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Procedimento Operacional Padrão POP/UNIDADE DE REABILITAÇÃO/015/2017 Gerenciamento Fonoaudiológico de Avaliação e Reabilitação da Deglutição em âmbito Hospitalar Versão 1.0 UNIDADE DE REABILITAÇÃO Procedimento Operacional Padrão POP/UNIDADE DE REABILITAÇÃO/015/2017 Gerenciamento Fonoaudiológico de Avaliação e Reabilitação da Deglutição em âmbito Hospitalar Versão 1.0 ® 2017, Ebserh. Todos os direitos reservados Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares – Ebserh www.Ebserh.gov.br Material produzido pela Unidade de Reabilitação do Hospital Universitário Maria Aparecida Pedrossian -UFMS / Ebserh Permitida a reprodução parcial ou total, desde que indicada à fonte e sem fins comerciais. Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares – Ministério da Educação POP: Gerenciamento Fonoaudiológico de Reabilitação da Deglutição em âmbito Hospitalar Unidade de Reabilitação do Hospital Universitário Maria Aparecida Pedrossian/UFMS – Campo Grande/MS: EBSERH – Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares, 2017. 51p. Palavras-chaves: 1 – POP; 2 – Fonoaudiologia; 3 – Deglutição. EMPRESA BRASILEIRA DE SERVIÇOS HOSPITALARES – EBSERH HOSPITAL UNIVERITÁRIO MARIA APARECIDA PEDROSSIAN Avenida Senador Filinto Muller, 355 Cidade Universitária, Vila Ipiranga | CEP: 79080-190 | Campo Grande-MS | Telefone: (67) 3345-3000 | Site: www. ebserh.gov.br JOSÉ MENDONÇA BEZERRA FILHO Ministro de Estado da Educação KLEBER DE MELO MORAIS Presidente da Ebserh ANDRÉIA CONCEIÇÃO MILAN BROCHADO ANTONIOLLI SILVA Superintendente do HUMAP/Filial Ebserh LUIS HENRIQUE SANTOS COELHO Gerente Administrativo do HUMAP /Filial Ebserh ANA LÚCIA LYRIO DE OLIVEIRA Gerente de Atenção à Saúde do HUMAP /Filial Ebserh DÉBORA MARCHETTI CHAVES THOMAZ Gerente de Ensino e Pesquisa do HUMAP /Filial Ebserh RONALDO PERCHES QUEIROZ Chefe da Divisão de Apoio Diagnóstico e Terapêutico do HUMAP/Filial Ebserh VANESSA PONSANO GIGLIO Chefe do Setor de Apoio Terapêutico do HUMAP/Filial Ebserh IGOR KAORU NAKI Chefe da Unidade de Reabilitação do HUMAP /Filial Ebserh EXPEDIENTE Unidade de Reabilitação do Hospital Universitário Maria Aparecida Pedrossian Produção HISTÓRICO DE REVISÕES Data Versão Descrição Gestor do POP Autor/responsável por alterações 20/01/2017 1.0 Trata da padronização das condutas da Fonoaudiologia Hospitalar relacionadas à reabilitação da deglutição. Igor Kaoru Naki Adriana Cristini Lucchesi/ Thays M. de Ávila Vieira POP/Unidade de Reabilitação/015/2017 Programa Hospitalar Fonoaudiológico da Reabilitação da Deglutição Versão 1.0 Página 6 de 51 SUMÁRIO OBJETIVO ...................................................................................................................................... 7 CAMPO DE APLICAÇÃO ............................................................................................................. 7 GLOSSÁRIO ................................................................................................................................... 7 INTRODUÇÃO ............................................................................................................................... 9 POP 015-01 PROTOCOLO DE AVALIAÇÃO FONOAUDIOLÓGICA PRELIMINAR PAP...............................................................................................................................................13 POP 015-02 PLANO TERAPÊUTICO FONOAUDIOLÓGICO INDIRETO PARA DISFAGIA ...............................................................................................................................................27 POP 015-03 PLANO TERAPÊUTICO FONOAUDIOLÓGICO DIRETO PARA DISFAGIA.............................................................................................................................34 POP 015-04 TESTE DE DEGLUTIÇÃO DO CORANTE AZUL ( BDT) EM PACIENTES TRAQUEOSTOMIZADOS...................................................................................................40 POP 015-05 TESTE DE DEGLUTIÇÃO DO CORANTE AZUL MODIFICADO (BDTM) EM PACIENTES TRAQUEOSTOMIZADOS............................................................................45 REFERENCIAIS TEÓRICOS.............................................................................................50 POP/Unidade de Reabilitação/015/2017 Programa Hospitalar Fonoaudiológico da Reabilitação da Deglutição Versão 1.0 Página 7 de 51 OBJETIVO Padronizar as condutas de avaliação clínica preliminar e reabilitação da deglutição realizadas por fonoaudiólogos em pacientes adultos traqueostomizados internados no âmbito hospitalar do HUMAP-UFMS. CAMPO DE APLICAÇÃO Enfermaria de Clínica Médica, Enfermaria de Doenças Infecto-Parasitárias (DIP), Cirúrgica I e II, Unidade Coronariana (UCO), Pronto Socorro Adulto (PAM) e Unidade de Terapia Intensiva – Adulta (UTI), tendo como responsável pela execução deste POP o fonoaudiólogo. GLOSSÁRIO Ebserh – Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares HUMAP – Hospital Universitário Maria Aparecida Pedrossian UFMS – Universidade Federal de Mato Grosso do Sul POP – Procedimento Operacional Padrão AVE – Acidente Vascular Encefálico TCE – Traumatismo Craniano Encefálico ELA- Esclerose Lateral Amiotrófica EM - Esclerose Múltipla IOT – Intubação Oro traqueal TQT – Traqueostomia SNC – Sistema Nervoso Central VAS – Via aérea superior VAI – Via aérea inferior MO – Motricidade Oral TCA-TestedoCoranteAzul POP/Unidade de Reabilitação/015/2017 Programa Hospitalar Fonoaudiológico da Reabilitação da Deglutição Versão 1.0 Página 8 de 51 TCAM - Teste do Corante Azul Modificado VO - Via oral VDF - Viodeofluroscopia PFRD- Programas Fonoaudiológicos de Reabilitação da Deglutição SNE – Sonda nasoenteral SOE Sonda oroenteral SNG - Sonda nasogástrica SOG – Sonda orogástrica FIGURAS Figura 2 – Protocolo de Avaliação Preliminar PAP QUADROS Quadro 2 – Principais Achados na Avaliação da Deglutição Quadro 3 - Objetivo Específico 1 – Esclarecer a Paciente e Cuidador sobre as Alterações e Riscos da Deglutição Quadro 4 - Objetivo Específico 2 - Reorganização Motora Oral Quadro 5 - Objetivo Específico 3 - Aumento da Movimentação e Elevação Hiolaríngea Quadro 6 - Objetivo Específico 4 - Redução da Estase em Recessos Piriformes Quadro 7 - Objetivo Específico 5 – Estimulação Sensorial Térmico e/ou Gustativa Quadro 8 - Principais Achados na Avaliação da Deglutição Quadro 9 - Objetivo Específico 6 - Esclarecer a Paciente e Cuidador sobre as Alterações e Riscos da Deglutição Quadro 10 - Objetivo Específico 7 - Redução da Estaseem Valécula Quadro 11 – Objetivo Específico 8 - Aumento da Movimentação e Elevação Hiolaríngea Quadro 12 – Objetivo Específico 9 – Redução em Estase Faríngea Quadro 13 – Objetivo Específico 10 - Manobras Posturais Quadro 14 – Objetivo Específico 11 – Treino da Deglutição Quadro 15 – Objetivo Específico 12 – Adaptação da Dieta POP/Unidade de Reabilitação/015/2017 Programa Hospitalar Fonoaudiológico da Reabilitação da Deglutição Versão 1.0 Página 9 de 51 INTRODUÇÃO O Procedimento Operacional Padrão é um recurso essencial nos trabalhos executados pelos profissionais de saúde da área hospitalar, uma vez que auxilia a realização de condutas padronizadas gerando mais segurança ao paciente, melhores resultados e qualidade do serviço oferecido. Neste aspecto, a Unidade de Reabilitação do HUMAP-UFMS elaborou os POP’s de acordo com os vários temas específicos da prática clínica das profissões que compões a Unidade (Educação Física/Fisioterapia/Fonoaudiologia/Terapia Ocupacional). Neste trabalho serão descritos os programas fonoaudiológicos de reabilitação da deglutição executadas pela equipe de fonoaudiologia do HUMAP-EBSERH. Este POP de Fonoaudiologia faz parte da Unidade de Reabilitação e tem duração de dois anos, necessitando de revisão bianual. POP/Unidade de Reabilitação/015/2017 Programa Hospitalar Fonoaudiológico da Reabilitação da Deglutição Versão 1.0 Página 10 de 51 CONTEÚDO GERAL A atuação fonoaudiológica em hospitais é relativamente recente, principalmente nos atendimentos a beira leito. No entanto, cada vez mais