑛} e suponha que exista um número real L, de modo que a sequência {𝑎𝑛} convirja para L. Suponha que f seja uma função contínua em L. Então, existe um número inteiro N, de modo que f é definido em todos os valores e for 𝑛 ≥ 𝑁, e a sequência {𝑓(𝑎𝑛} converge para 𝑓(𝐿). Exemplo: Determine se a sequência converge e encontre o limite. {𝑐𝑜𝑠 ( 3 𝑛2 )} Solução: Desde que a sequência { 3 𝑛2 }convirja para 0 e 𝑐𝑜𝑠 𝑥 seja contínuo em 𝑥 = 0, podemos concluir que a sequência converge e o seu limite é 𝑙𝑖𝑚 𝑛→∞ 𝑐𝑜𝑠 ( 3 𝑛2 ) = 𝑐𝑜𝑠 (0) = 1 3.2. Monotonicidade Agora voltamos nossa atenção para um dos teoremas mais importantes que envolvem sequências: o Teorema da Convergência Monótona ou monotonicidade. Pela definição, uma sequência {𝑎𝑛} é crescente para todos 𝑛 ≥ 𝑛0se 𝑎𝑛 ≤ 𝑎𝑛+1para todo 𝑛 ≥ 𝑛0. uma sequência {𝑎𝑛} é decrescente para todos 𝑛 ≥ 𝑛0se 𝑎𝑛 ≥ 𝑎𝑛+1para todo 𝑛 ≥ 𝑛0. Cálculo Avançado - Unidade 3 - Sequências Numéricas uma sequência {𝑎𝑛} é monótona para todo 𝑛 ≥ 𝑛0se é crescente para todo 𝑛 ≥ 𝑛0ou decrescente para todo 𝑛 ≥ 𝑛0. O Teorema da Convergência Monótona ou monotonicidade determina que, se {𝑎𝑛}é uma sequência limitada e existe um número inteiro positivo 𝑛0, de modo que {𝑎𝑛} é monótona para todos os 𝑛 ≥ 𝑛0, e então {𝑎𝑛} converge. Exemplo: Use o teorema da convergência monótona para mostrar que a sequência converge. { 4 𝑛 𝑛! } Solução: Escrevendo os primeiros termos da sequência, vemos que { 4 𝑛 𝑛! } = {4, 8, 32 3 , 32 3 , 128 15 , . . . } A princípio, os termos aumentam. No entanto, após o terceiro termo, os termos diminuem. De fato, os termos diminuem para todos 𝑛 ≥ 3. Podemos mostrar isso da seguinte maneira. 𝑎𝑛+1 = 4𝑛+1 (𝑛+1)! = 4 𝑛+1 × 4𝑛 𝑛! = 4 𝑛+1 × 𝑎𝑛 ≤ 𝑎𝑛 se 𝑛 ≥ 3 Portanto, a sequência está diminuindo para todos os 𝑛 ≥ 3. Além disso, a sequência é delimitada abaixo por 0 porque 4𝑛 𝑛! > 0 para todos os números inteiros positivos n. Portanto, pelo Teorema da Convergência Monótona, a sequência converge. 4. Séries Segundo Hoffmann (2011), a soma de um número infinito de números pode ser finita. Isso pode ser visto em uma dízima periódica 0,3333… que é uma representação da soma infinita 3 10 + 3 100 + 3 1000 +. ..e que esta soma equivale ao número finito 1 3 . Ainda de acordo com Hoffmann (2011), uma expressão da forma Cálculo Avançado - Unidade 3 - Sequências Numéricas 𝑎1 + 𝑎2 + 𝑎3+. . . +𝑎𝑛+. .. é chamada de série finita. Escrevemos