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CONCENTRADOS PLAQUETÁRIOS

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CONCENTRADOS 
 
PLAQUETÁRIOS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
POR MARCELO ISIDORO 
 
 
 CONCENTRADOS PLAQUETÁRIOS (CP) 
 
Durante anos, os concentrados plaquetários foram utilizados nas cirurgias cardiotorácicas, 
vasculares, plásticas e bucomaxilofacial, com o objetivo ou de acelerar o processo cicatricial ou de 
diminuir o hematoma pós-operatório. Porém com resultados sendo controversos, o seu uso ficou 
restrito basicamente a um adesivo de fibrina (4,14,15,19,20,29). 
Baseado no potencial regenerativo das plaquetas através da liberação de citocinas e de fatores 
de crescimento, os concentrados plaquetários passaram a ser utilizados na reparação tecidual 
(3,4,5,7,8,9,11,12,14,17,19,22,35). Esses fatores plaquetários são capazes de promover a angiogênese 
impulsionando o crescimento, proliferação, e diferenciação celular, pela ativação plaquetária, no papel 
de regeneração e cicatrização tecidual (4,8,9,11,12,17,18,43,44). Esses concentrados são compostos por 
misturas derivadas de plaquetas (fatores anabólicos) e de leucócitos (fatores catabólicos), variando 
conforme seu preparo (7,10). 
O processo inflamatório é uma reação do organismo em resposta a uma agressão, que ocorre 
em três fases sucessivas: fase vascular, fase celular, fase de cicatrização. Essas fases desencadeiam 
os processos hemostáticos, que originam a formação de um coágulo de fibrina e consequentemente 
a coagulação ao longo da ferida vascular (13). 
A regeneração e cicatrização tecidual acontece através de 4 processos (40): 
- hemostasia – processo composto da hemostasia primária, hemostasia secundária e fibrinólise. Tem 
como objetivo o de conter a lesão em um vaso sanguíneo, 
- inflamação – processo onde ocorre a interação entre as células endoteliais, citocinas angiogênicas 
e a matriz extracelular, 
- proliferação – processo pelo qual os fibroblastos produzem colágeno aleatoriamente através do 
mecanismo de angiogênese com objetivo da estabilidade inicial da ferida, 
- remodelamento – processo onde o colágeno é substituído por fibras de colágeno organizadas dando 
resistência à ferida. 
A fibrina é uma proteína fibrosa filamentar insolúvel, originaria através da ação da enzima 
trombina sobre o fibrinogênio plasmático (fator I de coagulação)(molécula fibrilar e solúvel), no 
processo de agregação plaquetária na hemostasia (4,15,19,28). 
 O gel de fibrina polimerizada na reação da cascata de coagulação constitui a primeira matriz 
cicatricial das feridas (4). 
 É importante sabermos quais são os fatores da coagulação e suas vias e quais os fatores 
inibidores da coagulação: 
 
FATORES DE COAGULAÇÃO 
FATOR VIA INTRÍNSECA 
(ativação de contato) 
VIA EXTRÍNSECA 
(fator tissular) 
Nome do(s) fator(es) e onde surgem 
I sim - Fibrinogênio (fígado) 
Ia sim - Fibrina (via comum) 
II sim sim Protrombina (fígado e depende da vitamina K) 
IIa sim sim Trombina (via comum) 
III sim - Tromboplastina (endotélio) 
IV sim sim Cálcio (fígado) 
V sim sim Proacelerina (fígado e plaquetas) 
VI não existe, trata-se do fator Va (fator V ativado) 
VII - sim Proconvertina (fígado e depende da vitamina k) 
VIII sim Fígado (fator anti-hemofílico) 
 
IX 
 
sim Fígado e depende da vitamina K (componente tromboplastinico do plasma) 
X sim sim Fígado e depende da vitamina K 
XI sim - Fígado (precursor da tromboplastina plasmática) 
XII Fígado (fator estabilizante de fibrina) 
 
Os fatores que mantem o processo de cascata de coagulação em equilíbrio são: proteína C, 
antitrombina e inibidor do Fator Tissular. Qualquer alteração quantitativa ou qualitativa destes fatores 
pode desencadear um processo trombolítico. 
 
PROCESSO DE CASCATA DA COAGULAÇÃO 
 
 
 
O processo de ativação plaquetária libera o fator de crescimento derivado de plaqueta 
(PDGF) , fator de crescimento endotelial vascular (VEGF), fator de crescimento transformador (TGF) 
e fator de crescimento epidérmico (EGF), após 10 minutos a coagulação e com 95% no prazo de 1 
hora (32). 
O processo de coagulação sanguínea estabelece associações entre a fibrina biológica o 
tecido lesionado ou a interface desses tecidos, portanto os concentrados plaquetários devem serem 
utilizados seguindo os mesmos princípios (15,46). 
Foram desenvolvidos vários protocolos para a obtenção de concentrados plaquetários, sendo 
o de plasma rico em plaquetas - PRP (6,10,11,19,23,26,28,29,30,38,44) considerado a primeira geração de 
concentrados plaquetários, ganhando notoriedade a partir do artigo “Plasma rico em plaquetas (PRP): 
fator de crescimento para enxertos ósseos “ em 1998 (3,15,17,18,43). 
O conceito geral dos protocolos para a obtenção do PRP, está na coleta do sangue venoso 
com anticoagulante de citrato de sódio, sua centrifugação para a separação do concentrado 
plaquetário e na sua posterior ativação com adição cloreto de cálcio e trombina ativada. Os resultados 
foram similares ao dos adesivos de fibrina (4,5,6,11,15,16,19,20,46). 
Choukroun et al. Desenvolveram em 2001 um novo protocolo para a obtenção de um 
concentrado plaquetário, que não requeria nenhum tipo de aditivo para seu processamento, tornando-
o um biomaterial totalmente autólogo. Nascia assim, a segunda geração de concentrado plaquetário 
denominada PRF (Fibrina Rica em Plaquetas) (4,612,14,18,19,23,24,25,26,28,30,32,34,38,39,40,42,43,44,45,46). 
 No PRF temos dois fatores importantíssimos agindo na cicatrização e reparação tecidual: os 
fatores de crescimento secretados pelas plaquetas (principais) – TGF-ß (fator de crescimento 
transformador ß), PGDF (fator de crescimento derivados de plaquetas), VEGF (fator de crescimento 
endotelial vascular), IGF (fator de crescimento semelhante a insulina) e os leucócitos (possuem 
atuação fundamental na cicatrização da ferida, através da angiogênese e da formação tecidual) 
(17,26,48). 
 O PRF preenche três fatores importantíssimos na reparação e regeneração tecidual: 
- fornece uma matriz tridimensional de fibrina 
- possuir células autólogas (plaquetas, leucócitos, macrófagos, granulócitos, neutrófilos) 
- possui um reservatório de fatores de crescimento e citocinas 
A fibrina rica em plaquetas e leucócitos (L-PRF), é um biomaterial autólogo com uma forte 
matriz de fibrina cicatricial (15,19), sendo que o principal componente da matriz dos concentrados 
plaquetários é a fibrina, e o que varia em cada tipo de CP é a arquitetura desta matriz de fibrina (14), 
que também influencia diretamente a biologia de todos os biomateriais fundamentados em fibrina (17). 
 As citocinas, os fatores de crescimentos e os leucócitos constituem um papel importante nos 
concentrados plaquetários, mas que só se torna potencialmente determinantes graças a matriz de 
fibrina que os mantem por um determinado período ativos na angiogênese, no controle imunológico, 
atuando nas células troncos e células epiteliais (36). 
ARQUITETURA E COMPONENTES BIOLÓGICOS DOS CP 
 
