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Direito Digital
6 - DIREITO 4.0
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Tópico 01
Direito 4.0
Olá, estudante! 
Seja bem-vindo(a) a esta unidade de estudo, na qual trataremos sobre o modo como o Direito se comporta a partir da inserção maciça de tecnologia na sociedade contemporânea. Atualmente, as pessoas estão cada vez mais conectadas ao ciberespaço, mesmo que involuntariamente, e, em consequência disso, fornecem dados pessoais à rede digital.
Ao sair para ir ao mercado, por exemplo, estamos sendo monitorados por câmeras acopladas nos elevadores e nas áreas comuns de condomínios ou, então, nas câmeras de nossas residências ou das vias públicas pelas quais transitamos. Caso contratemos um serviço de transporte via aplicativo, fornecemos dados como geolocalização, horário etc. Muitas vezes, temos a sensação de que estamos, constantemente, sendo vigiados ou controlados.
FIGURA 1 | DIREITO E TECNOLOGIA
Por isso, é importante destacar que o Direito e a sociedade são entidades que se formaram de modo conatural, isto é, de maneira dependente, uma vez que a sociedade se consolida como fonte criadora e, também, como local de aplicação do próprio Direito.
Não há dúvidas de que a nossa sociedade mudou e está mais tecnológica, digital, de forma que os equipamentos eletrônicos e a inteligência artificial estão cada vez mais indispensáveis ao cotidiano humano. Tarefas simples como checar a previsão do tempo, fazer transações bancárias, comprar e falar com os amigos/familiares são feitas, na maioria, por meio dos dispositivos eletrônicos interconectados.
Nesse contexto, é natural que o Direito também seja permeado por novas técnicas, em especial, pela internet, que se tornou um instrumento rotineiro de comunicação social e um mecanismo essencial para a administração e o bom funcionamento da justiça.
Dessa forma, os aparatos tecnológicos que são utilizados para a comunicação podem vir a ser utilizados como importantes meios de prova, servindo à justiça assim como ao lazer. Por essa razão, é comum a utilização de fotos e de conversas ocorridas em redes sociais como prova de aspectos da vida de uma pessoa, tais como status financeiro, postura ética, dentre outras coisas; o uso de print screen das páginas; ou, ainda, o uso de instrumentos de geolocalização dos smartphones, que passaram a ser utilizados para elucidar fatos e corroborar narrativas feitas em petições.
A ata notarial é um instrumento com fé pública utilizado para comprovar conversas, fotos e vídeos. A confecção de uma ata notarial é importante para trazer confiabilidade às imagens e aos sons, pois, por meio da assinatura, um tabelião ou uma pessoa autorizada no cartório comprova a veracidade dos documentos juntados nos processos judiciais.  Segundo o Artigo 384 do Código de Processo Civil: 'A existência e o modo de existir de algum fato podem ser atestados ou documentados, a requerimento do interessado, mediante ata lavrada por tabelião. Parágrafo único. Dados representados por imagem ou som gravados em arquivos eletrônicos poderão constar da ata notarial' (BRASIL, 2015, on-line).
Por isso, é muito comum se utilizar ata notarial para comprovar conversas ocorridas no WhatsApp ou, ainda, imagens extraídas das redes sociais, que passam a valer como meio de prova.
FIGURA 2 | SMARTHPHONES
O Direito mudou e vem se transformando, de forma gradativa, sempre buscando acompanhar a evolução tecnológica com uma grande virada de chave. No ano de 2006, mais precisamente com a publicação da Lei nº 11.419, foi regulamentado o processo judicial eletrônico. A partir dessa normatização, estabeleceu-se o uso de meio eletrônico na tramitação de processos judiciais, e a comunicação de atos e a transmissão de peças processuais foram introduzidas no país, inaugurando uma nova era no judiciário. 
Atenção!
A digitalização dos processos diminuiu os arquivos físicos; reduziu, paulatinamente, o uso do papel; e agilizou os trâmites, uma vez que os atores do processo (advogados, serventuários, juízes) não precisam mais se deslocar até as secretarias e os cartórios para fazer carga dos autos ou protocolar petições. Além disso, a digitalização facilitou a comunicação, por meio da intimação digital dos advogados e de partes sobre os atos processuais.
A grande mudança iniciada com o processo judicial eletrônico, com a diminuição dos atos burocráticos no cartório, demonstrou a grande capacidade de adaptação do judiciário às transformações tecnológicas. Além disso, expôs a imensa modificação pela qual o Direito estava passando, que ia desde a diminuição e a facilitação dos atos burocráticos até a diminuição de postos de trabalho. 
