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Transtornos de Ansiedade

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Módulo de Psiquiatria 
Tutoria 2 
1 
 
Carolina Lucchesi | Medicina UNIT 
 
Transtornos de Ansiedade 
Os transtornos de ansiedade estão associados com 
morbidade significativa e com frequência são crônicos 
e resistentes a tratamento. Eles podem ser vistos como 
uma família de transtornos mentais relacionados, mas 
distintos, que inclui (1) transtorno de pânico, (2) 
agorafobia, (3) fobia específica, (4) transtorno de 
ansiedade social ou fobia e (5) transtorno de ansiedade 
generalizada 
Ansiedade normal 
Todo mundo experimenta ansiedade. Ela é 
caracterizada mais comumente como uma sensação 
difusa, desagradável e vaga de apreensão, muitas vezes 
acompanhada por sintomas autonômicos como 
cefaleia, perspiração, palpitações, aperto no peito, leve 
desconforto estomacal e inquietação, indicada por uma 
incapacidade de ficar sentado ou em pé por muito 
tempo 
A ansiedade é um sinal de alerta; indica um perigo 
iminente e capacita a pessoa a tomar medidas para 
lidar com a ameaça. O medo é um sinal de alerta 
semelhante, mas deve ser diferenciado da ansiedade. 
**Medo: resposta a uma ameaça conhecida, externa, 
definida ou não conflituosa; 
**Ansiedade: resposta a uma ameaça desconhecida, 
interna, vaga ou conflituosa 
Pode ser difícil fazer essa distinção, porque o medo 
também pode ser devido a um objeto inconsciente, 
reprimido, interno, deslocado para outro objeto no 
mundo exterior 
 
Ansiedade e medo são ambos sinais de alerta e atuam 
como uma advertência de uma ameaça externa ou 
interna. A ansiedade pode ser conceituada como uma 
resposta normal e adaptativa que tem qualidades salva-
vidas e adverte sobre ameaças de dano corporal, dor, 
impotência, possível punição ou frustração de 
necessidades sociais ou corporais; separação de entes 
queridos; ameaça ao sucesso ou à posição individual; 
e, por fim, sobre ameaças à unidade ou integridade 
Essa preparação é acompanhada por aumento da 
atividade somática e autonômica controlada pela 
interação dos sistemas nervosos simpático e 
parassimpático 
Estresse e Ansiedade 
Se um acontecimento é percebido ou não como 
estressante depende da natureza do acontecimento e 
dos recursos, das defesas psicológicas e dos 
mecanismos de enfrentamento da pessoa. Todas essas 
referências envolvem o ego 
Uma pessoa cujo ego esteja funcionando de maneira 
apropriada está em equilíbrio adaptativo tanto com o 
mundo externo como com o interno; se o ego não 
estiver funcionando adequadamente e o desequilíbrio 
resultante continuar por tempo suficiente, o indivíduo 
experimentará ansiedade crônica. 
Se o desequilíbrio for externo, entre as pressões do 
mundo e o ego do indivíduo, ou interno, entre os 
impulsos (p. ex., agressivos, sexuais ou dependentes) e 
a consciência, ocorrerá um conflito. Os conflitos de 
causas externas costumam ser interpessoais, enquanto 
os de causas internas são intrapsíquicos ou 
intrapessoais. 
Sintomas de Ansiedade 
A experiência da ansiedade apresenta dois 
componentes: a percepção das sensações fisiológicas 
(como palpitações e suor) e a percepção do estar 
nervoso ou assustado. Um sentimento de vergonha 
pode aumentar a ansiedade – “os outros perceberão 
que estou assustado”. A maioria das pessoas fica 
atônita ao verificar que os outros não se dão conta de 
sua ansiedade ou, se o fazem, não apreciam sua 
intensidade. 
Módulo de Psiquiatria 
Tutoria 2 
2 
 
Carolina Lucchesi | Medicina UNIT 
 
Além dos efeitos motores e viscerais, a ansiedade afeta 
o pensamento, a percepção e o aprendizado. Tende a 
produzir confusão e distorções da percepção, não 
apenas do tempo e do espaço, mas também das pessoas 
e dos significados dos acontecimentos. Essas 
distorções podem interferir no aprendizado ao diminuir 
a concentração, reduzir a memória e perturbar a 
capacidade de fazer relações 
Os indivíduos ansiosos ficam predispostos a selecionar 
certos aspectos de seu ambiente e subestimar outros 
em seu esforço para provar que se justifica considerar 
sua situação aterradora. Se, de maneira equivocada, 
justificam seu medo, aumentam a ansiedade pela 
resposta seletiva e estabelecem um círculo vicioso de 
ansiedade, percepções distorcidas e ansiedade 
aumentada. Se, como alternativa, se tranquilizam por 
meio de pensamentos seletivos, a ansiedade apropriada 
pode ser reduzida, e eles podem deixar de tomar as 
precauções necessárias. 
Ansiedade Patológica 
Epidemiologia 
O Estudo Americano de Comorbidade (National 
Comorbidity Study) relatou que 1 em cada 4 pessoas 
satisfaz o critério diagnóstico de pelo menos um 
transtorno de ansiedade e que há uma taxa de 
prevalência em 12 meses de 17,7%. 
As mulheres (com prevalência durante a vida de 
30,5%) têm mais probabilidade de ter um transtorno de 
ansiedade do que os homens (prevalência durante a 
vida de 19,2%). Por fim, sua prevalência diminui com 
o status socioeconômico mais alto. 
Contribuições das ciências psicológicas 
Teorias sobre as causas da ansiedade impresso 
 
