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Fisiologia do Sono e Vigília

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Fisiologia 
Caso 1 
Aula 3: Sono e Vigília pt.1 
Introdução 
O organismo humano não é uma máquina com processos 
exatos, mas sim previsíveis. Para que essa previsibilidade 
aconteça, existe o relógio biológico, que é basicamente o 
ciclo de descanso e atividades do organismo. O organismo 
funciona 24 horas por dia, porém existem algumas atividades 
que são realizadas preferencialmente no período diurno e 
outras no noturno. 
O sono é o estado de inconsciência do qual uma pessoa 
pode ser despertada por estímulos (como sensoriais). O 
coma é o estado de inconsciência do qual a pessoa não pode 
ser despertada por vários motivos, como alterações 
neurológicas. A vigília é o estado de alerta, é o “estar 
desperto” e consciente. 
Ritmos da Vida 
Muitos mecanismos de funcionamento do corpo obedecem 
a ritmos que se repetem, sendo que esses ritmos biológicos 
são universais (todos os seres vivos apresentam) e existem 
3 principais tipos, o ritmo circadiano, que corresponde a um 
evento que se repete a cada 24 horas, como os momentos 
de sono e vigília. O ritmo infradiano é aquele cuja repetição 
leva mais de 24 horas para acontecer, como o ciclo 
menstrual. Por fim, o ritmo ultradiano é aquele cuja repetição 
acontece num período menor que 24 horas, como os 
batimentos cardíacos. 
A existência e persistência da ritmicidade sugere a existência 
de um sistema que mantêm a organização temporal interna 
do organismo, o chamado de oscilador interno, ou relógio 
biológico. 
Teoria Passiva do Sono 
Na época de formulação dessa teoria, já se sabia que o local 
do encéfalo onde se encontram os neurônios responsáveis 
por promover a vigília é o mesencéfalo e a porção superior 
da ponte. 
Na região mediana do tronco encefálico existe a chamada 
formação reticular, também chamada de sistema ativador 
reticular ascendente (SARA), que é um conjunto de 
estruturas formadas por núcleos de neurônios muito 
primitivos (são praticamente os primeiros do SNC a se 
desenvolverem) que se encontram na porção superior da 
ponte e no mesencéfalo. A primeira teoria básica do sono 
descrevia ele como um mecanismo passivo. A formação 
reticular nessa teoria se fatigava (cansava) durante o dia e 
quando chegava a noite surgia o cansaço. Foi comprovado 
que essa teoria não é verdadeira. 
Núcleos para Estimulação Cortical 
Com o passar do tempo, se descobriu que além da 
formação reticular localizada no tronco encefálico, outros 
núcleos do SNC também participavam da regulação do sono 
e da vigília, e eles estavam presentes no tálamo e hipotálamo. 
No tálamo (e no prosencéfalo basal, onde recebe o nome 
de núcleo basal de Meynert) existem os núcleos colinérgicos, 
no hipotálamo lateral existem os núcleos que liberam 
hipocretinas (HCRT ou orexinas) e no hipotálamo posterior 
há o núcleo tubermamilar (histaminérgico). 
No tronco encefálico, os núcleos serão o locus coeruleus 
(noradrenérgico, se encontra anteriormente ao aqueduto do 
mesencéfalo), os núcleos dorsais da Rafe (serotoninérgicos) 
e o núcleo do tegumento do pedúnculo pontino (também 
chamado de área tegmentar ventral ou núcleo dorsolateral, 
é colinérgico), que são as três estruturas que compõe a 
formação reticular. 
.
Substância/ área negra do mesencéfalo é outra estrutura 
importante, a qual libera dopamina e ativa o córtex cerebral 
também 
Todas as estruturas mencionadas até agora, independente 
de qual neurotransmissor liberam, vão liberar seus 
neurotransmissores para ativar o córtex cerebral e garantir 
o estado vigília. 
*Serotonina também é chamada de 5-HT 
Núcleos para Inibição Cortical 
O principal núcleo responsável pela inibição cortical se 
encontra na região anterior do hipotálamo, ele é chamado 
de núcleo pré-óptico ventro-lateral (libera GABA e galanina). 
Além desse núcleo, na mesma região do hipotálamo, existe 
o núcleo supra-quiasmático e é considerado o marca-passo 
do sono e da vigília. Os neurotransmissores liberados por 
esses núcleos não inibem o córtex, mas sim os núcleos 
ativadores do córtex. 