Com tantas transformações, você pode se perguntar: "No futuro, existirão advogados, juízes e servidores?" ou "O judiciário será como é atualmente?".
Direito 4.0
Como fica o Direito diante da realidade que se apresenta? Afinal de contas, as relações jurídicas que se estabelecem na sociedade estão cada vez mais automatizadas.
Isso indica que não estamos vivendo uma era de mudanças, mas, sim, uma mudança de era? 
 Saiba mais
Os advogados do futuro não serão como os conhecemos atualmente, pois terão características mais digitais, visto que, cada dia mais, são amparados por novas tecnologias. O trabalho está mais conectado, virtualizado e digital. Vale dizer que esses aspectos valerão para todas as profissões que envolvem o Direito, porque a tecnologia chegou a todas as frentes do judiciário. 
 
O Direito 4.0, assim como a indústria 4.0, está ligado a uma série de mudanças que ocorrerão na sociedade, a partir da introdução de sistemas inteligentes e integrados por computador ou dispositivos móveis interligados à internet (SACOMANO; GONÇALVES; BONILLA, 2018). É a utilização da Inteligência Artificial (IA), do big data e da Internet das Coisas (IoT) buscando a otimização do dia a dia do operador jurídico.
Ao final deste conteúdo, você será capaz de:
· compreender o processo de inovação que está ocorrendo no mundo jurídico;
· entender a nova advocacia, demonstrando as possibilidades de interações com a tecnologia;
· identificar as possíveis mudanças que ocorrerão no futuro do operador jurídico.
A informatização do Direito levará a outro patamar o modo como se vê e se estuda o ordenamento jurídico, no qual as distâncias e os meios de comunicação e de prova, assim como as análises dos processos, serão parametrizados pelo uso da tecnologia. 
A sociedade mudou, o Direito também!
O Direito percorreu uma longa trajetória até estabelecer as diretrizes atuais. Iniciou com processos inteiros instruídos de forma artesanal, isto é, sem nenhuma intervenção de tecnologia avançada, sem modelos, sem automação para pesquisa de teses. As petições eram feitas à mão; depois, à máquina de escrever, redigidas e pensadas de forma 100% humana. E, por isso, eram mais suscetíveis ao erro e eram de pouco acesso às pessoas.
Com o advento dos computadores, compostos de editores de textos e de planilhas eletrônicas, surge uma nova maneira de confeccionar as petições, transformando a rotina dos escritórios e do judiciário. Os famosos “CTRL + C” e “CTRL + V” facilitaram, e muito, o trabalho, em especial, nas demandas repetitivas. Claro, isso fez, também, com que o Direito perdesse um pouco do glamour e da astúcia, uma vez que copiar é sempre mais fácil que pensar.
FIGURA 3 | DIREITO E INTERNET
A automatização dos processos e a utilização, cada vez mais frequente, de softwares jurídicos promoveram mais agilidade ao judiciário, configurando-se em mais um instrumento em busca da efetivação do princípio constitucional da celeridade processual e, consequentemente, da eficiência do judiciário.
Por tudo isso, os operadores jurídicos do século XXI não podem, de forma alguma, não saber lidar com a tecnologia. Pelo contrário, devem estar sempre se atualizando, uma vez que as transformações serão, sempre, maiores e mais desafiadoras. 
 Curiosidade
Especificamente sobre a diminuição da morosidade do judiciário, dados apontam...
Especificamente sobre a diminuição da morosidade do judiciário, dados apontam que 70% do tempo gasto natramitação do processo se dão com atos secundários relacionados ao andamento processual (registros, autuações, carimbos etc.). Imediatamente após a inauguração do Fórum Nossa Senhora do Ó, o então diretor, José Fernando Blotta, tinha a expectativa de que o prazo fosse reduzido em 90%. O ex-presidente do Tribunal de Justiça de São Paulo, Celso Limongi, por sua vez, estimava a redução de 70% no tempo do processo. Em 2011, o CNJ também divulgou informações sobre a redução em 70% no tempo da tramitação, tendo em vista a eliminação de burocracias processuais realizadas manualmente. Entretanto ainda pendem controvérsias sobre se, de fato, a informatização do processo, por si só, implica redução no tempo de tramitação judicial, sendo necessária, também, a implantação de métodos de gestão (e, possivelmente, de metas) àqueles que operam o sistema (TEIXEIRA, 2020). 
