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REGISTRO DE SAÚDE ORIENTADO POR PROBLEMAS Organização das informações com excelência – proporciona raciocínio clínico apurado e cuidado qualificado e continuado pela equipe. APS: trabalha mais com PROBLEMAS DE SAÚDE OU CONDIÇÕES do que com diagnósticos (certeza nem sempre presente). PROBLEMA OU CONDIÇÃO é tudo aquilo que requer ou pode requerer uma AÇÃO do médico ou da equipe de saúde e, em consequência, motivará um PLANO DE INTERVENÇÃO. O QUE PODE CONSTITUIR UMA LISTA DE PROBLEMAS (CIAP-2) COMPONENTE 1 COMPONENTE 7 • Sintoma • Alergia/efeito colateral de medicamento • Fator de risco pessoal ou familiar • Aspecto social ou familiar • SinaL • Exame complementar anormal • Síndrome • Efeitos de traumas • Deficiência/incapacida de • Transtorno psicológico ou psiquiátrico • Condição de saúde (como pré-natal ou prevenção) • Doença/enfermidade Para registrar um problema, pessoa nem sempre precisa concordar com isso (diferente do motivo da consulta e dados subjetivos). Exceção: dados sociais (pobreza, violência...) – pessoa deve concordar que a condição em questão afeta sua saúde, evitando julgamento muitas vezes moral do profissional. Caso pessoa não concorde, se a profissional entende que afeta a saúde, deve primeiro convencê-la disso, depois registrar. LISTA DE PROBLEMAS/CONDIÇÕES PRINCIPAIS PRINCIPAL: CAPA DO PRONTUÁRIO INDIVIDUAL Problemas de grande relevância – com o mais alto grau de especificidade possível. LISTA DE PROBLEMAS • Descrição • Data de identificação e data de resolução: nem sempre são acuradas, mais importante é a data em que se inclui o problema como ativo MEDICAÇÕES DE USO CONTÍNUO • Nome genérico • Dose total diária • Data de início do uso • Observações de complicações • Data de término do uso LP DA FAMÍLIA • Caso de prontuários familiares, colocar na LP da família os problemas que atuam como geradores de doença ou disfunção do grupo familiar (desemprego, alcoolismo, demência, condições de moradia etc). GENOGRAMA deve ser feito no prontuário da pessoa, não da família. QUAIS REGISTROS VÃO PARA O LP PRINCIPAL • Doenças relevantes • Doenças ligadas a remissões ou recorrências (ex.: úlcera péptica) • Doenças ligadas a complicações (ex.: neoplasias) • Intervenções cirúrgicas maiores • Doenças que a pessoa possa tender a ocultar (ex.: ISTs) • Doenças que requerem tratamento médico contínuo • Doenças com necessidade de vigilância contínua (ex: IR) • Doenças que condicionam a escolha terapêutica (ex.: alergias, úlcera péptica) • Doenças que afetam a funcionalidade (ex.: cegueira, surdez) • Problemas sociais o Estrutura familiar disfuncional o Violência familiar o Relação interpessoal perturbada o Desajuste social grave o Problemas ocupacionais o Acontecimentos vitais (crises naturais ou acidentais) É uma LISTA DINÂMICA – problemas podem passar de principais a secundários, e vice-versa, ou a resolvidos. SOAP Registro de cada consulta realizada (letra A do SOAP). OUTRAS Pode-se incluir LP secundária (menor relevância) e LP resolvida (corresponde aos antecedentes pessoais da anamnese hospitalar) O QUE NÃO REGISTRAR COMO PROBLEMA OU CONDIÇÃO • Processo de cuidado o Solicitação de exame complementar o Prescrição de medicamento o Referenciamento • Termos vagos ou não concretos o Hemopatia, Processo respiratório, Desconforto... o Preferir estruturar por classificações (CID, CIAP) • Diagnósticos interrogados (HAS? Asma?) • Diagnósticos a descartar • Suspeitas ou diagnósticos prováveis SOAP REGISTRO ORIENTADO POR PROBLEMAS – usá-lo para atuar de forma aberta, sempre pensando no diagnóstico, mas não se fechando para eles até que se tenham elementos suficientes para fazê-lo. Parte Parte Componentes Foco Subjetivo A síntese estruturada é o motivo da consulta - Avaliação, entendimento e interpretação da pessoa e