Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Mediação de conflitos, negociação e relações sindicais Cristiane Gomes de Carvalho Fontana Silvia Aparecida do Carmo Rangel Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Simone M. P. Vieira - CRB 8ª/4771) Fontana, Cristiane Gomes de Carvalho Mediação de conflitos, negociação e relações sindicais / Cristiane Gomes de Carvalho Fontana; Silvia Aparecida do Carmo Rangel. – São Paulo : Editora Senac São Paulo, 2022. (Série Universitária) Bibliografia. e-ISBN 978-85-396-3311-1 (ePub/2022) e-ISBN 978-85-396-3312-8 (PDF/2022) 1. Gestão de Pessoas 2. Gestão de recursos humanos : Administração de empresas 3. Gestão de conflitos 4. Negociação : Gestão de pessoas 5. Sindicatos 6. Ética corporativa I. Rangel, Silvia Aparecida do Carmo. II. Título. III. Série 22-1508t CDD – 658.405 658.3 BISAC BUS047000 Índice para catálogo sistemático 1. Negociação : Gestão de conflitos 658.405 2. Gestão de recursos humanos 658.3 M at er ia l p ar a us o ex cl us ivo d e al un o m at ric ul ad o em c ur so d e Ed uc aç ão a D is tâ nc ia d a Re de S en ac E AD , d a di sc ip lin a co rre sp on de nt e. P ro ib id a a re pr od uç ão e o c om pa rti lh am en to d ig ita l, s ob a s pe na s da L ei . © E di to ra S en ac S ão P au lo . M aterial para uso exclusivo de aluno m atriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com partilham ento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo. MEDIAÇÃO DE CONFLITOS, NEGOCIAÇÃO E RELAÇÕES SINDICAIS Cristiane Gomes de Carvalho Fontana Silvia Aparecida do Carmo Rangel Administração Regional do Senac no Estado de São Paulo Presidente do Conselho Regional Abram Szajman Diretor do Departamento Regional Luiz Francisco de A. Salgado Superintendente Universitário e de Desenvolvimento Luiz Carlos Dourado Editora Senac São Paulo Conselho Editorial Luiz Francisco de A. Salgado Luiz Carlos Dourado Darcio Sayad Maia Lucila Mara Sbrana Sciotti Luís Américo Tousi Botelho Gerente/Publisher Luís Américo Tousi Botelho Coordenação Editorial/Prospecção Dolores Crisci Manzano Ricardo Diana Administrativo grupoedsadministrativo@sp.senac.br Comercial comercial@editorasenacsp.com.br Acompanhamento Pedagógico Otacília da Paz Pereira Designer Educacional Janaina Nascimento Menezes da Silva Revisão Técnica Grazielle Barbosa Valença Vilar Preparação e Revisão de Texto Amanda Andrade Projeto Gráfico Alexandre Lemes da Silva Emília Correa Abreu Capa Antonio Carlos De Angelis Editoração Eletrônica Marcela Rigazzo Maiolino Ilustrações Marcela Rigazzo Maiolino Imagens Adobe Stock Photos E-book Rodolfo Santana Proibida a reprodução sem autorização expressa. Todos os direitos desta edição reservados à Editora Senac São Paulo Rua 24 de Maio, 208 – 3o andar Centro – CEP 01041-000 – São Paulo – SP Caixa Postal 1120 – CEP 01032-970 – São Paulo – SP Tel. (11) 2187-4450 – Fax (11) 2187-4486 E-mail: editora@sp.senac.br Home page: http://www.livrariasenac.com.br © Editora Senac São Paulo, 2022 M at er ia l p ar a us o ex cl us ivo d e al un o m at ric ul ad o em c ur so d e Ed uc aç ão a D is tâ nc ia d a Re de S en ac E AD , d a di sc ip lin a co rre sp on de nt e. P ro ib id a a re pr od uç ão e o c om pa rti lh am en to d ig ita l, s ob a s pe na s da L ei . © E di to ra S en ac S ão P au lo . http://www.livrariasenac.com.br mailto:editora@sp.senac.br mailto:grupoedsadministrativo@sp.senac.br M aterial para uso exclusivo de aluno m atriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com partilham ento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo. Sumário Capítulo 1 Definição de conflito e fatores que possibilitam seu surgimento, 7 1 Definição de conflito, 8 2 Etapas de evolução do conflito, 11 3 Condições internas que predispõem ao surgimento do conflito, 15 4 Condições externas que podem ser fontes de conflito, com repercussão no clima organizacional, 17 Considerações finais, 22 Referências, 22 Capítulo 2 Métodos para solução de conflitos, 27 1 Autocomposição, autotutela e heterocomposição, 29 2 Mediação, 31 3 Conciliação, 32 4 Arbitragem, 34 Considerações finais, 37 Referências, 38 Capítulo 3 Mediação como método de pacificação organizacional e social, 41 1 Princípios da mediação, 43 2 Etapas de mediação, 49 3 Mediação judicial e extrajudicial, 51 4 Mediação intraorganizacional, 52 5 Vantagens da mediação, 53 Considerações finais, 54 Referências, 54 Capítulo 4 O negociador e o processo de negociação do conflito, 57 1 Competências, habilidades e atitudes que precisam estar presentes no mediador/ negociador, 58 2 Abordagens e gestão do conflito com olhar estratégico, 64 3 Avaliação de desempenho na negociação e na mediação, 68 Considerações finais, 71 Referências, 72 Capítulo 5 Evolução histórica, conceito de sindicato e estrutura sindical, 75 1 Evolução histórica do sindicato, 76 2 Conceito de sindicato, 82 3 Sindicato sob a ótica constitucional x Convenção 87 da OIT, 83 4 Enquadramento sindical: conceito de categoria profissional, categoria econômica e as receitas sindicais, 86 5 Estrutura sindical brasileira, 89 Considerações finais, 90 Referências, 91 6 Mediação de conflitos, negociação e relações sindicais M at er ia l p ar a us o ex cl us ivo d e al un o m at ric ul ad o em c ur so d e Ed uc aç ão a D is tâ nc ia d a Re de S en ac E AD , d a di sc ip lin a co rre sp on de nt e. P ro ib id a a re pr od uç ão e o c om pa rti lh am en to d ig ita l, s ob a s pe na s da L ei . © E di to ra S en ac S ão P au lo . Capítulo 6 Mediação de conflitos, negociação e relações sindicais, 95 1 Tipos de conflitos coletivos do trabalho, 