 
Podemos afirmar que a informatização do judiciário aconteceu de forma paulatina e tem como nascedouro os escritórios de advocacia. Isso porque os referidos escritórios têm maior liberdade de manuseio da tecnologia e maior facilidade para atualizar os sistemas internos, bem como para buscar novos meios de prova e adquirir e aplicar novos programas disponíveis no mercado à rotina jurídica processual.
À medida que os mecanismos tecnológicos se tornaram mais acessíveis, eles começaram a ser usados de maneira massiva, de forma que o judiciário teve que se atualizar diante das novidades advindas, em grande parte, da advocacia.
 Reflita
Algumas questões passam a ser consideradas: 'Será que o Direito irá acompanhar as tecnologias?'; 'Há como adaptar os modos tradicionais aos novos aparatos tecnológicos?'; 'Os meios eletrônicos são aceitos como meio de prova em processo judicial?'.
Para entender essas e outras questões, convido você a fazer a seguinte leitura, que trata do processo eletrônico e da informatização do processo judicial. 
Estudo Guiado
Leia da página 238 à 245 do livro 'Direito digital e processo eletrônico', que aborda o processo eletrônico e a informatização do processo judicial.
 Clique no link e leia o livro
TEIXEIRA, T. Direito digital e processo eletrônico. São Paulo: Saraiva, 2022.
Cabe destacar que, a mesma adaptação que a sociedade terá que fazer para se ajustar à crescente utilização de tecnologias, o judiciário, também, precisará fazer.
Atenção!
Novas situações e relações jurídicas surgem a todo momento, nos mais variados segmentos da sociedade, desde negociações empresariais, novos modos de comunicação etc. Consequentemente, o Direito terá que incorporar essas novidades provenientes da sociedade, pois caberá a ele resolver os problemas advindos delas.
Isso não significa que, obrigatoriamente, dever-se-á criar uma infinidade de novas leis, mas, sim, adequar-se à transformação social, aderindo a lei à atual realidade, de modo eficaz. Isso fica evidenciado em parte do contexto histórico da humanidade.
Recurso lista interativa:
· Era agrícola
· Era industrial
· Era digital
Conteúdo
Era agrícola :
Na era agrícola, o instrumento de poder era a terra, e o Direito era canônico.
Voltar para a navegação do recurso lista interativa
Com isso, resta claro que a natureza da sociedade digital é comunitária, isto é, coletiva, na qual há "preocupação e grau de dependência do indivíduo com relação ao grupo, que faz com que o interesse particular seja preterido em prol do interesse coletivo" (PINHEIRO, 2021, p. 40).
Impactos do Direito 4.0
A sociedade contemporânea mudou. Equipamentos como notebook, palm, smartphone, assistentes virtuais etc. são cada vez mais comuns, graças à popularização da quarta geração da telefonia móvel (4G) e da evolução do 5G, que levam a sociedade a outro patamar de evolução tecnológica.
O Direito, por sua vez, terá que se adaptar a essa nova realidade, dando continuidade à vocação histórica de seguir as transformações ocorridas na estrutura da sociedade. 
FIGURA 4 | TECNOLOGIAS DIGITAIS
Na era digital, o cotidiano das pessoas está cada vez mais acelerado, visto que as tarefas que realizamos demandam informações rápidas, e soluções imediatas; logo, a exigência de processos mais céleres, também, passa a ser um anseio cada vez maior.
Diante desse cenário, as tecnologias digitais se transformaram em um importante mecanismo de auxílio da otimização de tempo, em especial para assuntos burocráticos. Nesse sentido, podemos pensar na utilização tecnológica das seguintes formas.
Contratos eletrônicos
Atas notariais eletrônicas
Sistema financeiro aberto (open banking)
Sistema de mediação digital
Perícia forense
Esses são alguns exemplos da utilização de tecnologias em prol da modernização do Direito. Cabe destacar que, nesse contexto de plena busca pela rapidez, os meios de resoluções de conflitos extrajudiciais passaram a ser cada vez mais buscados. Inclusive, o legislador fomenta, por meio de instrumentos legais, como o Código de Processo Civil de 2015, a autocomposição de conflitos:
Art. 165. Os tribunais criarão centros judiciários de solução consensual de conflitos, responsáveis pela realização de sessões e audiências de conciliação e mediação e pelo desenvolvimento de programas destinados a auxiliar, orientar e estimular a autocomposição (BRASIL, 2015, on-line).
Agora, convido você a profundar seus conhecimentos a respeito dos meios extrajudiciais para resolução de conflitos, por meio da seguinte leitura. 
Estudo Guiado
Lei da página 263 à 267 do livro 'Direito digital e processo eletrônico', que trata de arbitragem eletrônica, mediação virtual e autorregulamentação.