a série em notação de somatório: 𝑎1 + 𝑎2 + 𝑎3+. . . +𝑎𝑛+. . . = ∑ ∞ 𝑛=1 𝑎𝑛 4.1. Convergência e Divergência Conforme Hoffmann (2011), uma série infinita é convergente se a soma é um número finito e divergente caso contrário. A definição mais precisa de convergência envolve a soma dos n primeiros termos da série infinita, também conhecida como soma parcial de ordem n da série infinita. 𝑆𝑛 = 𝑎1 + 𝑎2 + 𝑎3+. . . +𝑎𝑛 = ∑ 𝑛 𝑘=1 𝑎𝑘 O comportamento dessa soma quando n tende a infinito serve para determinar se uma série infinita é convergente ou divergente de acordo com o critério de convergência ou divergência de uma série infinita. 4.2. Critério de convergência ou divergência de uma série infinita Uma série infinita ∑ ∞ 𝑘=1 𝑎𝑘 com uma soma parcial de ordem n converge para a soma S se S é um número finito tal que 𝑙𝑖𝑚 𝑛→∞ 𝑆𝑛 = 𝑆 Nesse caso, pode ser escrito Cálculo Avançado - Unidade 3 - Sequências Numéricas ∑ ∞ 𝑘=1 𝑎𝑘 = 𝑆 Se o 𝑙𝑖𝑚 𝑛→∞ 𝑆𝑛não existe, dizemos que a série diverge. Exemplo: Verifique se as séries convergem ou divergem: ∑ ∞ 𝑘=1 (−1) 𝑘+1 = 1 − 1 + 1 − 1+. .. ∑ ∞ 𝑘=1 3 10𝑘 = 3 10 + 3 102 + 3 103 +. .. Solução: a) As três primeiras somas parciais da série ∑∞𝑘=1 (−1) 𝑘+1são 𝑆1 = 1 𝑆2 = 1 − 1 = 0 𝑆3 = 1 − 1 + 1 = 1 O padrão continua indefinidamente, todas as somas parciais pares são nulas e todas as somas parciais ímpares são iguais a 1. Logo, isso significa que o 𝑙𝑖𝑚 𝑛→∞ 𝑆𝑛não existe, portanto, a série é divergente. b) Cada termo da série é dez vezes menor que o termo precedente, ∑ ∞ 𝑘=1 3 10𝑘 = 3 10 + 3 102 + 3 103 +. .. podemos, então, escrever 𝑆𝑛na forma compacta. 𝑆𝑛 = 3 10 + 3 102 + 3 103 +. . . + 3 10𝑛 multiplicando ambos os membros da equação por 1 10 obtemos: 1 10 𝑆𝑛 = 3 102 + 3 103 +. . . + 3 10𝑛 + 3 10𝑛+1 quando subtraímos a expressão 1 10 𝑆𝑛 da expressão de 𝑆𝑛 , todos os termos se cancelam, exceto o primeiro termo de 𝑆𝑛 e o último termo de 1 10 𝑆𝑛 𝑆𝑛 − 1 10 𝑆𝑛 = 9 10 𝑆𝑛 = 3 10 − 3 10𝑛+1 = 3 10 (1 − 1 10𝑛 ) Cálculo Avançado - Unidade 3 - Sequências Numéricas ou 𝑆𝑛 = 1 3 (1 − 1 10𝑛 ) Nesse caso, 𝑙𝑖𝑚 𝑛→∞ 𝑆𝑛 = 𝑙𝑖𝑚 𝑛→∞ 1 3 (1 − 1 10𝑛 ) = 1 3 Logo, ∑ ∞ 𝑛=1 3 10𝑛 = 1 3 4.3. Regras de soma e multiplicação por uma constante As regras de soma e multiplicação por uma constante para séries infinitas convergentes são dadas por: Se as séries ∑∞𝑛=1 𝑎𝑛e ∑ ∞ 𝑛=1 𝑏𝑛convergem, as séries ∑ ∞ 𝑛=1 (𝑎𝑛 + 𝑏𝑛)e ∑∞𝑛=1 𝑐𝑎𝑛(onde c é uma