97 2 Negociação coletiva, 101 3 Negociado prevalecendo em face do legislado: possibilidades e limites da negociação coletiva, 105 4 Implantação de política de benefícios via norma coletiva x direito adquirido, 111 5 Dissídio coletivo e poder normativo da Justiça do Trabalho: ainda existe?, 112 Considerações finais, 114 Referências, 115 Capítulo 7 Greve e considerações sobre condutas antissindicais, 117 1 Conceito de greve e lockout, 118 2 Fundamento constitucional e legal da greve, 123 3 Características da greve , 123 4 Atribuições do sindicato, 128 5 Caracterização do abuso de direito nas ações sindicais e situações abusivas no direito sindical, 129 6 Responsabilidade civil decorrente do abuso de direito, 130 Considerações finais, 132 Referências, 132 Capítulo 8 Negociação e ética no mundo contemporâneo, 135 1 Conceito de moral e ética, 136 2 Ética e colaboração no trabalho virtual, 139 3 Compliance trabalhista, 142 4 Negociaçõesantiéticas?, 145 5 Consequências para a organização quando se opta pela relativização da ética empresarial, 147 Considerações finais, 148 Referências, 149 Sobre as autoras, 153 7 M aterial para uso exclusivo de aluno m atriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com partilham ento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo. Capítulo 1 Definição de conflito e fatores que possibilitam seu surgimento O conflito, tema deste capítulo, é observado ao longo de toda a histó- ria da humanidade. Posições unilateriais e bilateriais, interesses contra- postos e diferenças de visões são alguns dos fatores geradores de re- lações conflituosas, tanto no âmbito pessoal quanto no organizacional. A própria desordem mundial, evidenciada com a pandemia da covid-19, trouxe novos desafios que potencializaram inúmeras ques- tões de conflito, além de fomentar o surgimento de situações conflituo- sas até então nunca vistas. 8 Mediação de conflitos, negociação e relações sindicais M at er ia l p ar a us o ex cl us ivo d e al un o m at ric ul ad o em c ur so d e Ed uc aç ão a D is tâ nc ia d a Re de S en ac E AD , d a di sc ip lin a co rre sp on de nt e. P ro ib id a a re pr od uç ão e o c om pa rti lh am en to d ig ita l, s ob a s pe na s da L ei . © E di to ra S en ac S ão P au lo . Diante desse cenário, é esperado um novo olhar para o tratamento do conflito, começando pela busca por conhecimento dos mecanismos que envolvem o tema. Para atender a essa demanda, serão apresentadas, neste capítulo, algumas definições de conflito, as etapas de evolução, os níveis de con- flito, as vantagens e desvantagens e os fatores que predispõe seu surgi- mento. O objetivo é destacar a importância da correta identificação do conflito e do que o originou para realizar o planejamento das estratégias a serem adotadas. Será evidenciado, ainda, que o conflito pode e deve ser uma fonte de evolução pessoal e organizacional, desde que seja gerido com base na identificação de interesses comuns, no exercício da empatia, na respon- sabilidade, na escuta ativa e na aplicação de métodos adequados para a sua resolução. 1 Definição de conflito O conflito tem sido objeto de discussão de diversas áreas de conhe- cimento, com contribuições teóricas advindas da administração, do direito, da psicologia, da sociologia, entre outras. Tendo em vista esse caráter multidisciplinar, seu conceito pode ser abordado com diferentes enfoques, de acordo com quem o discute. No entanto, é comum a todos a ideia de que o conflito é um fenôme- no inerente às relações humanas e resultado de percepções e posições divergentes de interesses. Nenhuma relação humana é consensual du- rante todo o tempo, pois cada indivíduo é único e dotado de uma ori- ginalidade ímpar construída a partir de experiências e circunstâncias diferentes (SATHLER, 2018). As divergências nas relações podem ocorrer por inúmeras causas – a diversidade de expectativas e necessidades, as diferenças de valores, 9 Definição de conflito e fatores que possibilitam seu surgimento M aterial para uso exclusivo de aluno m atriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com partilham ento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo. o modo de pensar ou de agir, os limites e padrões, os preconceitos, as crenças, os hábitos, os paradigmas, entre outros fatores. Jaques, Mattos e Staub (2016, p. 33) mostram que o conflito: Precisa ser examinado como um fenômeno complexo, que extra- pola as raias de um mero desencontro de opiniões, valores ou po- sicionamentos. A contraposição de dois desejos divergentes tem como resultado o surgimento de uma circunstância conflitiva, fato que geralmente resulta na submissão de um desses desejos ao outro, estabelecendo ao final um ganhador e um perdedor. O estado emocional desencadeado pelo conflito por vezes dificul- ta a percepção do interesse comum, ponto fundamental da visão con- temporânea do tema. Por se tratar de dissenso, no qual expectativas e interesses são contrariados, ele pode, muitas vezes, levar cada parte a defender a própria posição de maneira unilateral, desconsiderando as necessidades do outro (VASCONCELOS, 2008). Ao longo do tempo, observaram-se diferentes visões acerca do con- ceito de conflito. Essa linha temporal, discutida por Robbins, Judge e Sobral (2010), é apresentada na figura 1: Figura 1 – Transição do conceito de conflito ao longo do tempo Focado na Resolução Tradicional Interacionista Fonte: Robbins, Judge e Sobral (2010). A visão tradicional é a mais antiga e defende que todo conflito é ruim e deve ser eliminado. Desse modo, o conflito é percebido como uma disfunção