Transtorno do Pânico 
Um ataque intenso agudo de ansiedade acompanhado 
por sentimentos de desgraça iminente é conhecido 
como transtorno de pânico. A ansiedade é 
caracterizada por períodos distintos de medo intenso 
que podem variar de vários ataques durante um dia a 
apenas poucos ataques durante um ano. Os pacientes 
com o transtorno apresentam-se com uma série de 
condições comórbidas, mais comumente agorafobia, 
que se refere a medo ou ansiedade em relação a lugares 
dos quais a saída poderia ser difícil. 
A ideia do transtorno de pânico pode Breve História. 
ter suas raízes no conceito da síndrome do coração 
irritável, que o médico Jacob Mendes DaCosta (1833-
1900) observou em soldados na Guerra Civil 
Americana. A síndrome incluía muitos sintomas 
psicológicos e somáticos. Em 1895, Sigmund Freud 
introduziu o conceito de neurose de ansiedade, 
consistindo em sintomas psicológicos e somáticos 
agudos e crônicos. 
Epidemiologia 
A prevalência de transtorno do pânico ao longo da vida 
está na variação de 1 a 4%, com a prevalência em 6 
meses de aproximadamente 0,5 a 1,0%, e de 3 a 5,6% 
para ataques de pânico 
As mulheres têm três vezes mais probabilidade de 
serem afetadas do que os homens 
O único fator social identificado como contribuindo 
para o desenvolvimento desse transtorno é história 
recente de divórcio ou separação 
O transtorno costuma surgir na idade adulta jovem – a 
idade média de apresentação é em torno dos 25 anos 
Dos pacientes com transtorno de Comorbidade. 
pânico, 91% têm pelo menos outro transtorno 
psiquiátrico. Cerca de um terço das pessoas com 
transtornos de pânico já tinham transtorno depressivo 
maior antes de seu início; e em torno de dois terços 
experimentam transtorno de pânico pela primeira vez 
durante ou após o início de depressão maior 
Entre aquelas com a condição, 15 a 30% também têm 
transtorno de ansiedade social ou fobia social, 2 a 20% 
têm fobia específica, 15 a 30% têm transtorno de 
ansiedade generalizada, 2 a 10% têm TEPT, e até 30% 
têm TOC 
Etiologia 
Fatores Biológicos 
Módulo de Psiquiatria 
Tutoria 2 
3 
 
Carolina Lucchesi | Medicina UNIT 
 
Uma interpretação é a de que os sintomas estão 
relacionados a uma série de anormalidades biológicas 
na estrutura e na função do cérebro. 
Evidências consideráveis indicam que a regulação 
anormal dos sistemas noradrenérgicos também está 
envolvida na fisiopatologia do transtorno 
Foi relatado que o sistema nervoso autônomo de 
alguns pacientes exibe aumento do tônus simpático, 
adapta-se lentamente a estímulos repetidos e responde 
de maneira excessiva a estímulos moderados 
**Os principais sistemas de neurotransmissores 
implicados são os da norepinefrina, da serotonina e do 
GABA. A disfunção serotonérgica é bem evidente no 
transtorno de pânico 
Essas respostas podem ser causadas por 
hipersensibilidade pós-sináptica a serotonina no 
transtornode pânico. Evidências pré-clínicas sugerem 
que a atenuação da transmissão GABAérgica inibidora 
local na amígdala basolateral, no mesencéfalo e no 
hipotálamo pode desencadear respostas fisiológicas 
semelhantes a ansiedade. 
Os dados biológicos conduziram a um foco no tronco 
cerebral (em particular nos neurônios noradrenérgicos 
do locus ceruleus e nos neurônios serotonérgicos dos 
núcleos da rafe mediana), no sistema límbico 
(possivelmente responsável pela geração da ansiedade 
antecipatória) e no córtex pré-frontal (possivelmente 
responsável pela geração de esquiva fóbica). 
. As substâncias Substâncias indutoras do pânico
indutoras de pânico (por vezes denominadas 
panicogênicas) induzem ataques na maioria dos 
pacientes com transtorno de pânico e em uma 
proporção muito menor de indivíduos sem o transtorno 
ou sem história de ataques de pânico. As substâncias 
indutoras de pânico chamadas de respiratórias causam 
estimulação respiratória e mudança no equilíbrio 
acidobásico. Elas incluem dióxido de carbono 
(misturas de 5 a 35%), lactato de sódio e bicarbonato 
As substâncias indutoras de pânico respiratórias podem 
atuar inicialmente nos barorreceptores 
cardiovasculares periféricos e retransmitir seus sinais 
por aferentes vagais para o núcleo do trato solitário e, a 
seguir, para o núcleo paragigantocelular da medula. A 
hiperventilação em pacientes com transtorno de pânico 
pode ser causada por um sistema de alarme pelo qual o 
aumento das concentrações de Pco2 e de lactato 
cerebral ativa de forma prematura o2 um sensor 
fisiológico de asfixia. Presume-se que as substâncias 
neuroquímicas indutoras de pânico afetem diretamente 
sobretudo os receptores noradrenérgicos, 
serotonérgicos e GABAérgicos do SNC. 
. Envolvimento patológico dos Imagens Cerebrais
lobos temporais, em particular o hipocampo e a 
amígdala 
De maneira específica, transtornos de ansiedade e 
ataques de pânico estão associados com vasoconstrição 
cerebral, que pode resultar em sintomas do SNC, como 
tonturas, e em sintomas do sistema nervoso periférico 
que podem ser induzidos por hiperventilação e por 
hipocapnia. 
Fatores Genéticos 
Vários estudos verificaram que os parentes em 
primeiro grau de pacientes com transtorno de pânico 
têm um risco 4 a 8 vezes maior para o transtorno do 
que os parentes em primeiro grau de outros pacientes 
psiquiátricos 
Fatores Psicossociais 
O pânico como tendo origem em uma defesa 
malsucedida contra impulsos provocadores de 
ansiedade. O que era anteriormente uma leve 
ansiedade-sinal se torna um sentimento esmagador de 
apreensão, junto com sintomas somáticos 
Muitos pacientes descrevem os ataques surgindo do 
nada, como se não houvesse fatores psicológicos 
envolvidos, mas a exploração psicodinâmica com 
frequência revela um gatilho psicológico claro para o 
ataque de pânico. Embora os ataques de pânico sejam 
neurofisiologicamente correlacionados com o locus 
ceruleus, seu início costuma estar associado a fatores 
ambientais ou psicológicos. 
Os pacientes têm uma incidência mais alta de 
acontecimentos de vida estressantes (sobretudo perdas) 
nos meses anteriores ao início do transtorno de pânico 
do que indivíduos-controle. Além disso, os pacientes 
normalmente experimentam mais tensão sobre os 
acontecimentos da vida do que os controles. 
Módulo de Psiquiatria 
Tutoria 2 
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Carolina Lucchesi | Medicina UNIT 
 
Cerca de 60% das mulheres com ataques de pânico 
apresentam história de abuso sexual, comparadas com 
31% daquelas com outros transtornos de ansiedade. 
 