Teoria Ativa do Sono 
Diferente da teoria passiva, a teoria ativa do sono diz que 
durante o período de vigília existem núcleos realizando a 
estimulação cortical e, quando o núcleo supra-quiasmático 
identifica que é o momento de descanso, ele e o núcleo pré-
óptico ventro-lateral realizam a inibição dos núcleos 
ativadores para que a ativação cortical deixe de acontecer. 
Dessa forma, a inativação do córtex é ativa e indireta. 
Durante o sono, os núcleos da Rafe secretam serotonina 
para a medula espinal a fim de inibir neurônios motores dos 
nervos espinais. Com isso, a secreção de neurotransmissores 
na placa motora é diminuída drasticamente e os músculos 
estriados esquelético ficam com o tônus bem reduzido. 
Para que o estado de vigília seja iniciado novamente, o núcleo 
pré-óptico deve ser inibido. Após isso, há a ativação dos 
núcleos ativadores do córtex e a ativação do córtex 
consequentemente. 
Com base em tudo o que foi explicado, então, durante a 
vigília há uma estimulação cortical realizada pela histamina 
(núcleo tubermamilar), hipocretina (núcleos da região lateral 
do hipotálamo), noradrenalina (locus coeruleus), dopamina 
(substância negra), serotonina (núcleos dorsais da Rafe) e 
acetilcolina. 
Durante o sono, todos os neurotransmissores supracitados 
deixam de ser secretados (passam a ser secretadas 
quantidades mínimas) graças a inibição realizada pelo GABA 
e galanina (núcleo pré-óptico ventro-lateral). Vale mencionar 
que pequenas quantidades de acetilcolina permanecem 
sendo secretadas mesmo no sono para manutenção de 
algumas funções corticais, assim como a noradrenalina 
também é liberada em determinados momentos do sono. 
Controle Homeostático do Sono 
Ainda dentro da teoria ativa do sono, existe o chamado 
controle homeostático do sono. Esse controle é aquele que 
induz o núcleo pré-óptico a inibir os outros núcleos no 
momento certo e faz com que essa inibição deixe de 
acontecer no momento certo. 
A adenosina é o produto do metabolismo energético 
neuronal, ela vai se acumulando nas fendas sinápticas durante 
a vigília (principalmente no prosencéfalo basal e na região do 
núcleo pré-óptico), vai atuar de forma inibitória no 
prosencéfalo basal e realizar a ativação do núcleo pré-óptico. 
A cafeína, aminofilina e teofilina, por exemplo, são 
substâncias de efeito antagônico ao da adenosina e vão agir 
nos receptores dessa substância impedindo que o córtex 
seja inativado. 
Manutenção do Ritmo Circadiano do Sono 
O marca-passo do sono, que realiza a manutenção do ritmo 
circadiano do sono e vigília é formado, além do núcleo supra-
quiasmático já citado, pela glândula pineal (pertencente ao 
epitálamo, que é uma região do diencéfalo). 
Indo da retina ao hipotálamo, especificamente ao núcleo 
supra-quiasmático, existe o trato retino-hipotalâmico. Quando 
anoitece, a retina recebe menos estímulos luminosos 
naturais, a condução de estímulos pelo trato retino-
hipotalâmico é diminuída, o núcleo supra-quiasmático recebe 
menos estímulos e ativa o núcleo paraventricular (localizado 
na região anterior do hipotálamo), o qual emite um axônio 
até a medula torácica superior onde ocorre uma sinapse e 
a consequente ativação do SN simpático. O SN simpático 
emite fibras ascendentes até a glândula pineal para estimular, 
por meio da secreção de noradrenalina, ela a produzir 
melatonina. A melatonina é o hormônio que ativa o núcleo 
pré-óptico. 
*A partir dos 30 anos a pineal começa a calcificar, o que vai 
modificar o ciclo do sangue. 
Tipos de Sono 
Os dois principais tipos de sono são o sono de ondas lentas 
(NREM) e o sono com movimento rápido dos olhos (REM, 
corresponde a 25% do sono total). 
.
Sono de Ondas Lentas ou Não-REM (NREM) 
É o sono profundo que se inicia durante a primeira hora de 
sono. É o sono relaxante no qual o tônus vascular periférico 
diminui, assim como a PA, a frequência respiratória e a taxa 
metabólica. Esse sono é composto 
por 4 estágios. O primeiro é apenas 
um relaxamento, o segundo a pessoa 
já se encontramais inconsciente, mas 
caso seja estimulada responde sem 
tanta dificuldade, o terceiro estágio já 
é o sono mesmo e o quarto 
representa um sono profundo. 