resultante de falhas na comunicação, de desconfiança, e pressupõe violência, destruição e irracionalidade. O objetivo central seria suprimir o conflito, pois ele é visto como prejudicial à eficiência 10 Mediação de conflitos, negociação e relações sindicais M at er ia l p ar a us o ex cl us ivo d e al un o m at ric ul ad o em c ur so d e Ed uc aç ão a D is tâ nc ia d a Re de S en ac E AD , d a di sc ip lin a co rre sp on de nt e. P ro ib id a a re pr od uç ão e o c om pa rti lh am en to d ig ita l, s ob a s pe na s da L ei . © E di to ra S en ac S ão P au lo . organizacional; porém, se isso não fosse possível, bastaria observar as causas e corrigir os erros detectados, a fim de solucioná-lo. A segunda visão, a interacionista, surgiu com a percepção de que conflitos não podem ser evitados e devem até ser encorajados. Nessa li- nha de pensamento, é preciso manter um nível mínimo de conflito, com vistas a promover um grupo reflexivo, autocrítico e criativo. Finalmente, passamos para visão chamada de “focado na resolu- ção”, que, como diz o nome, tem como foco a resolução do conflito, por meio de um gerenciamento eficaz. A ideia é corrigir alguns excessos observados no interacionismo, que incentivava o conflito, para admitir que nem sempre ele traz vantagens. No entanto, essa visão reconhece que os conflitos são inevitáveis; assim, é necessário se concentrar em uma resolução produtiva, com a utilização de métodos construtivos, mi- nimizando possíveis disfunções.Spengler e Spengler Neto (2016) corroboram a inevitabilidade do conflito e destacam que é preciso buscar meios autônomos de mane- já-lo, além de encará-lo não como um fenômeno patológico, mas como um evento importante, que pode ser positivo ou negativo, dependendo dos valores inseridos no contexto analisado. Nesse sentido, Figueiredo (2012) destaca que conflito é um fenôme- no social, multidimensional, considerado como parte integrante da exis- tência humana e essencial para o processo de evolução da humanidade e para a transformação social. Evidencia-se, portanto, que é preciso aprender a lidar com o conflito e que, se bem conduzido, ele poderá ser construtivo, trazendo mudanças positivas e oportunidades de ganho mútuo (VASCONCELOS, 2008). PARA SABER MAIS Você sabia que a ideia de conflito construtivo discutido nos dias atuais foi apresentada por uma mulher inovadora no início do séc. XX? À frente 11 Definição de conflito e fatores que possibilitam seu surgimento M aterial para uso exclusivo de aluno m atriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com partilham ento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo. de seu tempo, Mary Follet (1868-1933) ficou conhecida como a “Pro- fetiza da Administração” por tratar de forma pioneira diversos temas relacionados à administração. Saiba mais lendo o capítulo 4 do livro Modelos e teorias organizacionais, de Fontana (2019, p. 57-74). Fatores como a incerteza e a inserção em um ambiente instável, bem como as diferenças individuais encontradas nas partes envolvidas em um conflito, resultarão em sua constante gestão. As relações intrapes- soais, interpessoais e para com a sociedade como um todo mudaram, sobretudo diante do cenário pandêmico em que vive a humanidade, no qual o que está em jogo muitas vezes é a própria vida. Dessa forma, o que se vê são novos conflitos, menos lineares, mais complexos e que precisam ser resolvidos com base na horizontalidade, na persuasão, na igualdade de oportunidades e na disputa cooperativa (SANTOS, 2020). Ainda que o conflito esteja ligado a algum tipo de desconforto e até mesmo sofrimento, ele faz parte do processo de desenvolvimento do indivíduo, contribuindo com novas aprendizagens. Por fim, há de se pensar sobre aqueles que estarão à frente da ges- tão desses conflitos; para esses gestores, deve-se reforçar a importân- cia do “aprender a aprender”, da necessidade de uma educação perma- nente, flexível e versátil (FONTANA, 2012), de forma a compreender os mecanismos que envolvem esse processo. 2 Etapas de evolução do conflito A administração de conflitos consiste não apenas na escolha de es- tratégias adequadas para cada tipo de situação, mas também na com- preensão sobre em que nível está a divergência. Para isso, é necessário conhecer as etapas de evolução do conflito. Seja uma pequena diferença de opiniões ou uma divergência consi- derada crítica, o conflito pode se manifestar em diferentes níveis e levar a maneiras distintas de condução. Ademais, os conflitos podem evoluir para um agravamento se forem ignorados ou tratados de maneira inadequada. A figura 2 apresenta um modelo para o acompanhamento da evolu- ção dos conflitos, mostrando seus níveis e suas características: Figura 2 – Modelo de evolução dos conflitos Nível 9 – Ataques generalizados 09 Chega-se às vias de fato e a saída é a retirada de um dos lados ou a derrota de um deles. Nível 8 – Ataque de nervos 08 Neste nível, a preocupação central é se autopreservar e se proteger. Assim, as partes se preparam para o ataque e para serem atacadas. Nível 7 – Falta de humanidade 07 Primeiros comportamentos destrutivos; as partes envolvidas começam a se sentir cada vez mais desprovidas de sentimentos. Nível 6 – Estratégias 06 Ameaças e punições ficam mais evidentes e o processo de comunicação, uma das peças-chave para a solução de conflitos, fica cada vez mais restrito. Nível 5 – Loss of face 05 Decisão de continuar no conflito “custe o que custar”, dificultando a saída de umas das partes envolvidas. Nível 4 – Imagens fixas 04 São formadas imagens em relação à outra parte, resultado de experiências vividas ou preconceitos, levando cada parte a assumir posições mais rígidas. Nível 3 – Façanhas 03 As partes envolvidas começam a demonstrar desconfiança nas alternativas escolhidas para a solução do conflito. Nível 2 – Debate 02 As pessoas elaboram generalizações e demonstram alguns padrões de comportamento. Grau de objetividade começa a diminuir. Nível 1 – Discussão 01 Estágio inicial do conflito. Mais racional, cordial, aberto e objetivo. 