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TEMA DE CASA 01 - Resumo

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TEMA DE CASA 01 – DIREITO PROCESSUL DO TRABALHO I
ALUNO: 
Procedimentos Especiais Trabalhistas
	 
	É possível afirmar que a CLT contém 03 (três) ações como procedimentos especiais, quais sejam:
I. O inquérito judicial para apuração de falta grave;
II. O dissídio coletivo; e 
III. A ação de cumprimento.
Inquérito Judicial para Apuração de Falta Grave
	Possui natureza de ação constitutiva necessária para apuração de falta grave que autoriza a resolução do contrato de trabalho do empregado estável por iniciativo do empregador. 
O acusado de falta grave poderá ser suspenso de suas funções, mas a sua despedida só se tornará efetiva após o inquérito, em que se verifique a procedência da acusação.
Alguns trabalhadores só poderão ser despedidos se praticarem falta grave, são eles:
I. Dirigentes Sindicais.
II. Representantes dos Trabalhadores no Conselho Curador do FGTS;
III. Dirigentes de Cooperativa de Empregados;
IV. Representantes dos trabalhadores no Conselho Nacional de Previdência Social; e
V. Representantes dos trabalhadores nas Comissões de Conciliação Prévia.
O servidor investido em emprego público da Administração Direta, Autarquia ou Fundacional, por meio de concurso público, adquire estabilidade após 03 (três) anos de efetivo exercício. Esse servidor só poderá ser dispensado: a) mediante processo administrativo; b) mediante procedimento de avaliação periódica de desempenho; c) mediante sentença transitada em julgado. 
Já o servidor público concursado das empresas públicas e sociedades de economia mista não adquirem estabilidade, a eles não se aplica o inquérito judicial. 
Não há interesse processual do empregador em ajuizar ação de inquérito judicial aos seguintes trabalhadores:
I. Empregado acidentado;
II. Empregada gestante;
III. Empregado membro eleito de CIPA; e 
IV. Qualquer outro empregado destinatário da garantia no emprego. 
Em todos esses casos, os trabalhadores são titulares do direito de garantia provisória no emprego, mas a lei não exige a apuração judicial da falta grave para eles serem dispensados, razão pela qual o empregador não necessita de autorização judicial para extinguir o contrato de trabalho.
O procedimento do inquérito judicial para apuração de falta grave encontra-se regulado nos arts. 853 a 855, bem como nos arts. 494 a 499, todos da CLT. O empregador (autor) ajuizará reclamação por escrito perante a Vara do Trabalho, dentro de trinta dias, contados da data da suspensão do empregado. 
Reconhecida a inexistência de falta grave praticada pelo empregado, fica o empregador obrigado a readmiti-lo no emprego e a pagar-lhe os salários e demais vantagens a que teria direito no período de afastamento, o que demonstra a natureza dúplice dessa ação especial, pois o empregado não necessita reconvir ou ajuizar outra ação para ser reintegrado.
Dissídio Coletivo
	O dissídio coletivo é uma espécie de ação coletiva de matriz constitucional conferida a determinados entes coletivos, geralmente os sindicatos, para a defesa de interesses cujos titulares materiais não são pessoas individualmente consideradas, mas sim grupos ou categorias econômicas, profissionais ou diferenciadas, visando à criação ou interpretação de normas que irão incidir no âmbito dessas mesmas categorias. Divide-se em:
I. Autocompositivos; e
II. Heterocompositovos. 
As formas autocompositivas são, portanto, extrajudiciais e decorrem da negociação coletiva e do princípio da autonomia privada coletiva.
As formas autocompositivas são, portanto, extrajudiciais e decorrem da negociação coletiva e do princípio da autonomia privada coletiva.
Ainda, podem ser:
I. De natureza econômica; 
a. Originário ou Inaugural; 
b. Revisional; e 
c. D extensão.
II. De natureza jurídica; 
a. Ação Declaratória. 
III. Originários; 
IV. De revisão; e
V. De declaração sobre a paralisação do trabalho decorrente de greve. 
A competência para processar e julgar os dissídios coletivos é original e funcionalmente dos Tribunais do Trabalho. 
Já seus pressupostos processuais podem ser:
I. Subjetivos:
a. Competência;
b. Capacidade Processual;
II. Objetivos:
a. Negociação Coletiva Prévia; 
b. Inexistência de Norma Coletiva em vigor; 
c. Observância da época própria para ajuizamento; 
d. Petição Inicial; 
e. “Comum Acordo”. 
Por ser o dissídio coletivo uma ação, o seu exercício encontra-se condicionado à satisfação de todos os requisitos exigidos para as demais ações civis, como a legitimação ad causam e o interesse processual, já estudados.
As partes no dissídio coletivo são: no polo ativo, suscitante; no passivo, suscitado.
Se as partes do dissídio coletivo firmarem acordo extrajudicial, não há necessidade de sua homologação pela Justiça do Trabalho.
O acordo extrajudicial firmado entre sindicato e empresa, compondo conflito de interesses constantes de pauta reivindicatória que empolgou o dissídio coletivo, possui natureza de acordo coletivo ou convenção coletiva, o que implica a automática extinção do dissídio coletivo correspondente, por carência superveniente do interesse processual.
Ação de Cumprimento
O conteúdo da “sentença” normativa não se sujeita à execução forçada, e sim ao cumprimento pelos seus destinatários, tal como acontece com a eficácia das normas jurídicas de caráter geral e abstrato.
Tanto o sindicato quanto os empregados são competentes para propositura da ação. 
A competência é das Varas do Trabalho do local da prestação do serviço. 