Sono REM, paradoxal ou dessincronizado 
Após o estágio 4 do sono NREM o indivíduo entra em sono 
REM, onde sua consciência (e a percepção do mundo 
externo) é um pouco retomada, porém o nível de 
relaxamento permanece inalterado ou é até aumentado. O 
sono REM é o principal onde sonhamos, onde acordamos 
mais facilmente, onde se pode falar mesmo dormindo, onde 
geralmente se muda de posição e onde consolida-se a 
memória. 
Esse sono ocorre a cada 90 minutos de sono e pode durar 
de 5 a 30 minutos, sendo que corresponde a 25% do tempo 
de sono aproximadamente. Nesse sono há o movimento dos 
músculos oculares e a atonia para todos os demais músculos 
corporais. Nesse sono o encéfalo está altamente ativo. 
*É chamado de paradoxal pois existe a movimentação ocular e 
outras ações mesmo dormindo. 
Neurotransmissores na Vigília e no Sono 
Efeitos Fisiológicos do Sono 
No sistema nervoso, o sono proporciona reposição de 
glicose ao encéfalo, redução das atividades cerebrais, 
consolidação da memória e manutenção celular. Nos 
sistemas funcionais do corpo o sono permite a liberação de 
alguns hormônios (como melatonina, hormônios sexuais, GH 
e TSH), a queda da temperatura corporal, queda dos níveis 
de cortisol e ainda permite um melhor funcionamento do 
sistema imunológico. 
Aula 4: Sono e Vigília pt. 2 
Ondas Cerebrais 
A atividade elétrica dos neurônios (todo o mecanismo de 
potencial de ação) gera ondas eletromagnéticas que podem 
ser registradas pelo eletroencefalograma (EEG) e são 
chamadas de ondas cerebrais. Essas ondas são influenciadas 
pelo sono, pela vigília e por eventos que podem acontecer 
na vigília. Na vigília, em condições normais, as ondas cerebrais 
assumem um ritmo chamado de beta. 
Onda Beta 
A onda Beta, característica da vigília pela acentuada atividade 
elétrica cerebral, apresenta frequência aumentada e 
amplitude diminuída. As ondas Beta estão associadas com a 
consciência normal, a um estado elevado de alerta, a um 
pensamento lógico e ao raciocínio. Em quantidade ideal, 
mantém a concentração para o trabalho, estudos ou 
desempenho esportivo, porém em excesso geram um alto 
stress prejudicial. 
Estágios do Sono e o EEG 
Estágio 1 do sono NREM 
O primeiro estágio do sono NREM é aquele atingido de 5 a 
15 minutos depois que o indivíduo deitou na cama. É o estágio 
entre a vigília e o sono, quando a melatonina começa a ser 
liberada induzindo o sono. Nesse momento, há uma redução 
do tônus muscular. É importante lembrar que esse estágio 
ainda é de vigília, porém com menor excitação cortical. 
Nesse estágio, existem ondas Alfa no EEG. As ondas Alfa 
são de 8 a 13 Hz, são semelhantes às da vigília, e 
compreendem ondas do estágio de transição entre a 
consciência e a inconsciência. A frequência dessas ondas é 
menor que a das ondas Beta e a amplitude é maior, o que 
é chamado de sincronismo (frequência baixa e amplitude 
elevada), e há uma melhor definição das ondas no EEG. 
Estágio 2 do sono NREM 
Nesse estágio ocorre uma maior redução da atividade 
cortical, com isso o ritmo cardíaco e o respiratório diminuem 
e o sono leve começa. O relaxamento dos músculos 
aumenta e a temperatura corporal cai. 
.
Esse estágio do sono gera certa confusão pois o indivíduo 
ainda está em vigília, porém mais inconsciente do que no 
estágio anterior. Caso seja estimulado, ele retoma a 
consciência sem tanta dificuldade. 
Por conta disso, é difícil dizer qual onda predomina nesse 
estágio, porém existem sinais presentes no EEG que indicam 
que esse estágio foi atingido, e esses sinais são os fusos de 
sono e o complexo K. 
