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ANEMIA FERROPRIVA - YARLLA CRUZ

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Anemia ferropriva 
• O foco é a hemoglobina, uma vez que ela 
é responsável pelo transporte de oxigênio 
 • Redução de hemoglobina – gera uma 
anemia 
• Célula indiferenciada pluripotente se 
diferencia em linhagem linfoide e mieloide 
 • A origem da célula pode repercutir no 
tipo de tumor de cada paciente 
 • Células maduras -> corrente sanguínea 
 • Células imaturas -> medula óssea, uma 
vez que estão na fase de proliferação 
 
Hematopoiese 
• 1 - O saco vitelino é responsável pela 
produção sanguínea intra-útero durante 2-
3 meses 
• 2 - Fígado e 
baço – 
produzem 
sangue após 
os 3 meses de 
vida intra-
útero 
 • Algumas anemias têm repercussão com 
hepatoesplenomegalia – é um indício de 
doença hematológica 
 • Em situações patológicas, esses órgãos 
tentam produzir sangue, entretanto não é 
eficaz 
• 3 - Feto (entre 6-9 meses intra-útero) – a 
medula óssea atinge a produção de 
sangue, perpetuando por toda a vida 
 • Na criança, 
qualquer parte óssea 
apresenta a medula 
óssea vermelha 
 • No adulto, a 
medula óssea 
vermelha se concentra 
nos órgãos chatos, epífises dos ossos longos, 
arcos costais 
 
Medula óssea vermelha 
• A medula óssea está presente no interior 
do osso 
 • Tutano – a medula óssea com o tempo 
é lipossubstituída 
• Mielograma – é realizado em locais com 
medula óssea vermelha para análise das 
células primitivas do sangue 
 • Locais para realização – esterno e crista 
ilíaca posterior 
• Capacidades das células-troncos 
hematopoética 
 • Autorrenovação – é o principal do 
transplante de medula óssea 
 • Proliferação 
 • Diferenciação 
• Principais fatores de crescimento: 
 • G-CSF (fator estimulador de colônias 
granulocítico) – é natural e importante em 
pacientes com neutropenia (uso do 
granulokine/filgrastim) 
 • Granulokine – é uma forma sintética 
desse hormônio 
 • M-CSF (fator estimulador de colônias 
monocítico) 
 • GM-CSF 
 • Eritropoetina (hormônio renal) – a 
insuficiência renal gera anemia por 
deficiência de eritropoetina 
 • Trombopoetina (fabricação hepática) – 
trombócitos/plaquetas 
 • Pacientes hepatopatas possuem 
plaquetopenia, haja vista a redução desse 
hormônio 
• Vida média das hemácias – 120 dias 
 • Demoram 4 meses para a renovação 
Yarlla Cruz Dr Emmanuel 
 • Algumas situações intensificam a morte 
das hemácias – análise dos reticulócitos 
para análise da produção fisiológica de 
sangue 
 
Indicações clínicas de eritropoetina 
• A eritropoetina e as hemácias possuem 
um feedback 
 • Redução da produção de hemácias – 
aumenta eritropoetina 
• Situações crônicas-inflamatórias 
repercutem na produção de eritropoetina 
 • Doenças reumatológicas (LES, AR) – 
causam anemia decorrente da inflamação 
• Prematuridade – necessita da 
estimulação da eritropoetina 
• Insuficiência renal 
• Neoplasias – gera uma inflamação 
sistêmica que compromete a produção de 
hemácias 
 • Uso de EPO para evitar transfusões 
• Síndrome mielodisplásica 
 
 
Hemoglobina 
• Hemoglobina – apresenta 2 cadeias betas 
e 2 cadeias alfa + 
grupo geme com 
ferro, cuja alteração 
nessa organização 
podem cause 
doenças 
 • Falta de ferro – anemia ferropriva 
 • Alteração da cadeia alfa – alfa-
talassemia 
 • Alteração da cadeia beta – beta-
talassemia 
 • No recém-nascido predomina a 
hemoglobina fetal (2 cadeias alfas e 2 
cadeias gamas) -> uso do teste do pezinho 
que avalia hemoglobinopatia, como 
anemias genéticas (falciforme) 
 • Exame – Eletroforese de hemoglobina 
(HPLC) que é realizado no teste do pezinho 
e pode ser solicitado para a dosagem de 
hemoglobina na suspeita de doenças 
hereditárias, como falciforme, talassemia 
em pacientes adultos ou que não 
realizaram o teste do pezinho 
 
Substratos fundamentais 
• Metais 
 • Ferro/ cobre – a redução desses metais 
pode gerar anemias 
• Vitaminas 
 • Complexo b = b1 (tiamina)/ b2 
(riboflavina)/ b3 (niacina)/ b6 (piridoxina)/ 
b9 (folato)/ b12 (cobalamina) 
 • Vitamina C 
 • Vitamina E 
• Hormônios 
 • Tiroxina – tireoide 
 • Andrógenos 
 • Cortisol 
• Na investigação de anemia – solicita a 
dosagem de ferro (inclui a ferritina), B12, 
ácido fólico, TSH (tireoide) e função renal 
(creatinina) 
 • Correlacionar com a análise dos 
reticulócitos, plaquetas, leucócitos 
 • Questionar a perda de peso, aumento 
de baço e do fígado 
 
