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CASO CLINICO: Sexo masculino, 33 anos, negro, empresário de Porto Nacional Tocantins, procurou UBS com queixa de dores fortes ao urinar, nas costas com direção para o baixo ventre e presença de sangue na urina há cinco dias. Paciente relata que há cerca de 5 dias foi acometido por fortes dores na região dos flancos irradiando para o abdome inferior e testículos, associado a disúria, hematúria, infecção e hipertensão. Paciente hipertenso, nega alergias, relara que sua mãe é hipertensa e diabética. Probabilidades: • IST • Infecção urinária • Cálculo renal • Prostatite: inflamação/infecção da próstata. Geralmente sua causa principal é IST Anamnese: IDENTIFICAÇÃO: ✓ Nome ✓ Idade ✓ Sexo ✓ Estado civil →importante para IST ✓ Cor ✓ Profissão (anterior e atual) ✓ Naturalidade ✓ Procedência ✓ Religião ✓ Escolaridade QPD – QUEIXA PRINCIPAL E DURAÇÃO: ↪ registrar com as palavras do paciente -Dor nas costas há 5 dias HDA - HISTÓRIA DA DOENÇA ATUAL: 1. Tem como objetivo caracterizar da forma mais completa possível a QPD. 2. O HDA é feito de forma narrativa, 3. Uso de termos médicos. 4. Colocar em ordem cronológica – para saber a evolução. 5. Procurar o sinal de alerta (sinal de gravidade, sinal de que alguma doença está em curso) → no caso clinico em questão é a hematúria 6. Faz perguntas relacionadas ao IS do sistema relacionado a QPD. Para analisar um sintoma, deve ser seguido uma linha de questionamento: ✓ Início / duração ✓ Localização ✓ Intensidade ✓ Localização ✓ Irradiação ✓ Fatores desencadeantes ✓ Fatores de melhora ✓ Fatores de piora ✓ Sintomas associados ✓ Evolução (se o paciente tomou remédio) ✓ Situação atual Na HDA deve está registrado quais medicamentos (via de administração, dose, frequência e uso) o paciente faz para tratar a queixa em questão. Além dos exames realizados (tipo e data), sintomas ausentes relevantes para um diagnóstico diferencial e doenças crônicas que sejam relevantes para o quadro atual. Quando existir queixa de dor, devemos aplicar o decálogo da dor: ➔ Inicio ➔ Localização ➔ Intensidade de 0 a 10 0 a 2: leve 3 a 7: moderada 8 a 10: intensa ➔ Tipo de dor: pulsátil ou latejante, em choque, cólica, queimação, constriciva ou aperto, pontada, surda (constante), dolorimento, cãibra. ➔ Irradiação ➔ Duração ➔ Periodicidade ➔ Fatores de melhora ou piora ➔ Fatores associados INTERROGATÓRIO SINTOMATOLÓGICO 1. Queixas relacionadas ao sistema ou parte do corpo da queixa QPD EXAME FÍSICO GERAL: Ectoscopia: ➔ Estado geral: bom, regular, ruim ➔ Fáscies ➔ Coloração da pele: anictérico e acianótico, por exemplo ➔ Mucosas – cor e hidratação ➔ Estado de consciência: vígil, torpor, coma ➔ Orientação tempo e espaço: bem orientado no tempo e espaço; mal orientado no tempo e espaço ➔ Marcha: atípica ou típica (de alguma doença) ➔ Avaliação de edema: localizado ou generalizado (anasarca) ➔ Marchas ➔ Pele Sinais vitais: ➔ FC, FR, temperatura axilar e PA Medidas antropométricas: ➔ peso, altura, circunferência abdominal, relação cintura quadril e IMC EXAME FÍSICO ESPECIAL: Inspeção: ➔ premissas básicas: -Consultório: temperatura, organização dos móveis, iluminação (luz branca), privacidade. -Preparação -Ler prontuário ➔ verificar a pele abdominal • coloração • presença de estrias • manchas hemorrágicas • distribuição dos pelos • diástase de reto – pede-se para o paciente contrair o abdome. • hérnias • procurar manchas, lesões ou cicatrizes ➔ Verificar se há circulação colateral ➔ descrever a cicatriz umbilical: • protrusa ou intrusa ➔ forma e volume do abdome: variam com a idade, sexo e nutrição do paciente • atípico ou normal – simetria e levemente abaulado • plano • escavado: comum em pessoas emagrecidas, geralmente portadora de doença, sobretudo neoplasia maligna. • globoso ou protuberante: aumento do diâmetro A-P (gravidez, ascite, obesidade, hepatoesplenomegalia, obstrução intestinal, tumores) • distendido • gravídico • ventre de batráquio: paciente em decúbito dorsal, predomina o diâmetro transversal sobre o A-P. • avental: recorrente em pessoas obesas, no qual o tecido adiposo cai como avental sobre as coxas • pendular: variante do abdome de avental, resultante da falha na musculatura abdominal, a causa mais comum é a flacidez ➔ verifica se há circulação colateral ➔ verifica-se a presença movimentos • movimentos respiratórios • pulsações: pessoas magras – pulsações da aorta abdominal; hipertrofia do VD – pulsações na região epigástrica; aneurismas na aorta abdominal – pulsações na área correspondente. • movimentos peristálticos visíveis: -normal em pessoas magras -anormais: indicam obstrução intestinal ➔ avaliar a presença de hérnias: verifica-se a manobra de valsava Inspeção dinâmica: ➔ Técnica em que se prende a respiração, e em seguida, é necessário forçar a saída de ar, fazendo pressão. ✓Sinal de Cullen. Equimose periumbilical, resultante de hemorragia retroperitoneal. Pode surgir na pancreatite aguda e na ruptura de gravidez ectópica. ✓Sinal de Gray-Turner. Equimose dos flancos. Pode ocorrer na pancreatite necro-hemorrágica e indica grave comprometimento da víscera. Ausculta: Fornece informações a respeito da movimentação de gases e líquidos no trato intestinal, dados que contribuem na avaliação clínica de um paciente com íleo paralítico ou de oclusão intestinal. ➔ Ruídos hidroaéreos: • produzidos pelo turbilhamento do conteúdo liquido do tubo digestivo, gases, em especial a do estomago e dos cólons. • auscultar 15-20 seg cada quadrante. São classificados em normais/presentes, diminuídos ou aumentados. Frequência ampla variação: 05 a 34 ruídos/min. ➔ Ruídos vasculares: • Originam-se de artérias ou veias abdominais que se encontram em condições hemodinâmicas anormais – dilatações, estenose ou alterações no fluxo. • Na maioria das vezes esses ruídos assumem característica de sopro Percussão: Posição: decúbito dorsal. Contudo em pacientes com ascite são necessárias outras posições. SONS: ✓ Timpânico: indica presença de ar em uma víscera oca, sendo esse som mais nítido no espaço de traube. ✓ Maciço: indica a ausência de ar, observado no fígado, baço e útero gravídico. Ascite, tumores e cistos contendo liquido também tem som maciço. ✓ Submaciço: menor quantidade de ar ou superposição de uma víscera maciça sobre uma alça intestinal. ➔ Identificar massas sólidas ➔ Presença de liquido livre ➔ Sinal de piparote para verificar a presença de liquido na cavidade abdominal ➔ Hepatimetria ➔ Se há aumento esplênico ➔ Se há áreas dolorosas Palpação: ➔ Palpação superficial: Palpar todos os quadrantes Investigam-se: • Sensibilidade -pontos dolorosos Ao comprimir este local, pede-se ao paciente que inspire profundamente - o diafragma fará o fígado descer, o que faz com que a vesícula biliar alcance a extremidade do dedo que está comprimindo a área. Nos casos de colecistite aguda, tal manobra desperta uma dor inesperada que obriga o paciente a interromper subitamente a inspiração. Quando se suspeita de apendicite aguda o ponto de McBurney/ponto apendicular deve ser comprimido, fazendo-se uma pressão progressiva, lenta e contínua, procurando-se averiguar se isso provoca sensação dolorosa. • a resistência da parede • a continuidade da parede abdominal: verificando presença de diástase ou hérnias • as pulsações e o reflexo cutâneo-abdominal. ➔ Palpação profunda: Investigam-se os órgãos contidos na cavidade abdominal e eventuais “massas palpáveis” ou “tumorações” O encontro de órgãos, massas palpáveis ou “tumorações” obriga o examinador a analisar as seguintes características: localização, forma, volume, sensibilidade, consistência, mobilidade e pulsatilidade.A maioria das afecções da região anal, do reto e do sigmoide é facilmente acessível à propedêutica desarmada (inspeção