12 Mediação de conflitos, negociação e relações sindicais M at er ia l p ar a us o ex cl us ivo d e al un o m at ric ul ad o em c ur so d e Ed uc aç ão a D is tâ nc ia d a Re de S en ac E AD , d a di sc ip lin a co rre sp on de nt e. P ro ib id a a re pr od uç ão e o c om pa rti lh am en to d ig ita l, s ob a s pe na s da L ei . © E di to ra S en ac S ão P au lo . Fonte: Nascimento e Sayed (2002, p. 49-50). 13 Definição de conflito e fatores que possibilitam seu surgimento M aterial para uso exclusivo de aluno m atriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com partilham ento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo. Esse modelo destaca a importância que precisamos dar ao conflito e explica que não se deve ignorá-lo ou reprimi-lo para evitar que avance aos níveis mais altos de tensão. Por ser recorrente e dinâmico, ele pode cau- sar uma escalada destrutiva (partindo da estabilidade para a crise), mas também pode trazer uma desescalada que dará oportunidade a transfor- mações positivas na relação, dependendo da maneira como ele for gerido. Outro modelo encontrado é a “espiral do conflito”, que aponta para uma progressiva escalada das relações de conflito, inseridas em um ciclo vicioso de ação e reação das partes envolvidas (BRASIL, 2016). Nesse modelo, as pessoas podem se afastar dos próprios objetivos para reagir a uma ação agressiva da outra parte. Se essa situação não for gerida, pode criar novas disputas e pontos de conflito, distanciando as partes das verdadeiras intenções. A ideia de espiral sugere que, ao surgir um conflito, uma reação é gerada. Por sua vez, essa reação provoca uma nova reação, e assim por diante, até que se forme uma cadeia de reações mais severas do que as ações que as antecederam, o que é prejudicial para todos. Figura 3 – Exemplo de espiral de conflito Atendente do SAC não tem esclarecimentos 2 Ouvidoria não presta nenhuma informação 4 O atendente o desrespeita 6 O gerente, nervoso, chama os seguranças e o expulsa do ponto de venda 8 Cliente liga no SAC para obter esclarecimentos e espera muito para ser atendido 1 Cliente liga na ouvidoria e reclama da cobrança e do atendimento 3 Cliente, revoltado, vai ao ponto de venda 5 Cliente, nervoso, eleva o tom de voz 7 Causaoriginária: Cobrança Fonte: Passani, Corrêa e Bastos (2014, p. 64). 14 Mediação de conflitos, negociação e relações sindicais M at er ia l p ar a us o ex cl us ivo d e al un o m at ric ul ad o em c ur so d e Ed uc aç ão a D is tâ nc ia d a Re de S en ac E AD , d a di sc ip lin a co rre sp on de nt e. P ro ib id a a re pr od uç ão e o c om pa rti lh am en to d ig ita l, s ob a s pe na s da L ei . © E di to ra S en ac S ão P au lo .Observa-se, na figura 3, que a causa originária do conflito – no caso, o departamento de cobrança – acaba se tornando um conflito secundá- rio diante de diversas outras questões que surgiram durante o processo: espera prolongada, falta de informações, desrespeito por parte do aten- dente, entre outras. Essa é uma espiral destrutiva, que produz a percepção do conflito como uma ameaça, um processo competitivo. O objetivo é transformá- -la em uma espiral construtiva, um círculo virtuoso de ações e reações voltado a um processo cooperativo e com soluções criativas (PASSANI; CORRÊA; BASTOS, 2014). Os conflitos também podem ser classificados de acordo com as diferentes percepções das pessoas em relação a eles, demonstrando seu nível de gravidade. Nesse sentido, autores como Garbelini (2016), Sathler (2018) e Santos (2020) apresentam alguns níveis. Embora se- jam observadas pequenas diferenças entre as discussões, os autores abordam, basicamente, os seguintes níveis de gravidade de um conflito: • Latente: momento em que os envolvidos não estão claramente conscientes da presença do conflito. • Experienciado: o conflito provoca sentimentos negativos, como raiva, hostilidade e medo entre as partes. Não se manifesta de modo claro e objetivo. É o conflito velado. • Percebido: ocorre quando as partes envolvidas percebem que o confronto existe, pois sentem que os objetivos divergem entre si e que podem acontecer interferências; porém, ainda não há a ma- nifestação aberta do conflito. • Sentido: momento em que o conflito já atingiu ambas as partes; existe a emoção e o conflito é sentido de forma consciente. • Manifesto: também chamado de “conflito aberto”. É percebido não apenas pelo envolvidos, mas no grupo em que ele ocorre, o que pode causar outros conflitos, uma vez que se torna público. 