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aterial para uso exclusivo de aluno m
atriculado em
 curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com
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ento digital, sob as penas da Lei. ©
 Editora Senac São Paulo.
 
Capítulo 3 
Mediação 
como método 
de pacificação
organizacional e 
social 
O acesso à justiça está ligado a vários aspectos importantes na imi-
nência de contribuir com a promoção da liberdade, da dignidade e igual-
dade. E é fato que a nossa sociedade está marcada pela dificuldade em 
garantir esse acesso a milhões de cidadãos que sofrem com a desigual-
dade, vulnerabilidade e injustiças sociais. 
A crescente complexidade das relações sociais é permeada por 
transformações que exigem um aperfeiçoamento multidisciplinar e 
trazem uma visão global do contexto socioeconômico de atuação, re-
afirmando o acesso mais factível e o respeito à territorialidade e às ca-
racterísticas das partes. Toda essa complexidade torna evidente a im-
portância de métodos consensuais de solução de conflitos. 
42 Mediação de conflitos, negociação e relações sindicais M
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 O Poder Judiciário é um dos pilares do Estado Democrático de 
Direito e tem em sua essência a promoção do bem comum por meio 
dos princípios aplicados à teoria processual. Esse poder deve buscar 
estratégias e criar soluções para os conflitos com uma visão sistêmica, 
com o propósito de girar o movimento da cultura de paz e garantir o 
acesso à justiça com mais celeridade e efetividade. 
A mediação é um dos métodos de resolução de conflitos que apre-
senta mais celeridade, menos burocracia, mais eficiência e proporciona 
um potencial impacto para uma cultura de paz, diminuindo o desgaste 
das jornadas processuais para as partes envolvidas. 
A mediação de conflitos é definida por Pinho (2005, p. 108) como “o 
processo por meio do qual os litigantes buscam o auxílio de um terceiro 
imparcial que irá contribuir na busca pela solução do conflito”. Pinho 
prossegue ressaltando que “esse terceiro não tem a missão de decidir, 
mas de ajudar as partes na missão de encontrarem uma solução con-
sensual”. O autor ressalta, ainda, que 
o papel do interventor é ajudar na comunicação através da neutrali-
zação de emoções, formação de opções e negociação de acordos. 
(...) pois funciona como um catalisador de disputas, ao conduzir as 
partes às suas soluções, sem propriamente interferir na substân-
cia destas. (PINHO, 2005, p. 108) 
A mediação envolve princípios, etapas, métodos extrajudiciais, intra-
organizacionais e vantagens, conforme apresentaremos nos próximos 
tópicos. 
PARA SABER MAIS 
Durante o procedimento de mediação, o mediador faz uso de técnicas 
de negociação, que serão escolhidas e aplicadas de acordo com as 
necessidades dos envolvidos e seus conflitos, buscando o êxito nos 
resultados e a satisfação das partes. O rapport, a escuta ativa, a recon-
textualização, a validação de sentimentos, o afago, a sessão privada e 
43 Mediação como método de pacificação organizacional e social
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a inversão de papéis são algumas das técnicas utilizadas ao longo do 
procedimento de mediação em busca de solucionar os conflitos de na-
tureza familiar, proporcionando a melhora da comunicação e da relação 
entre os mediados. 

1 Princípios da mediação 
A mediação é uma técnica consensual de solução de conflitos que 
tem por objetivo solucionar pacificamente as divergências entre as par-
tes. É mais complexa que a conciliação e conta com procedimentos e 
técnicas próprios, buscando fortalecer a relação e preservar os laços de 
confiança. 
Desenvolvida por muito tempo sem o amparo de uma base legal, 
a mediação teve sua metodologia e seus procedimentos baseados 
em princípios que foram construídos segundo a definição de vários 
doutrinadores. 
Para melhor defini-la, contamos com a Lei no 13.140/2015, a Lei da 
Mediação, que disciplina mediação judicial e extrajudicial (BRASIL, 2015b). 