 Falar em componentes biológicos do CP é falar em componentes biológicos do sangue. O 
Sangue é considerado um tecido conjuntivo especializado, composto por (1,2,28): 
- PLASMA – é a matriz extracelular do sangue, composto por sais, aminoácidos, vitaminas, glicose, 
gases respiratórios, hormônios e proteínas (albumina, fibrinogênio, imunoglobulina, protrombina) 
dissolvidos em água. Corresponde a 55% do volume total do sangue (1,2). 
- GLÓBULOS VERMELHOS – eritrócitos ou hemácias (constituídas basicamente por hemoglobina e 
globulina), com função de transporte de gases (oxigênio e gás carbônico) (1,2) 
- GLÓBULOS BRANCOS – leucócitos são grupo de células nucleadas, diferenciadas provenientes de 
células troco multipotentes provindas da medula óssea (neutrófilos – são de 60-70% dos leucócitos, 
responsáveis pela defesa e processos inflamatórios), (linfócitos – T auxiliares ou CD4+ / T citotóxicos 
ou CD8+ / NATURAL KILLER ou NK / B – todos ligados ao mecanismo de defesa), (monócitos – são 
de 3-8% dos leucócitos, se diferenciam em macrófagos quando necessário, estando envolvidos com 
o processo dedefesa), (eosinófilos – são de 2-4% dos leucócitos, responsáveis pela defesa em 
infecções parasitárias e por reações alérgicas), (basófilos – envolvidos em processos de liberação de 
histamina e heparina e estão envolvidos em reação alérgica) e (mastócitos – ligados as respostas 
inflamatórias mediadas pelos IgE nos processos alérgicos) (1,2). 
- PLAQUETAS – trombócitos. São formadas na medula óssea a partir dos megacariócitos. Possuem 
formato discoidal e anucleadas, com o citoplasma contendo muito grânulos que são secretados 
durante a ativação plaquetária, e uma vida útil de 8 a 10 dias. Do valor total das plaquetas existentes 
no organismo, 70% estão presentes na circulação e 30% estão presentes no baço (12). São 
imprescindíveis no processo de coagulação e fechamento da ferida através de seu enorme potencial 
regenerativo, sendo responsáveis pela ativação e liberação dos fatores de crescimento e citocinas 
(1,2,5,6,12,26,46). 
 
TIPO % SANGUE ALVO/FUNÇÃO TEMPO VIDA 
NEUTRÓFILO 62% bactérias/fungos 6 h 
EUSINÓFILO 2,3% parasitas maiores (modula a resposta alérgica e inflamatória) 8-12 dias 
BASÓFILO 0,4% libera histamina para resposta inflamatória Horas / Dias 
 
 
 
 
LINFÓCITO 
 
 
 
 
 
30% 
LINFÓCITO B: libera anticorpos e auxilia na ativação das 
células T 
LINFÓCITO T: 
-AUXILIAR- ativa e regula as células T e B 
-CITOTÓXICO - células infectadas por vírus e tumores 
-GAMA/DELTA - ponte entre as respostas imunológicas do 
sistema imunológico inato e adaptativo; fagocitose 
-REGULADOR - retorna o funcionamento do sistema 
imunológico à operação normal após a infecção; impede a 
autoimunidade 
-NATURAL KILLER T - células infectadas por vírus e tumores 
 
 
Células de 
memórias (anos) 
 
 
Restante 
(semanas) 
MONÓCITO 5,3% Migram para outros tecidos se diferenciando em macrófagos Horas / Dias 
 
 É através da liberação dos fatores de crescimento e de outros mediadores que as plaquetas 
têm a capacidade de iniciar e modular respostas imunes através dos neutrófilos, monócitos, células 
endoteliais e dos linfócitos (26). 
Nas plaquetas existem vários tipos de organelas secretoras (grânulos densos, a-grânulos e 
lisossomos) , sendo a mais abundante fonte de proteína nas plaquetas é o a-grânulo plaquetário 
(6,12,46). Nos grânulos-a estão presentes proteínas como fator plaquetário IV, a b-tromboglobulina, fator 
de crescimento derivado de plaquetas (PDGF), fatores de coagulação V e VIII, albumina, fibrinogênio 
e o FvW (fator de Willlebrand – proteína sintetizada no megacariócito que promove a adesão 
plaquetária na hemostasia devido receptores existentes na superfície da membrana das plaquetas) 
(12,46). 
O metabolismo plaquetário de hemostasia primária é dada pela adesão plaquetária, ativação 
plaquetária e agregação plaquetária (12). 
Através do estímulo de reações inflamatórias, as plaquetas agem aumentando a regeneração 
óssea, migração e proliferação de células osteogênicas e formação de vasos sanguíneos (6). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Fig. 1 
FONTE https://www.msdmanuals.com/pt-br/casa/distúrbios-do-sangue/biologia-do-sangue/componentes-do-sangue 
 