 
 
Yarlla Cruz 
Anemia 
• Fatores – tempo de instalação, 
intensidade e idade 
 • Paciente idoso com queda progressiva 
de hemoglobina sem sintomas importantes 
 • Paciente jovem com queda brusca de 
hemoglobina após acidente – gera 
taquicardia, sudorese 
 • A anemia é mais sintomática em 
quadros agudos e intensos 
• Sinais e sintomas gerais 
 • Astenia – é uma fraqueza, 
diferentemente do cansaço que sugere 
doença cardíaca ou pulmonar 
 • Tontura 
 • Palpitações 
 • Cefaleia 
 • Palidez cutâneo-mucosa 
 • Sopro cardíaco – muitas vezes com a 
correção da anemia, esse sopro 
desaparece, evitando o uso do 
ecocardiograma 
• Referência OMS 
• Nos hemocentros, a hemoglobina abaixo 
de 12,5 para a mulher é considerada 
anemia 
• Indicação de transfusão – é anemia grave 
e sintomática 
• Classificação de gravidade – a dos 
hemocentros é a mais utilizada 
• Anemia ferropriva no início e condições 
mistas (redução de ferro e B12) podem 
gerar anemia normocítica 
Anemia ferropriva 
• Principal anemia do mundo - atinge 
cerca de 500 milhões de pessoas 
• Tipicamente microcítica hipocrômica – 
hemácias pequenas e pálidas 
• Diagnóstico diferencial com talassemia/ 
doenças crônicas, na qual o paciente não 
foi responsivo ao teste terapêutico com 
ferro 
 • Dosar o ferro antes de tratar !! 
• Grupos de risco para anemia ferropriva 
fisiológica 
 • Lactentes (6 meses – 2 anos) – é 
fisiológico, haja vista que é decorrente do 
crescimento corporal rápido do bebê em 
um pequeno período de tempo 
 • Até os 6 meses de amamentação, o 
leite materno supre a necessidade de ferro 
 • Gestantes – reposição de sulfato ferroso 
durante a gestação 
• Crianças a partir de 5 anos com anemia 
geralmente possuem o erro alimentar como 
causa 
• Sintomas específicas – estão presentes em 
um grau mais crônico de anemia 
 • Glossite indolor – inflamação da língua 
			• Queilite/ estomatite angular – 
inflamação dos lábios 
Yarlla Cruz 
			• Unhas friáveis/ forma de colher 
(coiloníquia) 
			• Perversão do apetite (pagofagia = gelo) 
– barro, tijolo 
• Crianças – dependendo da idade, a 
anamnese não é tão eficaz 
 • Irritabilidade 
 • Déficit de função cognitiva 
 • Atraso no desenvolvimento psicomotor 
 • Língua lisa 
 • Análise da boca do paciente 
 
Etiologias 
• 1 - Diminuição da ingestão alimentar 
(países subdesenvolvidos) 
 • No Brasil, a anemia ferropriva é 
carencial/nutricional 
• 2 - Perda de sangue (países 
desenvolvidos) 
• 3 - Redução da absorção 
• Fontes de 
ferro 
 • A fonte de 
ferro animal é 
maior do que a 
vegetal 
• Perda de sangue – geralmente é do trato 
digestivo e mulheres de idade fértil está 
relacionada as alterações ginecológicas 
 • Hematêmese ou melena – uso de EDA e 
colonoscopia para direcionar a 
investigação 
 • Menorragia – mulher em idade fértil 
 • O aumento dos dias do fluxo 
sanguíneo menstrual gera um desbalanço 
 • Fluxo habitual – 3 a 5 dias 
 • Hemorragia traumática 
 • Parto 
 • Hematúria 
 • Hemoptise 
• Outros 
 • Doação de sangue excessivo 
 • Exames diagnósticos excessivos em 
pacientes internados – alta espoliação 
 • A maior parte desses pacientes 
apresentam anemia ferropriva 
 • Parasitas gastrointestinais 
(ancilostomose/ estrongiloidíase) 
 • Hemodiálise 
• Absorção reduzida 
 • Doença celíaca (glúten) 
 • Gastrite atrófica – muito comum, 
principalmente na anemia perniciosa com 
repercussão em B12 
 • Gastrite (Helicobacter pylori) 
 • Cirurgia bariátrica/ gastrectomia parcialou total – as cirurgias mais antigas reduzem 
a absorção de ferro e B12 
 • Medicamentos (IBP) 
• Melhor absorção do ferro = duodeno 
 • Y de Roux – é a que mais gera 
desabsorção de ferro, haja vista a retirada 
do duodeno 
 