e palpação) e à retossigmoidoscopia. Antes de iniciar o exame, deve-se explicar ao paciente sua natureza e sua importância, para que ele o aceite e colabore na sua realização. Além de uma boa iluminação, é necessário que o paciente esteja em posições específicas. O exame proctológico completo inclui, além de uma história clínica bem feita e do exame geral, as seguintes etapas: ✓Inspeção anoperineal ✓Toque retal ✓Retossigmoidoscopia ✓Outros exames, como o parasitológico de fezes, a pesquisa de sangue oculto nas fezes, o enema opaco e a colonoscopia. Inspeção anoperineal: Região composta pelo períneo (região entre o saco escrotal e o ânus) e ânus. A posição mais adequada é a genupeitoral (Colocar o paciente em posição ventral mantendo ajoelhado com o peito descansando sobre a cama ou mesa de exames. A cabeça fica para um dos lados, repousando sobre o travesseiro), podendo ser adotada também a posição de Sims, que consiste no decúbito lateral esquerdo com a coxa direita fletida em ângulo de 90°. O exame da região anoperineal exige boa iluminação, e o uso de luvas é obrigatório. ➔ À INSPEÇÃO ESTÁTICA: Podem-se encontrar quaisquer das lesões elementares da pele. • anomalias congênitas • plicomas anais (pregas excedentes de pele na margem anal) • escoriações decorrentes do prurido anal • as hemorroidas (dilatação das veias hemorroidárias - veias inchadas e inflamadas no reto e no ânus que causam desconforto e sangramento.) • fissuras (corte/ferimento) • condilomas (verruga genital, geralmente causado por IST) • fístulas (é uma ferida que esse forma entre o final do intestino e a pele do ânus) e as neoplasias. • Cicatrizes • Abscessos perianais • Sangramento • Úlcera • Prolapso retal: protrusão indolor do reto pelo ânus. Um prolapso retal geralmente causado durante o esforço, como durante uma evacuação • Lesões tróficas (neoplasias, pólipos) • Cistos dermoides / teratomas: região sacrococcígea ➔ À INSPEÇÃO DINÂMICA: Solicitar que o paciente realize a manobra de valsalva, para avaliar a existência ou não de prolapso retal, hemorroidas e outros. Solicitar ao paciente que “faça força para baixo” no sentido de exteriorizar hemorroidas internas ocultas, pólipos e prolapso de mucosa retal Palpação ➔ TOQUE ANORRETAL O toque retal ou anorretal é feito com o dedo indicador usando-se luva ou dedeira. Após lubrificar o dedo adequadamente, em geral com vaselina ou xilocaína gel, encosta-se a polpa digital sobre o orifício anal fazendo uma leve compressão no sentido de relaxar e vencer a resistência do esfíncter externo do ânus, introduzindo o dedo com leve movimento de rotação. Geralmente, consegue-se examinar até 10 centímetros além da borda anal. O toque anorretal deve ser realizado obedecendo-se à sistematização apresentada a seguir (canal anal e reto). Canal anal → avalia-se: • Tônus do esfíncter anal (normotônico, hipotônico ou hipertônico) • Sensibilidade (doloroso ou indolor) • Elasticidade (normal, diminuída ou inelástico) • “Tumorações” (trombos hemorroidários, papilas hipertróficas, neoplasias benignas e malignas, abscessos condiloma e pólipos). O toque anorretal doloroso na hipertonia do esfíncter quase sempre indica fissura anal, processos inflamatórios e/ou lesões estenosantes do canal anal (papilites, criptites, neoplasias), além de trombose hemorroidária e abscessos. ✓ Fissura anal: pequeno corte na borda anal e que tem como causas principais a prisão de ventre e fezes muito volumosas e endurecidas O esfíncter hipotônico ocorre nas pessoas idosas, na doença hemorroidária, na ressecção do esfíncter. ➔ Reto A ampola retal normalmente está vazia, tem paredes lisas, depressíveis, ligeiramente móveis e indolores. Parede anterior do reto: No homem, palpam-se a próstata, as vesículas seminais – quando acometidas por processo inflamatório ou neoplásico –, o fundo de saco retovesical e a válvula de Houston inferior. → Na próstata pode ser avaliado: • o tamanho, • a consistência, • assimetria, • nódulos, • áreas dolorosas, • acometimento das vesículas seminais. →Toque retal – carcinoma: presença de nódulo, fixo, consistência pétrea, assimétrico e mal delimitado. Na mulher, palpam-se a parede retovaginal, o colo uterino, o corpo do útero, o fundo de saco de Douglas e a válvula de Houston inferior. O encontro de abaulamento do fundo de saco de Douglas, na mulher, ou do fundo retovesical, no homem, torna possível o diagnóstico precoce da ascite e, quando se apresentam dolorosos, sugerem a presença de abscesso, anexite e apendicite, bem como outros processos inflamatórios dos órgãos e estruturas pélvicas. Ao toque das faces laterais e posterior da parede retal, devem-se procurar pontos dolorosos, abaulamentos e tumorações, os quais podem denunciar a ocorrência de processos inflamatórios (abscessos, osteomielite do sacro), fratura do cóccix e coccidinia (dor no cóccix) por fibrosite deste osso e neoplasias benignas e malignas desta região. ÓRGÃOS GENITAIS MASCULINOS ➔ Lesões penianas. Úlceras, vesículas (herpes, sífilis, cancro mole). ➔ Nódulos nos testículos. • Tumor • Varicocele - dilatação anormal das veias testiculares, principalmente após esforço físico. ➔ Distúrbios miccionais. ➔ Dor. Testicular; perineal; lombossacra; características semiológicas. ➔ Priapismo. Ereção persistente, dolorosa, sem desejo sexual. ➔ Hemospermia. Presença de sangue no esperma. ➔ Corrimento uretral. Aspecto da secreção. ➔ Disfunções sexuais. • Disfunção erétil; • ejaculação precoce; • ausência de ejaculação, • anorgasmia – incapacidade de chegar ao orgasmo mesmo com estimulo sexual • diminuição da libido, • síndromes por deficiência de hormônios testiculares (síndrome de Klinefelter, puberdade atrasada). ✓Promoção da saúde. Autoexame testicular; último exame prostático ou PSA; uso de preservativos. 1. explicar o procedimento ao paciente 2. lavar as mãos e inserir as luvas 3. inspeção da região anoperineal 4. lubrificar o dedo e a região anal (palpar ao redor) 5. sentir o relaxamento do esfíncter (encosta-se a polpa digital sobre o orifício anal fazendo uma leve compressão no sentido de relaxar e vencer a resistência do esfíncter externo do ânus). 6. Inserir o dedo e sentir o tônus 7. Analisar as paredes do reto (360º) → procurar lesões 8. Localizar a próstata (tópica ou atópica) 9. Identificar a superfície (liso ou enrugado) → consistência da próstata normal é fibroeslástica 10. Estimar o tamanho (polpa digital) aproximadamente 3 cm → verificar se há simetria entre os lobos 11. Estimar o peso (se normal: 25 a 30g) 12. Avaliar as luvas (se há sangue ou fezes) 13. Retirar as luvas e lavar as mãos *Vale lembrar que no início do exame também pode ser verificado o reflexo anal, que consistem em pressionar o esfíncter e, em seguida soltar o dedo, esperando o fechamento do ânus. Conclusões – aula prática: • Próstata normal • Hiperplasia uni/bilateral (especificar o lobo) • Enrugado: sugestivo de carcinoma prostático • Obstrução da luz intestinal; ex: presença de fecaloma HDA: alterações miccionais. Capacidade de armazenagem da bexiga: 400 a 600 ml. Pessoa adulta elimina de 0,8 a 2,5L de urina. Assim, ocorrem 2 a 4 micções por dia. ALTERAÇÕES DO JATO URINÁRIO: ➔ hesitação – demora para iniciar a micção → manifestado comumente por esforço ao urinar e diminuição da força do calibre do jato urinário ➔ retenção urinária – incapacidade de a bexiga esvaziar parcial ou completamente. Diferente da anúria, que a bexiga encontra-sevazia por interrupção do funcionamento renal essa condição pode ser desencadeada por bexigoma. Crianças → pode ser ocasionada por cálculo vesical no colo da bexiga ou na uretra, estenose da uretra ou do meato uretral externo, fimose cerrada acompanhada de balanopostite, válvula da uretra posterior ou por disfunção neurovesical. Adolescentes