 Clique no link e leia o livro
TEIXEIRA, T. Direito digital e processo eletrônico. São Paulo: Saraiva, 2022. 
A tecnologia tem a capacidade de "desburocratizar", de tornar as questões — pelo menos, aparentemente — mais simples de resolver.
· Em vez de ir a uma repartição pública emitir uma certidão, se faz a emissão pelo site.
· Em vez de ir ao Procon, aciona-se o Reclame Aqui.
· Em vez de ligar, encaminha-se um WhatsApp.
· Etc.
· 
· 
É interessante notar que todas as respostas digitais passam pelo "interesse" das partes litigantes em resolver o problema de forma direta e rápida. Por isso:
A solução amigável dos conflitos não é uma questão de alternativa jurídica no mundo digital; é uma das únicas vias sustentáveis dentro da dinâmica imposta pela velocidade de mudanças tecnológicas. A partir desse raciocínio, consideramos que a solução mais célere e eficiente para resolver questões de Direito Digital é a aplicação da mediação e arbitragem. Para as questões em que não se puder aplicar a arbitragem, como as questões penais, encontramos guarida em um modelo misto que possa incluir uma jurisdição virtual, como a que já vem sendo aplicada por vários países (PINHEIRO, 2021, p. 44).
Pandemia de covid-19 e a antecipação para era digital
O Judiciário brasileiro, assim como os outros poderes (Executivo e Legislativo), no Brasil e no mundo, teve que antecipar as tendências que se projetavam para a era digital, em virtude dos efeitos da pandemia de Covid-19. Isso porque a pandemia exigiu que advogados, juízes, promotores e servidores se atualizassem, de uma forma muito rápida, não deixando dúvidas de que a justiça se encaminha para um juízo 100% digital.
O Juízo 100% Digital é a possibilidade de o cidadão valer-se da tecnologia para ter acesso à Justiça sem precisar comparecer fisicamente nos Fóruns, uma vez que todos os atos processuais serão praticados exclusivamente por meio eletrônico e remoto pela internet. Isso vale, também, para as audiências e sessões de julgamento que podem ocorrer por videoconferência. Essa iniciativa foi instituída por meio da Resolução n. 345, de 9 de outubro de 2020 (CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA, 2021, p. 15).
A figura a seguir ilustra o relatório anual do CNJ, no qual são divulgados os dados da justiça em números. Podemos notar a expressividade da virtualização da justiça no ano de 2021, pois a própria capa dessa edição demonstrou a importância da virtualização, por meio da representação do computador e do smartphone.
FIGURA 5 | RELATÓRIOCNJ: JUSTIÇA EM NÚMEROS
A justiça digital visa a um processo com maior celeridade, segurança, transparência, produtividade e acessibilidade, bem como visa promover a redução dos gastos públicos, sem deixar de acompanhar as mudanças e a agilidade requeridas no mundo contemporâneo.
No entanto, para que isso seja possível, os operadores jurídicos devem estar capacitados para se adequarem a tais mudanças e receptivos ao novo, que se apresenta em decorrência da era digital.
A Inteligência Artificial e o Direito: jurimetria
Não há dúvidas de que as mudanças que estão acontecendo no Direito farão com que o operador jurídico necessite estar, constantemente, preparado e atualizado para atuar junto ao Poder Judiciário, que, por sua vez, estará cada vez mais informatizado — para muito além do processo eletrônico judicial.
Dentre as inovações que surgiram, uma transformação que gera muitos efeitos é a jurimetria. Ela nada mais é do que a aplicação de técnicas quantitativas comuns à estatística no Direito, com o objetivo de otimizar e agilizar os serviços jurídicos, notadamente, os de ordem mecânica e repetitiva.
A figura a seguir ilustra elementos para uma reflexão dessa transição de processos analógicos (representados pela calculadora manual, pelo papel, pela caneta, pela lupa para pesquisa) para os processos digitais (representados pelo smartphone).
FIGURA 6 | TRANSIÇÃO DE PROCESSOS — DO ANALÓGICO AO DIGITAL
A jurimetria ajuda a prever questões que transitam pelo imaginário de todas as partes e dos advogados.
 Reflita
Qual será o valor arbitrado para a indenização por danos morais?  Esse valor está coerente com a média?  Qual é o tempo médio de duração para esse tipo de processo? E assim por diante.
Ela se apresenta como uma facilitadora, que promete relacionar os litígios de massa, minimizar os custos e sugerir a jurisprudência mais adequada para determinado caso. Vamos complementar nosso conhecimento a respeito dessa importante ferramenta para os operadores jurídicos por meio da seguinte leitura.