constante) também convergem e ∑ ∞ 𝑛=1 (𝑎𝑛 + 𝑏𝑛) = ∑ ∞ 𝑛=1 𝑎𝑛 + ∑ ∞ 𝑛=1 𝑏𝑛 ∑ ∞ 𝑛=1 𝑐𝑎𝑛 = 𝑐 ∑ ∞ 𝑛=1 𝑎𝑛 4.4. Convergência de uma série geométrica Segundo Hoffmann (2011), a convergência de uma série geométrica é dada por: ∑∞𝑛=0 𝑎𝑟 𝑛 , cuja razão é r, é convergente se |𝑟| < 1, caso em que a soma é 𝑆 = ∑ ∞ 𝑛=0 𝑎𝑟𝑛 = 𝑎 1 − 𝑟 Se |𝑟| ≥ 1, a série é divergente. Exemplo 1: Determine a soma da série ∑∞𝑛=0 (− 2 3 ) 𝑛 Cálculo Avançado - Unidade 3 - Sequências Numéricas Solução: Essa série geométrica possui 𝑟 = − 2 3 , como |𝑟| < 1a série é convergente e a soma é igual a ∑ ∞ 𝑛=0 (− 2 3 ) 𝑛 = 1 1 − (− 2 3 ) = 1 5 3 = 3 5 Exemplo 2: Determine a soma da série ∑∞𝑛=0 3 2𝑛 Solução: ∑ ∞ 𝑛=0 3 2𝑛 = ∑ ∞ 𝑛=0 3 ( 1 2 ) 𝑛 = 3 ( 1 1 − 1 2 ) = 3 ( 1 1 2 ) = 6 Exemplo 3: Dada a série a seguir, determine se a mesma converge ou diverge. 2 + 2(1,5) + 2(1,5)2+. .. Solução: A série é divergente pois 𝑟 = 1,5 (|𝑟| > 1)Exemplo 4: Dada a série a seguir, determine se a mesma converge ou diverge. 1 2 − 1 2 ( 9 7 ) + 1 2 ( 9 7 )2 − 1 2 ( 9 7 )3+. .. Solução: A série é divergente, pois 𝑟 = − 9 7 (|𝑟| > 1) 4.5. Teste da razão O teste da razão utiliza uma comparação entre termos da própria série dada e apresenta outra vantagem que pode ser aplicado a uma série com termos negativos. O teste da razão é bastante útil quando é aplicado a uma série ∑∞𝑛=1 𝑎𝑛 ,onde 𝑎𝑛pode ser potências ou fatoriais. Dada a série ∑∞𝑛=1 𝑎𝑛, seja 𝐿 = 𝑙𝑖𝑚 𝑛→∞ | 𝑎𝑛+1 𝑎𝑛 |o teste da razão diz que: a. Se 𝐿 < 1, a série converge; Cálculo Avançado - Unidade 3 - Sequências Numéricas b. Se 𝐿 > 1, a série diverge; c. Se 𝐿 = 1, o teste não pode ser aplicado, ou seja, não é possível saber se a série converge ou diverge. Exemplo 1: Determine se a série é convergente ou divergente. ∑ ∞ 𝑛=1 5𝑛 𝑛2 Solução: Podemos aplicar o teste da razão calculando o limite 𝐿 = 𝑙𝑖𝑚 𝑛→∞ | | 5𝑛+1 (𝑛 + 1)2 5𝑛 𝑛2 | | 𝐿 = 𝑙𝑖𝑚 𝑛→∞ 5𝑛+1𝑛2 5𝑛(𝑛 + 1)2 𝐿 = 𝑙𝑖𝑚 𝑛→∞ 5( 𝑛 𝑛 + 1 )2 𝐿 = 𝑙𝑖𝑚 𝑛→∞ 5( 1 1 + 1 𝑛 )2 𝐿 = 5( 1 1 + 0 )2 = 5, 𝑐𝑜𝑚𝑜 𝐿 = 5 𝑜𝑢 𝑠𝑒𝑗𝑎, 𝐿 > 1 𝑎 𝑠é𝑟𝑖𝑒 𝑑𝑖𝑣𝑒𝑟𝑔𝑒. Exemplo 2: Determine se a série é convergente ou divergente. ∑ ∞ 𝑛=1 (−2)𝑛 𝑛! Solução: Podemos aplicar o teste da razão calculando o limite 𝐿 = 𝑙𝑖𝑚 𝑛→∞ || (−2)𝑛+1 (𝑛 + 1)! (−2)𝑛 𝑛! || 𝐿 = 𝑙𝑖𝑚 𝑛→∞ | (−2)𝑛+1𝑛! (−2)𝑛(𝑛 + 1)! | 𝐿 = 𝑙𝑖𝑚 𝑛→∞ | −2 𝑛 + 1 | = 0 Já que 𝑛! (𝑛+1)! = 1×2...𝑛 1×2...