e adultos jovens → causas mais comuns são inflamação da glândula de Cowper de etiologia blenorrágica, prostatite, abscesso prostático, polirradiculoneurite, traumatismos uretrais ou da medula espinal. Idosos → possibilidade de crescimento prostático, benigno ou maligno, esclerose múltipla, uso de medicamentos anticolinérgicos, anti-histamínicos, tranquilizantes (ansiolíticos), antidepressivos ou relaxantes da musculatura lisa. ➔ Incontinência urinária: na incontinência urinária verdadeira o paciente elimina urina sem perceber, quase continuamente. Isso é observado nas formas completas, na epispadia e em lesões raquimedulares. Relaciona-se ao esfíncter da uretra ou do assoalho pélvico: pode ser continua ou intermitente; esforço ou de urgência; paradoxal; transbordamento (bexiga cheia escapa um pouco). ALTERAÇÕES DO VOLUME E DO RITMO URINÁRIO: Alterações do volume e do ritmo urinário ➔ Oligúria: Oligúria é uma diurese inferior a 400ml/dia. ➔ Anúria: Diurese é inferior a 100ml/dia. ➔ Poliúria: Volume urinário acima de 2,5L/dia. ➔ Disúria: Sensação de dor, queimor ou desconforto ao urinar. Ocorre na cistite, prostatite ou uretrite. ➔ Urgência: É a necessidade súbita e imperiosa de urinar, podendo haver o esvaziamento involuntário da bexiga. ➔ Polaciúria: Quando a necessidade de urinar ocorre várias vezes, com intervalo menor que 2h entre as micções, sem que haja concomitantemente o aumento do volume urinário. ➔ Noctúria ou nictúria: É quando o ritmo da diurese se altera, ocasionando a necessidade de se esvaziar a bexiga durante a noite. ALTERAÇÕES DA COR DA URINA: ➔ Hematúria: Presença de sangue na urina, podendo ser macro ou microscópica, ou seja, visível a olho nu ou só detectada ao exame microscópico. ➔ Hemoglobinúria: Presença de hemoglobina livre na urina, condição que acompanha as crises de hemólise intravascular (malária, leptospirose, transfusão sanguínea incompatível, icterícia hemolítica). ➔ Mioglobinúria: Resulta da destruição muscular por traumatismos ou queimaduras ➔ Porfirinúria: Consequência da eliminação de porfirinas ou de seus precursores, os quais produzem coloração vermelho- vinhosa da urina, algumas horas depois da micção. *porfirinas: são precursoras do grupo heme, que está presente na hemoglobina e em outras proteínas. ➔ Colúria É a coloração escura da urina devido à eliminação de bilirrubina ➔ Proteinúria: Aspecto de urina espumosa, devido à presença de proteína na urina, geralmente, a albumina. ➔ Fecalúria Presença de fezes na urina. Geralmente ocorre em fístula, que é uma conexão anormal, um canal, entre duas estruturas não normalmente conectadas – seja por problema cirúrgico ou doenças inflamatórias intestinas (doença de crohn) ➔ Pneumatúria Ar na urina (diferencia-se da urina espumosa pois parece “água com gás”. Causado por: fistula, infecção urinária (bactérias produzem gás) ➔ Piúria – pus no xixi ➔ Alteração da cor por conta de alimentação ou medicamentos ALTERAÇÕES DO CHEIRO DA URINA: O cheiro sui generis da urina decorre da liberação de amônia. Um simples aumento da concentração urinária pode determinar cheiro desagradável. Vários medicamentos podem modificar o cheiro da urina, destacando-se as vitaminas e os antibióticos. Porém, fetidez propriamente dita surge nos processos infecciosos, pela presença de pus ou por degradação de substâncias orgânicas. GRANDES SÍNDROMES: • Síndrome obstrutiva: causa → gotejamento terminal, hesitação, retenção urinária, diminuição do jato, esforço miccional, • Síndrome irritativa: disúria, estrangulia (dor geralmente é no final da micção), polaciúria. • Infecção uretral – corrimento Função sexual: ✓ Alteração de ereção • Disfunção erétil: incapacidade de conseguir obter e manter uma ereção do pênis suficiente que possibilite uma atividade sexual • Priapismo: Ereção dolorosa, prolongada, involuntária, na ausência do estimulo sexual ✓ Alterações - orgasmos • Anejaculação: não ejaculação • Ejaculação retrógrada: ao invés do sêmen sair para a uretra ele vai para dentro da bexiga (comum em sintomas obstrutivos) • Ejaculação precoce: quando o homem ejacula no momento indesejado • Anorgasmo: sem orgasmo ✓ Alterações do sêmen: • Hemospémia / hematospermia: sangue no esperma (geralmente ocorre na relação sexual mais intensa) • Pioespermia: quando tem pús • Alteração nos espermatozoides 1. Teratospermia 2. Ozospermia 3. Oligoespermia 4. Ostenozospermia 5. Teratospermia ✓ Alterações na fertilidade Interrogatório sintomatológico: Sistemas que apresentam frequentemente alterações na função urológica: ✓ IS do sistema nervoso ✓ IS do sistema circulatório ✓ IS do sistema endócrino → pacientes com diabetes e outras doenças relacionam-se com o sistema urológico Antecedentes pessoais: ✓ Hábitos de vida ✓ Condições socioeconômicas ✓ IST ✓ Doenças genéticas ✓ Cirurgias prévias ✓ Alergias ✓ Uso de medicamentos ✓ Transfusões sanguíneas (HIV pode dar disfunção erétil; ✓ Drogas → podem dar disfunção erétil ✓ Diálises ✓ Internações prévias ✓ Tabagismo e alcoolismo → relacionados a disfunção erétil Antecedentes sexuais: parceiros sexuais, opção sexual, métodos de barreira, história do trauma. Antecedentes familiares: Câncer de próstata → paciente com parente do 1º com câncer de próstata tem 2x mais chances de ter Malformações congênitas → síndrome de tunner, klinefelter, fibrose cística Doenças crônicas →HAS, DM2 Exame físico: EXAME FÍSICO GERAL: Ectoscopia: Exame urológico: Inspeção estática: ✓ Região inguinal D e E, hipogástrio, pênis, escroto e face interna das coxas ✓ Verifica-se a inspeção geral Abaulamento Deformidade Cicatrizes Tumorações Malformações Circulação colateral → quando se tem obstrução venosa eles se anastomosam com outras veias, ocasionando a circulação colateral. --obstrução da veia porta: padrão portal --obstrução da VCI Pele → verifica-se as características gerais Lesões elementares ✓ Pênis Prepúcio Glande ✓ Escroto: Formato Grau de enrugamento Inspeção dinâmica: Deitado: ✓ Completar a inspeção estática ✓ Completar a inspeção dinâmica ✓ Palpação Rim → decúbito dorsal (método devoto); decúbito lateral (método de israel) Bexiga Região inguinal (com e sem valsava) Pênis -Expõe a glande → higiene, inflamações presentes, pele, palpa a glande para saber se tem alguma anormalidade, analise do óstio esterno da uretra Escroto: --palpa-se os testículos, verifica se tem dor Epidídimo Ducto deferente: tem aspecto de “macarrão cru” Anel inguinal → para verificar a presença de hérnia. Essa palpação é feita sem valsava e com valsava. Reflexo cremastérico: pega-se algo mais pontudo e faz estímulos na face medial da coxa fazendo os músculos cremastéricos elevarem, elevando os testículos. ✓ Percussão: Bexiga urinária ✓ Auscuta: Dos vasos abdominais → Para verificar se tem sopro abdominal GENITÁLIA INTERNA: Posições → posição inclinada prona, genitopeitoral, de sims, litotomia. ✓ Exame do períneo Inspeção estática Inspeção dinâmica: --pede para o paciente fazer valsava, para verificar perda de fezes, gases etc. ✓ Toque retal: Tônus do esfíncter Exame do canal anal Exame da próstata Quando se tem suspeita de prostatite é evitado o toque retal, pois pode fazer com que os microrganismos se espalhem podendo causar uma sepse. ✓ Toque bimanual Toque retal e a outra mão pressionandoa região suprapúbica → para verificar a bexiga consulta urológica: • Atendimento paciente pediátricos, geriátricos, homens e mulheres • Conversa sobre sexualidade • Paciente deve se sentir à vontade • A parceira ou parceiro sexual estarão presentes na consulta. • Opção sexual deve ser definida para uma abordagem epidemiológica • No transexualismo, usar o nome social • Ambiente propicio para o exame físico. Afecções mais frequentes dos órgãos: ➔ Infantilismo. Órgãos genitais internos e