15 Definição de conflito e fatores que possibilitam seu surgimento M aterial para uso exclusivo de aluno m atriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com partilham ento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo. Para Chiavenato (2014), há, ainda, vários tipos de conflitos que de- monstram seus níveis de abrangência. Eles podem estar localizados em duas ou mais pessoas (interpessoal), em diferentes grupos (intergru- pal), diferentes empresas (interorganizacional) ou no próprio indivíduo (intrapessoal). O conflito interpessoal é aquele que acontece entre dois ou mais in- divíduos. As diferenças entre as pessoas levam a escolhas e opiniões distintas e, por vezes, incompatíveis. Isso também pode acontecer entre equipes; é o caso dos conflitos intergrupais, que surgem em decorrên- cia de mal entendidos, metas, rivalidades, etc. O conflito interorganizacional diz respeito às transações entre dife- rentes empresas que podem levar a atritos. Por fim, o conflito intrapes- soal refere-se a dilemas situados no indivíduo e envolve questões como pensamentos, princípios, valores e emoções. Todas essas condições devem ser diagnosticadas pelos responsá- veis pela gestão de conflitos nas organizações, para que a resolução aconteça de maneira efetiva, minimizando os possíveis impactos nega- tivos para as partes envolvidas. 3 Condições internas que predispõem ao surgimento do conflito As pessoas passam boa parte de seu tempo no trabalho e costumam desenvolver percepções sobre os colegas, grupos e o próprio ambiente organizacional. Chiavenato (2014) e Rahim (2001) apontam que certas condições encontradas dentro do ambiente das empresas podem levar a conflitos no ambiente de trabalho. Essas condições internas são: • Ambiguidades de papel: se as tarefas e expectativas não são identificadas claramente, isso pode provocar um contexto de 16 Mediação de conflitos, negociação e relações sindicais M at er ia l p ar a us o ex cl us ivo d e al un o m at ric ul ad o em c ur so d e Ed uc aç ão a D is tâ nc ia d a Re de S en ac E AD , d a di sc ip lin a co rre sp on de nt e. P ro ib id a a re pr od uç ão e o c om pa rti lh am en to d ig ita l, s ob a s pe na s da L ei . © E di to ra S en ac S ão P au lo .insegurança e incerteza, o que aumenta a probabilidade de con- flitos. Sem transparência, as pessoas sentem que estão traba- lhando por propósitos incompatíveis e tendem a defender o que julgam ser mais adequado. • Objetivos concorrentes: diferentes objetivos e interesses podem surgir dentro de uma organização. Isso pode ocorrer, por exem- plo, com a especialização de pessoas ou grupos, o que gera dife- renciação e a tendência que os profissionais deem um enfoque maior nos próprios interesses e objetivos. • Recursos compartilhados: as chances de conflito aumentam quando as organizações possuem recursos muito limitados e escassos, obrigando as áreas a se ajustar a essa escassez ou a ceder recursos a outros departamentos. Quando os recursos não são suficientes, os colaboradores tendem a querer disputá-los. • Interdependência de atividades: acontece quando um grupo é al- tamente dependente de outros grupos para a realização da tarefa ou para o alcance dos objetivos. Com essa dependência, existe a probabilidade de que um grupo prejudique o trabalho dos demais, gerando potencial conflito. • Estilo de liderança: ocorre quando o líder se envolve pouco, não deixa claro o que espera dos subordinados, não promove o traba- lho em equipe e não tolera a participação dos membros. Esse é um dos principais geradores de conflito no ambiente organizacional. Garbelini (2016) acrescenta alguns fatores, como: um sistema de recompensas competitivo e que passe a ideia de que, para um parte ga- nhar, a outra tem que perder; mudanças organizacionais, o que normal- mente gera ansiedade e insegurança; e conflitos de relacionamentos ou socioemocionais, que podem surgir por incompatibilidades interpesso- ais, disputa de poder, discordância de ideias, conhecimentos discrepan- tes e problemas na comunicação. 17 Definição de conflito e fatores que possibilitam seu surgimento M aterial para uso exclusivo de aluno m atriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com partilham ento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo.IMPORTANTE Considerada uma importante prática da comunicação, a escuta ativa implica em prestar atenção não apenas ao conteúdo da mensagem, mas também aos sentimentos e emoções nela implícitas, ao elementos não-verbais e ao contexto em que a mensagem é proferida. Na escuta ativa, as pessoas estão de fato comprometidas com o processo, existe atenção, o que leva os envolvidos a sentirem-se conectados e compro- metidos (GIMENEZ; TABORDA, 2017). Quando damos especial atenção às causas, analisando todas as suas nuances, percebemos de maneira mais clara os possíveis confli- tos, com vistas a realizar um diagnóstico mais preciso e trabalhar de forma eficaz na prevenção ou na resolução das divergências. 4 Condições externas que podem ser fontes de conflito, com repercussão no clima organizacional São inúmeras as fontes de conflito externas que podem afetar a or- ganização, especialmente pelas intensas e contínuas interações com diversos públicos – clientes, fornecedores, comunidade, entre outros – que possuem interesses distintos, o que leva inevitavelmente a situa- ções de conflito. Esses públicos são conhecidos como stakeholders e buscam, assim como a organização, o alcance de seus interesses e objetivos. A figura 4 apresenta exemplos de stakeholders. 