𝑛×(𝑛+1) = 1 𝑛+1 Cálculo Avançado - Unidade 3 - Sequências Numéricas 𝑐𝑜𝑚𝑜 𝐿 = 0 𝑜𝑢 𝑠𝑒𝑗𝑎, 𝐿 < 1 𝑎 𝑠é𝑟𝑖𝑒 𝑐𝑜𝑛𝑣𝑒𝑟𝑔𝑒. Você sabia Uma série telescópica é uma série em que a maioria dos termos é cancelada em cada uma das somas parciais, deixando apenas alguns dos primeiros termos e alguns dos últimos termos. Qualquer série no formato ∑ ∞ 𝑛=1 [𝑏𝑛 − 𝑏𝑛+1] = (𝑏1 − 𝑏2) + (𝑏2 − 𝑏3) + (𝑏3 − 𝑏4)+. .. é uma série telescópica. Podemos ver isso escrevendo algumas somas parciais. Em particular, vemos que 𝑆1 = 𝑏1 − 𝑏2 𝑆2 = (𝑏1 − 𝑏2) + (𝑏2 − 𝑏3) = 𝑏1 − 𝑏3 𝑆3 = (𝑏1 − 𝑏2) + (𝑏2 − 𝑏3) + (𝑏3 − 𝑏4) = 𝑏1 − 𝑏4 Em geral, a k-ésima soma parcial desta série é dada por: 𝑆𝑘 = 𝑏1 − 𝑏𝑘+1 Como a k-ésima soma parcial pode ser simplificada para a diferença desses dois termos, a sequência de somas parciais {𝑆𝑘}converge se e somente se a sequência {𝑏𝑘+1}convergir. Além disso, se a sequência 𝑏𝑘+1 converge para algum número finito B, então a sequência de somas parciais converge para 𝑏1 − 𝐵, e, portanto, ∑ ∞ 𝑛=1 [𝑏𝑛 − 𝑏𝑛+1] = 𝑏1 − 𝐵 Exemplo: Determine se a série telescópica converge ou diverge. Se convergir, encontre sua soma. Cálculo Avançado - Unidade 3 - Sequências Numéricas ∑ ∞ 𝑛=1 [𝑐𝑜𝑠 ( 1 𝑛 ) − 𝑐𝑜𝑠 ( 1 𝑛 + 1 )] Solução: Ao escrever os termos na sequência de somas parciais, podemos ver que 𝑆1 = 𝑐𝑜𝑠(1) − 𝑐𝑜𝑠( 1 2 ) 𝑆2 = (𝑐𝑜𝑠(1) − 𝑐𝑜𝑠( 1 2 )) + (𝑐𝑜𝑠( 1 2 ) − 𝑐𝑜𝑠( 1 3 )) = 𝑐𝑜𝑠(1) − 𝑐𝑜𝑠( 1 3 ) 𝑆3 = (𝑐𝑜𝑠(1) − 𝑐𝑜𝑠( 1 2 )) + (𝑐𝑜𝑠( 1 2 ) − 𝑐𝑜𝑠( 1 3 )) + (𝑐𝑜𝑠( 1 3 ) − 𝑐𝑜𝑠( 1 4 )) = 𝑐𝑜𝑠(1) − 𝑐𝑜𝑠( 1 4 ) Em geral, 𝑆𝑘 = 𝑐𝑜𝑠(1) − 𝑐𝑜𝑠( 1 𝑘+1 ) desde 1 (𝑘+1) → 0 como 𝑘 → ∞ e 𝑐𝑜𝑠 𝑥é uma função contínua, 𝑐𝑜𝑠( 1 (𝑘+1) ) → 𝑐𝑜𝑠(0) = 1. Portanto, concluímos que 𝑆𝑘 → 𝑐𝑜𝑠(1) − 1. A série telescópica converge e a soma é dada por∑∞𝑛=1 [𝑐𝑜𝑠 ( 1 𝑛 ) − 𝑐𝑜𝑠 ( 1 𝑛+1 )] = 𝑐𝑜𝑠(1) − 1 4.6. Teste da divergência Na prática, calcular explicitamente esses limites pode ser difícil ou impossível. Felizmente, existem vários testes que nos permitem determinar a convergência ou divergência para muitos tipos de séries. O teste da divergência diz que se 𝑙𝑖𝑚 𝑛→∞ 𝑎𝑛 = 𝑐 ≠ 0 ou 𝑙𝑖𝑚 𝑛→∞ 𝑎𝑛não existe, então a série ∑ ∞ 𝑛=1 𝑎𝑛 é divergente. É importante notar que o inverso desse teorema não é verdadeiro. Exemplo 1: Dada a série a seguir, aplique o teste de divergência. Se o teste de divergência provar que a série diverge, declare-o. Caso contrário, indique que o teste de divergência é inconclusivo. ∑ ∞ 𝑛=1 𝑛 3𝑛 − 1 Solução: Cálculo Avançado - Unidade 3 - Sequências Numéricas Desde que 𝑛 (3𝑛−1) → 1 