Dentro do CP, os leucócitos possuem um papel primordial na cicatrização e no controle do 
sistema imunológico graças a secreção de citocinas (interleucina IL-1b, IL-6, IL-4) e do fator de 
necrose tumoral alfa (TNF-a) (10). 
 A composição do PRF é de citocinas, cadeias glicânicas, e glicoproteínas estruturais 
englobadas por uma complexa rede de fibrina que foi lentamente polimerizada (20,22). 
 
FATORES DE CRESCIMENTO LIBERADOS PELAS PLAQUETAS EM SUAS CITOCINAS 
 
 As plaquetas possuem um número elevado de fatores de crescimentos que favorecem através 
da migração e proliferação de células osteogênicas e angiogênicas, o aumento da neoformação de 
vasos sanguíneos através de reações inflamatórias a regeneração óssea (5,612,19,20,22,23,28,31,44). 
 A preparação dos concentrados plaquetários vai influenciar na quantidade e na dinâmica da 
liberação dos fatores de crescimentos (7,9,10). Tais concentrados possuem uma mistura de derivados 
de plaquetas (fatores anabólicos) e derivados produzidos por leucócitos (fatores catabólicos). A 
estrutura da rede de fibrina e a concentração de leucócitos existentes nos concentrados plaquetários 
influenciam a liberação dos fatores de crescimentos existentes neste concentrado (7,9). 
Os concentrados plaquetários geralmente induzem um importante estímulo à proliferação 
celular, principalmente: dos osteoblastos, condrócitos, células periodontais, fibroblastos, células 
endoteliais, e as células estaminais mesenquimais (5,17,15,26). 
As células estaminais, também chamadas de células troncos, são células indiferenciadas que 
podem permanecerem assim dando origem a outras células estaminais ou se diferenciarem em 
células especializadas na reparação de vários tecidos danificados por apresentarem um alto grau de 
reparação (17,26). 
 
TGF-b1 (FATOR DE CRESCIMENTO TRASFORMADOR b) – é uma proteína (citocina plaquetária 
multifuncional) pertencente ao fator de crescimento transformador b de uma vasta superfamília TGF-
b de mais de 30 membros, que secreta três isoformas a TGF-b1, a TGF-b2 e a TGF-b3 e outras 
proteínas de sinalização (proteínas que se ligam a receptores específicos, ou penetrando na célula ou 
na superfície celular) (3,5,6,10,12,23,28). São produzidas por todas as linhagens de glóbulos brancos 
(linfócitos) (10). 
A TGF-b pertence a uma superfamília de proteínas que inclui inibinas (hormônio produzido 
pelos testículos e folículos ovarianos, com função de inibir a produção do FSH pela hipófise), ativina, 
hormônio anti-mülleriano, proteína morfogenética óssea, decapentaplégico e VG-1 (molécula de 
sinalização essencial no desenvolvimento de Xenopus) (3,5,6,10). 
Tratasse de um conjunto multifuncional de peptídeos que atuam na proliferação e diferenciação 
de vários tipos de células. Age como mediador no reparo tecidual, na modulação imune e na síntese 
da matriz extracelular. Atua como fator importante na cicatrização da ferida, através dos processos de 
inflamação, angiogênese, reepitelização, e regeneração do tecido conjuntivo. Principal fator de 
crescimento liberado pelo osso autógeno durante o processo de reparo e remodelação tecidual. É 
secretado pela maioria dos leucócitos (3,5,6,9,10,12,23). 
 O TGF-b é o mais importante fator regulador de crescimento celular da matriz extracelular 
óssea, liberado a partir dos grânulos plaquetários e que estimula a proliferação dos osteoblastos (6,9). 
O TGF-b induz uma grande síntese de matriz de colágeno do tipo I e de fibronectina pelos osteoblastos 
e fibroblastos (6,12,23,28). 
 O TGF-b1 possui papel fundamental na imunidade, câncer (estágios iniciais de oncogênese), 
doenças cardíacas, diabetes, síndrome de Marfan (doença genética do tecido conjuntivo), 
diferenciação de células tronco, diferenciação de células T, e como fator antiproliferativo de células 
epiteliais normais. 
O TGF-b1 tem também como função regular a liberação PDGF, e juntos desempenharem o 
papel importante na formação de tecido ósseo novo (9). 
 A longo prazo, o concentrado plaquetário L-PRF libera quantidades mais elevadas de TGF-b1 
quando comparado ao PRP (7). Porém a liberação inicial de TGF-b1 foi significativamente maior no 
PRP ativado (8,9). 
 
PDGF (FATOR DE CRESCIMENTO DERIVADO DE PLAQUETAS) – é uma glicoproteína dimérica, 
composta por quatro subunidades A (PDGF-AA), B (PDFG-BB), C(PGDF-CC) e D(PGDF-DD), e a 
subunidade de cada AB(PGDF-AB) (as mais conhecidas PGDF-AA / PGDF-BB / PGDF-AB). O PGDF 
se liga a dois tipos diferentes de receptores tirosina quinase a e b (PGDF a e PGDF b). Age como 
modulador na migração, proliferação e sobrevida das células-tronco mesenquimais. Também 
promovem a produção de colágeno e a remodelação da matriz extracelular no processo de reparo da 
ferida. O PGDF é sintetizado e armazenado nos grânulos alfa das plaquetas, sendo liberado pelas 
plaquetas após a ativaçãodestas. Possui uma vida média muito curta, ficando preso na complexa 
matriz de fibrina do PRF, o que favorece a sua lenta e gradual liberação ao longo do tempo (3,5,9,12,23,28). 
Atua como mitógeno para células estaminais, osteoblastos, células osteoprogenitoras 
indiferenciadas, macrófagos, células endoteliais, fibroblastos, células musculares lisas e células da 
glia (células não neuronais do sistema nervoso central que proporcionam suporte e nutrição aos 
neurônios), além da estimulação da formação de colágeno tipo I (3,5,6,8,9,10,28). 
 Estudos mostraram que a utilização de rh PDGF associado a membranas em defeitos ósseos 
periodontais ocorre um aumento da regeneração óssea no local e quando em implantes, ocorreram 
100% de osteointegração (6). 
 É o primeiro fator de crescimento a ser encontrado na ferida, onde é responsável pelo processo 
de síntese de colágeno na reparação inicial do tecido conjuntivo (3,5,10,23). 
 