 Saiba mais
Jurimetria é ferramenta importante nas mãos de um bom advogado
As vantagens parecem inúmeras, no sentido de melhor armazenamento e processamento de dados e incremento na qualidade das previsões fornecidas aos clientes, fazendo com que ocorra um aumento de confiança entre o cliente e o advogado, uma vez que as informações serão cada vez mais precisas. Além disso, a jurimetria proporciona maior credibilidade ao judiciário, que não terá decisões tão díspares sobre os mesmos assuntos. 
Acesse o artigo completo no link:
https://www.conjur.com.br/2018-out-12/fred-ferraz-jurimetria-ferramenta-importante-direito#:~:text=Jurimetria%20%C3%A9%20ferramenta%20importante%20nas%20m%C3%A3os%20de%20um%20bom%20advogado&text=Todos%20os%20dias%20os%20advogados,de%20indeniza%C3%A7%C3%A3o%20por%20danos%20morais%3F&text=A%20jurimetria%20%C3%A9%20baseada%20em,judicial%3B%20e%20a%20instru%C3%A7%C3%A3o%20probat%C3%B3ria
Entretanto, apesar das inúmeras vantagens em promover a celeridade na resolução de conflitos, a jurimetria, ainda, não é um tema pacificado, isto é, ainda suscita dúvidas e questionamentos.
Os robôs vão julgar causas humanas? A automatização das atividades repetitivas e burocráticas que podem ser automatizadas autorizaria a 'jurisdição de robôs? 
Para que possamos entender melhor esse contexto, convido você a ouvir o seguinte podcast, que discute sobre a possibilidade de os robôs proferirem decisões e sobre o uso da IA para aprimorar o serviço prestado pelo Judiciário.
 Saiba mais
Rôbos já estão prontos para julgar? 
Nesse podcast, Daniel Boeing, advogado e analista de dados jurídicos discorretá desse tema.
Acesse o seguinte link:
https://open.spotify.com/episode/1X35ECJEO950omjVJgOVIQ.
 
Nesse sentido, a aplicabilidade de softwares de IA para pesquisar preceitos legais ou razões de decisão, para além da simples repetição, fica fora do que pode ser automatizado (ROSA, 2020).
Ainda de acordo com Rosa (2020, on-line):
Conquanto a inteligência artificial já se faça presente no nosso cotidiano em geral (no buscador de pesquisas da internet, no carro autônomo, nas redes sociais, no reconhecimento facial e de voz em dispositivos e aplicativos, nas "assistentes virtuais" Siri e Alexa etc.), ainda caminha a passos lentos sua implantação no Judiciário. 
Atualmente, é aplicada uma IA fraca, que encontra informações e identifica temáticas. No âmbito do Supremo Tribunal Federal (STF), o Projeto Victor faz a conversão de imagens e textos; a separação de documentos; a classificação de peças processuais; a identificação de temas de repercussão geral, com 84% de precisão (TEIXEIRA, 2018).
Com isso, podemos perceber que, embora exista o "medo do novo", tais mecanismos passam a ser cada vez mais implementados. Cabe aos operadores jurídicos saber operá-los de forma a alcançar o objetivo da ferramenta, que é maximizar a celeridade da avaliação judicial e a eficiência do judiciário.
Para aprofundar nossos estudos a respeito da IA no universo jurídico, convido você a fazer a leitura proposta a seguir.
Estudo Guiado
Lei o artigo 'Inteligência artificial na tomada de decisões judiciais: três premissas básicas'.
 Clique no link e leia o livro
ROQUE, A. V.; SANTOS, L. B. R. dos. Inteligência artificial na tomada de decisões judiciais: três premissas básicas. Revista Eletrônica de Direito Processual, Rio de Janeiro, v. 22, n. 1, p. 58-78, 2021.
Diante do exposto, o Direito, tal qual a sociedade contemporânea, está sendo assolado pelos movimentos tecnológicos e é transmutado por eles. Nesse sentido, os escritórios de advocacia e as repartições públicas estão tendo que se adaptar, constantemente, em prol da modernização.
Não existe mais espaço para a negação do uso da tecnologia no judiciário, e sim para treinamento, diálogo e análise da aplicação, de modo que as novas técnicas sejam utilizadas em prol das pessoas, e não contra elas. 
 
A era digital já é uma realidade, e estamos vivenciando um período de revolução, de atualização e, sobretudo, de automação, no qual o pensar coletivo é necessário para o bom desenvolvimento do Direito 4.0.
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