18 Mediação de conflitos, negociação e relações sindicais M at er ia l p ar a us o ex cl us ivo d e al un o m at ric ul ad o em c ur so d e Ed uc aç ão a D is tâ nc ia d a Re de S en ac E AD , d a di sc ip lin a co rre sp on de nt e. P ro ib id a a re pr od uç ão e o c om pa rti lh am en to d ig ita l, s ob a s pe na s da L ei . © E di to ra S en ac S ão P au lo . Figura 4 – Exemplos de stakeholders Organização Colaboradores Fornecedores Clientes Governo Sindicatos Comunidade Concorrência Fonte: adaptado de Teixeira Neto (2019). Muitos stakeholders interagem com a organização e seu poder de in- fluência sobre a empresa difere dependendo de vários aspectos, como fatores sociais, econômicos, naturais, características do setor que atu- am, entre outros. Entretanto, sua força não deve ser ignorada pelas empresas, que precisam compreender os interesses e motivações dos stakeholders para gerenciar o relacionamento e diminuir a incidência e o impacto de possíveis conflitos. PARA SABER MAIS O artigo “Uma revisão da Teoria dos Stakeholders”, de Teixeira Neto (2019), sustenta que as decisões gerenciais precisam considerar os interesses de todos os stakeholders da empresa, como os clientes, as comunidades, os representantes do Estado, os funcionários, en- tre outros. Saiba mais lendo o artigo completo, que está disponível em: https://www.sustenere.co/index.php/rbadm/article/view/CBPC- 2179-684X.2019.002.0001. https://www.sustenere.co/index.php/rbadm/article/view/CBPC 19 Definição de conflito e fatores que possibilitam seu surgimento M aterial para uso exclusivo de aluno m atriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com partilham ento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo. Além disso, identificar corretamente os stakeholders que podem im- pactar o negócio vai além de conhecer os interesses de cada um deles. É necessário atuar de forma preventiva, cruzando todas as informações levantadas e projetando possíveis riscos de conflitos futuros. PARA PENSAR Pense sobre o poder de influência dos stakeholders. De que forma eles podem impactar uma empresa? Como discutido, o impacto dos públicos de interesse na empresa ocorre de muitas maneiras e motivos. Por exemplo: negociações com alguns sindicatos podem ser dificultosas; certos tipos de clientes tal- vez sejam bem mais exigentes; alguma associação de moradores de determinada região pode querer cobrar ações específicas da empresa; restrições muito severas por parte de certos órgãos públicos podem exigir uma negociação; enfim, há vários pontos de interesse divergentes ou convergentes que se cruzarão ao longo do caminho. 4.1 Fontes de conflito externo no contexto da pandemia da covid-19 O primeiro caso da então doença respiratória que viria a ser cha- mada de covid-19 ocorreu na cidade de Wuhan, na China, em dezem- bro de 2019. Menos de três meses depois, em 11 de março de 2020, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarava ao mundo que se tratava de uma pandemia (FONTANA et al., 2021). Fontana et al. (2021) abordam que, ao redor do mundo, países ado- taram medidas restritivas de movimentação social com o objetivo de diminuir a transmissão do vírus e preparar os sistemas de saúde para o atendimento aos doentes. O que se viu foi uma reinvenção sem prece- dentes, como mostra Laporta (2021, n. p.): 20 Mediação de conflitos, negociação e relações sindicais M at er ia l p ar a us o ex cl us ivo d e al un o m at ric ul ad o em c ur so d e Ed uc aç ão a D is tâ nc ia d a Re de S en ac E AD , d a di sc ip lin a co rre sp on de nt e. P ro ib id a a re pr od uç ão e o c om pa rti lh am en to d ig ita l, s ob a s pe na s da L ei . © E di to ra S en ac S ão P au lo . Os lares de forma inédita na história se transformaram ao mesmo tempo em escolas, ambientes de trabalho, shoppings, cinemas e teatros. Os alunos foram transportados da escola presencial para as aulas à distância, os profissionais do seu ambiente de trabalho para a sala de sua casa, as compras de itens de alimentação ou de consumo passaram a ser adquiridos por e-commerce. O lazer do teatro, shows, cinemas, aulas de ginástica foram potencialmente projetadas do modelo presencial de consumo para serem consu- midos por internet. (LAPORTA, 2021) As organizações buscaram rapidamente alternativas para a substi- tuição do trabalho presencial e a solução foi a migração para o traba- lho on-line e as vendas por e-commerce. Já as empresas responsáveis pelos serviços essenciais, como farmácias, serviços ligados à saúde, alimentação e logística, intensificaram suas atividades. Esse cenário deixou marcas que ainda são sentidas por muitos en- volvidos. Uma pesquisa realizada pelo provedor de saúde mental Ginger demonstrou que, para 60% dos colaboradores entrevistados, esse mo- mento é o mais estressante de sua carreira e 88% experimentaram es- tresse moderado a extremo desde que a pandemia começou. Soma-se a isso a exposição de milhares de empresas a uma série de riscos estra- tégicos e operacionais, como interrupções de fornecimentos, quebras e revisões de contratos, aumento de custos, questões de saúde e segu- rança dos colaboradores e desafios referentes à exportação e importa- ção de produtos (PORTAL SAÚDE BUSINESS, 2020). Como reflexo, percebeu-se o aumento de conflitos,bem como o sur- gimento de novos modelos de conflitos, tanto em colaboradores quanto nos demais stakeholders, que, assim como as organizações, se viram diante de uma nova ordem de convivência social e de trabalho. Nesse momento, em meio ao cenário de crise, a comunicação aberta, a flexibilidade, a criatividade e o exercício da empatia são fundamentais, sobretudo para a sobrevivência de empresas e indivíduos, mas também para a prevenção de conflitos que podem se mostrar traumáticos para as partes envolvidas. 