Diagnóstico 
Ataques de pânico 
Um ataque de pânico é um período súbito de intenso 
medo ou apreensão que pode durar de minutos a horas 
Ataques inesperados ocorrem a qualquer momento e 
não estão associados a um estímulo situacional 
identificável, mas não precisam se apresentar dessa 
forma. Em pacientes com fobia social e específica, eles 
costumam ser esperados ou indicados por um estímulo 
específico reconhecido. 
Alguns não se encaixam com facilidade na distinção 
entre inesperado e esperado, sendo referidos como 
ataques de pânico predispostos por situações. Eles 
podem ou não ocorrer quando um paciente é exposto a 
um gatilho específico, ou podem ocorrer tanto 
imediatamente após exposição quanto após uma 
considerável demora. 
Transtorno do Pânico 
Impresso a parte (DSM-5) 
Diagnóstico diferencial 
 
Características Clínicas 
Com frequência, o primeiro ataque de pânico é 
completamente espontâneo, embora muitos possam 
estar relacionados com excitação, esforço físico, 
atividade sexual ou trauma emocional moderado 
O ataque com frequência começa com um período de 
10 minutos de sintomas rapidamente crescentes. Os 
principais sintomas mentais são medo extremo e uma 
sensação de morte e tragédia iminentes. Os pacientes 
em geral não podem designar a fonte de seu medo; 
podem se sentir confusos e ter problemas para se 
concentrar. Os sintomas físicos costumam incluir 
taquicardia, palpitações, dispneia e sudorese 
O ataque dura, em média, de 20 a 30 minutos e 
raramente mais de uma hora. 
É possível experimentar depressão ou 
despersonalização durante um ataque. Os sintomas 
podem desaparecer de forma rápida ou gradual. Entre 
Módulo de Psiquiatria 
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Carolina Lucchesi | Medicina UNIT 
 
os ataques, os pacientes podem manifestar ansiedade 
antecipatória de terem um novo ataque 
Preocupações somáticas de morte por problemas 
cardíacos ou respiratórios podem ser o principal foco 
da atenção do indivíduo durante os ataques. Eles 
podem acreditar que as palpitações e a dor no peito 
indicam que estão para morrer 
A hiperventilação pode produzir alcalose respiratória e 
outros sintomas. A antiga recomendação de respirar 
dentro de um saco de papel às vezes ajuda, porque 
reduz a alcalose 
 Sintomas depressivos com Sintomas associados.
frequência estão presentes no transtorno de pânico, e 
em alguns pacientes, um transtorno depressivo 
coexiste com o transtorno de pânico 
Além da agorafobia, outras fobias e transtorno 
obsessivo-compulsivo (TOC) podem coexistir com o 
transtorno de pânico 
Tratamento 
Os dois tratamentos mais eficazes são a farmacoterapia 
e a terapia cognitivo-comportamental. As terapias 
familiar e de grupo podem ajudar os indivíduos 
afetados e suas famílias a ajustarem-se ao transtorno e 
às dificuldades psicossociais que ele possa ter 
precipitado 
Farmacoterapia 
Alprazolam e paroxetina são os dois medicamentos 
aprovados pela Food and Drug Administration (FDA) 
para o tratamento do transtorno de pânico 
A venlafaxina é aprovada pela FDA para o tratamento 
do transtorno de ansiedade generalizada e pode ser útil 
no transtorno de pânico combinado com depressão 
Uma abordagem conservadora é iniciar o tratamento 
com paroxetina, sertralina, citalopram ou fluvoxamina 
no transtorno de pânico isolado. Se o controle rápido 
de sintomas graves for desejado, um tratamento breve 
com alprazolam deve ser iniciado junto com o ISRS, 
seguido pela redução gradativa da utilização do benzo 
diazepínico. Na utilização de longo prazo, a fluoxetina 
é um agente eficiente para o transtorno de pânico com 
depressão comórbida 
O clonazepam pode ser prescrito para pacientes que 
antecipam uma situação em que pode ocorrer pânico 
(0,5-1 mg conforme necessidade). 
. Todos Inibidores seletivos da recaptação de serotonina
os ISRSs são eficientes para o transtorno de pânico. A 
paroxetina e a paroxetina CR têm efeitos sedativos e 
tendem a acalmar os pacientes de imediato 
O citalopram, o escitalopram, a fluvoxamina e a 
sertralina são as seguintes mais bem toleradas. 
Benzodiazepínicos. Esses agentes têm o início de ação 
mais rápido contra o pânico, por vezes na primeira 
semana, e podem ser utilizados por períodos longos 
sem o desenvolvimento de tolerância aos efeitos 
antipânico. O alprazolam tem sido o mais utilizadopara o transtorno de pânico 
Alguns pacientes utilizam bem zodiazepínicos quando 
se defrontam com um estímulo fóbico podem ser 
razoavelmente empregados como primeiro agente para 
o tratamento do transtorno de pânico enquanto a dose 
de um medicamento serotonérgico estiver sendo 
titulada lentamente para uma dose terapêutica. Após 4 
a 12 semanas, o uso dos benzodiazepínicos pode ser 
reduzido pouco a pouco (ao longo de 4 a 10 semanas), 
enquanto o medicamento serotonérgico é continuado. 
**Benzodiazepínico traz potencial de dependência 
 Atualmente, Medicamentos tricíclicos e tetracíclicos.
os ISRSs são considerados os agentes de primeira linha 
para o tratamento de transtorno do pânico. Entretanto, 
dados mostram que entre os medicamentos tricíclicos, 
a clomipramina e a imipramina são os mais eficazes no 
tratamento desse transtorno. 
O benefício clínico completo necessita de dosagens 
totais, que podem não ser atingidas por 8 a 12 semanas 
Os medicamentos tricíclicos não são tão utilizados 
quanto os ISRSs, porque, em geral, têm efeitos 
adversos mais graves nas doses mais altas necessárias 
para o tratamento eficaz do transtorno 
Os IMAOs parecem Inibidores da Monoaminoxidase. 
ter menos probabilidade de causar estimulação 
excessiva do que os ISRSs e os tricíclicos, mas podem 
requerer doses totais por pelo menos 8 a 12 semanas 
para serem eficazes. 
Módulo de Psiquiatria 
Tutoria 2 
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Carolina Lucchesi | Medicina UNIT 
 