externos menores do que o esperado em relação à idade, ou seja, é um adulto com genitália infantil. Decorre geralmente de hipopituitarismo, falta dos hormônios responsáveis pelo desenvolvimento sexual. ➔ Virilismo. É o contrário do infantilismo, ou seja, uma criança com genitália de adulto, podendo inclusive apresentar ejaculação. Ocorre nos tumores das suprarrenais, da hipófise e do assoalho do terceiro ventrículo, nos quais há excesso de produção de andrógenos. ➔ Estados intersexuais. Nestes casos, a genitália é dúbia, pois há órgãos sexuais externos e internos rudimentares de ambos os sexos, dificultando a determinação do sexo. Existem várias como o hermafroditismo verdadeiro, o pseudo- hermafroditismo masculino e feminino (síndrome do testículo feminilizante e síndrome de Klinefelter). ➔ Fimose. A característica principal é a impossibilidade de se retrair o prepúcio para trás da glande pelo fato de ser o anel de abertura do prepúcio menor que ela. ➔ Prepúcio exuberante. Nesta condição o anel é amplo, permitindo a livre passagem da glande. O retorno do prepúcio à posição anterior também se faz com facilidade. O que chama a atenção do paciente ou de seus pais é o excesso de prepúcio, facilmente constatável à inspeção. ➔ Parafimose. Quando o anel fimótico permite com dificuldade a exteriorização da glande, pode formar uma constrição no nível do sulco balanoprepucial, dificultando a circulação linfática de retorno que leva a um intenso edema da glande e do prepúcio situado anteriormente. Deixando-se evoluir espontaneamente pode chegar à necrose destes tecidos, mas raramente ocorre gangrena deles. ➔ Balanite e balanopostite. Inflamação da glande (balanite) e da glande e do prepúcio (balanopostite) podem ter causas variadas. Na maioria dos pacientes estão relacionadas com condições higiênicas precárias. Diabetes é uma condição clínica predisponente. Caracteriza-se por hiperemia intensa, edema e ulcerações rasas, com secreção purulenta e odor fétido. ➔ Hipospadia. É uma deformidade congênita na qual a uretra se abre na face ventral do pênis, fora de sua posição normal, porém, ao longo do seu trajeto. As hipospadias classificam-se, de acordo com o local de abertura da uretra, em: • Balânicas: no sulco balanoprepucial • Penianas: no corpo do pênis • Penoescrotais: no ângulo penoescrotal • Escrotais: no nível do escroto • Perineais: no períneo. ➔ Epispadia. É uma anomalia congênita na qual a uretra se abre na face dorsal do pênis, separando os dois corpos cavernosos. Geralmente, acompanha-se de incontinência urinária. ➔ Extrofia da bexiga. Deformidade congênita em que não há o fechamento da parede anterior do abdome, havendo diástase dos retos abdominais e da sínfise púbica. Em decorrência disso, a bexiga não se fecha, sua parede posterior (face interna da bexiga) fica exposta e determina o aparecimento dessa deformidade. ➔ Secreção peniana. A secreção peniana é um fluxo contínuo ou intermitente de líquido da uretra. Pode ser serosa, purulenta ou sanguinolenta. A secreção sanguinolenta está associada a uretrite, neoplasia e ulceração. A purulenta indica uretrite gonocócica ou prostatite crônica. ➔ Uretrite. É o processo inflamatório da uretra. Caracteriza-se por secreção uretral purulenta, abundante nos casos agudos, e discreta (gota matutina) nos casos crônicos. A etiologia mais comum é a gonocócica. Nestes casos, a secreção é purulenta, de cor verde-amarelada, acompanhada de disúria. Dentre as uretrites não gonocócicas destacam-se as provocadas por Chlamydia, Ureaplasma urealyticum e papilomavírus humano. ➔ Estenose da uretra. Consiste na diminuição da luz da uretra e pode ser: • Congênita: com estreitamento do meato uretral • Adquirida: após traumatismo ou infecção blenorrágica. A cicatrização da lesão uretral leva a uma diminuição de sua luz. O diagnóstico é feito pela palpação da uretra em cujo trajeto o examinador percebe um aro condutor endurecido que corresponde à fibrose cicatricial. ➔ Fístula uretrocutânea. Nos portadores de estenose de uretra não tratada, o esforço para urinar leva ao extravasamento de urina para o espaço periuretral, formando um abscesso que se rompe para o meio externo. Por esse trajeto passa a correr urina, constituindo uma fístula uretrocutânea, cujo diagnóstico pode ser feito pela inspeção. ➔ Enduração plástica do pênis ou doença de Peyronie. É uma fibrose idiopática dos corpos cavernosos e do septo que os separa. Acompanha-se de dor durante a ereção e encurvamento do pênis, impedindo, às vezes, o ato sexual. É diagnosticada pela palpação dos corpos cavernosos (presença de nódulos fibrosos) ➔ Aumento da bolsa escrotal. As tumefações da bolsa escrotal podem estar relacionadas com o aumento do testículo ou do epidídimo, hérnia, varicocele, espermatocele ou hidrocele. O aumento testicular pode resultar de inflamação ou neoplasia. Na maioria das vezes, o aumento é unilateral. Quando a tumefação é dolorosa a causa é inflamação aguda do epidídimo ou testículo, torção do cordão espermático ou hérnia estrangulada. ➔ Edema da bolsa escrotal. Nada mais é do que o acúmulo de líquido no interstício do escroto. Pode ser observado nas síndromes edematosas (anasarca) e nos quadros alérgicos. ➔ Elefantíase. Quando ocorre edema crônico dos órgãos genitais (pênis e escroto), principalmente nos casos de filariose ou após esvaziamentos ganglionares extensos das regiões inguinais, a retenção de líquido é constante e estes órgãos assumem proporções enormes. ➔ Orquite aguda – infecção dos testículos O testículo fica doloroso, hipersensível à palpação e edemaciado, e a bolsa escrotal pode ficar avermelhada; uma causa frequente é complicação de caxumba. ➔ Epididimite. É o processo inflamatório do epidídimo e se caracteriza por aumento do volume deste órgão, calor local, rubor e dor intensa. Muitas vezes, fala-se em orquite ou orquiepididimite (aumento do epidídimo e do testículo). ➔ Varicocele. São varizes (veias dilatadas) do plexo pampiniforme que envolve o cordão espermático. São mais comuns do lado esquerdo, no qual a veia espermática é tributária da renal e não tem válvulas. No lado direito, a veia espermática deságua na cava. Toda vez que se constata varicocele direita, deve-se procurar um tumor retroperitoneal. ➔ Hidrocele. É o acúmulo de líquido na túnica vaginal, líquido este produzido pela própria túnica. À palpação, percebe-se uma tumoração cística, que não se consegue reduzir por meio de manobras. O exame que permite reconhecê-la é a transiluminação. Quando se incide um feixe de luz no tumor, se for hidrocele, a luz a transilumina; diz-se, então, que a transiluminação é positiva. ➔ Cisto do cordão. Neste caso o líquido é produzido pelos folhetos do conduto peritoniovaginal septado pelos anéis de Ramoneck. A transiluminação é positiva. Pode ser chamada de hidrocele do cordão espermático. ➔ Hematocele do escroto. É a coleção de sangue na túnica vaginal do testículo. Geralmente, a causa é um traumatismo. A transiluminação é negativa nesta afecção. ➔ Neoplasia do testículo. É caracterizada pelo aumento indolor do testículo, que, à palpação, apresenta-se extremamente endurecido. Há também aumento da vascularização do escroto. A transiluminaçãoé negativa. ➔ Hérnia inguinoescrotal. É a descida do conteúdo intestinal através do canal inguinal até a bolsa escrotal, levando a um aumento do volume deste órgão. A consistência é mole, a tumoração diminui no decúbito dorsal e é reduzida por manobras; a transiluminação é negativa. ➔ Criptorquidia. É a ausência, na bolsa, de um ou ambos os testículos, os quais se localizam em um ponto qualquer do seu trajeto normal de descida (cavidade abdominal ou canal inguinal) até a bolsa escrotal. Não se deve confundir com ectopia testicular ➔ Ectopia testicular. O testículo não se encontra na bolsa e se aloja fora do seu trajeto normal de descida (períneo, coxa, retropúbico) Semiologia urológica: ✓ Dor: renal, ureteral, vesical, prostática, peniana, testicular ✓ Sintomas das vias urinárias: síndrome irritativa, síndrome obstrutiva, incontinência, enurese. ✓ Exame da genitália externa: inspeção, palpação ✓ Exame da região inguinal ✓ Toque retal *Paciente do caso clínico: presença de abaulamento na região inguinal direita, ausência de lesões elementares, sem sinais de rarefação Deve-se inspecionar o pênis e a bolsa escrotal, observando se o paciente é circuncisado (retirada cirúrgica do prepúcio), o tamanho do pênis e do escroto e se há lesões. Se houver corrimento peniano, o examinador deve observar suas características: contínuo ou intermitente, purulento ou sanguinolento. O exame dos genitais internos (próstata e vesículas seminais) é feito pelo toque retal. 