Essa lei foi o resultado de vários projetos que envolviam o tema, trazendo 
aspectos comuns à mediação judicial e extrajudicial e inovando no trato 
dos conflitos que envolvem as pessoas jurídicas de direito público. 
Verificamos na atualidade, além da lei já citada, um estímulo à prática 
da mediação, especialmente com a edição do Novo Código de Processo 
Civil, que trouxe diversos dispositivos sobre a matéria, especialmente na 
Seção V, Capítulo III, Título IV, Livro III, Parte Geral e no Capítulo V, Livro I, 
Parte Especial. A esse respeito, também merece destaque a resolução 
125 do Conselho Nacional de Justiça. 
Na mediação, a comunicação é facilitada pelo mediador, que busca a 
pacificação, mesmo que não haja a celebração do acordo. É de extrema 
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.importância avaliar os princípios que envolvem o tema da atividade exer-
cida pelo mediador envolvido no caso, interpretando, aplicando a lei e au-
xiliando na administração das emoções vivenciadas dentro dos conflitos. 
A jurista Fernanda Marinela (2012, p. 25) traz o conceito dos princípios: 
Assim, os princípios são mandamentos de otimização, normas que 
ordenam a melhor aplicação possível, dentro das possibilidades 
jurídicas e reais existentes, portanto, a sua incidência depende de 
ponderações a serem realizadas no momento de sua aplicação. 
Existindo para o caso concreto mais de um princípio aplicável, es-
ses não se excluem. (MARINELA, 2012, p. 25) 
Os princípios estão previstos no art. 2 da Lei no 13.140/2015, como 
segue: 
Art. 2º A mediação será orientada pelos seguintes princípios: 
I. imparcialidade do mediador; 
II. isonomia entre as partes; 
III. oralidade; 
IV. informalidade; 
V. autonomia da vontade das partes; 
VI. busca do consenso; 
VII. confidencialidade; 
VIII. boa-fé. 
§ 1º Na hipótese de existir previsão contratual de cláusula de me-
diação, as partes deverão comparecer à primeira reunião de me-
diação. 
§ 2º Ninguém será obrigado a permanecer em procedimento de 
mediação (BRASIL, 2015b). 
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Os princípios são regras que explicam a razão de ser das normas 
existentes; são guias que orientam a elaboração de normas que estão 
por vir e elementos de integração do direito quando nos deparamos 
com as lacunas. Veremos a seguir os princípios que norteiam a media-
ção de conflitos. 
1.1 Imparcialidade do mediador 
O princípio da imparcialidade é de extrema importância e vem descri-
to no conceito de mediação, uma vez que é determinante que as partes 
elejam um terceiro imparcial que auxiliará na condução do diálogo, res-
taurando a comunicação com ou sem acordo. 
A imparcialidade é requisito indispensável para qualquermétodo de 
resolução de conflitos que busque a justiça, sendo fundamental ao me-
diador e demais partes. A comunicação deve ser pacificadora e demons-
trar credibilidade. 
Art. 1º, anexo III, da Resolução Nº 125, – São princípios fundamen-
tais que regem a atuação de conciliadores e mediadores judiciais: 
confidencialidade, decisão informada, competência, imparcialida-
de, independência e autonomia, respeito à ordem pública e às leis 
vigentes, empoderamento e validação. [...] 
IV – Imparcialidade – dever de agir com ausência de favoritismo, 
preferência ou preconceito, assegurando que valores e conceitos 
pessoais não interfiram no resultado do trabalho, compreendendo 
a realidade dos envolvidos no conflito e jamais aceitando qualquer 
espécie de favor ou presente; [...]. (CNJ, 2010) 
A Lei da Mediação, Lei no 13.140/2015, em seu art. 5, fortalece o 
princípio da imparcialidade, disciplinando que: 
Art. 5º. Aplicam-se ao mediador as mesmas hipóteses legais de 
impedimento e suspeição do juiz. 