. Se os pacientes Falta de resposta ao tratamento
deixam de responder a uma classe de medicamentos, 
outra deve ser tentada. A combinação de um ISRS ou 
um tricíclico e um benzodiazepínico ou de um ISRS e 
lítio ou um medicamento tricíclico pode ser tentada. 
**Duração da Farmacoterapia. Uma vez eficaz, o 
tratamento farmacológico, em geral, deve continuar 
por 8 a 12 meses 
 
Terapia Cognitiva 
Os dois focos principais da terapia cognitiva para 
transtorno de pânico são a instrução sobre as falsas 
crenças do paciente e a informação sobre os ataques de 
pânico. O primeiro ponto se concentra na tendência do 
paciente a interpretar de forma equivocada sensações 
corporais leves como indicativos iminentes de ataque 
de pânico, tragédia ou morte. 
O segundo inclui explicações de que, quando os 
ataques de pânico ocorrem, são de tempo limitado e 
não ameaçam a vida 
 
Agorafobia 
Agorafobia refere-se a um medo ou uma ansiedade em 
relação a lugares dos quais a fuga possa ser difícil 
Acredita-se que o medo de ter um ataque de pânico em 
um lugar público do qual a fuga seria angustiante e 
difícil é que cause a agorafobia. 
Breve História. O termo agorafobia foi criado em 1871 
para descrever a condição de pacientes que temiam se 
aventurar sozinhos em lugares públicos. O termo é 
derivado das palavras gregas agora e phobos, que 
significam “medo de estar em espaços abertos ou no 
meio de uma multidão”. 
Epidemiologia 
De acordo com o DSM-5, pessoas com mais de 65 
anos têm uma taxa de prevalência de agorafobia de 
0,4%, mas isso pode ser uma estimativa baixa 
Embora os estudos de agorafobia no contexto 
psiquiátrico tenham relatado que pelo menos três 
quartos dos pacientes afetados também têm transtorno 
de pânico, estudos de agorafobia em amostras da 
comunidade revelaram que até metade dos pacientes 
tem agorafobia sem transtorno de pânico 
Diagnóstico e Características clínicas 
**Diagnóstico DSM-5 impresso 
Os critérios diagnósticos do DSM-5 para agorafobia 
estipulam um medo ou uma ansiedade acentuados em 
relação a pelo menos uma situação de dois ou mais de 
cinco grupos de situações: (1) utilizar transporte 
público (p. ex., ônibus, trem, carros, aviões), (2) estar 
em um espaço aberto (p. ex., parque, shopping center, 
estacionamento), (3) estar em um espaço fechado (p. 
ex., lojas, elevadores, cinemas), (4) estar no meio de 
uma multidão ou ficar em pé em uma fila, ou (5) ficar 
sozinho fora de casa. O medo ou a ansiedade devem 
ser persistentes e durar pelo menos seis meses 
Módulo de Psiquiatria 
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Carolina Lucchesi | Medicina UNIT 
 
Indivíduos com agorafobia evitam de forma rígida 
situações nas quais seria difícil obter ajuda. Eles 
preferem estar acompanha dos por um amigo ou 
familiar em ruas movimentadas, lojas super lotadas, 
espaços fechados (p. ex., túneis, elevadores) e veículos 
fechados (p. ex., metrô, ônibus, aviões). 
Pessoas gravemente afetadas podem se recusar a sair 
de casa 
Diagnóstico diferencial 
O diagnóstico diferencial para agorafobia inclui todos 
os transtornos clínicos que possam causar ansiedade ou 
depressão. O diagnóstico diferencial psiquiátrico inclui 
transtorno depressivo maior, esquizofrenia, transtorno 
da personalidade paranoide, transtorno da 
personalidade esquiva e transtorno da personalidade 
dependente. 
Tratamento 
Farmacoterapia 
. Estes são os agentes com início de Benzodiazepínicos
ação mais rápido contra pânico. Alguns pacientes os 
utilizam conforme necessário quando se defrontam 
com um estímulo fóbico. Alprazolam e lorazepam são 
os mais frequentemente prescritos 
Os efeitos colaterais mais comuns são tontura e 
sedação leves, que costumam ser atenuados pelo tempo 
ou pela mudança da dose. 
**Os benzodiazepínicos não devem ser utilizados em 
combinação com álcool, porque podem intensificar 
seus efeitos 
. Foi Inibidores seletivos da recaptação de serotonina
demonstrado que os ISRSs ajudam a reduzir ou 
prevenir recaídas de várias formas de ansiedade, 
incluindo agorafoba 
As principais vantagens dos antidepressivos ISRSs 
incluem seu melhor perfil de segurança na 
superdosagem e carga de efeitos colaterais mais 
tolerável. Os efeitos colaterais comuns da maioria dos 
ISRSs são distúrbio do sono, sedação, vertigem, 
náusea e diarreia; muitos desses efeitos adversos 
melhoram com o uso continuado 
. Embora os Medicamentos tricíclicos e tetracíclicos
ISRSs sejam considerados os agentes de primeira linha 
para o tratamento de transtornos de pânico com ou sem 
agorafobia, os medicamentos tricíclicos clomipramina 
e imipramina são os mais eficazes no tratamento 
desses transtornos 
Psicoterapia 
As defesas adaptativas são Psicoterapia de apoio. 
encorajadas e fortalecidas, e as mal-adaptativas são 
desencorajadas. O terapeuta auxilia no teste de 
realidade e pode oferecer conselho em relação ao 
comportamento. 
. Nessa psicoterapia, o Psicoterapia orientada ao insight
objetivo é aumentar o desenvolvimento de insight do 
paciente a respeito dos conflitos psicológicos, que, se 
não resolvidos, podem se manifestar como sintomas 
comportamentais 
. Nessa terapia, o pressuposto Terapia comportamental
básico é o de que a mudança pode ocorrer sem o 
desenvolvimento de insight psicológico das causas 
subjacentes. 
. Ênfase é em confrontar e examinar Terapia Cognitiva
situações que evocam ansiedade interpessoal e 
depressão leve associada. 
. A medida que se identificam com os Terapia Virtual
avatares em sessões virtuais repetidas, eles são capazes 
de dominar sua ansiedade por meio de 
descondicionamento 
 