3 ≠ 0, pelo teste da divergência podemos concluir que a série diverge. Exemplo 2: Dada a série a seguir, aplique o teste de divergência. Se o teste de divergência provar que a série diverge, declare-o. Caso contrário, indique que o teste de divergência é inconclusivo. ∑ ∞ 𝑛=1 1 𝑛3 Solução: Desde que 1 𝑛3 → 0, o teste de divergência é inconclusivo. Exemplo 3: Dada a série a seguir, aplique o teste de divergência. Se o teste de divergência provar que a série diverge, declare-o. Caso contrário, indique que o teste de divergência é inconclusivo. ∑ ∞ 𝑛=1 𝑒 1 𝑛2 Solução: Desde que 𝑒 1 𝑛2 → 1 ≠ 0, pelo teste de divergência, a série é divergente. 4.7. Teste da integral Essa técnica é importante porque é usada para provar a divergência ou convergência de muitas outras séries. Esse teste, chamado teste da integral, compara uma soma infinita a uma integral imprópria. É importante observar que esse teste só pode ser aplicado quando estamos considerando uma série cujos termos são todos positivos. Suponha que ∑∞𝑛=1 𝑎𝑛é uma série com termos positivos 𝑎𝑛. Suponha que exista uma função f e um número inteiro positivo N, de modo que as três condições a seguir sejam atendidas: I. f é contínuo; II. f é decrescente; III. 𝑓(𝑛) = 𝑎𝑛 para todos os inteiros 𝑛 ≥ 𝑁 Cálculo Avançado - Unidade 3 - Sequências Numéricas então, ∑∞𝑛=1 𝑎𝑛 e∫ ∞ 𝑁 𝑓(𝑥)𝑑𝑥 ambos convergem ou ambos divergem. Embora a convergência de ∫ ∞ 𝑁 𝑓(𝑥)𝑑𝑥 implique na convergência da série relacionada ∑∞𝑛=1 𝑎𝑛 isso não implica que o valor da integral e da série sejam os mesmos. Eles podem ser diferentes, e geralmente são. Exemplo: Use o teste integral para determinar se a série converge ou diverge. ∑ ∞ 𝑛=1 1 𝑛3 Solução: Comparando ∑∞𝑛=1 1 𝑛3 e ∫ ∞ 1 1 𝑥3 𝑑𝑥, temos, ∫ ∞ 1 1 𝑥3 𝑑𝑥 = 𝑙𝑖𝑚 𝑏→∞ ∫ 𝑏 1 1 𝑥3 𝑑𝑥 = 𝑙𝑖𝑚 𝑏→∞ [− 1 2𝑥2 |1 𝑏] = 𝑙𝑖𝑚 𝑏→∞ [− 1 2𝑏2 + 1 2 ] = 1 2 assim, a integral ∫ ∞ 1 1 𝑥3 𝑑𝑥converge, e portanto, o mesmo acontece com a série ∑∞𝑛=1 1 𝑛3 4.8. Teste de comparação de limites O teste de comparação funciona bem se pudermos encontrar uma série comparável que satisfaça a hipótese do teste. No entanto, às vezes, encontrar uma série apropriada pode ser difícil. Seja 𝑎𝑛 , 𝑏𝑛 ≥ 0 para todo 𝑛 ≥ 1 I. Se 𝑙𝑖𝑚 𝑛→∞ 𝑎𝑛 𝑏𝑛 = 𝐿 ≠ 0, então ∑∞𝑛=1 𝑎𝑛 e ∑ ∞ 𝑛=1 𝑏𝑛 ambos convergem ou ambos divergem. II. Se 𝑙𝑖𝑚 𝑛→∞ 𝑎𝑛 𝑏𝑛 = 0 e ∑∞𝑛=1 𝑏𝑛 converge, então ∑ ∞ 𝑛=1 𝑎𝑛converge. III. Se 𝑙𝑖𝑚 𝑛→∞ 𝑎𝑛 𝑏𝑛 = ∞ e ∑∞𝑛=1 