VEGF (FATOR DE CRESCIMENTO ENDOTELIAL VASCULAR) – são proteínas secretadas pelos 
trombócitos e macrófagos, envolvidas no processo de vasculogênese e angiogênese. Compreende 5 
membros VEGF-A, VEGF-B, VEGF-C, VEGF-D e VGEF-E. É o mais potente fator de crescimento, 
gerador de angiogênese dos tecidos, na formação de novos vasos sanguíneos com o objetivo de 
aumentar o fluxo sanguíneos e de nutrientes para o local de regeneração de teciduais endoteliais. O 
VEGF também é um potente vasodilatador, aumentando a permeabilidade microvascular e também 
induz a regeneração do tecido ósseo (6,9,10,13,23,28). 
 
EGF (FATOR DE CRESCIMENTO EPIDÉRMICO) – são pertencentes a subfamília de quatro 
receptores tirosina quinase: EGFR (ErbB-1), HER2/c-neu (ErbB-2), HER 3 (ErbB-3) e HER 4 (ErbB-
4). São secretados pelos macrófagos, fibroblastos e plaquetas. Estimulam as células endoteliais 
(quimiotaxia e angiogênese) e as células mesenquimais (mitose). Age melhorando a epitelização e 
reduzindo o processo de cicatrização celular, estimulando a proliferação de queratinócitos e 
fibroblastos dérmicos (6,10,23). 
 
IGF (FATOR DE CRESCIMENTO SEMELHANTE A INSULINA) – também conhecido como 
somatomedina, é uma proteína (polipeptídea) produzida no fígado por estímulo ao hormônio de 
crescimento, sendo produzido pela glândula pituitária. Possui dois tipos diferentes de isoforma, a IGF-
I e IGF-II. A IGF-I apresenta-se presente a vida inteira, diminuindo com a idade, e a IGF-II apenas na 
fase fetal. Tem função de controlar a proliferação e diferenciação na maioria das células, incluindo as 
células tumorais (12,28). É liberada nas plaquetas quando estas sofrem ativação e degranulação, indo 
estimular a diferenciação e mitogênese das células troncos mesenquimais (12,23). Também controlam 
a apoptose celular (12,23). Estimula a quimiotaxia e a ativação dos osteoblastos (5,6,23). Também age na 
síntese de osteocalcina, fosfatase alcalina e colágeno tipo I (8). 
 Além do fígado, a IGF pode ser produzida também no rim, coração, pulmão, tecido adiposo e 
vários tecidos glandulares (6). 
 
CTGF (FATOR DE CRESCIMENTO DO TECIDO CONJUNTIVO) – também conhecido como CCN2, 
é uma proteína matricelular (proteína dinâmica não estrutural presente na matriz extracelular) da 
família CCN de matriz extra celular de proteínas, envolvida em múltiplos fenômenos celulares de 
migração, diferenciação, remodelação e proliferação da matriz extracelular e em outros diversos 
processos de angiogênese, condrogênese e cicatrização (6). 
 
PF- 4 (FATOR PLAQUETÁRIO) – tratasse de uma citocina da família CXC quimiocina (ou quimiocina 
CXCL4). Esta quimiocina é liberada dos a grânulos das plaquetas durante a ativação plaquetária. 
Promovem a coagulação sanguínea devido a ação moderadora que exerce na heparina, tendo como 
função a reparação de feridas e atuação em processos inflamatórios. Encontrasse geralmente no 
complexo proteoglicanos (6). 
 
HGF (FATOR DE CRESCIMENTO HEPATÓCITOS) – tratasse de um fator de crescimento de 
hepatócitos ou de fatores de dispersão. É secretado pelas células mesenquimais atuando 
principalmente em células epiteliais, endoteliais, progenitoras hematopoiéticas e células T. Tem papel 
importante no desenvolvimento de órgãos embrionários, regeneração de órgãos adultos e na 
cicatrização de feridas, como também regulador de vários processos celulares, tais como crescimento 
/ motilidade / morfogênese principalmente de células de origem epitelial (8,10) . 
 
CITOCINAS PRÓ-INFLAMATÓRIAS (IL-1, IL-6, TNF-a) e DE CICATRIZAÇÃO (IL-1, IL-4, IL-6, IL-10) 
– (8,13) 
 
CITOCINAS – são polipeptídeos ou glicoproteínas secretadas por algumas células e que são capazes 
de modular a resposta de outras células que possuam receptores adequados inclusive delas mesmas, 
desempenhando um importante papel no equilíbrio da homeostase tecidual (13). 
 Podem ser: interleucinas (IL), interferons (INF), fatores de necrose tumoral (TNF), quimiocinas, 
fator de transformação de crescimento (TGF-b). 
 