21 Definição de conflito e fatores que possibilitam seu surgimento M aterial para uso exclusivo de aluno m atriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com partilham ento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo. NA PRÁTICA A pandemia, ao mostrar a sua face, levou muitas empresas a protagoni- zar saídas construtivas junto aos seus stakeholders, buscando soluções inovadoras para os desafios que surgiram. O Magazine Luiza lançou uma plataforma digital gratuita denominada Parceiro Magalu. O projeto, que estava sendo planejado para operar em cinco meses, após as indicações de isolamento social, foi executado em cinco dias, mesmo correndo risco de instabilidades na plataforma. A ideia é apoiar autônomos, micro e pequenos varejistas em vendas on-line durante a crise, levando-os a atingir os 20 milhões de clientes do Magazine Luiza e ofertando seus produtos tanto no site como no aplica- tivo da companhia. O Magazine Luiza fez um levantamento e constatou que apenas 1% dos 5 milhões de comércios varejistas existentes no Bra- sil atuam no comércio digital. A nova plataforma visa a permitir que pe- quenos varejistas que ainda não possuem uma presença digital possam montar, de maneira simples, as próprias lojas virtuais (VEIGA, 2020). Na Volkswagen, em vez de demissões, o sindicato negociou estabilida- de até 2025. Por meio de uma negociação que durou quatro semanas, chegou-se a uma proposta da empresa que ainda previa abertura de um programa de demissões voluntárias (PDV) e uso de layoff (afastamento temporário) por até 10 meses se o mercado não se recuperasse. Tam- bém poderiam ser usados os mecanismos de redução de jornada e sa- lários e aumento de incentivos do PDV (KUTNEY, 2020). Embora sejam muitas as fontes de conflito e os interesses dos ato- res envolvidos, podemos deduzir que não há mais espaço para a ideia do conflito como embate ou disputa, em que apenas uma parte sai ven- cedora. É preciso percebê-lo como um processo construtivo para am- bos os lados, de forma a visualizar nas diferenças a oportunidade de aprender, trazer inovação e agregar valor a todas as partes. 22 Mediação de conflitos, negociação e relações sindicais M at er ia l p ar a us o ex cl us ivo d e al un o m at ric ul ad o em c ur so d e Ed uc aç ão a D is tâ nc ia d a Re de S en ac E AD , d a di sc ip lin a co rre sp on de nt e. P ro ib id a a re pr od uç ão e o c om pa rti lh am en to d ig ita l, s ob a s pe na s da L ei . © E di to ra S en ac S ão P au lo . Considerações finais Discutiu-se, neste capítulo, a importância de se identificar e compre- ender como surgem os conflitos. A evolução desse conceito nos mos- tra que, nos dias atuais, o conflito é visto como um processo que pode promover o desenvolvimento das partes envolvidas, desde que tratado com base na cooperação e nas relações empáticas e éticas. Sua evolução ao longo do tempo nos mostrou que um novo paradig- ma impera nos dias atuais, na ideia do conflito como fenômeno social, multimensional e fundamental para o desenvolvimento do indivíduo e da sociedade. Ao lidar com um conflito, é imprescindível o entendimento da dinâmi- ca e das variáveis que o compõem para se chegar à melhor resolução possível. Devemos saber identificar o estágio de evolução, a intensida- de, os níveis e as diferentes percepções das partes envolvidas, de forma a munir de ferramentas adequadas os responsáveis pela gestão dessa divergência. Foi observado, ainda, que inúmeras condições internas e externas podem deflagrar conflitos, como o estilo de liderança, a escassez de recursos nas organizações, as crises observadas no ambiente externo à empresa, etc. Portanto, a atenção a esses fatores se faz necessária. Conclui-se que, se bem gerido, o conflito poderá se transformar em uma espiral de ações e reações voltadas a um processo cooperativo e de acordos construtivos. Referências CHIAVENATO, Idalberto. Gestão de pessoas: o novo papel dos recursos huma- nos nas organizações. 4. ed. Barueri: Manole, 2014. 23 Definição de conflito e fatores que possibilitam seu surgimento M aterial para uso exclusivo de aluno m atriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com partilham ento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo. BRASIL. Conselho Nacional de Justiça. Manual de mediação judicial. 6. ed. Brasília, 2016. Disponível em: https://www.cnj.jus.br/wp-content/ uploads/2015/06/f247f5ce60df2774c59d6e2dddbfec54.pdf. Acesso em: 13 ago. 2021. FIGUEIREDO, Lara Joana Lopes de. A gestão de conflitos numa organização e consequente satisfação dos colaboradores. 2009. Dissertação (Mestrado em Gestão) – Universidade Católica Portuguesa, Viseu, 2012. Disponível em: https:// repositorio.ucp.pt/bitstream/10400.14/8865/1/Disserta%C3%A7%C3%A3o. pdf. Acesso em: 12 ago. 2021. FONTANA, Cristiane Gomes de Carvalho et al. Modalidade rotação por estações no ensino superior. In: XXVI ENCONTRO NACIONAL DE COORDENADORES DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO, 2021, Feira de Santana. Anais [...] Feira de Santana: ENCEP, 2021. Disponível em: http://portal.abepro.org.br/encep/livros/ livro/. Acesso em: 15 ago. 2021. FONTANA, Cristiane Gomes de Carvalho. Modelos e teorias organizacionais. São Paulo: Editora Senac São Paulo, 2019. (Série Universitária). Disponível em: https://www.bibliotecadigitalsenac.com.br/?from=busca%3FcontentInfo%- 3D1930%26term%3Dmodelos%252520organizacionais%252520e%252520te- orias&page=2§ion=0#/legacy/1930. Acesso em: 11 ago. 2021. FONTANA, Cristiane Gomes de Carvalho. Aprendizagem de coordenadores de curso em instituições de ensino superior privadas. 2012. 