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.Parágrafo único. A pessoa designada para atuar como mediador 
tem o dever de revelar às partes, antes da aceitação da função, 
qualquer fato ou circunstância que possa suscitar dúvida justifica-
da em relação à sua imparcialidade para mediar o conflito, oportu-
nidade em que poderá ser recusado por qualquer delas. 
Art. 173. Será excluído do cadastro de conciliadores e mediadores 
aquele que: […] 
 II. atuar em procedimento de mediação ou conciliação, apesar 
de impedido ou suspeito. (BRASIL, 2015b) 
A comunicação é fator essencial na mediação e deve ser cuidadosa, 
pois tem o poder de manipulação quando conduzida de forma inade-
quada ou persuasiva, levando o mediador a posicionar-se favorável por 
uma das partes, o que compromete a resolução dos conflitos. 
A imparcialidade deve ser transparente às partes, para gerar confian-
ça no mediador e no próprio procedimento. Diversos cuidados devem 
ser tomados durante a sessão de mediação: dar a mesma atenção a 
ambas as partes, manter as cadeiras equidistantes e à mesma altura, 
considerar igualmente o que é dito pelas partes, etc. (ROSA, 2012). 
IMPORTANTE 
O Código de Processo Civil (CPC) estabelece: 
Art. 170. No caso de impedimento, o conciliador ou media-
dor o comunicará imediatamente, de preferência por meio 
eletrônico, e devolverá os autos ao juiz do processo ou ao 
coordenador do centro judiciário de solução de conflitos, 
devendo este realizar nova distribuição. 
Parágrafo único. Se a causa de impedimento for apurada 
quando já iniciado o procedimento, a atividade será inter-
rompida, lavrando-se ata com relatório do ocorrido e soli-
citação de distribuição para novo conciliador ou mediador 
(BRASIL, 2015a). 
 
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1.2 Isonomia entre as partes 
O princípio da isonomia entre as partes está previsto na legislação bra-
sileira na Constituição Federal (CF), no art. 5, caput e inciso I; e 37, caput, 
também encontrando abrigo no art. 139, I, do CPC, e de forma expressa 
no art. 2 da Lei de Mediação: “A mediação será orientada pelos seguintes 
princípios: [...] II “ isonomia entre as partes;” (BRASIL, 1988). 
Bueno (2016) define o princípio da isonomia por meio da figura do ma-
gistrado representando o Estado-juiz, que tem o dever de tratar as partes 
de forma igualitária para que todos tenham as mesmas possibilidades 
de manifestação, expressão e oportunidade de dialogar, tendo a escuta 
necessária para validar seus interesses durante o curso do processo. 
A não observância do princípio da isonomia compromete todo o pro-
cesso de mediação e pode causar grandes danos, ampliando os confli-
tos e evidenciando mágoas entre as partes. 
1.3 Autonomia de vontade entre as partes 
O mediador não oferece a resposta para resolver o conflito; ele di-
reciona o diálogo para que as partes encontrem um caminho que leve 
ao entendimento e à possível solução. Esse direcionamento, além de 
imparcial, deve garantir a independência e a autonomia de vontade dos 
envolvidos. Nessa condução, temos também a autonomia do mediador, 
para que não haja desconforto na mediação. 
Rosa (2012) explica que, pelo princípio da independência e da au-
tonomia, o mediador tem direito de atuar sem a influência de qualquer 
pressão. Para tanto, ele tem a faculdade de se recursar a atuar no caso, 
de suspender ou de interromper a sessão de mediação se entender que 
não há, naquele momento, condições adequadas à atuação. Ele tam-
bém não é obrigado a redigir um acordo que seja ilegal ou inexequível – 
por exemplo, ele não é obrigado a redigir um acordo em que uma mulher 
seja proibida de ver o filho para sempre (acordo ilegal). 