essencial para o processo de avaliação e gerenciamento da disfagia durante o período em que o paciente permanece internado. Tendo como objetivo principal a reintrodução da alimentação e hidratação por via oral de forma segura, visando à manutenção do suporte nutricional adequado, diminuir os riscos de penetração e /ou aspiração laringotraqueal, reduzindo a morbidade e mortalidade a ela associada. Reduzir custos hospitalares com alta precoce e principalmente propiciar uma melhora na qualidade de vida dos pacientes. A deglutição depende de um sistema neuromuscular que tem por objetivo transportar o bolo alimentar da boca até o estômago de forma segura e efetiva, sendo fundamental para nutrição e hidratação do organismo. A deglutição envolve duas fases distintas, uma voluntária que envolve a região cortical e a outra reflexa (involuntária) que envolve o tronco cerebral e pares cranianos (V) trigêmio, (VII) facial, (IX) glossofaríngeo, (X) vago, (XI) acessório e (XII) hipoglosso Teoricamente a deglutição é dividida em três fases (oral, faríngea e esofágica) nas quais durante a deglutição são integradas e coordenadas entre si. A fase oral/preparatória (voluntária) constitui quando o alimento é manipulado na cavidade oral, mastigado quando necessário até o momento quando a língua impulsiona o alimento para trás até que o reflexo da deglutição seja disparado. Já a fase faríngea (involuntária) se dá quando a deglutição reflexa carrega o bolo através da faringe. E finalmente a fase esofágica (involuntária) quando a peristalse esofágica carrega o bolo através do esôfago cervical e torácico até o estômago. Qualquer alteração que acomete desde a fase oral até a fase esofágica é denominada disfagia, ou seja, distúrbio da deglutição e será classificada como disfagia orofaríngea neurogênica, disfagia orofaríngea mecânica e quando temos componentes neurológicos e mecânicos associados podemos considerar na prática casos de disfagia mista. POP/Unidade de Reabilitação/015/2017 Programa Hospitalar Fonoaudiológico da Reabilitação da Deglutição Versão 1.0 Página 11 de 51 Disfagia é a dificuldade de deglutição relacionada ao funcionamento das estruturas orofaringolaríngeas e esofágicas, dificultando ou impossibilitando a ingesta segura, eficaz e confortável de saliva, líquidos e/ou alimentos de qualquer consistência, podendo ocasionar desnutrição, desidratação, aspiração, desprazer e isolamento social, além de complicações mais graves como pneumonia aspirativa e o óbito (Marques, 2000). Quando ocorre na fase oral e/ou faríngea é denominada de disfagia orofaríngea de origem neurogênica, mecânica ou mista sendo passível de tratamento pela fonoaudiologia. Já as encontradas na fase esofágica são denominadas disfagias esofagianas e são tratadas pelo médico mais especificamente o gastroenterologista. As disfagias orofaríngeas podem ser classificadas, de acordo com a etiologia e apresentam diversos graus do leve a severo. Disfagia Neurogênica - Causada por doenças neurológicas ou traumas, as principais são: AVE, TCE, doença de Parkinson, demências, ELA, EM, tumores do SNC, distrofias musculares, Miastenia grave, polineuropatia do doente critico. Disfagia Mecânica - Acometem devido às lesões estruturais, tais como: trauma, macroglossia, divertículo de Zencker, câncer de cabeça e pescoço, osteófito vertebral cirurgias, câncer, IOT, TQT. Disfagia do Idoso (Presbifagia) - São as alterações que ocorrem pela degeneração fisiológica do mecanismo da deglutição, devido ao envelhecimento sadio das fibras nervosas e musculares. Disfagia Psicogênica - decorrente de quadros ansiosos, depressivos ou mesmo conversivos (Filho et al.; 2000). Disfagia Induzida por drogas - é desencadeada ou agravada pelo efeito colateral de alguns medicamentos. O efeito das drogas pode afetar o sistema nervoso central, sistema nervoso periférico, sistema muscular ou a produção de saliva (Filho et al.;2000). POP/Unidade de Reabilitação/015/2017 Programa Hospitalar Fonoaudiológico da Reabilitação da Deglutição Versão 1.0 Página 12 de 51 É comum encontrar pacientes internados de curta ou longa permanência ou em condições mais críticas com dificuldades de deglutição e comunicação, requerendo tempo e intervenção adequada para reabilitação e melhora das funções. A importância do fonoaudiólogo dentro da equipe multiprofissional está focada principalmente no gerenciamento da deglutição, prevenindo pneumonia aspirativa, indicação segura de alimentação por VO, no processo de desmame da traqueostomia e indicações de válvula de fala. A interdisciplinaridade adequada de várias áreas diminui consideravelmente a permanência dos pacientes nas unidades, favorecendo a redução das taxas de reinternações. O programa Fonoaudiológico de reabilitação da deglutição adequada no HUMAP foi baseado em evidências favorecendo a organização e controle de resultados. Visando a padronização das ações, promovendo melhora dos serviços oferecidos aos pacientes. POP/Unidade de Reabilitação/015/2017 Programa Hospitalar Fonoaudiológico da Reabilitação da Deglutição Versão 1.0 Página 13 de 51 POP 015- 01 PROTOCOLO DE AVALIAÇÃO FONOAUDIOLÓGICA PRELIMINAR (PAP) I. INFORMAÇÕES GERAIS II. OBJETIVOS Visa descrever e avaliar os aspectos gerais, de respiração, de fala, de voz e das estruturas/órgãos orofaciais e cervicais em indivíduos encaminhados para a avaliação da deglutição. DEFINIÇÕES A etapa da avaliação miofuncional orofacial irá verificar mobilidade, tonicidade, sensibilidade e coordenação dos órgãos do sistema estomatognático, favorecendo o entendimento /inferência do quanto a inadequação dessa musculatura poderá impactar negativamente nas funções de mastigação e deglutição. O PAP foi elaborado com base na literatura especifica da área em protocolos já existentes, os pontos comuns à maioria dos protocolos publicados foram selecionadose os pontos específicos foram julgados pelas autoras e selecionados conforme sua concordância. Consiste em cinco partes: exame geral, respiração, fala voz e avaliação orofacial e cervical, sendo submetido à avaliação de juízes (três fonoaudiólogas com experiência na área) e obteve um grau de concordância acima de 75%. Nota: Os protocolos não foram aplicados em sua totalidade, pois alguns procedimentos (*) não fazem parte da rotina do HUMAP e outros não são disponíveis (**). Alguns procedimentos foram inseridos devidos relevância quanto à deglutição (***) III. DESCRIÇÃO DAS TAREFAS ETAPAS DO PROCEDIMENTO • Higienizar as mãos segundo normas da CCIH POP/Unidade de Reabilitação/015/2017 Programa Hospitalar Fonoaudiológico da Reabilitação da Deglutição Versão 1.0 Página 14 de 51 • Reunir o material e levar ao quarto - próximo ao paciente. • Identificar-se para o paciente e/ou acompanhante. • Explicar o procedimento ao paciente e/ou acompanhante. • Elevar à cabeceira da cama em 90º • Aplicar o protocolo PAP • Explicar ao paciente e/ou acompanhante os resultados obtidos • Anexar à ficha de avaliação preliminar (PAP) no prontuário Exame Geral Sinais Vitais (SV) (linha de base) Freqüência cardíaca (FC) – é medida da quantidade de batimentos cardíacos por minuto. Considera-se alterado a ocorrência de queda ou aumento excessivo, tendo como base a faixa de normalidade de 60 a 100 batimentos por minuto (bpm) Freqüência respiratória (FR) - é a medida da quantidade dos ciclos respiratórios (inspiração e expiração) por minuto. Considera-se alterado na ocorrência de queda ou aumento excessivo, tendo como base a faixa de normalidade de 12 a 20 respirações por minuto (rpm) Saturação de oxigênio (SpO2) – é definida como a porcentagem de oxigênio arterial na corrente sanguínea, por meio da medição da oximetria de pulso. Pressão arterial(PA) – é a pressão exercida pelo sangue contra a superfície interna das artérias. A força original vem do batimento cardíaco. Em termos gerais o valor de 120/80 mmHg é o valor considerado normal. Escala de Glasgow - é uma escala neurológica confiável e objetivo de registrar o nível de consciência de uma pessoa. (*) Escala Rancho los Amigos – é uma escala similar à de Glasgow, para avaliar a