Estágios 3 e 4 do sono NREM 
São os estágios de sono profundo, onde o tônus muscular 
diminui mais ainda. Nesse momento ainda não há 
movimentação dos olhos. O sincronismo que começou no 
estágio 1 se estabelece de vez no estágio 3, onde existem 
ondas com frequência baixa e amplitude alta chamadas de 
ondas Theta (3,5 a 8 Hz). 
No estágio 4 começam as ondas Delta (1 a 3 Hz) que são as 
mais lentas dentre todas as registradas durante o sono. 
Sono REM 
O EEG apresenta ondas semelhantes às da vigília, pois o 
córtex se encontra tão ativo que o sincronismo conquistado 
no estágio anterior é perdido. As ondas serão de baixa 
amplitude e frequência alta, e o relaxamento máximo da 
musculatura esquelética é atingido (a chamada atonia 
muscular), exceto pelos músculos oculares. 
Distúrbios do Sono 
●Insônia: A insônia vai gerar lentidão do pensamento, 
irritação, problemas com a atenção e memória, redução da 
consolidação da memória, obesidade e queda da imunidade. 
●Jat-Lag: São alterações de sono causadas por mudança de 
fuso horário. Há uma alteração da atividade cortical pois o 
organismo precisa se adaptar ao novo fuso horário. 
●Sonambulismo: Os neurônios motores, que deveriam ser 
desativados durante o sono, se encontram ativados, o que 
permite a realização de movimentos involuntários pois o 
nível de consciência está rebaixado ou ausente. 
*Na paralisia do sono ocorre o contrário, o nível de consciência é 
retomado, mas os neurônios motores não são reativados 
●Narcolepsia: Comum em jovens e adultos, é um sono 
incontrolável principalmente durante o dia causado por 
distúrbios na produção de hipocretina. 
Polissonografia 
Atualmente, o principal exame para se avaliar a arquitetura 
do sono é o exame de polissonografia, o qual pode ser 
realizado tanto em hospitais quando em casa. Esse exame é 
composto por vários outros exames que vão permitir uma 
avaliação completa do sono. Os principais exames inclusos 
são: 
Eletroencefalograma, que registra a atividade cerebral 
durante o sono, eletro-oculograma, que identifica quando 
começa cada fase do sono, eletro-miograma, registra o 
movimento dos músculos durante a noite, exame de fluxo 
aéreo, analisa a respiração pela boca e nariz, esforço 
respiratório de tórax e abdome, eletrocardiograma, avalia o 
ritmo do coração, oximetria, avalia a taxa de oxigênio no 
sangue, e o sensor de ronco, registra a intensidade do ronco. 
Arquitetura do Sono 
Pode ser avaliada pelo hipnograma e ela compreende 
algumas variáveis como o tempo total no leito, tempo de 
sono, tempo acordado, tempo dormindo, eficiência do sono, 
latência ao sono, latência ao sono REM, troca de estágios, 
número de movimentos corpóreos e outras. 
É importante lembrar da diferença entre o sono de uma 
criança, um jovem adulto e um idoso. A seguir, um 
hipnograma de um jovem seguido de um idoso. É possível 
notar que a quantidade de despertares do idoso é muito 
maior que do jovem. 
.
A seguir, exemplos de insônia, um com despertar precoce 
(depressão), o outro com dificuldade de iniciar o sono 
(ansiedade) e um terceiro com dificuldade em iniciar e 
manter o sono, que é o tipo mais comum. 
Epilepsia X Convulsão 
A convulsão, ou crise convulsiva, é o episódio de 
desligamento momentâneo do cérebro quando ele se 
encontra sobrecarregado por algum motivo. Ela pode ser 
generalizada ou parcial/ focal, a convulsão generalizada é 
quando todo o cérebro desliga e todas as funções cerebrais 
perdem o controle, por isso o indivíduo passa a se debater, 
babar e realizar outras ações. A crise convulsiva parcial afeta 
apenas uma região do cérebro e as alterações que ela 
provoca corresponderão as funções da região que ela está 
afetando. Se a crise for em uma região de olfato, a pessoa 
terá alterações de olfato, se for em uma região da visão, a 
pessoa terá alucinações visuais, etc. 
A crise pode ser desencadeada por vários fatores, como 
motivos agudos que, quando removidos, a pessoa deixa de 
ter crises. Porém, quando as crises não apresentam um 
causador agudo, mas sim genético ou estrutural, e se 
repetem várias vezes ao longo da vida, caracteriza-se uma 
epilepsia. Epilepsia então é a doença e a crise convulsiva é o 
sintoma. 