1. Pede para o paciente retirar a roupa e ficar só de cueca, (seja em outra sala, ou na mesma sala que ele estiver, contanto que o médico o deixe só nesse momento) e oferecer um avental. 2. Médico explica que como o paciente está de pé e maior parte do exame será deitado, será preciso que ele retire o avental e baixe a cueca para ver se tem hérnia (ainda com o paciente em pé) 3. Faz-se a inspeção estática (verifica-se se tem algum abaulamento visível) e dinâmica (pede-se para fazer a manobra se valsava), da região inguinal direita e esquerda. Na aula prática → Ausência de abaulamentos na região inguinal bilateral (D e E), na região femoral e no escroto 4. Pede-se para o paciente deitar na maca, e o médico fica ao lado direito do paciente. 5. Paciente é coberto por um lençol 6. Região inguinal, hipogástrio, anterior medial da coxa bilateral 7. Complementa-se a inspeção estática: -Verifica -se a inspeção geral: ✓ Abaulamentos ✓ Deformidades ✓ Retração ✓ Tumoração -Inspeção da pele: ✓ Coloração ✓ Umidade ✓ Temperatura ✓ Presença de lesões elementares (importante pois pode ser indicativos de IST e câncer) -Inspeção dos pelos: ✓ Distribuição Rarefação dos pelos → hipogonadismo, hepatopatia crônica -Inspeção do pênis e testículos: ✓ Verifica-se o tamanho e se há deformidades no pênis. ✓ Verifica se o prepúcio (se tem fimose ou parafimose) se há sinais flogísticos (comum nos casos de balanopostite) se tem fissuras. ✓ Verifica-se a uretra: localização, se há secreção (se há o estreitamento do óstio externo da uretra) ✓ Verifica-se o tamanho do escroto, a presença de enrugamento nele, a forma. ✓ Pode ser feito a inspeção dinâmica com o paciente deitado novamente (pede-se a manobra de valsava) Palpa-se a região a inguinal para verificar se há abaulamento ou não Verifica se há linfonodos palpáveis na região inguinal Verificar dores, tumorações, palpar o pênis para verificar se tem dor ou nódulos. Palpação começa da raiz do pênis, depois pressiona o prepúcio e expõe a glande (analisar a glande e o sulco balanoprepucial – presença das glândulas, verificar a higiene). Após isso verifica-se a uretra (se há epispadia ou hipospadia). Além disso deve ser feita a medição do pênis (da sínfise púbica até a glande) Palpa-se o escroto segurando igual uma “tesoura” para os testículos não saírem (sente-se a consistência, se há dor ou presença de nódulo). Palpa-se a cabeça do epidídimo na parte póstero-superior do epidídimo. Palpa- se o ducto deferente, no funículo espermático. *orquidômetro: usado por pediatras, na avaliação do desenvolvimento testicular, e por Urologistas, para prevenção de câncer testicular. No exame 1: A palpação no funículo espermático, presença de conteúdo aumentado, sugestivo de varicocele. No exame 2: a palpação de escroto presença de aumento de volume do testículo que se apresenta de uma consistência aumentada, além da presença de um nódulo palpável de 1 cm, de consistência endurecida, indolor, de superfície lisa, localizada no polo inferior do testículo esquerdo. Ademais, existe uma pápula hiperêmica, com superfície irregular, aréas de ulceração, de aproximadamente 1 cm, localizado na superfície lateral esquerda da glande a 3 horas. No exame 3: a inspeção estática do escroto, presença de aumento do volume testicular esquerdo. Além de, à palpação presença de líquido na cavidade vaginal (entre a lâmina parietal e visceral da túnica vaginal), sugestivo de hidrocele. No exame 3: à inspeção aumento do volume do testículo esquerdo e a palpação verifica-se aumento do testículo e do epidídimo, sugestivo de orquiepididimite – inflamação no testículo e no epidídimo (tem como causa: uretrite, gonorreia; consequência: infertilidade). No exame 4: presença de uma alça intestinal dentro da bolsa escrotal → hérnia inguinoescrotal Avaliação da pelve feminina mediante inspeção estática e dinâmica, toque vaginal simples ou bimanual e exame especular, além do teste de Schiller e do ácido acético. O 1º exame ginecológico pode ser feito desde o nascimento, na avaliação das anomalias congênitas, como genitália ambígua, hímen e ânus imperfurados, e em qualquer fase da vida da mulher. Na criança, é realizado para avaliar vulvovaginites, presença de corpos estranhos, sangramentos e violência sexual. Na adolescência, o exame ginecológico deve estar focado no início da atividade sexual, mediante rastreamento e orientação sobre IST, contracepção e prevenção do câncer, além de ser um recurso no diagnóstico diferencial das alterações menstruais. Já na mulher adulta e em pós-menopausa, o exame dos órgãos genitais tem como alvo a prevenção e o diagnóstico de diferentes afecções. O exame é realizado na posição ginecológica / litotômica ou talha. Inspeção estática • Avaliar a distribuição dos pelos • Presença de ectoparasitas • Presença de tumorações • Verificar o trofismo labial e vestibular • Analisar a glândula de bartholin Avaliação da pilificação, principalmente do monte de Vênus, da região perineal, da raiz das coxas e da região anorretal, à procura de rarefação ou ausência dos pelos, como ocorre em pacientes na pós-menopausa ou com síndromes associadas à insensibilidade aos androgênios, como a síndrome de Morris (pseudo-hermafrodita masculino – ausência de pelos pubianos), e também o contrário, do aumento dos pelos – hirsutismo- que pode ser constitucional ou representar aumento de androgênio decorrente de distúrbios dos ovários ou das suprarrenais. Avaliação da morfologia e do trofismo dos grandes e pequenos lábios, que podem estar alterados na dependência do nível de estrogênio endógeno ou exógeno presente. Na infância, os grandes lábios estão mais evidentes do que os pequenos, em virtude da não estimulação estrogênica. Após a menarca (primeira menstruação) e com a puberdade, ocorre o aumento da produção de hormônios sexuais, propiciando a maturação da genitália feminina, estimada pela escala de Tanner. Na pós-menopausa, os grandes lábios atrofiam- se novamente, dando a impressão de que os pequenos lábios são maiores. As glândulas de Bartholin, responsáveis pela lubrificação vaginal, estão localizadas entre 4 e 8 h, e não sãopalpáveis quando normais; mas, quando inflamadas, é possível que cresçam formando uma tumoração no introito vulvar indicativa de bartholinite. Na avaliação do hímen, observam-se integridade e morfologia. A membrana himenal apresenta-se em várias configurações, como anular, fimbriada, cribriforme e imperfurada. O períneo ou corpo perineal compreende o espaço entre a fúrcula vaginal e o ânus; na sua avaliação, descrever a presença de rupturas advindas de partos, lesões da pele e de processos infecciosos ou inflamatórios. Inspeção dinâmica Na inspeção dinâmica, solicita-se à paciente que realize movimentos que aumentem a pressão abdominal, tornando evidentes as distopias genitais (localização anômala de um órgão). A manobra de