Fobia específica 
O termo fobia refere-se a um medo excessivo de 
objeto, circunstância ou situação específicos. A fobia 
específica é um medo intenso e persistente de um 
objeto ou de uma situação. O diagnóstico de fobia 
específica requer o desenvolvimento de ansiedade 
intensa, mesmo a ponto de pânico, quando da 
exposição ao objeto temido 
Epidemiologia 
As fobias são um dos transtornos mentais mais comum 
nos Estados Unidos, onde se estima que 
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Carolina Lucchesi | Medicina UNIT 
 
aproximadamente 5 a 10% da população seja afetada 
por esses transtornos perturbadores e, às vezes, 
incapacitantes. 
A prevalência ao longo da vida de fobia específica é de 
cerca de 10%. 
É o transtorno mais comum entre as mulheres e o 
segundo mais comum entre os homens, atrás apenas 
dos transtornosrelacionados a substâncias. Sua 
prevalência em seis meses é de 5 a 10 por 100 pessoas 
A idade de pico para o início das fobias do tipo 
ambiente natural e do tipo sangue-injeção-ferimentos é 
dos 5 aos 9 anos, ainda que possa ocorrer mais tarde. 
No entanto, a idade de pico para o início das fobias do 
tipo situacional (exceto para medo de altura) é mais 
alta, em torno dos 20 anos 
Os objetos e as situações temidos nas fobias 
específicas (listadas em frequência descendente de 
aparecimento) são animais, tempestades, altura, 
doença, ferimento e morte. 
Etiologia 
 