Aula 5: Hemodinâmica 
Introdução 
A hemodinâmica é o estudo dos princípiosfísicos que 
governam o fluxo sanguíneo através dos vasos sanguíneos. 
Didaticamente se divide a hemodinâmica em arterial (como 
o sangue sai do coração e chega até o capilar) e em venosa 
(como o sangue retorna dos capilares ao coração). 
●Volemia: volume sanguíneo total circulante no organismo 
(é em torno de 5 a 6 litros em um homem adulto) 
●Complacência dos vasos: relacionada a distensibilidade, essa 
característica descreve o volume de sangue que o vaso 
pode conter sob determinada pressão. 
●Resistência Vascular: também chamada de resistência ao 
fluxo sanguíneo, é qualquer impedimento proporcionado por 
um vaso ao fluxo sanguíneo nele contido. É qualquer coisa 
que dificulte o fluxo sanguíneo pelo vaso. 
Circulações 
Quanto ao sistema cardiovascular, já sabemos que existe a 
pequena circulação (circulação pulmonar) a qual corresponde 
a 9% do volume sanguíneo total, e a grande circulação 
(circulação sistêmica) a qual corresponde a 84% do volume 
sanguíneo total, sendo que os 7% restantes se encontram 
no coração. As leis físicas que regem ambas as circulações 
são as mesmas, o que muda entre elas é basicamente a 
velocidade do fluxo sanguíneo e a pressão (na aorta é em 
torno de 100 mmHg, já na artéria pulmonar é em torno de 
10 mmHg). A hemodinâmica que será estudada será a da 
grande circulação. 
A grande circulação se inicia no ventrículo esquerdo, segue 
pela aorta, artérias, arteríolas e porção arterial dos capilares. 
Em seguida, o sangue segue pela porção venosa dos 
capilares, para veias e veias cavas, terminando no átrio direito. 
Dos 84% do volume de sangue total que se encontram na 
grande circulação, 64% estão em veias e vênulas, enquanto 
13% em artérias e 7% em arteríolas e capilares. 
*O grande objetivo da circulação é oferecer trocas adequadas de 
substâncias entre os tecidos e o sangue 
Características dos Vasos 
Histologicamente, existem diferenças entre os vasos, porém 
todos apresentam endotélio. As artérias têm uma grande 
camada muscular, apresentam tecido elástico e tecido 
fibroso. 
A arteríola apresenta uma camada muscular menor que a 
das artérias e não apresenta tecido elástico e fibroso. O 
capilar é formado apenas por endotélio, enquanto as vênulas 
.
são formadas por endotélio e tecido fibroso. Por fim, as veias 
apresentam as mesmas camadas que as artérias, porém 
menos espessas, e apresentam as válvulas, estruturas 
importantes para impedir o refluxo de sangue. 
As artérias são os chamados vasos de pressão, pois 
apresentam uma espessa camada muscular para resistir à 
pressão exercida pelo sangue bombeado pelo coração 
contra suas paredes. As veias, por outro lado, são chamadas 
de vasos de capacidade pois elas apresentam uma elevada 
complacência (elasticidade), o que as permite suportar um 
elevado volume de sangue sem se romper e sem aumentar 
a pressão. Por fim, os capilares são chamados de vasos de 
trocas por serem os únicos com poros que permitem trocas 
entre sangue e tecido. 
Pressão Arterial 
A PA impulsiona o fluxo sanguíneo e ele determina a nutrição tecidual . 
A pressão sanguínea é a força exercida pelo sangue contra 
a parede vascular, e é considerada a força motriz 
responsável pela circulação do sangue. É considerada uma 
grandeza física. Se a pressão de um vaso é 50 mmHg, isso 
significa que a força exercida pelo sangue em seu interior é 
suficiente para impulsionar uma coluna de mercúrio até a 
altura de 50 milímetros contra a gravidade. 
A pressão sanguínea é necessária para permitir trocas 
adequadas nos capilares, pois a pressão de 30 mmHg do 
lado arterial é maior que a de 10 mmHg do lado venoso, o 
que permite a saída de substâncias graças a pressão 
sanguínea. A pressão sanguínea é indispensável para o 
processo de filtração e reabsorção dos capilares. 