Valsalva baseia-se no ato de tossir ou soprar no dorso da mão, para avaliar se ocorre procidência do útero, abaulamento das paredes vaginais ou perda de urina. As distopias são reflexos do enfraquecimento das estruturas que formam o assoalho pélvico. Quando ocorre a procidência da parede vaginal anterior, chamamos de cistocele (“bexiga caída”) e, quando é da parede posterior, de retocele. O prolapso de órgãos pélvicos ocorre quando os músculos e ligamentos pélvicos ficam enfraquecidos e incapazes de manter os órgãos pélvicos no lugar. Prolapso genital, conhecido popularmente como bexiga caída, é um distúrbio provocado pela perda de sustentação não só da bexiga urinária, mas também de órgãos como a uretra, útero, intestino, reto e segmentos vaginais por causa da fragilidade dos músculos que constituem o assoalho pélvico. Exame especular Utiliza-se o espéculo de Collins, articulado e disponível em três tamanhos. O espéculo deve ser introduzido com uma angulação de 45° para se desviar do meato uretral; posteriormente, é colocado de tal forma que as paredes anterior e posterior sejam deslocadas. Inicia-se com a inspeção das paredes vaginais, observando seu trofismo, que reflete a ação do estrogênio sobre este tecido. Nas pacientes na menacme, as paredes vaginais encontram- se rugosas e úmidas, e na pós-menopausa, lisas e secas. A presença de secreções vaginais e seu aspecto também devem ser relatados. Uma secreção clara, cristalina e límpida é considerada fisiológica. Representa a produção normal das glândulas da endocérvice e do vestíbulo vulvar. Se secreção anormal for identificada, deve ser avaliada quanto a volume, cor, consistência e odor. O pH da secreção normal é inferior a 4,5; um pH elevado pode ser atribuído a infecção (p. ex., vaginose bacteriana) ou substâncias exógenas. Quando esta secreção apresenta-se com colorações diferentes, como esverdeado, amarelado, acinzentado e branco, provavelmente está presente algum patógeno. Deve-se conferir atenção à avaliação dos fundos de saco vaginais, principalmente se houver abaulamentos, que podem indicar a presença de tumoração pélvica, ou coleção intra-abdominal, como sangue ou pus. Na avaliação do colo do útero é importante relatar a localização, a morfologia, o tamanho e o aspecto do orifício do colo do útero. Esses dados nos guiam para a realização de diagnósticos diferenciais. O colo do útero, por exemplo, pode estar desviado para um dos lados, em razão da presença de um tumor ovariano ou mesmo de um grande mioma que esteja desviando o corpo do útero. Seu tamanho é um relato importante, principalmente na obstetrícia, na qual o colo passa por processos plásticos, durante um trabalho de parto, perdendo espessura e aumentando a dilatação do seu canal, para possibilitar a passagem do feto. O colo do útero também pode ser acometido pelo câncer, uma das patologias malignas ginecológicas mais agressivas se não diagnosticadas precocemente. Com o objetivo de prevenir essa doença, no momento do exame especular, faz-se a coleta de material para o exame de Papanicolaou, conhecido como citologia oncoparasitária. Realizam-se também os testes do ácido acético e de Schiller (lugol) O exame de Papanicolau está indicado em todas as pacientes de 25 a 60 anos, ou que já tiverem iniciado a vida sexual antes desta faixa de idade, uma vez por ano, e após dois exames anuais normais consecutivos negativos, a cada 3 anos. Cuidados antes do exame: ➔ a paciente não deve utilizar ducha durante 48 h, ➔ deve evitar relações sexuais nos 2 dias anteriores à coleta ➔ não usar cremes vaginais nos 7 dias precedentes ao exame. O exame deve ser feito com coleta dupla, por meio de espátula de Ayres e escova endocervical. O acondicionamento do material para citologia pode ser feito tanto em lâminas como em meio líquido. O teste do ácido acético é realizado por meio do embrocamento do colo do útero com solução de ácido acético a 5%. A região que corar é considerada acetorreagente e representa uma área de intensa atividade nuclear com maior teor proteico. O teste de Schiller é realizado com o embrocamento do colo do útero com lugol 3 a 5%. O lugol cora o glicogênio, tornando escuras as células normais dos epitélios vaginal e cervical. As lesões não coradas são consideradas Schiller positivo e lugol negativo. As áreas rastreadas que ficaram acetobrancas ou pálidas após o teste de Schiller serão as escolhidas para a realização de biopsia. Lembrar que, quando se encontra uma tumoração visível no colo do útero, realiza-se direto a biopsia, sem a necessidade de exames de rastreamento. Toque bimanual No exame do toque vaginal, são avaliados a vagina, o colo do útero, os anexos e o fundo de saco posterior (saco de Douglas). É realizado mediante introdução dos dedos indicador e médio da mão dominante. Deve-se lembrar de utilizar lubrificantes na luva para facilitar o exame. Com a mão abdominal, auxilia-se a varredura dos órgãos pélvicos comprimindo a parede abdominal com o intuito de aproximá-los do toque vaginal. Na avaliação do colo e do corpo do útero, observar a posição (anteroversofletido, retroversofletido, medianizado ou lateralizado), o tamanho, a forma, a simetria, a mobilidade e a consistência. Os anexos são verificados quanto a tamanho, mobilidade e dor; quando se encontra uma tumoração, deve-se acrescentar localização, consistência e textura. Os ovários são palpáveis em mulheres na menacme (idade fértil – entre a puberdade e a menopausa), magras e que auxiliam no exame. Na pós-menopausa, os ovários são palpáveis em apenas 30% das pacientes, sendo que estas requerem uma investigação mais detalhada, embora na maioria dos casos haja uma doença benigna. As trompas não são palpáveis no exame normal, mas podem ser encontradas, quando acometidas por processos inflamatórios ou neoplásicos. Em geral, o exame bimanual tem uma sensibilidade inferior a 60%, na detecção de massas anexiais ou para distinguir massas benignas de malignas. Toque retal Utilizado em ginecologia para a avaliação dos paramétrios ou, quando não for possível o exame vaginal, como nos casos de crianças e pacientes virgens. O exame deve ser realizado na posição ginecológica, para melhor palpação dos paramétrios ou de massas pélvicas. As principais indicações são tumorações pélvicas e câncer do colo do útero. Nas tumorações pélvicas, este exame auxilia na diferenciação da origem do tumor e, no câncer do colo, ele faz parte do estadiamento da doença. VALE LEMBRAR! Além do exame ginecológico apurado e bem feito, o ginecologista dispõe de vários exames complementares, incluindo colposcopia, histeroscopia, ecografia, tomografia, ressonância, biopsias, culturas de secreções, entre outros. Deve-se lembrar, porém, que a indicação desses exames está diretamente vinculada à qualidade do exame clínico. Afecções vulvares ➔ Lesões ulceradas: O herpes genital é uma IST causada pelo herpes-vírus humano, no qual há aparecimento de lesões vesiculares que, em poucos dias, transformam-se em pequenas úlceras, precedidas de ardência, pruridoe dor. ➔ Câncer de vulva. O câncer de vulva atinge mulheres entre 65 e 75 anos de idade. O principal sintoma é o prurido que, em geral, está presente há meses ou anos antes de a paciente procurar o médico. Outras queixas são: tumor vulvar, dor, ardor e sangramento. As doenças benignas e malignas da vulva apresentam a mesma sintomatologia. ➔ Uretrite gonocócica. Transmitida sexualmente. O sintoma mais precoce é uma sensação de prurido na fossa navicular que vai se estendendo para toda a uretra. Após 1 a 3 dias surge disúria, seguida por corrimento, inicialmente mucoide, que, com o tempo, vai se tornando, mais abundante e purulento. Uretrite não gonocócica (UNG). O corrimento é geralmente mucoide e discreto, e a disúria