recuperação de pacientes com ferimentos encefálicos. Sinais de alerta/consciência – é a capacidade neurológica de captar o ambiente e de se orientar de forma adequada. Verificar os seguintes aspectos e responder sim ou não para cada item: POP/Unidade de Reabilitação/015/2017 Programa Hospitalar Fonoaudiológico da Reabilitação da Deglutição Versão 1.0 Página 15 de 51 Consciente / Orientado/ Confuso/ Atento/ Alerta / Coopera Iniciativa comunicativa Compreende ordens simples Comunicação: Selecionar dentre as possibilidades aqueles presentes no paciente. Comunicação Oral – presença de comunicação oral, com mais de 75% de emissões verbais Articulação áfona – comunicação oral que realiza a articulação dos sons, mas sem a emissão de voz Escrita- presença de comunicação escrita Gestos- comunicação gestual, com ausência e/ou pouco uso de verbalizações e/ou vocalizações Alternativa - utiliza de auxilio externo para comunicação (cartões, pranchas alfabéticas) Ausente – ausência de comunicação Desconforto físico – dados relatados no prontuário ou equipe de enfermagem Respiração Repouso – observar o numero de ciclos respiratórios que o paciente realiza por minuto Eupneico 12 a 20 rpm Bradipneico – abaixo de 12 rpm Taquipneico – acima de 20 rpm Dispneico – paciente refere sensação de falta de ar Modo Oral- respiração predominantemente pela boca POP/Unidade de Reabilitação/015/2017 Programa Hospitalar Fonoaudiológico da Reabilitação da Deglutição Versão 1.0 Página 16 de 51 Nasal – respiração predominantemente pelo nariz Oronasal (Mista) respiração simultaneamente pela boca e nariz Traqueal – respiração predominantemente pelo orifício traqueal Ventilação Observar a forma de ventilação do paciente e marcar Espontânea - anotar o período por dia - _____h/dia Ventilação Mecânica (VM) - anotar o período por dia - _____h/dia Ventilação Mecânica não Invasiva (VNI) - anotar o período por dia - _____h/dia Dependência de O2 – Observar se existe dependência de oxigênio e anotar a quantidade de litros de oxigênio por minuto a.a – respiração em ar ambiente CN – respiração com auxílio do cateter nasal Másc. facial (MV) – respiração com auxílio mascara facial Másc. traqueal – respiração com auxílio de máscara facial Sinais de fadiga respiratória Observar e anotar sim ou não Batimento da asa do nariz Uso da musculatura acessória Tiragem de fúrcula Tiragem de intercostais Dessaturação POP/Unidade de Reabilitação/015/2017 Programa Hospitalar Fonoaudiológico da Reabilitação da Deglutição Versão 1.0 Página 17 de 51 Taquipneia e/ou dispneia Ausculta brônquica - Realizar ausculta brônquica e anotar a presença dos sinais elencados abaixo ou a normalidade: Broncoespasmo – dificuldade respiratória causada por constrição repentina dos músculos das paredes brônquicas. Sibilo – é um ruído característico de asma brônquica, semelhante a um assobio agudo, ocorre devido o ar que flui por vias respiratórias estreitadas. Ronco – é um ruído adventício predominantemente inspiratório, audível também na expiração. Sua tonalidade é grave, intenso, semelhante ao ronco durante o sono. Fala - Terceira parte, composta por quatro itens: Avaliar a fala espontânea do paciente e durante algumas tarefas especificas Inteligibilidade de fala – analisar a qualidade da inteligibilidade da fala do paciente e classificar Adequada Alterada Ausente Outros Prosódia – é definida como o estudo do ritmo, entonação e demais atributos correlatos na fala. Classificar em: Normal Alterado Outros Diadococinesia - é a capacidade em realizar movimentos rápidos alternadamente. Solicitar a repetição dos fonemas PA / TA / KA (isolado) PA / TA / KA (seqüencial) POP/Unidade de Reabilitação/015/2017 Programa Hospitalar Fonoaudiológico da Reabilitação da Deglutição Versão 1.0 Página 18 de 51 Normal Alterado Disfluências - verificar a presença de alteração quanto à fluência e classificar Pausas maiores do que dois segundos Repetições de sílabas Falsos inícios de fala Esboços Articulatórios repetitivos Trocas fonêmicas Trocas fonêmicas com distorção Outras distorções presentes em vogais e/ou consoantes Voz - A quarta parte, composta por seis itens Loudness – intensidade da voz. Classificar Adequada para o gênero e idade Fraca Forte Pitch – definida como freqüência da voz. Classificar em Adequado para gênero e idade Agudo Grave Escala GRBASI (0 -1-2-3) Test da Japan Society of Lopaedics and Phonoatrics POP/Unidade de Reabilitação/015/2017 Programa Hospitalar Fonoaudiológico da Reabilitação da Deglutição Versão 1.0 Página 19 de 51 A voz é avaliada de forma perceptivo-auditiva durante a fala espontânea. Classificada e quantificada por meio da escala de GRBASI com quatro graus de quantificação utilizados: 0 – ausência, 1 – discreto, 2 – moderado, 3 – grave, e fator instabilidade (I), designado para avaliar flutuações na qualidade vocal. - Grau geral da alteração - Grau de rugosidade - Grau de soprosidade - Grau de astenia - Grau de tensão - Grau de instabilidade Voz molhada - é um som borbulhante produzidodurante a fonação, indicativo de estase de secreção, líquidos, ou alimentos no vestíbulo laríngeo. Assinalar a resposta dupla: sim ou não. Hipernasalidade – é o resultado do fechamento velofaríngico inadequado, que leva à ressonância nasal dos sons que normalmente teriam ressonância oral. Verificar a presença ou não de tal alteração e classificar entre a resposta dupla sim/não (***) Solicitar que o paciente feche os olhos, coloque o espelho milimitrado abaixo da cavidade nasal: Respire normalmente Sopro Falar /i/ /u/ /s/ /z/ Frases Papai faz a pipa Juju saiu cedo Kiki gosta de chá POP/Unidade de Reabilitação/015/2017 Programa Hospitalar Fonoaudiológico da Reabilitação da Deglutição Versão 1.0 Página 20 de 51 Coordenação pneumoarticulatória - é a coordenação entre respiração e fala. Observar durante a conversa espontânea e classificar como: Adequada Alterada Avaliação orofacial e cervical É a quinta parte, composta por onze itens. Devem ser anotados e/ou selecionados os dados referentes a cada item. Face – em repouso e mobilidade Repouso avaliar simetria entre os lados Mobilidade – solicitar que o paciente realize os seguintes movimentos de forma isotônica - Contração dos músculos frontais (cara de espanto) - Contração dos músculos corrugados do supercílio e próceros (cara de bravo) - Contração dos músculos orbiculares dos olhos leve/forte (fechar os olhos leve/forte) - Contração dos músculos levantadores dos lábios e asa do nariz (cara de cheiro ruim) - Contração dos músculos risórios (sorriso lábios fechados) Contração dos músculos zigomáticos maior e menor (sorriso lábios abertos) Contração dos músculos abaixadores do lábio inferior e do ângulo da boca (abaixar o lábio inf. e mostrar os dentes) Assinalar se existe ou não paralisia ou paresia e qual dos terços. Lábios – avaliação englobam uma série de verificações Postura – ocluídos / entreabertos Lesão – sim / não (local) POP/Unidade de Reabilitação/015/2017 Programa Hospitalar Fonoaudiológico da Reabilitação da Deglutição Versão 1.0 Página 21 de 51 Funcionalidade – normal/ hiper / hipofuncionante Força – Adequada/ reduzida/ aumentada Mobilidade - fazer protrusão e retração Incoordenação/ tremor/ desvio/ redução da amplitude de movimento Sensibilidade – tocar com a espátula Presença /ausência (local) Bochechas – observar e assinalar Simetria / lesões Sensibilidade - presente /ausente Força – colocar uma espátula entre os dentes e a bochecha e solicitar que o paciente pressione enquanto o avaliador puxa. Fraca/forte Mobilidade – suflar / desinsuflar /sugar/ lateralizar o ar Normal/ incoordenação/tremor/ausência / desvio/ diminuição do movimento Língua Repouso Simetria / desvio/ lesão/fasciculação/volume/sensibilidade Força – empurrar a espátula com a ponta de língua Mobilidade – protrusão / retração elevação/abaixamento lateralização direito-esquerda Presente /ausente / tremor / coordenação / incoordenação / desvio e diminuição da amplitude de movimento POP/Unidade de Reabilitação/015/2017 Programa Hospitalar Fonoaudiológico da Reabilitação da Deglutição Versão 1.0 Página 22 de 51 