INTERLEUCINAS – são moléculas proteicas que através de sinais estimulador/modulador/inibidor 
sinalizam as células do sistema imune. Atuam em baixas concentrações e após estímulos antígenos. 
Possuem função autócrina (age na própria célula produtora), parácrina (age em células próximas) e 
endócrinas (agem a distância). As principais interleucinas pró-inflamatórias são: 
- Interleucina-1 (IL-1b) – é uma interleucina pró-inflamatória, apresentando duas formas: IL-1a 
e IL-1b. A interleucina 1b é sintetizada pelos macrófagos ativados, monócitos, neutrófilos, células 
endoteliais, fibroblastos, queratinócitos, células de Langerhans e células dendríticas (são células 
produzidas na medula óssea que podem ser encontradas no sangue). Sua síntese é induzida e 
mediada por TNF-a, interferons (IFN-a, IFN-b, IFN-g), vírus e endotoxinas bacterianas. É o principal 
mediador da resposta inflamatória associada à infecção aguda, sendo sua principal atividade a 
estimulação do linfócito T (10,13,23). 
 A IL-1 associada ao fator de crescimento tumoral (TNF-a) estimulam os osteoclastos levando 
a osteólise e inibindo a osteogênese (13). 
 - Interleucina-4 (IL-4) – a interleucina 4 é sintetizada a partir dos linfócitos T (CD4+ e TH2) e 
pelos mastócitos. A IL-4 induz a proliferação e diferenciação de linfócitos B para IgE, dos linfócitos T 
para os linfócitos TH2, nos macrófagos ativa a sua via alternativa inibindo a principal, e estimula a 
produção dos mastócitos (10,13,23). 
- Interleucina-6 (IL-6) – a interleucina 6 é uma citocina pró-inflamatória, com sua sintetize 
estimulada pelo IL-1, TNF-a, PDGF e endotoxinas bacterianas e sendo realizada pelos monócitos, 
fibroblastos, células endoteliais, macrófagos, linfócitos T/B, granulócitos, mastócitos, condrócitos e 
osteoblastos (10,13,23). 
 A IL-6 é um importante estimulador da resposta inflamatória aguda e da secreção de anticorpos 
(linfócitos B), além de importante papel na proliferação e migração celulares (13,23). 
 - Interleucina-10 (IL-10) – a interleucina 10 é sintetizada principalmente por células CD8+ 
ativadas. Atua nos macrófagos inibindo as células T e natural killer. Também regula o crescimento 
e/ou diferenciação das células B, granulócitos, neutrófilos, células dendriticas, queratinócitos e células 
endoteliais. A IL-10 atua principalmente na artrite reumatoide, lúpus eritematoso sistêmico, esclerose 
múltipla e infecções por HIV (10). 
 
FATOR DE NECROSE TUMORAL (TNF-a) – são um grupo de citocinas sintetizadas principalmente 
pelos macrófagos, monócitos, neutrófilos, leucócitos polimorfonucleares, e os linfócitos T, em resposta 
a um processo inflamatório de agressão das endotoxinas bacterianas. Desempenham papel 
importante e fundamental no processo inflamatório e de cicatrização das feridas. São capazes de 
provocar a apoptose celular (13,23). 
 O TNF-a ativa os monócitos e estimula a capacidade de remodelação dos fibroblastos (13) . 
também modula a ação de outras citocinas pró-inflamatórias (23) . 
 
A IMPORTÂNCIA DA FIBRINA NOS CONCENTRADOS PLAQUETÁRIOS 
 
 A matrizde fibrina dos concentrados plaquetários leva fundamentalmente à angiogênese, por 
ser uma matriz extra celular que permite a migração, divisão e variação do fenótipo das células 
endoteliais (36). 
 O fato de vários fatores de crescimentos FGFb (fator de crescimento de fibroblasto), VEGF 
(fator de crescimento endotelial vascular), angiopoietina e PDGF (fator de crescimento derivado de 
plaquetas), estarem presentes e ligados à fibrina por alta afinidade (FGFb e PDGF) explica a 
propriedade da matriz de fibrina na angiogênese (36). 
 A partir da degradação matriz de fibrina e do fibrinogênio, ocorre um aumento da migração dos 
neutrófilos através do aumento dos receptores CD11/CD18 à membrana da matriz o que permite uma 
adesão do neutrófilo ao endotélio e ao fibrinogênio, acarretando um aumento natural da imunidade 
(10,22,36). 
 A partir da matriz de fibrina e fibronectina, dá-se o inicio a diferenciação das células tronco 
mesenquimais da medula óssea para a regeneração de todo o tipo de células ósseas e várias outras 
células (36). 
 