Em geral, uma tendência não específica de 
experimentar medo ou ansiedade forma a cortina de 
fundo; quando um evento específico (p. ex., dirigir) é 
associado a uma experiência emocional (um acidente), 
o indivíduo fica suscetível a uma relação emocional 
permanente entre dirigir ou veículos e medo ou 
ansiedade. 
A experiência emocional por si só pode decorrer de um 
incidente externo, como acidente de trânsito, ou de um 
incidente interno, mais comumente um ataque de 
pânico. 
Outros mecanismos de associação entre o objeto e as 
emoções fóbicas incluem a modelagem, na qual o 
indivíduo observa a reação de outros (p. ex., um dos 
genitores), e a transferência de informação, na qual a 
pessoa é ensinada ou advertida 
. As fobias específicas tendem a Fatores Genéticos
ocorrer em famílias. A incidência familiar do tipo 
sangue-injeção-ferimentos é particularmente alta. 
Estudos relataram que de dois terços a três quartos das 
pessoas afetadas têm pelo menos um parente em 
primeiro grau com fobia específica do mesmo tipo 
Diagnóstico 
**Impresso DSM-5 
Diagnóstico diferencial 
As condições médicas não psiquiátricas que podem 
resultar no desenvolvimento de uma fobia incluem uso 
de substâncias (em particular alucinógenos e 
simpatomiméticos), tumores do SNC e doenças 
cerebrovasculares 
A esquizofrenia também está no diagnóstico 
diferencial de fobia específica, porque os pacientes que 
a apresentam podem ter sintomas fóbicos como parte 
de suas psicoses. Entretanto, diferentemente dos 
pacientes com esquizofrenia, aqueles com fobia têm 
consciência da irracionalidade de seus medos e não 
apresentam a qualidade bizarra e os outros sintomas 
psicóticos que acompanham a esquizofrenia. 
No diagnóstico diferencial de fobia específica, os 
médicos devem considerar transtorno de pânico, 
agorafobia e transtorno da personalidade esquiva 
Características Clínicas 
As fobias são caracterizadas pelo desencadeamento de 
ansiedade grave quando as pessoas são expostas a 
situações ou objetos específicos ou mesmo quando 
antecipam a exposição às situações ou aos objetos. A 
exposição ao estímulo fóbico ou sua antecipação quase 
invariavelmente resultam em um ataque de pânico em 
indivíduos suscetíveis 
O principal achado no exame do estado mental é a 
presença de um medo irracional e egodistônico de uma 
situação, uma atividade ou um objeto específicos; os 
pacientes são capazes de descrever como evitam o 
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contato com a fobia. Com frequência, é encontrada 
depressão no exame do estado mental, a qual pode 
estar presente em até um terço de todos os casos. 
Tratamento 
. O tratamento mais estudado Terapia comportamental
e mais eficaz 
As características fundamentais do tratamento bem 
sucedido são: (1) compromisso do paciente com o 
tratamento; (2) problemas e objetivos identificados 
com clareza; e (3) estratégias alternativas disponíveis 
para lidar com os sentimentos. 
Um método desenvolvido por Joseph Wolpe. Nesse 
método, o paciente é exposto em série a uma lista 
predeterminada de estímulos que provocam ansiedade, 
graduada em uma hierarquia do menos ao mais 
assustador. Por meio do uso de medicamentos 
antiansiedade, hipnose e instrução de relaxamento 
muscular, os pacientes são ensinados a como 
autoinduzir um repouso mental e físico. Após terem 
dominado essas técnicas, eles são ensinados a utilizá 
las para induzir relaxamento quando em contato com o 
estímulo que provoca ansiedade 
Outras técnicas comportamentais utilizadas mais 
recentemente envolvem exposição intensiva ao 
estímulo fóbico tanto por meio da imaginação quanto 
por meio de dessensibilização in vivo. 
. A decisão de aplicar Psicoterapia orientada ao insight
as técnicas de terapia psicodinâmica orientada ao 
insight deve se basear não na presença de sintomas 
fóbicos isoladamente, mas em indicações positivas da 
estrutura do ego e dos padrões de vida do paciente para 
a utilização desse método de tratamento. Essa 
abordagem capacita o paciente a compreender a 
origem da fobia, o fenômeno do ganho secundário e o 
papel da resistência, bem como o incentiva a procurar 
formas sadias de lidar com os estímulos provocadores 
de ansiedade 
. Os pacientes são expostos ou Terapia Virtual
interagem com o objeto ou a situação fóbicos na tela 
do computador 
. A hipnose, a terapia Outras modalidades terapêuticas
de apoio e a terapia familiar podem ser úteis no 
tratamento dos transtornos fóbicos. 
Transtorno de Ansiedade social (fobia 
social) 
O transtorno de ansiedade social (também referido 
como fobia social) envolve o medo de situações 
sociais, incluindo aquelas que envolvem escrutínio ou 
contato com estranhos. 
As pessoas com transtorno de ansiedade social temem 
se embaraçar em situações sociais 
Elas podem ter medos específicos de realizar 
determinadas atividades, como comer ou falar na 
frente dos outros, ou podem experimentar um medo 
vago e inespecífico de “embaraçar-se”. 
Epidemiologia 
Vários estudos relataram uma prevalência ao longo da 
vida variando de 3 a 13% para transtorno de ansiedade 
social. A prevalência em seis meses é de 
aproximadamente 2 a 3 por 100 pessoas 
Em estudos epidemiológicos, as mulheres são afetadas 
com mais frequência do que os homens, mas, em 
amostras clínicas, o inverso 
A idade de pico de início para transtorno de ansiedade 
social é na adolescência, embora seja comum dos 5 aos 
35 anos 
Etiologia 
Pelo menos algumas pessoas com transtorno de 
ansiedade social podem ter exibido inibição 
comportamental durante a infância. 
Fatores neuroquímicos 
Especificamente, a utilização de antagonistas dos 
receptores ß adrenérgicos – por exemplo, proprano lol 
– para as fobias de desempenho (p. ex., falar em 
público) levou ao desenvolvimento de uma teoria 
adrenérgica para essas fobias. 
Pacientes com fobias de desempenho podem liberar 
mais norepinefrina ou epinefrina, tanto central como 
perifericamente, do que pessoas não fóbicas, ou podem 
ser sensíveis a um nível normal de estimulação 
adrenérgica 
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Portanto, alguma evidência sugere uma disfunção 
dopaminérgica no transtorno de ansiedade social 
Fatores Genéticos 
Parentes em primeiro grau de pessoas com transtorno 
de ansiedade social têm cerca de três vezes mais 
probabilidade de ser afetados com a condição do que 
parentes em primeiro grau de indivíduos sem 
transtornos mentais. 
Diagnóstico e características clínicas 
**Diagnóstico DSM-5 impresso 
Estudos da comunidade sugerem que cerca de um terço 
de todas as pessoas se considera muito mais ansiosa do 
que outras em situações sociais. Além disso, essas 
preocupações podem parecer particularmente 
aumentadas durante certos estágios do 
desenvolvimento. Essa ansiedade apenas se torna 
transtorno de ansiedade social quando ela impede um 
indivíduo de participar de atividades desejadas ou 
causa sofrimento acentuado durante elas 
Os sintomas associados com transtorno de ansiedade 
social geralmente envolvem rubor, tensão muscular e 
ansiedade em relação a escrutínio. 
Diagnóstico diferencial 
O transtorno de ansiedade social precisa ser 
diferenciado do medo adequado e da timidez normal. 
As considerações diagnósticasdiferenciais para esse 
transtorno são agorafobia, transtorno de pânico, 
transtorno da personalidade esquiva, transtorno 
depressivo maior e transtorno da personalidade 
esquizoide. 
Tratamento 
Tanto a psicoterapia como a farmacoterapia são úteis 
no tratamento do transtorno de ansiedade social. 
Alguns estudos indicam que a utilização de ambas 
produz resultados melhores do que cada tratamento 
isoladamente 
Os medicamentos eficazes no tratamento do transtorno 
de ansiedade social incluem 1) ISRSs, 2) os 
benzodiazepínicos, 3) venlafaxina e 4) buspirona. A 
maioria dos médicos considera os ISRSs o tratamento 
de primeira linha para pacientes com formas de 
transtorno de ansiedade social mais generalizada 
Os benzodiazepínicos alprazolam e clonazepam 
também são eficazes nesse transtorno 
Em casos graves, tem sido relatado o tratamento bem-
sucedido com IMAOs irreversíveis, como a fenelzina, 
e também com os reversíveis, como a moclobemida e a 
brofaromina 
O tratamento do transtorno de ansiedade social 
associado com situações de desempenho muitas vezes 
envolve a utilização de ß- antagonistas adrenérgicos 
um pouco antes da exposição a um estímulo fóbico. Os 
dois compostos mais amplamente utilizados são 
atenolol, 50 a 100 mg administrados cerca de 1 hora 
antes do desempenho, ou propranolol, 20 a 40 mg. 
Outra opção para ajudar na ansiedade de desempenho é 
um benzodiazepínico de ação relativamente curta ou 
intermediária, tal como lorazepam ou alprazolam. 
 