𝑏𝑛 diverge, então ∑ ∞ 𝑛=1 𝑎𝑛diverge. Exemplo 1: Use o teste de comparação de limites para determinar se a série converge ou diverge. Se o teste não se aplicar, informe. Cálculo Avançado - Unidade 3 - Sequências Numéricas ∑ ∞ 𝑛=1 1 √𝑛 + 1 Solução: Comparando a série com ∑∞𝑛=1 1 √𝑛 podemos calcular, 𝑙𝑖𝑚 𝑛→∞ 1 (√𝑛 + 1) 1 √𝑛 = 𝑙𝑖𝑚 𝑛→∞ √𝑛 √𝑛 + 1 = 𝑙𝑖𝑚 𝑛→∞ 1 √𝑛 1 + 1 √𝑛 = 1 pelo teste de comparação de limites, uma vez que ∑∞𝑛=1 1 √𝑛 diverge, então ∑∞𝑛=1 1 √𝑛+1 diverge. Exemplo 2: Use o teste de comparação de limites para determinar se a série converge ou diverge. Se o teste não se aplicar, informe. ∑ ∞ 𝑛=1 2𝑛 + 1 3𝑛 Solução: Comparando a série com ∑∞𝑛=1 ( 2 3 )𝑛vemos que, 𝑙𝑖𝑚 𝑛→∞ (2𝑛 + 1) 3𝑛 2𝑛 3𝑛 = 𝑙𝑖𝑚 𝑛→∞ 2𝑛 + 1 3𝑛 × 3𝑛 2𝑛 = 𝑙𝑖𝑚 𝑛→∞ 2𝑛 + 1 2𝑛 = 𝑙𝑖𝑚 𝑛→∞ [1 + ( 1 2 ) 𝑛 ] = 1 portanto, 𝑙𝑖𝑚 𝑛→∞ (2𝑛 + 1) 3𝑛 2𝑛 3𝑛= 1 desde que ∑∞𝑛=1 ( 2 3 )𝑛 converge, concluímos que ∑∞𝑛=1 2𝑛+1 3𝑛 também converge. Cálculo Avançado - Unidade 3 - Sequências Numéricas 4.9. Convergência de uma série de potências Em uma série de potências do tipo 𝑎0 + 𝑎1𝑥 + 𝑎2𝑥 2 + 𝑎3𝑥 3+. . . = ∑ ∞ 𝑛=0 𝑎𝑛𝑥 𝑛 Existem três possibilidades: 1. A série de potências converge apenas para x=0; 2. A série converge para qualquer valor de x. 3. Existe um número real R tal que a série converge para todos os valores de |𝑥| < 𝑅e diverge para todos os valores de |𝑥| > 𝑅.A série pode convergir ou divergir para 𝑥 = −𝑅 𝑒 𝑥 = 𝑅. O intervalo |𝑥| < 𝑅, o que é a mesma coisa que −𝑅 < 𝑥 < 𝑅,é chamado de intervalo de convergência absoluta da série de potências e R recebe o nome de raio de convergência. Exemplo 1: Dada a série de potência a seguir, determine o raio e o intervalo de convergência absoluta. ∑ ∞ 𝑘=0 𝑘! 𝑥𝑘 Solução: Podemos aplicar o teste da razão. 𝐿 = 𝑙𝑖𝑚 𝑘→∞ | (𝑘 + 1)! 𝑥𝑘+1 𝑘! 𝑥𝑘 | = 𝑙𝑖𝑚 𝑘→∞ |(𝑘 + 1)𝑥| = ∞ 𝑎 𝑚𝑒𝑛𝑜𝑠 𝑞𝑢𝑒 𝑥 = 0 A série converge apenas para x=0. O raio de convergência é igual a zero e o intervalo de convergência absoluta é um ponto único, ou seja, x=0. Exemplo 2: Dada a série de potência a seguir, determine o raio e o intervalo de convergência absoluta. ∑ ∞ 𝑘−0 𝑥2𝑘 4𝑘 Solução: Aplicando o teste da razão temos: Cálculo Avançado - Unidade 3 - Sequências Numéricas 𝐿 = 𝑙𝑖𝑚 𝑘→∞ || 𝑥2(𝑘+1) 4𝑘+1 𝑥2𝑘 4𝑘 || = 𝑙𝑖𝑚 𝑘→∞ | 4𝑘𝑥2𝑘+2 4𝑘+1𝑥2𝑘 | = 𝑥2 4 Já que 𝑥2𝑘+2 𝑥2𝑘 = 𝑥2𝑘+2−2𝑘 = 𝑥2 Logo, esta série de potências converge para 𝐿 < 1e diverge para 𝐿 > 1. Isto é, a série converge para 𝑥2 4 < 1, ou seja, 𝑥2 < 4.Temos então que o intervalo de convergência absoluta é −2 < 𝑥 < 2 e o raio de convergência é 𝑅 = 2. Síntese O estudo das sequências numéricas é necessário nas áreas da matemática, física e engenharia, saber identificar uma sequência numérica é essencial. Vimos nessa unidade que as progressões aritméticas e geométricas são os dois tipos de sequências numéricas mais conhecidas e utilizadas, saber identificar se uma sequência é aritmética ou geométrica é importante para tratar situações que vivenciamos no trabalho ou escola. Um importante estudo que devemos fazer quando trabalhamos com uma sequência é o comportamento da sequência quando n aumenta, ou seja, é conhecer os limites da sequência e como é o seu comportamento, mais precisamente, temos que saber se a sequência converge ou diverge. O teorema da monotonicidade, então, permite demonstrar se uma sequência converge ou diverge. O estudo das séries também é fundamental nas áreas de engenharia, economia, ciência, entre outras. Existem vários testes para se determinar se uma série converge ou não, como o teste da razão, teste da divergência, teste da integral e o teste da comparação dos limites. Além disso, ainda existem várias propriedades e regras das séries, como a regra de soma e multiplicação por uma constante, a convergência de uma série de potências, entre outros. Em suma, os conhecimentos adquiridos nesta unidade foram: ● Compreender os conceitos gerais de sequências numéricas; ● Aplicar as ideias de progressões regulares constantes, como a aritmética e geométrica; Cálculo Avançado - Unidade 3 - Sequências Numéricas ● Entender os limites de uma sequência, bem como os conceitos de convergência e divergência; ● E conhecer os testes para a determinação de convergência ou divergência para séries, de modo geral. Bibliografia HOFFMANN, Laurence, et al. Cálculo: um curso moderno e suas aplicações. Tradução: Ronaldo Sérgio de Biasi. 11. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2015 STEWART, James. Cálculo, volume 2 . Tradução: EZ2 Translate. São Paulo: Cengage Learning, 2013. STEWART, James. Calculus: Early Transcendentals. 8ª ED. Cengage Learning, 2014 THOMAS, George Brinton; WEIR, Maurice D.; HASS, Joel. Cálculo. Tradução de Thelma Guimarães e Leila Maria Vasconcellos Figueiredo. 11. ed. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2009.