Palato Mole Repouso – simetria / sensibilidade Mobilidade – Paciente deverá emitir a/ ã Movimento presente /ausente – elevação do véu e paredes laterais Mandíbula - Na abertura e no fechamento da boca observar simetria /desvio/estalos e crepitações Medir com o paquímetro a distancia interincisiva (entre os incisivos centrais superiores e inferiores) - normal em adultos 45 a 60 mm. Dentição – Observar arcada dentária superior e inferior e classificar - presente/ausente completa / incompleta - estado de conservação bom/ruim (***) Uso de prótese dentária - Presente /ausente Adaptada/ mal adaptada Higiene oral - Bom /ruim /normal Região Cervical - avaliação da musculatura cervical: Repouso – Observar simetria, presença de desvio, presença de queda para um dos lados, hipofuncionalidade, hiperfuncionalidade, fixação cirúrgica e/ou procedimento. Mobilidade – Solicitar abaixamento, elevação e lateralização de cabeça. Observar: Incoordenação, instabilidade/tremor, redução da amplitude do movimento ou a não realização desses. Laringe – Avaliar elevação laringe durante a deglutição de saliva Posicionar o dedo indicador e médio sobre o osso hiodeo e a cartilagem tireóide e solicite que o paciente degluta a saliva. Adequada: elevação laríngea atinja, em média, dois dedos de examinador POP/Unidade de Reabilitação/015/2017 Programa Hospitalar Fonoaudiológico da Reabilitação da Deglutição Versão 1.0 Página 23 de 51 Reduzida: elevação laríngea atinja menos de dois dedos do examinador Obs.; Na ausência do movimento, interromper o teste Reflexos Gag – eliciado ao tocar com a espátula na região da base de língua e/ou na parede posterior da faringe. Ausente / presente / exacerbado / local Tosse Voluntária – Presente /Ausente Fraca/forte Seca/ secretiva eficaz / ineficaz Reflexa: Presente /Ausente Fraca/forte Seca/ secretiva eficaz / ineficaz Saliva – observar e classificar quanto a: Normal- sialorréia – xerostomia – escape oral- acúmulo cavidade oral RECURSOS NECESSÁRIOS • Humanos: Fonoaudiólogo, Equipe do setor, Paciente. • Materiais/Equipamentos: Luvas, Espelho milimetrado de Altman, Seringa 3 ml Estetoscópio, Oxímetro, Espátula /abaixador lingual, Mini – lanterna. • Ferramentas e Instrumentos: Prontuário físico, Ficha de Avaliação Fonoaudiológica, Ficha de evolução do Atendimento Fonoaudiológico. POP/Unidade de Reabilitação/015/2017 Programa Hospitalar Fonoaudiológico da Reabilitação da Deglutição Versão 1.0 Página 24 de 51 CUIDADOS ESPECIAIS DESVIOS AÇÕES NECESSÁRIAS • Instabilidade clínica do paciente • Aguardar a estabilidade clínica do paciente • Ausência do paciente no leito • Retornar em outro período para nova abordagem • Nível de consciência rebaixado-Glasgow abaixo de 13/14 • Aguardar que o paciente esteja alerta • Recusa do paciente • Retornar quando estiver responsivo • Nível baixo de alerta • Atenção mantida por pelo menos 15 min. • Paciente sonolento ou agitado • Aguardar que o paciente esteja alerta e tranquilo POP/Unidade de Reabilitação/015/2017 Programa Hospitalar Fonoaudiológico da Reabilitação da Deglutição Versão 1.0 Página 25 de 51 Figura 2 – Protocolo de Avaliação Preliminar PAP POP/Unidade de Reabilitação/015/2017 Programa Hospitalar Fonoaudiológico da Reabilitação da Deglutição Versão 1.0 Página 26 de 51 POP/Unidade de Reabilitação/015/2017 Programa Hospitalar Fonoaudiológico da Reabilitação da Deglutição Versão 1.0 Página 27 de 51 POP 015 - 02 PLANO TERAPÊUTICO FONOAUDIOLÓGICO INDIRETO PARA DISFAGIA I. INFORMAÇÕES GERAIS OBJETIVO Abordagem indireta consiste na reorganização motora da musculatura orofacial (MO)envolvida na deglutição, sem o uso de alimentação. Fazem partes da abordagem indireta instruções e esclarecimentos quanto ás alterações de deglutição e riscos relacionados, estimulação sensorial, orientações da postura corporal durante alimentação, prescrições de utensílios adaptados, adequação de consistência e volume do alimento, o controle no ritmo da alimentação. Para alguns pacientes neurológicos são indicadosexercícios para musculatura supra – hióidea. Exercícios de resistência de língua, exercícios vocais e estimulação tátil – térmica gustativa. DEFINIÇÕES A intervenção fonoaudiológica na disfagia orofaríngea prevê que a seleção das técnicas a serem utilizadas no programa de reabilitação seja realizada mediante a interpretação da fisiopatologia da deglutição em cada indivíduo. Serão descritos os procedimentos disponíveis na literatura e mais utilizados na rotina de atendimento, seja em nível ambulatorial ou beira leito. Alguns procedimentos têm maior nível de evidência científica, outros ainda não foram testados em estudos controlados e randomizados. Alguns só foram testados em populações específicas não podendo generalizar seu uso para todos os pacientes com disfagia orofaríngea. Portanto cabe ao fonoaudiólogo elencar qual abordagem realizar ( indireta /direta) ou ambas e quais procedimentos de maior relevância para o paciente em questão. POP/Unidade de Reabilitação/015/2017 Programa Hospitalar Fonoaudiológico da Reabilitação da Deglutição Versão 1.0 Página 28 de 51 Quadro 1 – Principais Achados na Avaliação da Deglutição -Dificuldade de manipulação, mastigação e controle do bolo alimentar em cavidade oral. - Acúmulo/resíduo de alimento em cavidade oral. - Alteração da propulsão do bolo. -Alteração da elevação hiolaríngea e proteção da laringe. -Sinais de penetração e/ou aspiração de alimento como tosse e engasgo - (*) Estase de alimento em valécula . - (*) Estase de alimento em parede faríngea. - (*) Estase de alimento em recesso piriforme. - (*) Nota : Observado somente por exame objetivo I- DESCRIÇÃO DAS TAREFAS ETAPAS DO PROCEDIMENTO • Higienizar as mãos segundo normas da CCIH • Reunir o material e levar ao quarto - próximo ao paciente. • Identificar-se para o paciente e/ou acompanhante. • Explicar o procedimento ao paciente e/ou acompanhante. • Elevar à cabeceira da cama em 90º • Realizar a intervenção e técnica terapêutica necessária no momento • Relatar na ficha de evolução diária e anexar no prontuário POP/Unidade de Reabilitação/015/2017 Programa Hospitalar Fonoaudiológico da Reabilitação da Deglutição Versão 1.0 Página 29 de 51 Quadro 2 - Objetivo Específico 1 - Esclarecer o Paciente e Cuidador sobre as Alterações e Riscos da Deglutição Estratégia Efeito Uso de figuras, vídeos e programas específicos para visualização e entendimento da deglutição normal x disfagia Aprendizado, conhecimento da função da deglutição normal e dos riscos da disfagia. Aumenta a propriocepção do sistema biomecânico da deglutição. E o envolvimento no processo terapêutico Quadro 3 - Objetivo Específico 2 - Reorganização Motora Oral Estratégia Descrição Efeito da Atividade Exercícios motores para amplitude, movimento e fortalecimento de língua Realizar a série durante cinco minutos em uma sessão. Cinco vezes ao dia. 1 – Elevação de língua. Solicitar que o paciente mantenha a boca aberta, protrua e eleve a língua ao máximo e segure por um segundo. Em seguida, eleve o dorso da língua ao máximo possível e segure por um segundo e solte. 2 – Lateralização de língua. Solicitar que o paciente lateralize (alongando) a língua para cada lado da boca, como realizasse a limpeza dos sulcos laterais, e em seguida protrua e retraia, segurando um segundo em cada direção. 3 – Solicitar a abertura de boca e empurrar a espátula frente à boca com a ponta da língua e voltar 1 – Aumento da amplitude de movimento anterior de língua. Melhora do trânsito oral e controle de língua e do bolo durante a deglutição 2 – Aumento da amplitude e força do dorso de língua. Melhora a propulsão do bolo alimentar. 3 – Aumento da amplitude do movimento de língua. Exercício de base de língua Solicitar que o paciente puxe a língua para trás o máximo possível e segure por um segundo (simulando gargarejo) Aumento da amplitude do movimento e retração da base de língua POP/Unidade de Reabilitação/015/2017 Programa Hospitalar Fonoaudiológico da Reabilitação da Deglutição Versão 1.0 Página 30 de 51 Exercício de amplitude e movimentos de lábios. Três blocos com dez repetições cada; dar intervalo de trinta segundos entre cada bloco. 