TIPOS DE CONCENTRADOS PLAQUETÁRIOS E SEUS PROTOCOLOS DE OBTENÇÃO 
 
 Os tipos e quantidades, de fatores de crescimento, liberados pelos diferentes tipos de 
concentrados plaquetários, são significativamente maiores que a concentração basal existente no 
sangue, atuando diferentemente quanto a sua biomodulação (8,9). 
A concentração e a qualidade dos diversos tipos de fatores de crescimentos existentes nos 
concentrados plaquetários também dependem diretamente do protocolo de obtenção, ou seja, da 
centrífuga utilizada, da velocidade de centrifugação utilizada, o tipo de método de coleta do sangue 
(tipo de tudo / com ou sem anticoagulantes) (9,10). 
Em 2009 Dohan et al (32) classificaram os concentrados plaquetários conforme sua arquitetura, 
a presença de fibrina e leucócitos, e a manipulação do sangue com ou sem aditivos (anticoagulantes 
e trombina ativa). Assim podemos aprimore classificar em (7,8,9,10,15,32,38,44): 
1-PLASMA RICO EM PLAQUETAS PURO (P-PRP) – não possuem leucócitos e com baixa densidade 
de rede de fibrina 
2-PLASMA RICO EM PLAQUETAS E LEUCÓCITOS (L-PRP) – com leucócitos e com baixa densidade 
de rede de fibrina 
3-PLAQUETAS RICA EM FIBRINAS PURA (P-PRF) – não possuem leucócitos e com alta densidade 
de rede de fibrina 
4-PLAQUETAS RICA EM FIBRINAS E LEUCÓCITOS (L-PRF) – com leucócitos e com alta densidade 
de rede de fibrina 
Temos que os tipos 1 e 2 são manipulados com aditivos químicos e os tipos 3 e 4 sem a 
presença de aditivos químicos (4,5,6,7,8,9,10,14.15,16,19). Além disso, todo processo de manipulação do 
sangue e do protocolo de confecção dos concentrados plaquetários, sem a existência de aditivos 
químicos, respeitam a European Directive 2004/03/CE (Directiva 2004/03/CE do Parlamento europeu 
e do Conselho de 31 de Março de 2004 sobre as definições dos padrões de qualidade e segurança 
para a doação, aquisição, testes, processamento, preservação, armazenamento e distribuição de 
tecidos e células humanas) (fonte: https://eur-lex.europa.eu/legal-content/EN/ALL/?uri=celex:32004L0023 ) (10).	 
 Outro grande diferencial nos concentrados plaquetários é a presença da malha de fibrina. Nos 
CPs produzidos com o uso de aditivos químicos (PRP-P / PRP-L), a malha de fibrina apresenta-se 
imatura e com fibras de pequeno diâmetro, causando a liberação das plaquetas e dos fatores de 
crescimento plaquetários com uma velocidade muito rápida, ocorrendo a disolvisão do CP em cola de 
fibrina e a perda do potencial angiogênico e quimiotático deste CP. Já nos CPs produzidos sem o uso 
de aditivos químicos (L-PRF / A-PRF / SOFT BLOCK) por possuírem uma malha de fibrina 
extremamente densa e estrutura tridimensional bem definida, os produtos da degradação das 
plaquetas estimulam o aumento e migração também dos neutrófilos (por quimiotaxia) e os receptores 
CD11 e CD18, aumentando o poder angiogênico e quimiotático do CP (10,22,36). 
 Em decorrência de muitas controvérsias quanto ao processo de venopunção na odontologia, o 
CONSELHO FEDERAL DE ODONTOLOGIA regulamentou a venopunção pelo cirurgião-dentista e o 
uso dos concentrados plaquetário autólogos para fins não transfusionais no âmbito da Odontologia, 
através da RESOLUÇÃO Nº 158, DE 8 DE JUNHO DE 2015 (fonte: 
http://portal.anvisa.gov.br/documents/4048533/5729719/App5_CFO.pdf/47d3d76e-86d2-48d2-bccb-faec312c8811), 
onde deve seguirem os principais parâmetros (4,15,19,20,39,40): 
1- orientar e esclarecer ao paciente sobre o procedimento 
2- material (tubo vácuo de coleta de sangue ou tampa azul com citrato de sódio a 3,2% de 4,5 
ml, ou tampa vermelho seco de 10 ml, ou tampa branca seco de 9 ml / garrote em tecido elástico com 
trava / scalp vacutainer 21g safety lok / adaptador vacutainer DB / Curativo antisséptico / material para 
assepsia do braço do paciente) 
 3- o profissional a realizar a venopunção deve ter realizado todos os procedimentos de assepsia 
e estar usando EPIs específicos no ato 
4- venopunção (as veias usuais são: Cefálica, mediana cubial, mediana cefálica, longitudinal, 
basílica, do dorso da mão, e marginal da mão) 
 
 
 
 
fig. 2 veia possíveis para venopunção 
 
5- imediatamente após a coleta de sangue, colocar os tubos na centrifuga de maneira 
equidistante e realizar a centrifugação 
 
MATERIAL PARA VENOPUNÇÃO 
(fig. 3) 
 
 
1-adaptador vacutainer DB 
 
2-garrote em tecido elástico com trava 
 
3-scalp vacutainer 21g safety lok 
 
4-tampa vermelho seco de 10 ml 
 
5-Curativo antisséptico 
 
1-PRP (PLASMA RICO EM PLAQUETAS) e PPP (PLASMA POBRE EM PLAQUETAS) 
 O PRP e PPP foram introduzidos na cirurgia oral por Whitman et al. em 1997 (6,39,40) 
apresentando uma concentração de plaquetas superior a 8 vezes o valor basal. Considerado 
concentrado plaquetário de primeira geração, são obtidos a partir de duas etapas de centrifugação. 
Basicamente a primeira etapa de centrifugação irá separa os glóbulos vermelhos dos glóbulos 
brancos, obtendo-se três camadas: 1) plaquetas e glóbulos brancos (superior); 2) fina membrana de 
glóbulos brancos e leucócitos ( intermediária); 3) glóbulos vermelhos (inferior). Na segunda etapa de 
centrifugação será obtido o PPP e PRP (6,10,11,23). 
 
1-1-PROTOCOLO DE OBTENÇÃO 
O protocolo de obtenção para o PRP e PPP é (4,5,6,10,11,14,23,27,29,30,33.46): 
1) o sangue venoso é coletado em tubos com anticoagulante (citrato de sódio a 3,2%) para evitar a 
ativação plaquetária e degranulação, 
2) imediatamente centrifugado a 1000 rpm / 10 min (900 rpm / 5 min (10,11)), 
3) a primeira etapa da centrifugação permite a separação do sangue em três camadas: 
- plasma acelular ou plasma pobre em plaquetas (PPP)(localizada na parte superior do tubo e 
rico em fibrinogênio) 
- plasma rico em plaquetas (PRP)(buffy coat ou camada de células brancas, onde contem 
plaquetas, glóbulos brancos e fatores de coagulação) 
- hemácias (localizadas na parte inferior e constituindo 55% do volume total ), 
4) utilizando uma seringa estéril, o plasma pobre em plaquetas e o plasma rico em plaquetas 
juntamente com um pouco de glóbulos vermelhos são transferidos para outro tubo sem anticoagulante, 
5) realizado nova centrifugação a 3000 rpm / 10 min ( 1500 rpm / 15 min (10) // 2250 rpm / 17 min (11)), 
6) é obtido três camadas: plasma pobre em plaquetas (PPP)(localizada na parte superior do tubo), o 
PRP (na parte média do tubo) e glóbulos vermelhos residuais no fundo do tubo, 
7) utilizando uma seringa estéril o PPP é transferido para um recipiente estéril e o PRP para outro 
recipiente estéril, 
8) será adicionado aos dois recipientes cloreto de cálcio e trombina bovina pré ativada com o objetivo 
de ativação e gelificarão das plaquetas e do fibrinogênio. 
Obs – devemos fazer uma ressalva quanto ao protocolo de obtenção dos concentrados 
plaquetários de PPP e de PRP, por não possuírem uma padronização que pode ser reproduzido 
quanto ao tipo de centrifuga, velocidade de centrifugação e tempo de centrifugação. Existem 
aproximadamente40 tipos de protocolos diferentes para a obtenção do PRP/PPP o que faz com que 
haja resultados contraditórios apresentados no processo de obtenção desses concentrados 
plaquetários (15,23,30,31). Notamos isso claramente nas variações de velocidade da centrifuga (rpm) pelo 
tempo (minutos). Porém, geralmente esses protocolos são divididos em duas partes, a centrifugação 
e a ativação (23). 
Normalmente o concentrado plaquetário de PRP possui 95% de plaquetas, 4% de eritrócitos e 
1% de glóbulos brancos. Nos primeiros 10 minutos após a ativação do PRP, já começa ocorrer a 
liberação dos fatores de crescimento plaquetários, sendo que 95% desses fatores serão secretados 
na primeira hora após a ativação (23). 
 