O procedimento da ação de cumprimento é semelhante ao de dissídio individual, com a ressalva de que não será permitido às partes discutir questões de fato ou de direito que já foram apreciadas na sentença normativa ou na decisão normativa, ainda que esta não tenha transitado em julgado.
Em relação a prescrição, o marco inicial conta-se da data do trânsito em julgado da decisão normativa. 
Ações Especiais Admissíveis no Processo do Trabalho
	Mandado de Segurança
O mandado de segurança trata-se de importante ação constitucional que visa garantir direito líquido e certo que tenha sofrido lesão ou que esteja na iminência de sofrê-la.
Na Justiça do Trabalho, em razão de não haver recurso próprio para impugnar as decisões interlocutórias (irrecorribilidade imediata dessas decisões), conforme disposto no art. 893, § 1º da CLT, ação de segurança é largamente utilizada contra as decisões que violem direito líquido e certo das partes.
O legitimado ativo da impetração do mandado de segurança é o detentor do direito líquido e certo não amparado por habeas corpus ou habeas data, incluindo pessoas físicas, jurídicas, órgãos públicos despersonalizados, porém com capacidade processual, universalidades de bens e direitos, agentes políticos, Ministério Público, etc. 
Os juízes das Varas do Trabalho e os juízes de direito investidos na jurisdição trabalhista não tinham competência funcional para apreciar e julgar mandado de segurança, uma vez que os arts. 652 e 653 da CLT não previam tal competência para os órgãos de primeira instância da Justiça do Trabalho.
O mandado de segurança, no processo do trabalho, segue o rito especial da lei 12.016/2009 e não o regramento procedimental da CLT.
O prazo para impetração do mandado de segurança individual ou coletivo, nos termos do art. 23[34] da Lei 12.016/2009, é de cento e vinte dias, contados da ciência, pelo interessado, do ato impugnado. Trata-se de prazo decadencial e sua fluência não se interrompe ou se suspende.
Ação Rescisória
Trata-se de uma ação, pois o recurso constitui um meio de impugnação de decisão judicial na mesma relação jurídica, isto é, “dentro” do mesmo processo, ao passo que a rescisória, embora também seja meio de impugnação de decisão judicial, só se presta a fazê-lo em outra relação processual, ou seja, “fora” do processo em que se deu a decisão impugnada.
A ação rescisória não suspende o cumprimento da sentença rescindenda. 
O processamento e julgamento é competência dos Tribunais. 
Ação de Consignação em Pagamento
A utilização da consignação em pagamento é frequente nos casos em que o empregado foi dispensado com justa causa, mas, discorda damodalidade de rescisão contratual e decide não receber o pagamento das verbas rescisórias.
Mediante a recusa do empregado em receber as verbas trabalhistas, o empregador tem o prazo de 30 dias a partir da referida recusa para propor ação de consignação em pagamento evitando pagamento de multa prevista no artigo 477, parágrafo 8º da CLT.
A ação de consignação em pagamento proposta na Justiça do Trabalho deve obedecer à regra geral de competência territorial, que é, a princípio, o lugar da prestação do serviço, ainda que o empregado tenha sido contratado noutro local ou no estrangeiro.
Habeas Corpus e Habeas Data 
Na seara trabalhista, a competência para julgamento do habeas corpus segue, em linhas gerais, a traçada para a Justiça Comum. Assim, compete ao Juiz do Trabalho julgar habeas corpus no qual a autoridade coatora seja particular. Se um juiz do trabalho figurar como autoridade coatora, cabe o Tribunal Regional do Trabalho conhecer do habeas corpus.
Na hipótese de a autoridade coatora ser Tribunal Regional do Trabalho, há certa polêmica sobre qual seria o órgão competente, já que o art. 105, I, “c”, da CF conferiu ao STJ o julgamento nesses casos, mas, para PEREIRA (2013, p. 194), esse dispositivo foi derrogado pela EC 45/04, devendo o habeas corpus ser apreciado pelo TST.
Habeas data é a ação mandamental, sumária e especial, destinada à tutela dos direitos de cidadão a frente dos bancos de dados, a fim de permitir o fornecimento das informações registradas, bem como sua retificação, em caso de não corresponder à verdade.
Há a possibilidade de propositura de Habeas Data em face do Ministério do Trabalho e Emprego para que informa os dados de determinado empregador. 
Ação Civil Pública
A Justiça do Trabalho é competente para processar e julgar ação civil pública, “para a defesa de interesses coletivos, quando desrespeitados os direitos sociais constitucionalmente garantidos”.
Ação Civil Coletiva
São características das ações coletivas a transindividualidade dos direitos tutelados, tendo como objeto a imposição de obrigações de fazer e não fazer, cominações e reparação dos danos perpetrados nos aspectos genérico-coletivos e individuais homogêneos.
Sua principal finalidade é buscar a prevenção e inibição de ilícitos, para, assim, evitar danos, reconhecendo a lei ampla legitimação ativa e a facilidade de acesso à prestação jurisdicional, com gratuidade da justiça.
Ação Anulatória de Cláusulas Convencionais
Trata-se de uma ação de conhecimento, de natureza coletiva, que tem por objeto a declaração de nulidade de cláusula constante não só de convenções e acordos coletivos, mas, também, de contrato individual de trabalho.
Ação Cautelares
O procedimento comum e os procedimentos diferenciados podem viabilizar tanto a prestação de tutela satisfativa como de tutela cautelar de maneira antecedente ou incidental.

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