1 – Protrusão e retração labial – paciente deve realizar protrusão e retração labial ( bico e sorriso) 2 – Repetir o exercício anterior e durante o movimento oferecer uma força contrária ao movimento – contra resistência. À medida que a força e amplitude aumentem, a força contrária e/ou o tamanho do objeto deve ser reduzido. Aumento da amplitude e força de orbicular dos lábios – melhor contenção do alimento em cavidade oral. Exercício de amplitude e tensão de bochechas (bucinadores). Três blocos com dez repetições cada; dar intervalo de trinta segundos entre cada bloco 1- Contrair o músculo bucinador do lado mais fraco contra uma espátula posicionada entre a face interna das bochechas e a face vestibular dos dentes. Os dentes devem ser mantidos em oclusão e o objetivo é aproximar a espátula dos mesmos. 2- Repetir o exercício anterior (lado paralisado) durante o movimento, oferecendo uma força contaria ao movimento – contra resistência Aumento da mobilidade e força de bucinadores – melhor contenção do alimento em cavidade oral Exercício de coordenação da língua e mastigação Mastigar um pedaço de garrote amarrado no fio dental. Realizar mastigação bilateral. Treino da mastigação com alimento para deglutir. Envolver um pedaço de pão francês, chiclete, numa gaze e solicitar mastigação bilateral alternadamente Aumento da mobilidade e propriocepção dos músculos orbicular dos lábios e bucinador – manutenção do alimento dentro da cavidade oral. POP/Unidade de Reabilitação/015/2017 Programa Hospitalar Fonoaudiológico da Reabilitação da Deglutição Versão 1.0 Página 31 de 51 Quadro 4 - Objetivo Específico 3 - Aumento da Movimentação e Elevação Hiolaríngea Estratégia Descrição Efeito Protruir língua Solicitar que o paciente com a boca aberta protrua e retraia a língua. Depois mantém a língua protruida e conte até cinco e retraia Melhora a movimentação laríngea Produção de vogal /i/ prolongada Solicite prolongar a emissão da vogal/i/ agudo (pitch elevado) - falsete Durante a produção do falsete a laringe eleva, no mesmo movimento produzido na deglutição Produção da sílaba /ka/ka/ka/ Solicite a emissão da sílaba /ka/ com a boca aberta, seqüencial de forma lenta. Depois mantém alguns segundos na posição elevada Melhora a movimentação laríngea. Realizar três séries com cinco repetições cada – com intervalos de trinta segundos cada Respiron Usar virado de cabeça para baixo (invertido) e solicitar que o paciente assopre para elevar a esfera. Iniciar do mais leve e aumentar conforme habilidade e força expiratória do paciente. Realizar 3 séries de 5 com pausa de 1 min. Numa fase posterior solicitar que o paciente mantenha por alguns a esfera elevada Aumento da força e movimento e elevação laríngea , como também a resistência POP/Unidade de Reabilitação/015/2017 Programa Hospitalar Fonoaudiológico da Reabilitação da Deglutição Versão 1.0 Página 32 de 51Quadro 5 - Objetivo Específico 4 - Redução da Estase em Recessos Piriformes Estratégia Descrição Efeito Manobra de Shaker. Solicitar que o paciente fique deitado na posição supina e levantar a cabeça o suficiente para observar os pés sem tirar os ombros do chão. Realizar repetições consecutivas. Depois Manter a cabeça sustentada por um minuto, repetir três vezes, intercalando um minuto de descanso. Fortalece os músculos supra – hióideos e dessa forma, maior abertura do Esfíncter Esofágico Superior(EES) Exercício CTAR (Chin Tuck Against Reistance Solicitar que o paciente sentado pressione com força máxima o queixo contra uma bola pequena posicionada acima da fúrcula esternal, sem elevar os ombros por 10 segundos(isométrica). Fazer 10 repetições seguidas (isotônicas) Fortalece os músculos supra – hióideos e dessa forma, maior abertura do Esfíncter Esofágico Superior(EES) Quadro 6 - Objetivo Específico 5 - Estimulação Sensorial Térmico e/ou Gustativa Estratégia Descrição Efeito Estimulação gustativa Oferta de alimento com concentradas características sensoriais como temperaturas frias ou quentes, texturas diferenciadas, sabores fortes. Inicia-se com pequenos volumes e a progressão se dá conforme habilidade do paciente em manipular o estímulo na cavidade oral e degluti-lo Aprimorar a percepção do alimento em cavidade oral POP/Unidade de Reabilitação/015/2017 Programa Hospitalar Fonoaudiológico da Reabilitação da Deglutição Versão 1.0 Página 33 de 51 Estimulação termo tátil - gustativa 1 – Pressionar a colher contra o dorso de língua quando o bolo for ofertado 2- Mergulhar a colher em líquido cítrico frio e/ou quente. Tocar nas regiões intra orais, base de língua, parede posterior da faringe, usando diferentes pressões e em diferentes pontos 2- Usar cotonete, espátula, gaze embebidas em líquidos e/ou líquidos espessos cítricos. Solicitar que o paciente sugue e degluta. Aumentar o input sensorial e a percepção de alimento em cavidade oral – melhora da propulsão do bolo. Estimulação termo tátil - gustativa 1 – Pressionar a colher contra o dorso de língua quando o bolo for ofertado 2- Mergulhar a colher em líquido cítrico frio e/ou quente. Tocar nas regiões intra orais, base de língua, parede posterior da faringe, usando diferentes pressões e em diferentes pontos 2- Usar cotonete, espátula, gaze embebidas em líquidos e/ou líquidos espessos cítricos. Solicitar que o paciente sugue e degluta. Aumentar o input sensorial e a percepção de alimento em cavidade oral – melhora da propulsão do bolo. RECURSOS NECESSÁRIOS • Humanos: Fonoaudiólogo, Equipe do setor, Paciente. • Materiais/Equipamentos: Gravuras de deglutição normal e disfagia, Luvas, Estetoscópio, Oxímetro, Colher de sopa de inox, Guardanapo, Líquidos Cítricos, Espátulas, Copos descartáveis, Gelo, Gazes, Respiron, Bola • Ferramentas e Instrumentos: Prontuário físico, Ficha de evolução do Atendimento Fonoaudiológico. POP/Unidade de Reabilitação/015/2017 Programa Hospitalar Fonoaudiológico da Reabilitação da Deglutição Versão 1.0 Página 34 de 51 CUIDADOS ESPECIAIS DESVIOS AÇÕES NECESSÁRIAS • Instabilidade clínica do paciente • Ausência do paciente no leito • Nível de consciência rebaixado-Glasgow abaixo de 13/14 • Recusa do Paciente • Paciente sonolento ou agitado • Aguardar a estabilidade clínica do paciente • Retornar em outro período para nova abordagem • Aguardar que o paciente esteja alerta • Aguardar aceitação do paciente • Aguardar que o paciente esteja alerta e tranqüilo POP 015 – 03 PLANO TERAPÊUTICO FONOAUDIOLÓGICO DIRETO PARA DISFAGIA I. INFORMAÇÕES GERAIS OBJETIVOS Instrução e esclarecimento quanto ás alterações de deglutição e riscos relacionados, estimulação sensorial. Utilização de manobras de proteção e posturas facilitadoras para deglutição e modificação de dietas. DEFINIÇÕES POP/Unidade de Reabilitação/015/2017 Programa Hospitalar Fonoaudiológico da Reabilitação da Deglutição Versão 1.0 Página 35 de 51 A intervenção fonoaudiológica na disfagia orofaríngea prevê que a seleção das técnicas a serem utilizadas no programa de reabilitação seja realizada mediante a interpretação da fisiopatologia da deglutição em cada indivíduo. Serão descritos os procedimentos disponíveis na literatura e mais utilizados na rotina de atendimento, seja em nível ambulatorial ou beira leito. Alguns procedimentos têm maior nível de evidência científica, outros ainda não foram testados em estudos controlados e randomizados. Alguns só foram testados em populações específicas não podendo generalizar seu uso para todos os pacientes com disfagia orofaríngea. Portanto cabe ao fonoaudiólogo elencar qual abordagem realizar ( indireta /direta) ou ambas e quais procedimentos de maior relevância para o paciente em questão. Quadro 7 – Principais Achados na Avaliação da Deglutição -Dificuldade de manipulação, mastigação e controle do bolo alimentar em cavidade oral. - Acúmulo/resíduo de alimento em cavidade oral. - Alteração da propulsão do bolo. -Alteração da elevação hiolaríngea e proteção da laringe. -Sinais de penetração e/ou aspiração de alimento como tosse e engasgo - (*) Estase de alimento em valécula . - (*) Estase de alimento em