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Art. 1º, anexo III, da Resolução Nº 125, – São princípios fundamen-
tais que regem a atuação de conciliadores e mediadores judiciais: 
confidencialidade, decisão informada, competência, imparcialida-
de, independência e autonomia, respeito à ordem pública e às leis 
vigentes, empoderamento e validação. [...] 
V – Independência e autonomia – dever de atuar com liberdade, 
sem sofrer qualquer pressão interna ou externa, sendo permitido 
recusar, suspender ou interromper a sessão se ausentes as con-
dições necessárias para seu bom desenvolvimento, tampouco 
havendo dever de redigir acordo ilegal ou inexequível; (CNJ, 2010) 
Por outro lado, a Lei de Mediação traz, no art. 2, V, a autonomia sob 
a ótica das partes: “A mediação será orientada pelos seguintes princí-
pios: [...] V – autonomia da vontade das partes;” (BRASIL, 2015b). 
As partes possuem autonomia com embasamento legal, não sendo 
obrigadas a permanecer no processo de mediação e podendo celebrar 
acordos, recursar o mediador e escolher outro de sua preferência e de-
finir regras para o procedimento da mediação. 
1.4 Princípio da oralidade 
O princípio da oralidade traz a importância da comunicação transpa-
rente entre emissor e receptor para a uma boa compreensão da exposi-
ção e um bom entendimento da situação. 
1.5 Princípio da informalidade 
O princípio da informalidade possibilita a construção de procedimen-
tos de acordo com a situação, uma vez que não há procedimentos e 
normas fixas; os padrões mínimos são direcionadores presentes na Lei 
da Mediação no 13.140/2015 (BRASIL, 2015b). 
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1.6 Princípio da confidencialidade 
O princípio da confidencialidade envolve o sigilo das informações 
que circulam e diz respeito aos documentos, propostas ou decisões, 
seja antes, durante ou depois de concluída a mediação.1.7 Princípio de busca de consenso 
A mediação é um método de solução de conflitos que deve terminar 
sempre em consenso. O resultado se dá pelas partes, por suas vonta-
des, sem intervenção de outra pessoa, e elas devem se submeter a uma 
decisão conjunta, sem a intenção de prejudicar o outro. 
1.8 Princípio da boa-fé 
O princípio da boa-fé é extremamente importante, já que sua ausên-
cia pode comprometer o andamento da mediação. Refere-se à hones-
tidade, à sinceridade, à lealdade e à justiça na busca pela solução dos 
conflitos. 
2 Etapas de mediação 
A mediação é um procedimento flexível e consensual no qual as par-
tes buscam um terceiro para facilitar a comunicação, auxiliar no diálogo 
e caminhar para a solução do conflito. Basicamente, suas etapas se 
dividem em: pré-mediação, compreensão do caso e resolução. Alguns 
autores trazem estas etapas com mais abrangência, como Demarchi 
(2007, p. 171-179), que classifica a pré-mediação como etapa prepara-
tória e divide o que chama de “mediação propriamente dita” em cinco 
etapas: 1) acolhida; 2) declaração inicial das partes; 3) planejamento; 4) 
esclarecimentos dos interesses ocultos; 5) negociação do acordo. 
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A acolhida é o momento em que o mediador recebe as partes, inicia 
o contato com as orientações sobre os procedimentos de mediação 
e cria um ambiente de confiança e respeito, para que todos sintam-se 
seguros e à vontade. 
Em seguida, temos a declaração inicial das partes, que passam a 
expor a situação e o contexto que culminou no conflito. 
O mediador faz um resumo de toda a explanação feita pelas partes, 
a fim de que todos entendam com maior clareza os pontos de conflitos 
e a amplitude do que envolve as partes, além de um planejamento das 
reuniões. Pela flexibilidade que compõe o método, cabe ao mediador 
encontrar o momento oportuno, de acordo com a necessidade apresen-
tada nos fatos, para os esclarecimentos de interesses que não estejam 
visíveis inicialmente, mas que possam comprometer a resolução. 