Ciclo do ferro 
• O ferro é absorvido no duodeno -> vai 
para a medula óssea -> produção das 
hemácias -> a degradação das hemácias 
pelos macrófagos no baço libera ferro para 
o ciclo novamente 
 • Perda digestiva, enzimática e muscular 
do ferro durante esse trajeto reduzem a 
quantidade de ferro disponível 
 • Boa parte do ferro fica no fígado como 
uma reserva 
• Hepcidina -> é um hormônio que dificulta 
a absorção de ferro em situações 
inflamatórias 
 • Ou seja, em doenças inflamatórias e 
infecciosas, a reposição de ferro oral não é 
suficiente, sendo necessário o uso do ferro 
parenteral 
• Distribuição do ferro no organismo 
 • Homem: 3-4g/ Mulher: 2-3g 
 • 2/3 do ferro permanece na 
hemoglobina, por isso a perda de sangue 
deve ser investigada em pacientes com 
anemia sem causas nutricionais 
Yarlla Cruz 
 • 1/3 do ferro é depositado no fígado 
• Hemocromatose – o excesso de ferro no 
organismo pode promover o enrijecimento 
de alguns órgãos, como o coração 
 • Pode gerar uma miocardiopatia 
restritiva 
 
Avaliação diagnóstica laboratorial 
• Avaliação do ferro – solicita ferro sérico 
(60), ferritina (40), e saturação de 
transferrina (20) 
 • Ferritina – está relacionada com a fase 
aguda inflamatória e por isso, pode estar 
elevada na presença de anemia ferropriva 
 • TIBC – serve para análise da avidez para 
a absorção do ferro que geralmente está 
aumentada na anemia ferropriva; pouco 
solicitada e nem sempre vem alterada 
• Padrão-ouro para dosagem do ferro – 
coloração azul da Prússia/Perls do ferro 
medular visto no eritroblasto 
 • Analisa a deposição de ferro – manchas 
azuis 
 • Não é feito de forma habitual 
Microscopia da anemia ferropriva 
• A produção de 
hemácias torna-se 
alterada com a 
deficiência de ferro - 
microcitose, hipocromia, 
célula em alvo e “lápis” 
• Plaquetose, anisocitose, reticulocitopenia 
(a produção sanguínea está reduzida) 
 
Avaliação etiológica complementar 
• Anamnese/ hábitos alimentares 
• USG pélvica transvaginal – mulheres com 
sangramento 
• Endoscopia digestiva alta 
• Colonoscopia 
• Parasitológico de fezes 
• Avaliação da coagulação/ hemostasia – 
em casos mais raros, uma vez que geram 
sangramentos 
 
 
Tratamento 
• Reposição de ferro 
• Tratamento da etiologia de base 
 
Anemia grave e sintomática 
• Hemoglobina < 7-8g/dl (anemia grave) 
e/ou instabilidade hemodinâmica 
(taquicardia/ hipotensão) – padrão-ouro 
para a indicação de transfusão 
 • Anemia grave em pacientes com boas 
condições – pode conduzir de forma clínica 
• 1 - Transfusão de hemácias 
 • 01 concentrado de hemácias - eleva 
1g/dL 
• 2 - Reposição de ferro parenteral após a 
transfusão sanguínea 
 
Anemia leve/ moderada 
• Reposição de ferro oral (via mais 
fisiológica possível) 
 • Na reposição, o importante é o tempo 
de reposição e não a quantidade de ferro 
 • Sulfato ferroso/ neutrofer/ noripurum – 
são util izados 1 vez/dia durante 6 meses até 
1 ano 
 
 
Yarlla Cruz 
Indicações de ferro parenteral 
• São situações que dificultam a absorção 
oral 
• Falha de resposta/ intolerância gástrica/ 
via oral indisponível 
• Pré-operatório (< 3 meses) 
• Doença inflamatória intestinal 
• Gastrectomia/ cirurgia bariátrica 
• Doença renal crônica dialítica 
 
Reposição de ferro parenteral 
• 1 - Noripurum (sacarato de hidróxido 
férrico) 
 • Cada ampola é 100mg/5mL 
 • Diluir em SF 0,9% 
 • Infusão em 30-60min 
 • Máximo - 200mg (2 ampolas) 3x/ 
semana 
 • Cálculo = 2,4 x peso x ∆Hb + 500 (total 
de ferro) 
 • Delta hemoglobina – é a diferença 
entre o valor ideal e o valor que o paciente 
apresenta 
 • Exemplo – Hb inicial de 8 no homem e 
Hb ideal de 13 -> o delta é 5 
 • Cálculo = 1500 mg -> necessita de 15 
ampolas de reposição 
 • Geralmente, a reposição ocorre 1x por 
semana em casos ambulatoriais 
• 2 - Ferinject (carboximaltose férrica) 
 • 50mg/mL 
 • Diluir em SF 0,9% 
 • Infusão em 15-30min 
 • Administração semanal 
 • 1 ampola equivale a 5 ampolas de 
Noripurum 
 • Pouco usado na prática, haja vista o 
custo 
 • Uso em pacientes com neoplasia e 
dificuldade de acesso, uma vez que reduz 
a necessidade de aplicações 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Yarlla Cruz

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