parede faríngea. - (*) Estase de alimento em recesso piriforme. - (*) Nota : Observado somente por exame objetivo II - DESCRIÇÃO DAS TAREFAS ETAPAS DO PROCEDIMENTO • Higienizar as mãos segundo normas da CCIH • Reunir o material e levar ao quarto - próximo ao paciente. • Identificar-se para o paciente e/ou acompanhante. • Explicar o procedimento ao paciente e/ou acompanhante. • Elevar à cabeceira da cama em 90º POP/Unidade de Reabilitação/015/2017 Programa Hospitalar Fonoaudiológico da Reabilitação da Deglutição Versão 1.0 Página 36 de 51 • Realizar a intervenção e técnica terapêutica necessária no momento • Relatar na ficha de evolução diária e anexar no prontuário Quadro 8 - Objetivo Específico 6 – Esclarecer o Paciente e o Cuidador sobre as Alterações da Deglutição e seus Riscos Estratégia Efeito Uso de figuras, vídeos e programas específicos para visualização e entendimento da deglutição normal x disfagia Aprendizado, conhecimento da função da deglutição normal e dos riscos da disfagia. Aumenta a propriocepção do sistema biomecânico da deglutição. E o envolvimento no processo terapêutico Quadro 9 - Objetivo Específico - 7 Redução de Estase em Valécula Estratégia Descrição Efeito Deglutição com esforço Solicitar que o paciente engula com força (fazer força em todos os músculos da boca e garganta para engolir O esforço aumenta os movimentos posteriores de base de língua e assim, facilita a remoção do bolo alimentar da valécula Manobra postural de queixo no peito Solicitar que o paciente abaixe a cabeça encostando o queixo o mais próximo do peito, antes de engolir Evita o escape prematuro, amplia o espaço valecular a fim de evitar a entrada do bolo alimentar nas vias aéreas (VAs); coloca a epiglote em posição que favorece a aproximação da base da língua contra a faringe Deglutição múltipla Solicitar que o paciente degluta varias vezes consecutivas o mesmo bolo alimentarRemoção dos resíduos alimentares na cavidade oral Quadro 10 - Objetivo Específico 8 - Aumento da Movimentação e Elevação Hiolaríngea Estratégia Descrição Efeito POP/Unidade de Reabilitação/015/2017 Programa Hospitalar Fonoaudiológico da Reabilitação da Deglutição Versão 1.0 Página 37 de 51 Manobra de Mendelsonhn Solicitar que o paciente eleve a laringe e mantenha elevada(posição mais alta) até o final da deglutição. Melhora a movimentação laríngea, a coordenação e os tempos dos eventos de deglutição; fortalece os músculos responsáveis pela elevação laríngea Deglutição supraglótica Solicitar que o paciente inspire e mantém, degluta e tosse, logo após a deglutição Maximizar o fechamento das pregas vocais e ariepiglóticas Deglutição super-supraglótica Solicitar que o paciente inspire, mantém, degluta com esforço e tosse logo após a deglutição Maximizar o fechamento das pregas vocais e ariepiglóticas Quadro 11 - Objetivo Específico 9 - Redução da Estase Faríngea Estratégia Descrição Efeito Manobra de Massako Solicitar que o paciente mantenha a língua entre os dentes durante a deglutição Aproximação da parede faríngea e base de língua Quadro 12 - Objetivo específico 10 - Manobras Posturais Estratégias Descrição Efeito Cabeça fletida para frente Solicitar que o paciente mantenha a cabeça fletida para baixo durante a deglutição Proteção de VAI, aumento da pressão na passagem do alimento, aumento do espaço valecular Cabeça inclinada para trás Obs. Cuidado risco de broncoaspiração Solicitar que o paciente incline a cabeça para trás durante a deglutição Auxilia a propulsão do bolo, melhora a velocidade do transito oral POP/Unidade de Reabilitação/015/2017 Programa Hospitalar Fonoaudiológico da Reabilitação da Deglutição Versão 1.0 Página 38 de 51 Cabeça virada para o lado ruim Solicitar que o paciente incline a cabeça do lado comprometido durante a deglutição Isola o lado comprometido, favorece a descida do bolo alimentar pelo lado bom, que estaria compensando o lado ruim Cabeça inclinada para lado bom Solicitar que o paciente incline para o lado bom durante a deglutição Facilita a descida do bolo do lado preservado Quadro 13 - Objetivo Específico 11 - Treino da Deglutição Estratégias Descrição Efeito Sucção e deglutição controlada Obs. Volume e consistência devem estar adequada à capacidade de cada paciente. Evoluir gradativamente Envolver a gaze na espátula e mergulhar em consistência líquida ou semi líquida com volume restrito e solicitar que o paciente sugue e degluta . Aumentar a precisão e velocidade da deglutição. Redução do resíduo em cavidade oral Após a deglutição solicitar que o paciente movimente a língua pelos sulcos laterais e anteriores, para recolher o alimento que permanecer acumulado, e deglutir novamente. Remoção do resíduo alimentar em cavidade oral. Quadro 14 - Objetivo Específico 12 - Adaptação da Dieta Estratégia Descrição Efeito da Atividade Modificação de Consistência Modificar a consistência da dieta a ser ofertada , conforme a habilidade de deglutição segura do alimento Estratégias compensatórias , a fim de facilitar a dinâmica da deglutição e promover a redução das estases de alimento, de forma a favorecer a deglutição segura. Modificação de volume Aumentar ou reduzir o volume do alimento. Modificação de modo, velocidade e freqüência de oferta Determinar o modo e utensílio (canudo, colher etc.), velocidade de oferta e freqüência a ser ofertada. POP/Unidade de Reabilitação/015/2017 Programa Hospitalar Fonoaudiológico da Reabilitação da Deglutição Versão 1.0 Página 39 de 51 RECURSOS NECESSÁRIOS • Humanos: Fonoaudiólogo, Equipe do setor, Paciente. • Materiais/Equipamentos:Gravuras de deglutição normal e disfagia, Luvas, Seringa 10 ml, Estetoscópio, Oxímetro, Colher de sopa, Guardanapo, Alimento em diversas consistências, Líquidos em diversas consistências, Espátulas, Copos descartáveis, Gelo, Gazes. • Ferramentas e Instrumentos: Prontuário físico, Ficha de evolução do Atendimento Fonoaudiológico. CUIDADOS ESPECIAIS DESVIOS AÇÕES NECESSÁRIAS • Instabilidade clínica do paciente • Jejum para realização de procedimento • Ausência do paciente no leito • Nível de consciência rebaixado-Glasgow abaixo de 13/14 • Menos de 30 minutos de colocação de SNE • Mínimo de 48 horas de pós extubação • Recusa do Paciente • Paciente sonolento ou agitado • Aguardar a estabilidade clínica do paciente • Retornar em outro período para nova abordagem • Retornar em outro período para nova abordagem • Aguardar que o paciente esteja alerta • Realizar após o período de 30 minutos • Realizar após o horário permitido • Aguardar aceitação do paciente • Aguardar que o paciente esteja alerta e tranqüilo POP/Unidade de Reabilitação/015/2017 Programa Hospitalar Fonoaudiológico da Reabilitação da Deglutição Versão 1.0 Página 40 de 51 POP 015-04 TESTE DO CORANTE AZUL PARA DEGLUTIÇÃO (BLUE DYE TEST) EM PACIENTES TRAQUEOSTOMIZADOS I. INFORMAÇÕES GERAIS OBJETIVOS Padronizar e avaliar a funcionalidade da deglutição de saliva em pacientes traqueostomizados à beira leito. Verificando possibilidade de deglutir por via oral ou a aspiração traqueal sugestivo de risco para bronco aspiração. DEFINIÇÕES A identificação e a administração corretas da disfagia no paciente traqueostomizados tornam-se fundamentais. A avaliação objetiva da deglutição envolve técnicas de videofluroscopia e nasofibroscopia. No entanto, esses métodos são caros, despendem de maior tempo, necessitam da locomoção do paciente e expõem os mesmos a radiação e/ou desconforto. A avaliação clinica da deglutição tem como proposta descrever a disfagia baseada na observação de sinais clínicos e sintomas do paciente, podendo ser realizada à beira leito. Em 1973 foi descrito um teste clínico utilizando um marcador azul na língua para a coloração da saliva, sendo objetivo detectar aspirações em pacientes traqueostomizados por meio da coloração das secreções provenientes da aspiração traqueal, ou seja, qualquer evidencia do azul na aspiração através da cânula de traqueostomia seriam indicativas de que o paciente estaria aspirando. A partir da primeira descrição do teste, passou a ser utilizado amplamente passando a ser misturado com líquidos e