A próxima etapa é a negociação do acordo; aqui, as partes são es-
timuladas à exposição de possíveis soluções, ou seja, são orientadas 
pelo mediador a propor soluções que tragam a pacificação e que solu-
cionem os conflitos. 
Segundo Moore (1995, p. 245): 
[...] é importante para os mediadores explorarem, com as partes, 
os padrões e critérios específicos que eles estão usando ao deter-
minar a possibilidade de aceitação de um acordo. A compreensão 
de sua estrutura conceitual pode ajudar o interventor a trabalhar 
com sucesso dentro da própria visão de mundo das partes, inter-
pretar a lógica de uma das partes para as outras e, finalmente, 
facilitar o acordo. 
Por fim, temos a instrumentalização e redação do acordo ou do ter-
mo de encerramento da mediação, caso não se tenha um consenso no 
litígio – e o mediador deve sempre orientar as partes a respeito da con-
vivência pacífica e harmônica na busca da solução do conflito. Martinelli 
(2015, p. 1) destaca que a negociação é um método que busca tornar 
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as relações contínuas, procurando sempre os objetivos em comum dos 
envolvidos e entendendo que satisfazer todos os interessados é vital 
para que haja uma negociação de sucesso. 
3 Mediação judicial e extrajudicial 
A mediação judicial vem sendo amplamente utilizada nos tribunais 
como forma de desafogar o Judiciário da quantidade exorbitante de 
processos e da morosidade nas decisões, constituindo um método com 
viabilidade para a aceleração da solução dos conflitos. 
O chamado “movimento universal de acesso à justiça” pode ser ob-
jeto de pesquisa em diversos compartimentos das ciências sociais; po-
rém, no direito, ele assume um enfoque que repudia o formalismo jurí-
dico, preconizando a inserção de componentes reais em sintonia com a 
realidade e contexto social. Segundo Leite (2008, p. 148), a concepção 
tridimensional do direito leva em consideração não apenas a norma em 
si, mas os fatos e os valores que a permeiam. 
A mediação judicial corresponde ao tipo de mediação que, em regra, 
ocorre durante o curso de um processo ou ainda na fase pré-proces-
sual, por requerimento das partes ou designação do juízo, obedecendo 
estritamente os critérios estabelecidos na Lei no 13.140/2015 e nas nor-
mas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e do respectivo Tribunal de 
Justiça (BRASIL, 2015b). 
A Lei no 13.140/2015, em seu art. 11, estabelece critérios quanto ao 
exercício da função de mediador judicial e, nos art. 14 a 20, as diretrizes 
para o procedimento de mediação, sua condução e sua formalização 
(BRASIL, 2015b). 
Na mediação extrajudicial, o mediador é escolhido pelas partes, que 
espontaneamente buscam o método para a solução da divergência, 
preservando os relacionamentos, com previsão legal no art. 9 da Lei 
no 13.140/2015. O mediador deve ser uma pessoa capaz, que tenha a 
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confiança das partes e seja capacitada para o exercício da mediação. 
As partes podem ainda ser acompanhadas por um advogado ou defen-
sor público; se uma das partes for assistida por um profissional, todas 
as demais também devem ser (BRASIL, 2015b). 
PARA PENSAR 
A Lei no 13.140/2015 traz a seguinte definição no artigo 1: “Considera-se 
mediação a atividade técnica exercida por terceiro imparcial sem poder 
decisório que, escolhido ou aceito pelas partes, as auxilia e estimula 
a identificar ou desenvolver soluções consensuais para a controvérsia” 
(BRASIL, 2015b). 
Pense sobre a importância de uma solução pacífica e que traga benefí-
cios para as partes, como a diminuição dos custos financeiros e emo-
cionais do processo, que poderia ser moroso junto ao Judiciário. 