 
fig.4 Esquema de obtenção do PRP e PPP 
 
 Um dos principais contratempos do PRP está na utilização de trombina para a ativação do 
concentrado plaquetário podendo desencadear em alguns pacientes coagulopatias, distúrbios 
hemorrágicos e doença de Creutzfeldt–Jakob (DCJ) (encefalopatia espongiforme subaguda - doença 
neurodegenerativa fatal) (23,41,46). 
2-PGRF (PLASMA RICO EM FATORES DE CRESCIMENTO) 
 Na preparação do PGRF o uso de anticoagulante e posteriormente um ativador de coagulação, 
modifica a concentração de trombina, o que vai influenciar a velocidade de ativação da membrana no 
arcabouço de fibrina com a formação de um andaime altamente poroso, o que faz com que 70% dos 
fatores de crescimento VEGF, IGF e HGF (fatores de crescimento de hepatócitos) sejam liberados 
inicialmente em 24 horas (8,10,40,44). 
 
2-2-PROTOCOLO DE OBTENÇÃO 
O protocolo de obtenção para o PRGF é (8,10,40): 
1) o sangue venoso é coletado em tubos com anticoagulante (citrato de sódio a 3,8%) para evitar a 
ativação plaquetária e degranulação, 
2) imediatamente centrifugado a 580g / 8 min (8) (1850 rpm / 8 min (10,31)) (460g / 8 min (40)), 
3) utilizando uma seringa estéril, foram coletados 2 ml de PGRF 
4) foi adicionado 55µ de solução de cloreto de cálcio a 10% como ativador do PRGF 
 Obs – o protocolo de ativação do PGRF foi modificado em relação ao PRP, substituindo a 
trombina ativada por cloreto de cálcio (31). 
 
3-L-PRF (FIBRINA RICA EM PLAQUETAS E LEUCÓCITOS) 
 Considerado concentrado plaquetário de segunda geração. Este protocolo foi desenvolvido por 
Choukroun / Dohan Ehrenfe et al., sendo obtido através de um processo único de centrifugação, sem 
a utilização de anticoagulantes e ativadores plaquetários. A ativação plaquetária ocorre através do 
contato das plaquetas com as paredes do tubo e consequente liberação da cascata de coagulação. 
São obtidas 3 camadas: 1) parte superior (plasma acelular), 2) parte intermediária (coágulo de fibrina) 
e 3) parte inferior (glóbulos vermelhos) (4,6,10,12,14,18,19,23,30,37,45,46). 
 O protocolo de obtenção do PRF procura acumular as plaquetas, seus fatores de crescimento 
(citocinas) e os leucócitos, no coágulo de fibrina, com o objetivo de que estes sejam progressivamente 
liberados durante a remodelação desta matriz de fibrina (12,16,18,22,35,37,43,45). As plaquetas, os leucócitos 
e os fatores de crescimento ficam concentrados na parte inferior do coágulo de fibrina, na junção com 
os glóbulos vermelhos. (10,12,14,18,19,20,22,26,34). 
 Estudos mostram que linfócitos T, linfócitos B, células estaminais, monócitos e neutrófilos são 
predominantes na região denominada como buffy coat, ou seja, na região de transição entre o coágulo 
de fibrina e os glóbulos vermelhos. Sendo, de suma importância que quando da remoção do coágulo 
de fibrina do tubo, este seja acompanhado da camada superficial de glóbulos vermelhos 
(10,12,14,18,19,20,22,26). Já as plaquetas são encontradas em todo o coágulo. 
 
 
 
 
 
A figura mostra o coágulo de L-PRF obtido de acordo 
com o protocolo, onde terremos 3 partes: matriz de 
fibrina (parte superior), matriz de fibrina e plaquetas 
(parte média) e matriz de fibrina, leucócitos e glóbulos 
vermelhos (parte inferior) (10,12,14,18,19,20,22,26,37,46). 
(fig. 5) 
 
 
 
A rede de fibrina produzida no processo de obtenção dos concentrados plaquetários é um 
emaranhado de glicosaminoglicanas de sangue e plaquetas, podendo possuir duas formas 
geométricas em decorrência a sua polimerização: 1) tetramolecular ou junções bilaterais, com altas 
concentrações de trombina, apresentando uma rede densa e espessa de fibrina, com propriedades 
mecânicas mais rígidas, o que dificulta a migração celular e a capacitação de citocinas pelo coágulo 
(fig. 6a). 2) trimolecular ou junções equiláteras, com concentrações menores de trombina, 
apresentando uma rede flexível, elástica, resistente e mais delgada, o que favorece a migração celular 
e a captura das citocinas pelo coágulo (fig. 6b) (4,6,9,10,12,17,23,25,45,46). 
(fig 6a) (fig 6b) 
 
Fonte https://www.sciencedirect.com/science/article/abs/pii/S107921040500586X 
 
Estas matrizes de fibrina possibilitam a migração de células envolvidas na angiogênese e que 
são responsáveis na remodelação do tecido novo (5,17,35). 
 Estudos mostram que no L-PRF, à medida que ocorre a liberação de moléculas bioativas 
(fatores de crescimento) na presença de células tronco hematopoiéticas e células progenitoras 
endoteliais, possibilita que ocorra a potencialização da angiogênese e da vasculogênese no local de 
lesão (10,17,35,43). 
 