Fluxo Sanguíneo (Q ou F) 
É o volume (em litros ou ml) de sangue que passa em um 
dado ponto da circulação em um determinado período de 
tempo (geralmente 1 minuto). No repouso, em um indivíduo 
cuja volemia é igual a 5 litros, a porcentagem do débito 
cardíaco encaminhada para cada tecido é a seguinte: 
No exercício físico, obviamente, essas proporções se 
alteram. Os tecidos que mais recebem sangue são os 
músculos, o coração e a pele, e os que menos recebem são 
os componentes do s. digestório e os rins. Na digestão, o 
sistema digestório recebe muito mais sangue do que todos 
os outros tecidos, como músculos, pele e outros. 
Para regulação do fluxo, as arteríolas alteram seu calibre. 
Tecidos que precisam de mais sangue têm suas arteríolas 
dilatadas enquanto tecidos que não precisam tanto têm suas 
arteríolas comprimidas. Além desse estímulo, os capilares 
realizam auto-regulação de seus calibres, quando se tem 
excesso de oxigênio no sangue, o capilar tende a contrair, o 
contrário também é verdadeiro. 
*É importante perceber que a vasoconstrição e a vasodilatação 
não alteram o fluxo total de sangue, somente o fluxo para 
determinados tecido. 
Fluxo, Pressão e Resistência 
A primeira lei que se deve conhecer para entender as 
relações entre essas três grandezas físicas é a seguinte: o 
sangue SEMPRE flui das áreas de maior pressão para as de 
menor pressão (dessa forma, não é útil ter um valor absoluto 
de pressão, mas sim dois valores para poder compreender 
a direção do fluxo), logo, o fluxo do sangue ao longo de um 
vaso é definido por dois fatores, o gradiente de pressão 
entre as extremidades desse vaso e a resistência ao fluxo 
que será explicada. 
Lei de Ohm 
É a relação física que traduz o conceito de fluxo, dizendo 
que o fluxo sanguíneo é diretamente proporcional ao valor 
da diferença de pressão (delta P ou gradiente de pressão), 
e inversamente proporcional à resistência. 
Quanto maior a diferença de pressão, maior o fluxo, quanto 
maior a resistência, menor o fluxo. Quando a diferença de 
pressão é igual a zero, não há fluxo. Outra coisa importante 
é que, independente se a pressão inicial é 100 e a final é 75, 
ou a inicial é 40 e a final 15 mmHg, a diferença entre elas é 
a mesma (25 mmHg), dessa forma, em ambos os vasos o 
fluxo será o mesmo. 
Equação de Poiseuille 
A resistência é diretamente proporcional à viscosidade do 
sangue e ao comprimento do vaso (quanto mais viscoso o 
sangue ou comprido o vaso, maior a resistência), assim como 
é inversamente proporcional ao raio (quanto maior o raio, 
menor a resistência). O principal determinante da resistência 
.
é o raio (uma vez que ele varia na quarta potência), pois sua 
alteração é mais fácil do que a das 
outras variáveis. A equação de fluxo 
pode ser escrita da seguinte forma 
também: 
*Perceba que ao duplicar o raio, o fluxo será aumentado em 16 vezes, 
assim como ao diminuir pela metade, o fluxo será diminuído em 16 vezes. 
Pode-se concluir então que a vasodilatação é uma diminuição 
da resistência que aumenta o fluxo sanguíneo no capilar, 
enquanto a vasoconstrição é um aumento da resistência que 
aumenta o fluxo sanguíneo no capilar. 
Pressões no S. Cardiovascular 
Como já foi mencionado, a grande circulação começa no 
ventrículo esquerdo e termina no átrio direito. A pressão cai 
continuamente do ventrículo esquerdo até o átrio direito, o 
que forma um gradiente de pressão. 
A pressão diminui, à medida que o sangue flui pela árvore 
vascular, porque energia é consumida para vencer a 
resistência. A queda mais significativa da pressão sanguínea 
sistêmica é nas arteríolas por serem os vasos que oferecem 
a maior resistência ao fluxo sanguíneo. 
As arteríolas são verdadeiras válvulas pela enorme 
capacidade de controlar seu diâmetro. São vasos capazes de 
regular a perfusão tecidual graças a sua camada muscular, 
sua responsividade a substâncias vasoativas e a inervação 
simpática. Quanto a inervação, como já foi visto, existem 
nervos que emitem impulsos constantemente para as 
arteríolas a fim de realizar a manutenção do tônus. Quando 
a frequência de estímulos aumenta, ocorre a vasoconstrição, 
quando diminui, ocorre a vasodilatação. 