é leve e intermitente. A transmissão é pelo contato sexual. Afecções vaginais ➔ Vulvovaginites (leucorreias). É toda manifestação inflamatória e/ou infecciosa da vulva, vagina e ectocérvice. Muitas vezes é assintomática. ➔ Vaginose bacteriana. Caracterizada por corrimento vaginal branco- acinzentado, de aspecto fluido ou cremoso, algumas vezes bolhoso, com odor fétido, mais acentuado após o coito e durante a menstruação. Dispareunia é pouco frequente. *dispareunia = dor genital durante a relação sexual. Cerca de 50% das mulheres com vaginose bacteriana são assintomáticas. ➔ Candidíase vulvovaginal. Os sinais e sintomas dependerão do grau de infecção e da localização do tecido inflamado e incluem: prurido vulvovaginal de intensidade variável (principal sintoma); ardor ou dor à micção; corrimento branco, grumoso, inodoro e com aspecto caseoso; hiperemia, edema vulvar, fissuras e maceração da vulva; dispareunia; fissuras e maceração da pele e vagina e colo recobertos por placas brancas ou branco-acinzentadas, aderidas à mucosa. ➔ Tricomoníase. É uma IST e manifesta-se clinicamente por: corrimento abundante, amarelado ou amarelo-esverdeado, bolhoso; prurido e/ou irritação vulvar; dor pélvica (ocasional); disúria e polaciúria; hiperemia da mucosa e com placas avermelhadas (colpite difusa e/ou focal). ➔ Bartholinite. O diagnóstico de infecção da glândula de Bartholin é geralmente clínico. O quadro é típico com massa amolecida uni ou bilateral no terço inferior do introito vaginal, entre o vestíbulo e o grande lábio. A flora é geralmente mista, mas alguns patógenos específicos, como o gonococo, podem ser encontrados. Não se deve confundir com o cisto de Bartholin, que também é massa cística na mesma topografia, mas não apresenta sinais inflamatórios. Na anamnese: ➔ Importante saber a profissão: lavrador (câncer de pele); paciente que trabalha com radiação (mais incidência de CA) ➔ Estado civil: para verificar a questão de IST; saúde mental ➔ Saber a quantidade de partos → mulher que amamenta tem menos risco para câncer de mama. G1A0: gestante G1A1: paciente esteve grávida e abortou G2A1 (gesta e é primípera, pois teve um aborto) G1P1N1A0: gestou e teve parto normal G2P1N1A0: gravida e secundípara Nulípara: quem nunca pariu. QP: Maior queixa das mulheres são cólicas (dor na pelve). Verificar o tipo da dor: principalmente o tempo (acima de 6 meses dor pélvica crônica). HDA: ANTECEDENTES PESSOAIS: Parto, aborto, medicações, DUM, fumo, álcool. ANTECEDENTES FAMILIARES: Menacnme: É o período em que a mulher se encontra em idade fértil. Inicia-se com a puberdade e vai até a menopausa. Menopausa: a partir de 48 anos. Coitarca: Relação sexual que se faz pela primeira vez Telarca: aparecimento do broto mamário entre 8 e 13 anos Pubarca: surgimento de pelos pubianos HPV: age diretamente no núcleo da célula Cânceres mais prevalentes: 1. Câncer de mama 2. Câncer de pele não melanoma 3. Câncer reto 4. Colo de útero Dispareunia: dor na relação sexual • Superficial: penetração Comum em cervicites, atrofias • Profunda: movimento do pênis Relacionada a DIP (doença inflamatória pélvica), miomas, endometriose EXAME FÍSICO: Tireoide, mama, abdome e genitália → maior atenção. Examina a paciente por partes, ficando coberta em alguns locais para preservar o pudor da paciente. EXAME FÍSICO DA TIREOIDE: Palpação: detecção de doenças e início de investigação etiológica Determinação: tamanho, consistência, presença de nodulações. Em uma tireopatia é o primeiro que se altera é o TSH, sendo o exame mais “pedido” EXAME FÍSICO DO ABDOME: • Exemplos do que pode ser visto durante a inspeção Endometriose umbilical – sangramento toda vez ao menstruar Câncer de ovário: abdome abaulado • Ausculta: *diarreia, entergastrites – ruido aéreo aumentado Percussão • Palpação Palpação superficial (verfica-se dores e outros) → palpação profunda Dor no hipocôndrio direito sobretudo quando há ingestão de comidas gordurosas – exame de Murphy + = colecistite EXAME GINECOLÓGICO: Paciente em decúbito dorsal, nádegas na borda da mesa, pernas fletidas sobre as coxas e estas sobre o abdome, amplamente abduzidas a) Órgãos genitais externos – vulva b) Órgãos genitais internos - Vagina, útero, trompas, ovários - Paciente com condiloma (HPV), caracterizados por verrugas na vulva: HPV 6 e 11 (relacionado ao HPV – benignp) ; HPV 16 e 18 (mais perigosos – relacionados ao CA de útero, sendo o 16: escamoso e 18: adenocarcinoma). Semiotécnica O exame começa com a paciente sentada e é concluído com ela deitada. Inicialmente, a paciente deve estar sentada na mesa de exame, com braços rentes ao tórax, vestida apenas com um avental aberto na frente. Usam-se a inspeção e a palpação, um método completando o outro. ➔ Inspeção estática: A estática tem por objetivo analisar: • Simetria • Trofismo • dimensões e a forma das mamas, das papilas e das aréolas • se há alterações da superfície representadas por depressões, abaulamentos, retrações da superfície mamária ou da papila. • Coloração das mamas e da aréola • Tamanho O examinador deve movimentar-se diante da paciente a fim de perceber melhor eventuais alterações. ➔ Inspeção dinâmica: A inspeção dinâmica é realizada por meio de duas manobras: levantamento dos braços para aumentar a tensão dos ligamentos suspensores e contração dos músculos peitorais. Dessa, forma é feito com a paciente sentada e pede-se para que ela coloque os braços atras da nuca ou coloque as mãos na cintura. Essas manobras revelam ou acentuam retrações, abaulamentos, tumores, alterações papilares e areolares. Tais alterações ocorrem, em geral, nos tumores malignos avançados da mama, sendo menos frequentes nos benignos. ➔ Palpação A palpação deve ser iniciada pela mama supostamente normal. Cada mama deve ser palpada com a mão oposta, devendo o examinador pousar a outra mão sobre o ombro oposto da paciente, ou seja, com a mão direita palpa-se a mama esquerda e com a esquerda palpa-se a direita. Inicia-se a palpação de forma global, tomando-se a mama à altura da papila com a mão espalmada, procurando conter toda a glândula na palma da mão. À palpação global da mama é possível evidenciar tumores de maior diâmetro. Em seguida, executa-se a palpação por quadrantes. O exame, então, é feito com a face palmar dos dedos juntos, que percorrem quadrante por quadrante. Concluída esta etapa, passa-se à palpação digital, realizando a manobra de Bloodgood, habitualmente chamada “manobra de tocar piano sobre a mama”. Essas manobras podem ser feitas por quadrante, como foi assinalado, ou também de maneira “radiada”, isto é, partindo da papila mamária no sentido das regiões periféricas. Por meio delas, o examinador pode perceber tumores de menor diâmetro. Pode também analisar com mais precisão as características das mamas (superfície, consistência) e se há ou não dor, relacionada com a própria palpação. Tais procedimentos, se bem executados,podem revelar tumores de até 3 mm de diâmetro, desde que as mamas não sejam muito volumosas. Terminada a palpação de um lado, executam-se as mesmas manobras do outro lado, ainda com a paciente sentada. Em seguida palpam-se os grupos de linfonodos, dos quais a rede linfática das mamas é tributária. Para isso, toma-se o braço da paciente com a mão homóloga do examinador – mão direita do examinador/braço direito da paciente –, que é mantido em posição horizontal e apoiado sobre o braço do examinador, de modo a deixar livre o acesso ao oco axilar. Palpa-se a axila com a mão oposta, aprofundando-a tanto quanto possível à procura de linfonodos eventualmente aumentados. Procede-se da mesma maneira no outro lado. Em seguida, examinam-se as regiões infraclaviculares, as fossas supraclaviculares e as regiões laterais do pescoço. Terminado o exame com a paciente