alimentos. O Teste do Corante Azul ( Blue Dye Test), consiste em aplicar 4 gotas de corante culinário azul (anilina) na cavidade oral do paciente em 4/4 horas por 2 dias consecutivos para analisar a deglutição, verificando a presença ou não de aspiração traqueal. O paciente deverá deglutir após POP/Unidade de Reabilitação/015/2017 Programa Hospitalar Fonoaudiológico da Reabilitação da Deglutição Versão 1.0 Página 41 de 51 aplicação do corante e realizar aspiração endotraqueal imediata e ao longo do dia pela equipe multiprofissional (fonoaudiologia, enfermagem, fisioterapeuta). No entanto, sua acurácia também passou a ser discutida, em análise realizada por meio de pesquisa bibliográfica, constatou a inexistência de um protocolo completo para sua utilização, pouca variabilidade metodológica, falta de consenso sobre os aspectos considerados na avaliação Em 1999 Brady etal publicaram um estudo no qual comparavam a videofluroscopia (VDF) x blue dye test ( BDT) para diagnóstico de disfagia em 20 pacientes traqueostomizados. Concluíram que 8 pacientes aspiravam pela VDF, mas apenas 4 pelo BDT ( 50% de falso- negativo). Portanto o resultado do teste quando negativo , não deve ser único item avaliado outros sinais e comorbidades tendem ser preditivos de aspiração silente, causa neurológicas , demências, debilidade crônica , alteração da sensibilidade de laringe e uso de invasivos IOT, TQT e SNE CONTEÚDO ESPECÍFICO A traqueostomia é uma técnica cirúrgica muito utilizada atualmente, tem como finalidade promover uma via aérea artificial principalmente em pacientes críticos. Consiste em uma incisão entre o 2º e 3º anel traqueal podendo ser temporária durante a fase aguda da doença ou permanente. A traqueostomia é indicada nos casos de: - Obstruções de vias aéreas superiores - Necessidade de ventilação mecânica prolongada - Remoções de secreções brônquicas - IOT >7 dias No entanto o uso da traqueostomia causa um impacto na fisiologia da comunicação e deglutição podendo ser esta mecânica ou funcional. POP/Unidade de Reabilitação/015/2017 Programa Hospitalar Fonoaudiológico da Reabilitação da Deglutição Versão 1.0 Página 42 de 51 Os pacientes traqueostomizados em sua grande maioria estiveram anteriormente entubados. É de conhecimento geral e científico que a entubação (IOT) prolongada pode danificar a mucosa e a musculatura laríngea e faríngea acarretando em alterações sensoriais e motoras que justificam desde a perda prematura do bolo alimentar. Alterações da elevação laríngea, fechamento incorreto das pregas vocais e proteção da VA, podendo causar penetração e/ou aspiração antes, durante e/ou após deglutição e estases alimentares. Mas o uso de TQT pode causar algumas alterações devido à técnica cirúrgica com incisão horizontal pode aumentar a restrição do movimento vertical da laringe no pescoço facilitando a entrada do bolo alimentar antes/durante e após a deglutição na VA. O cuff hiper insuflado pode comprimir a parede anterior do esôfago dificultando ou aumentado o tempo de transito esofágico e refluxo alimentar. Já as alterações funcionais podem destacar o desvio do fluxo aéreo para o estoma no pescoço reduzindo a pressão e quantidade do fluxo fazendo assim a diminuição da força de abdução das pregas vocais, ausência e diminuição da tosse protetora e a diminuição da sensibilidade do olfato e paladar. A diferença da temperatura do fluxo aéreo nas vias aéreas inferiores proporciona a dessensibilização da mucosa o que pode contribuir para uma aspiração silenciosa Após a estabilização clinica do paciente inicia-se a programação do desmame da traqueo esta denominada decanulação, no entanto na literatura não a um consenso em qual momento deverá acontecer, mas são elencados alguns critérios pra tentar diminuir os riscos e obter uma decanulação satisfatória, dentre as quais: - estabilidade hemodinâmica - ausência ou diminuição da secreção pulmonar - melhora do quadro respiratório -ausência de sinais de esforços respiratórios -Saturação de O2 adequada - tosse eficaz - VAS desobstruída - Deglutição normal ou adaptada (com restrições de consistência). POP/Unidade de Reabilitação/015/2017 Programa Hospitalar Fonoaudiológico da Reabilitação da Deglutição Versão 1.0 Página 43 de 51 II. DESCRIÇÃO DAS TAREFAS ETAPAS DO PROCEDIMENTO • Higienizar as mãos. • Reunir o material e levar ao quarto - próximo ao paciente. • Idenficar-se para o paciente e/ou acompanhante. • Explicar o procedimento ao paciente e/ou acompanhante. • Elevar à cabeceira do leito a 90º. • Verificar e anotar os sinais vitais do paciente, freqüência cardíaca, freqüência respiratória e SPO2, caso não esteja monitorado. • Realizar aspiração endotraqueal e supra cuff. • Desinsuflar o cuff e aspirar caso perceber secreção ou tosse imediata do paciente. • Manter o cuff desinsuflado (caso intolerância interromper o teste e insuflar o cuff). • Aplicar 4 gotas de anilina azul sobre o dorso da língua do paciente. • Solicitar ao paciente para deglutir. • Realizar aspiração endotraqueal após a deglutição. • Observar a presença ou ausência imediata de secreção corada. • Reaplicar o teste a cada 4 horas por dois dias consecutivos. • Resultado: Blue Dye Test Positivo (+) presença de secreção corada de azul. • Resultado: Blue Dye Test Negativa (-) ausência de secreção corada de azul. • Colocar o resultado do teste na evolução do paciente e anexar no prontuário. RECURSOS NECESSÁRIOS • Humanos: Fonoaudiólogo, Equipe do setor, Paciente. • Materiais/Equipamentos: Luvas, Máscara, Avental de procedimento, Copo, Anilina azul, Seringa 3 ml, Estetoscópio, Oxímetro, Óculos de proteção, Luvas normais (estéril), Sonda para aspiração, 1 Seringa de 3 ml, 2 Seringas de 20 ml, 1 com soro fisiológico. • Ferramentas e Instrumentos: Prontuário físico, Ficha de Avaliação Fonoaudiológica, Ficha de evolução do Atendimento Fonoaudiológico. POP/Unidade de Reabilitação/015/2017 Programa Hospitalar Fonoaudiológico da Reabilitação da Deglutição Versão 1.0 Página 44 de 51 RESULTADOS ESPERADOS BLUE DYE TEST NEGATIVO (-): Ausência de secreção corada de azul pela cânula de traqueostomia em nenhuma aspiração traqueal ao longo do dia sugestivo de deglutição normal de saliva. BLUE DYE TEST POSITIVO (+): Presença de secreção corada de azul durante aspiração traqueal – indicativo de aspiração de saliva apresentando risco de broncoaspiração. Paciente diagnosticado com Disfagia orofaríngea. CUIDADOS ESPECIAIS DESVIOS AÇÕES NECESSÁRIAS • Instabilidade clínica do paciente • Jejum para realização de procedimento • Ausência do paciente no leito • Nível de consciência rebaixado • Desconforto ao desinsuflar o cuff • Aguardar a estabilidade clínica do paciente e liberação do médico • Retornar em outro período para nova abordagem • Retornar em outro período para nova abordagem • Aguardar que o paciente esteja alerta • Aguardar que o paciente apresente conforto ao desinsuflar o cuff POP/Unidade de Reabilitação/015/2017 Programa Hospitalar Fonoaudiológico da Reabilitação da Deglutição Versão 1.0 Página 45 de 51 POP 015-05 TESTE DO CORANTE AZUL MODIFICADO PARA DEGLUTIÇÃO ( BLUE DYE TEST MODIFICADO) EM PACIENTES TRAQUEOSTOMIZADOS I. INFORMAÇÕES GERAIS OBJETIVOS Padronizar e avaliar a estrutura e funcionalidade da deglutição de alimentos de consistências e volumes variados em pacientes traqueostomizados à beira leito. Verificando possibilidade de deglutir por via oral ou a ineficácia, como também o risco de broncoaspiração. DEFINIÇÃO A identificação e a administração corretas da disfagia no paciente traqueostomizados tornam-se fundamentais. A avaliação objetiva da deglutição envolve técnicas de videofluroscopia e nasofibroscopia. No entanto, esses métodos são caros, despendem de maior tempo, necessitam da locomoção do paciente e expõem os mesmos a radiação e/ou desconforto. A avaliação clinica da deglutição tem como proposta descrever a disfagia baseada na observação de sinais clínicos e sintomas do paciente, podendo ser realizada à beira leito. Em 1973 foi descrito um teste clínico utilizando um marcador azul na língua para a coloração da saliva, sendo objetivo