Transtorno de Ansiedade Generalizada 
A ansiedade pode ser conceituada como uma resposta 
normal e adaptativa a ameaça que prepara o organismo 
para fuga ou luta. Pessoas que parecem ansiosas com 
tudo, entretanto, têm a probabilidade de serem 
classificadas com transtorno de ansiedade 
generalizada. Este é definido como ansiedade e 
preocupação excessivas com vários eventos ou 
atividades na maior parte dos dias durante um período 
de pelo menos seis meses. A preocupação é difícil de 
controlar e está associada com sintomas somáticos, 
como tensão muscular, irritabilidade, dificuldade para 
dormir e inquietação. 
Ela é difícil de controlar, é subjetivamente 
perturbadora e compromete áreas importantes da vida 
da pessoa 
Epidemiologia 
O transtorno de ansiedade generalizada é uma 
condição comum; estimativas razoáveis para sua 
prevalência de um ano variam de 3 a 8%. 
A proporção de mulheres para homens com o 
transtorno é de aproximadamente 2 para 1, mas a 
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proporção de mulheres para homens que está 
recebendo tratamento hospitalar para o transtorno é de 
1 para 1. 
A prevalência ao longo da vida é próxima de 5%, com 
o estudo Epidemiological Catchment Area (ECA; Área 
de Captação Epidemiológica) sugerindo uma 
prevalência de até 8%. 
O transtorno, em geral, começa no fim da adolescência 
ou início da vida adulta, embora seja comum ver casos 
em adultos mais velhos. 
Talvez 50 a 90% dos pacientes com transtorno de 
ansiedade generalizada tenham outro transtorno 
mental. Até 25% dos pacientes experimentam, por fim, 
transtorno de pânico 
**O transtorno de ansiedade generalizada é 
diferenciado do transtorno de pânico pela ausência de 
ataques espontâneos. 
Etiologia 
A causa do transtorno de ansiedade generalizada não é 
conhecida 
Fatores Biológicos 
Embora se saiba que os benzodiazepínicos reduzem a 
ansiedade, o flumazenil e as ß- carbolinas induzem-na 
Alguns pesquisadores se comcentraram no lobo 
occipital, que tem a concentração mais alta de 
receptores benzodiazepínicos no cérebro. Outras áreas 
do cérebro que têm sido, por hipótese, envolvidas 
nesse transtorno são os gânglios da base, o sistema 
límbico e o córtex frontal. Visto que a buspirona é um 
agonista no receptor 5-H T1A de serotonina, existe a 
hipótese de que a regulação do sistema da serotonina 
no transtorno de ansiedade generalizada seja anormal. 
Fatores psicossociais 
De acordo com a escola cognitivo-comportamental, 
indivíduos com transtorno de ansiedade generalizada 
respondem de forma incorreta e imprecisa aos perigos 
percebidos. Isso é gerado pela atenção seletiva a 
detalhes negativos no ambiente, por distorções no 
processamento de informações e por uma visão global 
negativa sobre a própria capacidade de enfrentar os 
problemas. A escola psicanalítica postula a hipótese de 
que a ansiedade é um sintoma de conflitos 
inconscientes não resolvidos. 
Diagnóstico 
**Diagnóstico DSM-5 impresso 
O transtorno de ansiedade generalizada é caracterizado 
por um padrão de preocupação e ansiedade frequentes, 
persistentes, desproporcional ao impacto do 
acontecimento ou da circunstância que é o foco da 
preocupação. 
Características clínicas 
As características essenciais do transtorno de 
ansiedade generalizada são ansiedade e preocupação 
contínuas e excessivas acompanhadas por tensão ou 
inquietação motora. A ansiedade é excessiva e 
interfere em outros aspectos da vida da pessoa. Esse 
padrão deve ocorrer na maioria dos dias por pelo 
menos seis meses. A tensão motora manifesta-se mais 
comumente como tremor, inquietação e cefaleias. 
Tratamento 
O tratamento mais eficaz para transtorno de ansiedade 
generalizada provavelmente seja um que combine 
psicoterapia, farmacoterapia e abordagens de apoio. 
Psicoterapia 
As principais abordagens terapêuticas ao transtorno de 
ansiedade generalizada são a cognitivo-
comportamental, a de apoio e a orientada ao insight 
A maioria dos pacientes experimenta uma redução 
acentuada da ansiedade quando lhes é dada a 
oportunidade de discutir suas dificuldades com um 
médico preocupado e empático. Se os médicos 
descobrem situações externas que sejam provocadoras 
de ansiedade, podem ser capazes – sozinhos ou com o 
auxílio do paciente e da família – de modificar o 
ambiente e, assim, reduzir as pressões estressantes. 
De acordo com a perspectiva psicanalítica, a 
ansiedade, às vezes sinaliza, uma perturbação 
inconsciente que merece investigação. A ansiedade 
pode ser normal, adaptativa, mal-adaptativa, muito 
intensa ou muito leve, dependendo das circunstâncias. 
Farmacoterapia 
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A decisão de prescrever um ansiolítico a pacientes com 
transtorno de ansiedade generalizada em raros casos 
deve ser tomada na primeira visita. 
As três principais opções de medicamentos a serem 
consideradas para o tratamento desse transtorno são os 
benzodiazepínicos, os ISRSs, a buspirona e a 
venlafaxina. 
Embora o tratamento medicamentoso do transtorno de 
ansiedade generalizada seja, às vezes, considerado uma 
intervenção de 6 a 12 meses, alguma evidência indica 
que ele deve ser a longo prazo, talvez por toda a vida. 
Cerca de 25% dos pacientes têm uma recaída no 
primeiro mês após a interrupção do tratamento, e 60 a 
80% a têm ao longo do ano seguinte 
 
Os benzodiazepínicos têm sido os Benzodiazepínicos. 
medicamentos de escolha no transtorno de ansiedade 
generalizada. Podem ser prescritos conforme 
necessário, de modo que os pacientes tomem um 
benzodiazepínico de ação rápida quando se sintam 
particularmente ansiosos. A abordagem alternativa é 
prescrevê-los por um período limitado, durante o qual 
abordagens psicossociais são implementadas. 
O diagnóstico, os sintomas-alvo e a duração do 
tratamento devem ser definidos, e a informação, 
compartilhada com o paciente. O tratamento para a 
maioria das condições de ansiedade dura de 2 a 6 
semanas, seguidas por 1 a 2 semanas de redução 
gradativa da utilização do medicamento antes de sua 
interrupção. 
A utilização de um benzodiazepínico com uma meia-
vida intermediária (8 a 15 horas) pode evitar alguns 
efeitos adversos 
 A buspirona é um agonista parcial dos Buspirona.
receptores 5-H T1A e pode ser mais eficaz em 60 a 
80% dos pacientes com transtorno de ansiedadegeneralizada 
A maior desvantagem da buspirona é que seus efeitos 
levam de 2 a 3 semanas para se tornarem evidentes, em 
contraste com os efeitos ansiolíticos quase imediatos 
dos benzodiazepínicos. Uma abordagem é iniciar o uso 
de ambos os grupos ao mesmo tempo e, então, reduzir 
de forma gradual a utilização dos benzodiazepínicos 
até a retirada, após 2 a 3 semanas, momento em que a 
buspirona deve ter atingido seus efeitos máximos 
 A venlafaxina é eficaz no tratamento de Venlafaxina.
insônia, má concentração, inquietação, irritabilidade e 
tensão muscular excessiva associadas com o transtorno 
de ansiedade generalizada. É um inibidor não seletivo 
da recaptação de três aminas biogênicas– serotonina, 
norepinefrina e, em menor grau, dopamina 
. Os Inibidores seletivos da recaptação de serotonina
ISRSs podem ser eficazes especialmente para 
pacientes com depressão mórbida. A desvantagem 
maior dos ISRSs, sobretudo da fluoxetina , é que eles 
podem aumentar a ansiedade de forma transitória e 
causar estados agitados. Por essa razão, os ISRSs 
sertralina, citalopram ou paroxetina são escolhas 
melhores para pacientes com transtorno de alta 
ansiedade 
É razoável iniciar o tratamento com sertralina, 
citalopram ou paroxetina em associação com um 
benzodiazepínico e, então, reduzir gradualmente o uso 
do benzodiazapínico após 2 a 3 semanas 
 