4 Mediação intraorganizacional 
O ambiente organizacional é formado por um conjunto de pessoas 
que podem apresentar divergências e consequentes conflitos, causan-
do insegurança, instabilidade emocional e impacto no desenvolvimento 
organizacional. Braga Neto (2011) reitera sobre este assunto que: 
Tais conflitos, caso resultem em número muito elevado, compro-
metem o crescimento e a evolução natural da própria empresa, 
criando um círculo vicioso que se autoalimenta, resultando na 
perda da competitividade da empresa, grupo de empresas ou cor-
porações. Tal fato é decorrente da forma negativa em que, interna-
mente, o conflito não somente é encarado, mas sobretudo como 
é administrado. Nestes casos, é muito comum a negação de que 
ele exista, pela fuga ou omissão. Por outro lado, perde-se muito 
tempo na sua resolução em reuniões infrutíferas, exigindo de seus 
dirigentes decisões próprias desgastantes ou pelo menos um en-
caminhamento para as mesmas, acarretando forma impositiva de 
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 Editora Senac São Paulo.
 
 
 
 
fazer valer o respeito à hierarquia e ao poder, o que sem dúvida 
agravará ainda mais o conflito. (BRAGA NETO, 2011, n. p.) 
A mediação pode acelerar a resolução dos conflitos e facilitar os 
resultados, gerando impacto nas relações internas das empresas, pois 
tem como objetivo primordial manter o bom relacionamento entre os 
envolvidos. O art. 2 da Lei no 13.140/2015 prevê, na mediação, a confi-
dencialidade como um de seus princípios norteadores, gerando confian-
ça durante todas as etapas até a finalização (BRASIL, 2015b). 
PARA SABER MAIS 
A origem da mediação remonta à China Antiga, com os ideais e pensa-
mentos do ilustre filósofo e político Confúcio – ou seja, desde os tem-
pos mais antigos as comunidades já utilizavam o método da mediação 
para resolver os conflitos. 
 
5 Vantagens da mediação 
A mediação apresenta vantagens claras, que são fundamentais para 
a solução dos conflitos: a rapidez, a economia, o sigilo, a construção de 
uma relação hamônica e pacífica e a diminuição do excesso de proces-
sos que sobrecarregam o Judiciário. 
Todos são beneficiados com a utilização do método, que proporcio-
na também um menor desgaste emocional durante o processo de ne-
gociação e possibilita a realização judicial ou extrajudicialmente, cons-
truída de acordo com os parâmetros necessários para a boa condução 
e solução dos conflitos entre as partes. 
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Considerações finais 
A mediação é um método que traz diversos benefícios. Apesar de ser 
utilizada há algum tempo, a regulamentação pela Lei no 13.140/2015 
(BRASIL, 2015b) trouxe mais segurança por meio dos princípios norte-
adores, que são a base para a sua implementação. Como forma pacífi-
ca de solução de conflitos, apresenta celeridade e total economicidade 
quanto aos custos financeiros, além de diminuição dos desgastes emo-
cionais que muitas vezes são causados pela demora junto ao Judiciário. 
A transparência da comunicação e das informações contribui para 
que as partes sejam mediadas da melhor forma, em busca de um acor-
do que minimize as possíveis perdas em razão dos conflitos apresen-
tados. E é do mediador o papel fundamental nesse exercício; assim, ele 
deve agir com credibilidade, honestidade e cumprir os princípios exigi-
dos pela Lei da Mediação. 
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2021. 
BRASIL. Lei no 13.140, de 26 de junho de 2015. Dispõe sobre a mediação entre 
particulares como meio de solução de controvérsias e sobre a autocomposi-
ção de conflitos no âmbito da administração pública; altera a Lei no 9.469, de 
10 de julho de 1997, e o Decreto no 70.235, de 6 de março de 1972; e revoga o 
§ 2o do art. 6o da Lei no 9.469, de 10 de julho de 1997. Brasília, DF: Presidência 
da República, 2015b. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ 
ato2015-2018/2015/lei/l13140.htm. Acesso em: 25 ago. 2021. 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03
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