160 f. Dissertação (Mestrado em Administração) – Universidade Presbiteriana Mackenzie, São Paulo, 2012. Disponível em: http://tede.mackenzie.br/jspui/handle/tede/573. Acesso em: 1 ago. 2021. GARBELINI, Viviane Maria Penteado. Negociação e conflitos. São Paulo: Saberes, 2016. Disponível em: https://plataforma.bvirtual.com.br/Leitor/ Publicacao/37447/pdf/0?code=Z0E7grAiTx4sc5Z8GWablxtpGNbceK- 64JpKbo17XbfvtzJcGG1WP2d0R6guqVfo2kMwO13xTjw/FV7MKOrTVkg==. Acesso em: 5 ago. 2021. GIMENEZ, Charlise Paula Colet; TABORDA, Alini Bueno dos Santos. A escuta ati- va e a alteridade como pressupostos para a liberação do perdão pela mediação. Revista Em Tempo, Marília,v. 16, 2017. Disponível em: https://revista.univem. edu.br/emtempo/article/view/2418 Acesso em: 13 ago. 2021. https://revista.univem https://plataforma.bvirtual.com.br/Leitor http://tede.mackenzie.br/jspui/handle/tede/573 https://www.bibliotecadigitalsenac.com.br/?from=busca%3FcontentInfo http://portal.abepro.org.br/encep/livros https://www.cnj.jus.br/wp-content 24 Mediação de conflitos, negociação e relações sindicais M at er ia l p ar a us o ex cl us ivo d e al un o m at ric ul ad o em c ur so d e Ed uc aç ão a D is tâ nc ia d a Re de S en ac E AD , d a di sc ip lin a co rre sp on de nt e. P ro ib id a a re pr od uç ão e o c om pa rti lh am en to d ig ita l, s ob a s pe na s da L ei . © E di to ra S en ac S ão P au lo . JAQUES, Marcelo Dias; MATTOS, Mitson Mota de; STAUB, Rafael. Conflito, encarceramento e políticas públicas de mediação prisional. In: SPENGLER, Fabiana Marion; SPENGLER NETO, Theobaldo. As múltiplas portas do con- flito e as políticas públicas para o seu tratamento. Curitiba: Multideia, 2016. Disponível em: https://www.cnj.jus.br/wp-content/uploads/2018/09/4829c- 262c13a2303bca51a3712d8b001.pdf. Acesso em: 1 ago. 2021. KUTNEY, Pedro. Na Volkswagen, em vez de demissões, sindicatos dizem ter negociado estabilidade até 2025. Automotive Business, São Paulo, 2020. Disponível em: https://www.automotivebusiness.com.br/noticia/31774/na- -volkswagen-em-vez-de-demissoes-sindicatos-dizem-ter-negociado-estabilida- de-ate-2025. Acesso em: 14 ago. 2021. LAPORTA, Celeida Maria Celentano. A desordem mundial do COVID-19 e a re- flexão para a gestão de conflitos com o uso de plataformas. Revista Polifonia, São Paulo, n. 8, 2021. Disponível em: https://apd.org.br/gestao-de-conflitos-por- -plataformas-e-covid-19/ Acesso em: 13 ago. 2021. NASCIMENTO, Eunice Maria; EL SAYED, Kassem Mohamed. Administração de conflitos. Gestão do capital humano, Curitiba, v. 5, p. 47-56, Coleção Gestão Empresarial, Fae Business School, 2002. Disponível em: https://fasam.edu.br/ wp-content/uploads/2020/07/Gest%C3%A3o-do-Capital-Humano.pdf. Acesso em: 1 ago. 2021. PASSANI, Andrezza Gaglionone; CORRÊA, Marcelo Girade; BASTOS, Simone. Resolução de conflitos para representantes de empresa. Brasília: Fundação Universidade de Brasília, 2014. Disponível em: https://www.conjur.com.br/dl/ conflitos-empresas-enam.pdf. Acesso em: 12 ago. 2021. PORTAL SAÚDE BUSINESS. Aumento de conflitos internos e baixa produtividade são reflexos da pandemia dentro das empresas. Portal Saúde Business [s. l.], 2020. Disponível em: https://www.saudebusiness.com/gesto/aumento-de- conflitos-internos-e-baixa-produtividade-so-reflexos-da-pandemia-dentro-das. Acesso em: 10 ago. 2021. RAHIM, M. Afzalur. Managing conflict in organizations. 3. ed. London: Quorum Books, 2001. Disponível em: http://www.untag-smd.ac.id/files/Perpustakaan_ Digital_1/CONFLICT%20MANAGEMENT%20Managing%20conflict%20in%20 organizations.pdf. Acesso em: 12 ago. 2021. http://www.untag-smd.ac.id/files/Perpustakaan https://www.saudebusiness.com/gesto/aumento-de https://www.conjur.com.br/dl https://fasam.edu.br https://apd.org.br/gestao-de-conflitos-por https://www.automotivebusiness.com.br/noticia/31774/na https://www.cnj.jus.br/wp-content/uploads/2018/09/4829c 25 Definição de conflito e fatores que possibilitam seu surgimento M aterial para uso exclusivo de aluno m atriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com partilham ento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo. ROBBINS, S. P.; JUDGE, T. A; SOBRAL, F. Comportamento organizacional: teoria e prática no contexto brasileiro. 14. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2010. Disponível em: https://www.academia.edu/43872093/COMPORTAMENTO_ ORGANIZACIONAL. Acesso em: 1 ago. 2021. SANTOS, Mayta Lobo dos. Resolução de conflitos: dialogando com a cultura de paz e o modelo multiportas. Curitiba: InterSaberes, 2020. SATHLER, Ana Cristina. Mediação de conflitos e negociação. São Paulo: Editora Senac São Paulo, 2018. (Série Universitária). Disponível em: https://www.biblio- tecadigitalsenac.com.br/?from=busca%3FcontentInfo%3D308%26term%3D- media%2525C3%2525A7%2525C3%2525A3o%252520de%252520conflitos#/ legacy/308. Acesso em: 28 jul. 2021. SPENGLER, Fabiana Marion; SPENGLER NETO, Theobaldo. As múltiplas portas do conflito e as políticas públicas para o seu tratamento. Curitiba: Multideia, 2016. Disponível em: https://www.cnj.jus.br/wp-content/uplo- ads/2018/09/4829c262c13a2303bca51a3712d8b001.pdf. Acesso em: 21 jul. 2021. TEIXEIRA NETO, José Maria Franco. Uma revisão da Teoria dos Stakeholders e principais pontos de controvérsias. Revista Brasileira de Administração Científica, Lisboa, v. 10, n. 2, p. 1-16, 2019. Disponível em: https://www.sustene- re.co/index.php/rbadm/article/view/CBPC2179-684X.2019.002.0001. Acesso em: 2 ago. 2021. VASCONCELOS, Carlos Eduardo de. Mediação de conflitos e práticas restaura- tivas. São Paulo: Método, 2008. VEIGA, Maria Elisia. 11 empresas que estão inovando durante a crise do Coronavírus. Gobacklog [s. l.], 2020. Disponível em: https://gobacklog.com/ blog/empresas-que-inovaram-na-crise-do-coronavirus/. Acesso em: 10 ago. 2021. https://gobacklog.com https://www.sustene https://www.cnj.jus.br/wp-content/uplo https://www.biblio https://www.academia.edu/43872093/COMPORTAMENTO CAPA_Mediacao de conflitos MED_CON_NEG_REL_SIN_01_IND_2022
Compartilhar