CAPS 
Os CAPS são instituições destinadas a acolher os 
pacientes com transtornos mentais, estimular sua 
integração social e familiar, apoiá-los em suas 
Módulo de Psiquiatria 
Tutoria 2 
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Carolina Lucchesi | Medicina UNIT 
 
iniciativas de busca da autonomia, oferecer-lhes 
atendimento médico e psicológico. 
Sua característica principal é buscar integrá-los a um 
ambiente social e cultural concreto, designado como 
seu “território”, o espaço da cidade onde se desenvolve 
a vida quotidiana de usuários e familiares. 
Os CAPS (centro de atenção psicossocial), assume um 
papel estratégico na organização da rede comunitária 
de cuidados, fazendo o direcionamento local das 
políticas e programas de saúde mental: desenvolvendo 
projetos terapêuticos e comunitários, dispensando 
medicamentos, encaminhando e acompanhando 
usuários que moram em residências terapêuticas, 
assessorando e sendo retaguarda para o trabalho dos 
ACS e ESF no cuidado domiciliar. 
O CAPS foi criado oficialmente a partir da portaria 
GM 224/92 e eram definidos como “unidades de saúde 
locais/regionalizadas que contam com uma população 
adscrita definida pelo nível local e que oferecem 
atendimento de cuidados intermediários entre o regime 
ambulatorial e a internação hospitalar, em um ou dois 
turnos de 4 horas, por equipe multiprofissional”. 
 O que é um CAPS? 
Ele é um lugar de referencia e tratamento para pessoas 
que sofrem com transtornos mentais, psicose, neuroses 
graves e demais quadros, cuja severidade e/ou 
persistência justifiquem sua permanência num 
dispositivo de cuidado intensivo, comunitário, 
personalizado e promotor de vida. 
O objetivo do CAPS é oferecer atendimento a 
população de sua área de abrangência, realizando o 
acompanhamento clínico e a reinserção social dos 
usuários pelo acesso ao trabalho, lazer, exercício dos 
direitos civis e fortalecimento dos laços familiares e 
comunitários. 
Os CAPS visam: 
 Prestar atendimento em regime de atenção diária; 
 Gerenciar os projetos terapêuticos oferecendo 
cuidado clinico eficiente e personalizado; 
 Promover a inserção social dos usuários através de 
ações intersetoriais que envolvam educação, 
trabalho, esporte, cultura e lazer, montando 
estratégias conjuntas de enfrentamento dos 
problemas. Os CAPS também têm a 
responsabilidade de organizar a rede de serviços de 
saúde mental de seu território; 
 Dar suporte e supervisionar a atenção a saúde 
mental na rede básica, PSF, PACS; 
 Regular a porta de entrada da rede de assistência 
em saúde mental de sua área; 
 Coordenar junto com o gestor local as atividades 
de supervisão de unidades hospitalares 
psiquiátricas que atuem no seu território; 
 Manter atualizada a listagem dos pacientes de sua 
região que utilizam medicamentos para sua saúde 
mental. 
Os CAPS devem contar com espaço próprio e 
adequadamente preparado para atender a sua demanda 
específica, sendo capazes de oferecer um ambiente 
continente e estruturado. 
Quem pode ser atendido no CAPS 
Aquelas que apresentem intenso sofrimento psíquico, 
que lhes impossibilita de viver e realizar seus projetos 
de vida. São, preferencialmente, pessoas com 
transtornos mentais severos e/ou persistentes, ou seja, 
pessoas com grave comprometimento psíquico, 
incluindo os transtornos relacionados as substancias 
psicoativas (álcool e outras drogas) e também crianças 
e adolescentes com transtornos mentais. 
Tipos de CAPS 
CAPS I e CAPS II 
São CAPS para atendimento diário de adultos, em sua 
população de abrangência, com transtornos mentais 
severos e persistentes. 
CAPS III 
São CAPS para atendimento diário e noturno de 
adultos, durante 7 dias da semana, atendendo a 
população de referencia com transtornos mentais 
severos e persistentes. 
CAPSi 
CAPS para infância e adolescência, para atendimento 
diário a crianças e adolescentes com transtornos 
mentais. Incluem-se nessas categorias os portadores de 
autismo, psicoses, neuroses graves e todos aqueles que, 
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por sua condição psíquica, estão impossibilitados de 
manter ou estabelecer os laços sociais. 
CAPSad 
CAPS para usuários de álcool e drogas, para 
atendimento diário a população com transtornos 
decorrentes do uso e dependência de substancias 
psicoativas, como álcool e outras drogas. Esse tipo de 
CAPS possui leitos de repouso com a finalidade 
exclusiva de tratamento de desintoxicação. 
O CAPSad devem oferecer atendimento diário a 
pacientes que fazem um uso prejudicial de álcool e 
outras drogas, permitindo o planejamento terapêutico 
dentro de uma perspectiva individualizada de evolução 
continua. Possibilita ainda intervenções precoces, 
limitando o estigma associado ao tratamento.

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