detectar aspirações em pacientestraqueostomizados por meio da coloração das secreções provenientes da aspiração traqueal, ou seja, qualquer evidencia do azul na aspiração através da cânula de traqueostomia seriam indicativas de que o paciente estaria aspirando. A partir da primeira descrição do teste, passou a ser utilizado amplamente passando a ser misturado com líquidos e alimentos. No entanto, sua acurácia também passou a ser discutida, em análise realizada por meio de pesquisa bibliográfica, constatou a inexistência de um protocolo completo para sua utilização, pouca variabilidade metodológica, falta de consenso sobre os aspectos considerados na avaliação. POP/Unidade de Reabilitação/015/2017 Programa Hospitalar Fonoaudiológico da Reabilitação da Deglutição Versão 1.0 Página 46 de 51 Em 1999 Brady et al publicaram um estudo no qual comparavam a videofluroscopia (VDF) x blue dye test ( BDT) para diagnóstico de disfagia em 20 pacientes traqueostomizados. Concluíram que 8 pacientes aspiravam pela VDF, mas apenas 4 pelo BDT ( 50% de falso- negativo). Portanto o resultado do teste quando negativo , não deve ser único item avaliado outros sinais e comorbidades tendem ser preditivos de aspiração silente, causa neurológicas , demências, debilidade crônica , alteração da sensibilidade de laringe e uso de invasivos IOT, TQT e SNE. O Teste do Corante Azul Modificado (Blue Dye Test Modificado) Consiste em aplicar corante culinário azul (anilina) em alimentos de volumes (3 ml, 5 ml, 10 ml) e consistências variadas (líquida, mel, néctar, pudim, sólido) em dias diferentes, para analisar a deglutição oral ou aspiração traqueal. O paciente deverá deglutir o alimento corado de azul e realizar aspiração endotraqueal imediata. Orientar a equipe de enfermagem e fisioterapia para monitorar a saída ou não de secreção corada da cânula de traqueostomia no decorrer do dia. CONTEÚDO ESPECÍFICO A traqueostomia é uma técnica cirúrgica muito utilizada atualmente, tem como finalidade promover uma via aérea artificial principalmente em pacientes críticos. Consiste em uma incisão entre o 2º e 3º anel traqueal podendo ser temporária durante a fase aguda da doença ou permanente. A traqueostomia é indicada nos casos de obstruções de vias aéreas superiores, necessidade de ventilação mecânica prolongada, remoções de secreções brônquicas e entubação maior que sete dias. No entanto o uso da traqueostomia causa um impacto na fisiologia da comunicação e deglutição podendo ser esta mecânica ou funcional. Os pacientes traqueostomizados em sua grande maioria estiveram anteriormente entubados. POP/Unidade de Reabilitação/015/2017 Programa Hospitalar Fonoaudiológico da Reabilitação da Deglutição Versão 1.0 Página 47 de 51 A entubação (IOT) prolongada pode danificar a mucosa e a musculatura laríngea e faríngea acarretando em alterações sensoriais e motoras que justificam desde a perda prematura do bolo alimentar. Alterações da elevação laríngea, fechamento incorreto da pregas vocais e proteção da VA, podendo causar penetração e/ou aspiração antes, durante e/ou após deglutição e estases alimentares. A restrição da elevação da laringe no pescoço devido à técnica cirúrgica com incisão horizontal pode aumentar a restrição do movimento vertical da laringe no pescoço facilitando a entrada do bolo alimentar antes/durante e após a deglutição na VA. O cuff hiper insuflado pode comprimir a parede anterior do esôfago dificultando ou aumentado o tempo de transito esofágico e refluxo alimentar. Já as alterações funcionais podem destacar o desvio do fluxo aéreo para o estoma no pescoço reduzindo a pressão e quantidade do fluxo fazendo assim a diminuição da força de abdução das pregas vocais, ausência e diminuição da tosse protetora e a diminuição da sensibilidade do olfato e paladar. A diferença da temperatura do fluxo aéreo nas vias aéreas inferiores proporciona a dessensibilização da mucosa o que pode contribuir para uma aspiração silenciosa. Após a estabilização clinica do paciente inicia-se a programação do desmame da traqueo esta denominada decanulação, no entanto na literatura não a um consenso em qual momento deverá acontecer, mas são elencados alguns critérios pra tentar diminuir os riscos e obter uma decanulação satisfatória. Dentre as quais: - estabilidade hemodinâmica - ausência ou diminuição da secreção pulmonar - melhora do quadro respiratório -ausência de sinais de esforços respiratórios -Saturação de O2 adequada - tosse eficaz - VAS desobstruída - deglutição normal ou adaptada (com restrições de consistência). POP/Unidade de Reabilitação/015/2017 Programa Hospitalar Fonoaudiológico da Reabilitação da Deglutição Versão 1.0 Página 48 de 51 II DESCRIÇÃO DAS TAREFAS ETAPAS DO PROCEDIMENTO • Higienizar as mãos • Reunir o material e levar ao quarto - próximo ao paciente. • Identificar-se para o paciente e/ou acompanhante. • Explicar o procedimento ao paciente e/ou acompanhante. • Elevar à cabeceira do cama a 90º • Verificar e anotar os sinais vitais do paciente, freqüência cardíaca, freqüência respiratória e SPO2, caso não esteja monitorado • Realizar aspiração endotraqueal e supra cuff • Desinsuflar o cuff e aspirar caso perceber secreção ou tosse imediata do paciente. • Manter o cuff desinsuflado (caso intolerância interromper o teste) • Oferecer o alimento corado de azul ao paciente • Solicitar ao paciente para deglutir • Realizar aspiração endotraqueal após a deglutição • Observar a presença ou ausência imediata de secreção corada. • Reaplicar o testes com consistências e volumes variados • Resultado: Blue Dye Test Positivo (+) presença de secreção corada azul pela cânula de traqueostomia • Resultado: Blue Dye Test Negativa (-) ausência de secreção corada de azul pela cânula de traqueostomia • Colocar o resultado do teste na evolução do paciente e anexar no prontuário RECURSOS NECESSÁRIOS • Humanos: Fonoaudiólogo, Equipe do setor, Paciente. • Materiais/Equipamentos: Luvas, Máscara, Avental de procedimento, Copo, Anilina azul, Seringa 3 ml, Estetoscópio, Oxímetro, Óculos de proteção, Luvas normais (estéril), POP/Unidade de Reabilitação/015/2017 Programa Hospitalar Fonoaudiológico da Reabilitação da Deglutição Versão 1.0 Página 49 de 51 • Sonda para aspiração, Colheres de plástico, 2 Seringas de 20 ml, 1 com soro fisiológico, Alimentos de consistências e volumes variados. • Ferramentas e Instrumentos: Prontuário físico, Ficha de Avaliação Fonoaudiológica, Ficha de evolução do Atendimento Fonoaudiológico. RESULTADOS ESPERADOS BLUE DYE TEST NEGATIVO (-): Ausência de secreção corada de azul pela cânula de traqueostomia em nenhuma aspiração traqueal ao longo dos dias nas diversas consistências e volumes – Sugestivo de deglutição normal. Após análise de outros dados e discussão com médico e equipe multidisciplinar . O paciente poderá iniciar alimentação por VO monitorada. BLUE DYE TEST POSITIVO (+) Presença de secreção corada de azul durante aspiração traqueal em uma ou demais consistências e volumes. Indicativo de aspiração para tal(is) consistência(s) e volume(s), apresentando risco de broncoaspiração. Paciente diagnosticado com Disfagia orofaríngea, sem habilidade para iniciar dieta por VO. CUIDADOS ESPECIAIS DESVIOS AÇÕES NECESSÁRIAS • Instabilidade clínica do paciente • Jejumpara realização de procedimento • Ausência do paciente no leito • Nível de consciência rebaixado • Desconforto ao desinsuflar o cuff • Aguardar a estabilidade clínica do paciente e liberação do médico • Retornar em outro período para nova abordagem • Retornar em outro período para nova abordagem • Aguardar que o paciente esteja alerta • Aguardar que o paciente apresente conforto ao desinsuflar o cuff POP/Unidade de Reabilitação/015/2017 Programa Hospitalar Fonoaudiológico da Reabilitação da Deglutição Versão 1.0 Página 50 de 51 REFERENCIAIS TEÓRICOS Andrade, CRF.; Limongi SCO & Colaboradores. Disfagia – Prática baseada em evidências. Editora Xavier, 1ª edição, São Paulo, 2012. Thompsom, H. Blue Dye Test Modificado 1995. Brady, SL.; Hildner, CD.; Hutchins, BF. 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