familiares sobre o que está acontecendo. • Sintoma(s), diagnósticos relatados • História familiar – sempre que possível e relevante, dado deve ir para LP. Ex.: pai falecido por IAM = registrar “fator de risco para DCV” (K22 na CIAP) na avaliação e na LP principal • História social • História passada: dado pode ser incorporado à LP secundária ou resolvida. • Contexto: aspectos culturais, religiosos, composição familiar, rede social e de apoio, emprego, tempo, local e condições de trabalho. Na visita domiciliar, incluir descrição da casa e do ambiente. • Expectativas, medos e angústias • Demandas por processos de cuidado, como atestado, solicitação de exames, medicações • Demanda por seguimento no cuidado de doenças estabelecidas Exceto quando relato é feito por acompanhante ou terceiro, não há necessidade de utilizar verbos que indiquem a situação do ponto de vista da pessoa (descreve, queixa, indica...), pois está implícito. Evitar informações em excesso que não sejam relevantes Coleta de dados Objetivo Informações objetivas observadas pelo profissional Os componentes gerais e a ordem aceita são: • Impressões sobre aparência ou estado geral, evitar siglas • Sinais vitais: temperatura, PA, FC, FR – de acordo com situação e cenário. • Exame físico: estado mental, cardiológico, respiratório e abdominal. Preconizar aferição da PA e ausculta cardíaca, restante do exame focado no problema. • Resultados do laboratório e testes diagnósticos complementares apresentados. Outros: • Habilidades de comunicação (ex.: apropriada para a idade? Normal ou alterada?) • Afeto (adequado, normal ou alterado?) e cognição • Barreiras na comunicação ou no aprendizado (ex.: visão, audição, fala, idioma...) – assinalar qual o melhor modo de comunicação (desenhos, escrita, demonstração...) • Necessidades de educação Coleta de dados Avaliação A síntese estruturada é o problema ou condição da consulta – todas as informações significativas para a tomada de decisão • Problemas: incluem desde fatos, dados relevantes e sintomas até diagnóstico(s). Mesmas regras da LP. • Situação atual de problema crônico (ex.: DM2 descompensado) • Impressão do médico sobre o caso Interpretação dos dados PLANO Plano(s) de manejo(s) elaborado(s) em conjunto com a pessoa Plano diagnóstico: meios diagnósticos considerados necessários • Informações a serem recolhidas em nova consulta • Exames de laboratório, de imagem ou complementares • Solicitações de consultoria ou referenciamentos Plano terapêutico: ações para buscar resolver o problema • Indicações farmacológicas • Indicações dietéticas • MEV • Terapias complementares etc Plano de acompanhamento: indicadores que devem ser coletados regularmente ou solicitados de maneira seriada, pra controlar a evolução de cada problema. • Aspectos próprios do cuidado: peso, exames auxiliares • Aspectos do automanejo e autocuidado: medida da glicemia capilar, diário de sintomas • Em casos agudos: registro da intensidade da dor, distribuição da dor, frequência da febre, intensidade da febre, número de evacuações, disposição etc Plano educativo: breve descrição que a pessoa deve receber sobre sua enfermidade, seu manejo e seu prognóstico Plano de estudo: quais temas ou aspectos precisam ser estudados para melhorar o desempenho no caso específico atendido. Ação Sequência clássica pode ser alterada em determinadas situações. Ex.: pessoa que retorna para avaliação sem necessidade de novo exame, pode-se utilizar apenas o SAP. Ao finalizar o SOAP, PERGUNTAR-SE: • Minhas anotações sobre o caso estão exatas e verdadeiras • Existe um modo de tornar minhas anotações mais concisas? • Estou comunicando o caso da pessoa corretamente? Ao se referir à pessoa que consulta, evitar o termo “paciente”, o ideal é usar o nome próprio da pessoa.
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