O principal mecanismo para promover variações do fluxo 
sanguíneo,no sistema cardiovascular, consiste na alteração 
da resistência dos vasos sanguíneos, em especial, na das 
arteríolas. Quando as arteríolas se contraem, a pressão nas 
artérias aumenta e a pressão nos capilares diminui, a fim de 
se manter o gradiente de pressões. 
Hemodinâmica Arterial 
É a parte da hemodinâmica que explica o trajeto do sangue 
do ventrículo esquerdo até os capilares. Na aorta, a pressão 
é de 100 mmHg, no capilar é de 30 mmHg, com isso o delta 
P é igual a 70 mmHg. 
Durante a sístole, a valva aórtica se abre, o ventrículo se 
contrai e o sangue é impulsionado para a aorta. A aorta é 
um vaso elástico, então acomodará o volume de sangue 
recebido e o encaminhará para outras artérias graças a 
pressão do sangue acomodado. Na diástole ventricular, o 
ventrículo relaxa, a valva mitral se abre e a aórtica se fecha, 
com isso o sangue flui do átrio para o ventrículo. Nesse 
momento, as artérias realizam retração elástica, o que 
impulsiona novamente o sangue para os capilares. Então um 
novo ciclo cardíaco começa e tudo se repete. 
Hemodinâmica Venosa 
Nessa parte da hemodinâmica, é explicado o trajeto do 
sangue das vênulas, onde a pressão é de 10 mmHg, até a 
veia cava, onde a pressão é 0 mmHg. O gradiente de 
pressão é pequeno como pode-se perceber. 
Especialmente na posição vertical, o retorno venoso precisa 
de auxílio de outras estruturas além das veias pois existe um 
fluxo contra a gravidade. Os mecanismos que auxiliam esse 
retorno são a diferença de pressão (já explicada), as válvulas 
venosas, as pulsações arteriais, a bomba muscular, a bomba 
plantar e a bomba respiratória. 
Válvulas venosas e bomba muscular 
As válvulas são estruturas importantes que segmentam as 
veias e impedem seu refluxo. Ao redor das veias se 
encontram músculos esqueléticos que se contraem para 
impulsionar o sangue. As válvulas associadas a bomba são 
indispensáveis para o impulsionamento do sangue. 
Pulsação arterial e bomba plantar 
A pulsação arterial é o mesmo mecanismo da bomba 
muscular, porém realizado pelas artérias adjacentes as veias 
que, ao se dilatarem e contraírem acabam por impulsionar o 
sangue das veias que se 
encontram próximas delas. A 
bomba plantar é a propulsão de 
sangue do membro inferior 
realizado pela movimentação do 
pé que contrai a musculatura da 
perna e impulsiona o sangue 
para cima. 
Bomba respiratória 
Na expiração o diafragma relaxa e se eleva, na inspiração ele 
contrai e se deprime. Na inspiração, o volume da cavidade 
torácica aumenta e o da cavidade abdominal diminui, na 
expiração o contrário acontece. Essa movimentação do 
diafragma e a modificação dos volumes das cavidades 
abdominal e torácica vão alterar a pressão intra-abdominal e 
a intratorácica. 
Quando o volume da cavidade abdominal aumenta na 
expiração, a pressão abdominal diminui e o sangue chega 
até a porção da veia cava presente nessa região. Quando o 
volume da cavidade abdominal diminui na inspiração, a 
pressão abdominal aumenta e o sangue é impulsionado para 
a porção torácica da veia cava. 
.
Resumindo 
A rede venosa opera em regime de baixa pressão (delta P 
em torno de 10 mmHg). Na posição horizontal, o fluxo venoso 
é passivo, auxiliado apenas pelo gradiente de pressão. Na 
posição ereta, o fluxo venoso acima do coração é passivo, 
determinado pelo gradiente de pressão e pela gravidade, já 
o fluxo venoso abaixo do coração pode ser: 
Passivo, determinado pelo gradiente de pressão, com 
prejuízo da circulação capilar, das trocas e da função geral. 
Ou ativo, determinado por sistemas de propulsão ativa que 
são representados pela função da bomba da musculatura 
esquelética, bomba plantar, pulsação arterial e bomba 
respiratória.

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