sentada, passa-se à palpação das mamas com ela deitada. A paciente deve adotar o decúbito dorsal com as mãos cruzadas atrás da nuca, estando as mamas descobertas. O examinador posiciona-se atrás da sua cabeça, palpando cada mama com a mão homóloga ao lado que examina. Devido ao achatamento da mama sobre o gradil costal, nesta posição evidenciam-se melhor os tumores pequenos ou de localização mais profunda. ➔ Pele. Observa-se a coloração e se há ou não retrações ou edema. O aspecto de casca de laranja e a retração da pele são sinais importantes para o diagnóstico das neoplasias malignas. Os processos inflamatórios (mastite) denunciam-se na superfície do órgão por meio dos clássicos sinais flogísticos (calor, rubor, edema e dor). Na região dos mamilos devem- se procurar erosões, crostas e descamação. ➔ Tamanho, forma e simetria. São analisados comparando-se uma mama com a outra. ➔ Protuberâncias. Protuberâncias localizadas têm valor clínico. Quando se encontram massas (visíveis e/ou palpáveis) é necessário anotar localização, usando-se como referência a divisão em quadrantes, tamanho, forma, contorno, consistência, mobilidade e sensibilidade. ➔ Posição dos mamilos. É analisada pela comparação de um lado com o outro, cumprindo lembrar que retração mamilar pode ser observada em mulheres normais. ➔ Secreção. A secreção, espontânea ou provocada pela expressão da glândula mamária, merece investigação minuciosa, anotando-se as características da substância encontrada. Secreção láctea sem relação com gestação e lactação prévias é denominada galactorreia não puerperal. As principais causas são hormonais e farmacológicas. Secreção não láctea unilateral sugere doença mamária local, que pode ser benigna ou maligna. ➔ Sensibilidade. Quanto à sensibilidade, deve-se definir em primeiro lugar se a dor é espontânea ou se só aparece quando se faz a palpação do órgão. Os processos inflamatórios costumam ser muito dolorosos. ➔ Contextura e consistência. São características que variam com idade, número de gestações e fase do ciclo menstrual. Em condições normais, a consistência é firme e podem ser reconhecidos os lóbulos glandulares. ➔ Alterações do parênquima mamário. Entre as alterações do parênquima mamário que podem ser identificadas à palpação destacam-se as áreas de condensação e os nódulos. Áreas de condensação. Caracterizam-se por apresentarem consistência mais firme em relação ao parênquima mamário circunjacente. Uma das principais causas são as displasias mamárias. Mama está localizada na parte anterior da caixa torácica, entre a 2ª e 3ª costela → 7ª a 8ª costela. A mama é composta por músculo (peitoral maior), tecido adiposo, lobos (em torno de 15 a 20), lóbulos (cerca de 100 em cada lobo), ácinos e ductos. A artéria torácica interna, também conhecida como artéria mamilar faz a irrigação de cerca de 70% da mamãe o restante é irrigado pela artéria torácica externa. A linfa da mama é drenada, cerca de 90%, para os linfonodos axilares, e quando se faz uma mastectomia é procurado o linfonodo sentinela para verificar metástase, e se ele estiver positivo, é necessário fazer o esvaziamento axilar (retirada dos linfonodos da região). A maioria dos cânceres estão no QSE ou quadrante superior lateral, pois é o local que tem mais tecido mamário. Sintomas/sinais comuns entre as mulheres: Mastalgia: pode ser cíclica (tem relação com o período menstrual e consequentemente com a ação dos hormônios) e acíclica (quando não tem relação com o ciclo menstrual). Descarga papilar: bem preocupante quando se é espontânea, unilateral, uniductal. Abcesso na mama: é uma área de infecção localizada com um acúmulo de pus como proteção, podendo ou não estar associado à mastite. Presença de nódulo VALE LEMBRAR¹ Mama acessória é quando a mulher tem tecido mamário fora do lugar esperado, que se expande para a região das axilas, nascendo uma “terceira mama” na lateral do braço. O tratamento dessa patologia é feito através de uma incisão na prega axilar e uma mastectomia subcutânea (retirada do tecido mamário). Nessa situação a mulher pode relatar dor na mama ao menstruar, e também relatar que tem alguma protrusão na parte axilar. NA ANAMNESE: Identificação Idade: importante, haja vista que conforme aumenta a idade da paciente, aumenta o risco de câncer de mama. Paridade Amamentação: saber se teve alguma intercorrência nesse período, como por exemplo, mastites. História familiar: saber se teve mãe, irmã com CA de mama, ou com CA de ovário ou colo de útero. NO EXAME FÍSICO DA MAMA: Geralmente palpa-se os linfonodos primeiro, os axilares, supra e infraclaviculares, já que é um procedimento que deve ser feito com a paciente em pé. Inspeção estática: verifica se há assimetria, mamilo em casca de laranja, se tiver algum abaulamento, se tem hiperpigmentação. Além disso verifica-se também se há cicatrizes ➔ Caracteriza-se: volume, forma, retrações ou abaulamentos, alterações da rede venosa, alterações da pele, alterações do complexo areolocapilar e se há descarga (precisa especificar essa descarga). INSPEÇÃO ESTÁTICA: 1. Examinador fica de frente para a paciente, que está sentada na maca, e verifica se há assimetria, abaulamentos, cicatrizes. Exemplo da aula: mama com assimetria, com abaulamento no quadrante superior medial, sem cicatrizes INSPEÇÃO DINÂMICA: 1. Pede-se para a paciente, ainda sentada, levantar as mãos, haja vista que com esse movimento a musculatura se contrai e é possível perceber melhor se há alguma retração ou abaulamento. 2. Pede-se para a paciente colocar a mão na cintura e após isso pede para a paciente segurar a mão uma na outra. 3. Faz-se a palpação dos linfonodos axilares. Nisso o médico segura a mão do lado da paciente que irá ser palpado os linfonodos. Vale lembrar que esse exame é eito bilateralmente. Após isso, faz- se a palpação dos linfonodos infraclaviculares e supraclaviculares. 4. Após isso, pede-se para a paciente deitar, e o médico fica a direita do paciente, que está deitada, coberta com um lençol, e com as mãos encostadas na cabeça. Exemplo da aula: mama com uma lesão sólida aderida, no quadrante superior medial. NO EXAME FÍSICO DA GENITÁLIA EXTERNA: Médico fica sentado diante da paciente, que essa por sua vez estará coberta. Caracterização da vulva (se é atrófica ou hipertrófica), os grandes lábios, pequenos lábios, clitóris, introito vaginal, períneo. Esse exame da genitália externa é verificado a presença ou não de lesões, úlceras e outros. Além disso, verifica- se a coloração, os linfonodos (se são palpáveis ou não). Na mulher mais jovem o exame a ser pedido é a USG da mama, enquanto nas mulheres mais velhas a mamografia é o exame ideal. Isso se dá por conta de que na mulher com a idade mais avançada passa pelo processo de lipossubstituição, que é a substituição do parênquima mamário por gordura, tornando a mamografia mais adequada Então na mulherjovem, a mamografia não permite verificar nódulos, calcificações e outros, já a USG mamária permite verificar a mama adequadamente. NA AULA PRÁTICA... 1. – higiene das mãos, calçar as luvas 2. Exame da genitália externa 3. Passa o lubrificante no corpo do espéculo (pega- se o espéculo com a mão dominante enquanto a outra é usada para afastar os pequenos lábios) 4. A medida que introduz o espéculo vai introduzindo o espéculo 5. Olha as paredes vaginais, verifica a presença de secreção e caracteriza-se a mesma. 6. Espátula – vertical na lâmina, escova – horizontal → fixação da lâmina (deve ser feita em menos de 15s) 7. Pode ser feito o teste de chiller usando o iodo (utilizado com o a pinça de xerlon e a gase na ponta da pinça para inserir o iodo) 8. Iodo cora com o glicogênio e ácido acético com proteínas 9. Finaliza com o toque vaginal → toque bidigital *pesquisar chandellier