ESQUEMA COÁGULO DE L-PRF E SEU ESCANEAMENTO EM MICROSCOPIA ELETRÔNICA 
 
 
Fonte: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC4692625/pdf/jove-103-53221.pdf 
 
3-3-PROTOCOLO DE OBTENÇÃO (4,5,10,12,13,14,18,19,20,22,26,32,35,37,39,40,42,45,46) 
 O protocolo de obtenção do L-PRF é simples, basicamente tenta acumular as plaquetas com a 
liberação de citocinas em uma rede de fibrina extremamente densa: 
1) é coletado sangue venoso da região do antebraço (preferencialmente), em tubos vidro/plástico de 
10 ml sem anticoagulantes e revestidos de sílica (tampa vermelha) 
2) são imediatamente centrifugados a 3000 rpm por 10 minutos ( posteriormente alterado 2700 rpm / 
12 min – Dohan Ehrenfest (10,23,26,29)). Esta centrifugação deve ser realizada o mais rápido possível 
após a coleta, no máximo antes de 2 minutos (37) 
3) ocorre a separação do sangue em três camadas ( fig. 7): 
 - sobrenadante ( plasma acelular ou PPP ) 
 - parte intermediária ( plasma celular – plaquetas presas em matriz de fibrina ) 
 - parte inferior ( glóbulos vermelhos ) 
4)deixar descansar (maturar o coágulo) de 4-8 minutos 
5) remover o coágulo de fibrina ( PRF ) com uma pinça estéril 
6) colocar sobre uma placa de metal perfurada dentro de uma caixa de metal por 10 minutos para que 
seja expulso o soro do coágulo 
7) obtido assim uma membrana de fibrina autóloga e altamente resistente. 
 
 
 
 
 
 
 
 
A-PRF 
 
 
 
 
 
(fig. 7) 
 
 
L-PRF 
É fundamental que o protocolo de obtenção de L-PRF de Choukroun’s seja respeitado, para 
que o coágulo de fibrina, a concentração as plaquetas, de leucócitos e de fatores de crescimento 
dentro da malha de fibrina seja constante, mantendo as propriedades mecânicas e os resultados 
clínicos do L-PRF (18,20,35). 
 
4-A-PRF (FIBRINA RICA EM PLAQUETAS AVANÇADA) 
 Choukroun et al em 2014, com a redução na velocidade e tempo de centrifugação originou-se 
a terceira geração de concentrados plaquetários com um número maior de leucócitos dispersos de 
maneira mais uniforme sobre uma matriz de fibrina mais amena, denominada A-PRF ( fibrina em 
plaquetas avançada) (32,42,43). 
Quando comparamos o L-PRF ao A-PRF, temos que a quantidade de plaquetas e citocinas 
presentes nos dois é equivalente, porém o A-PRF libera uma quantidade de fatores de crescimento 
PDGF, TGF-b e VEGF significativamente maior que o L-PRF. O A-PRF também possui um número 
maior de neutrófilos, o que possibilita uma diferenciação maior de monócitos/macrófagos, 
independente da quantidade de leucócitos (10,26,35,37,42,43,46). 
 A maior aplicação do A-PRF tem sido como membranas de barreiras e/ou como fornecedores 
de fatores de crescimento no processo de cicatrização e regeneraçãotecidual. O A-PRF aumenta o 
potencial regenerativo através do aumento da migração celular, pela quantidade elevada de fatores 
de crescimentos presos à sua membrana (27,42). 
 
4-4-PROTOCOLO DE OBTENÇÃO (10,23,26,27,29,37,42) 
1) é coletado sangue venoso da região do antebraço (preferencialmente), em tubos de vidro de 9 ml 
sem anticoagulantes (Dohan Ehrenfest et al.) 
2) são imediatamente centrifugados a 1500 rpm por 8 minutos ou 1300 rpm por 8 minutos (isso 
possibilita em um aumento considerável dos fatores de crescimento e do potencial de 
neoangiogênese) 
3) ocorre a separação do sangue em três camadas ( fig. 7): 
 - sobrenadante ( plasma acelular ou PPP ) 
 - parte intermediária ( plasma celular – plaquetas presas em uma malha de fibrina menor, mas 
com uma capacidade de aprisionar células e fatores de crescimento muito maior ) 
 - parte inferior ( glóbulos vermelhos ) 
4) remover o coágulo de fibrina ( PRF ) com uma pinça estéril, 
5) colocar sobre uma placa de metal perfurada dentro de uma caixa de metal por 10 minutos para que 
seja expulso o soro do coágulo 
6) obter assim uma membrana de fibrina autóloga com um número consideravelmente maior de fatores 
de crescimentos e neutrófilos 
 
 
(fig. 7) (A-PRF) 
 
OBS = A-PRF+ 
 
Com uma velocidade e tempo de centrifugação reduzidos ( 1300 rpm / 8 
minutos) temos o protocolo de preparo do A-PRF+. Este centrifugado 
plaquetário mostrou possuir um aumento significativo na liberação dos 
fatores de crescimento (TGF-b1, VEGF, PDGF, EGF e IGF). Outro fator 
importante observado pelo A-PRF+ foi em promover uma maior 
proliferação de células gengivais humanas (23). 
 
5- i-PRF (FIBRINA RICA EM PLAQUETAS INJETÁVEL) 
 Em 2015 Mourão et al introduziu a técnica do i-PRF (32). A maneira pelo qual o concentrado 
plaquetário i-PRF é processado, permite que no curto tempo de centrifugação, os componentes 
sanguíneos (plasma, fatores de coagulação e plaquetas) sejam alocados na parte superior do tubo 
(23). A liberação dos fatores de crescimentos pelo i-PRF é maior no primeiro dia, ocorrendo diminuição 
posterior (42). 
 
5-5-PROTOCOLO DE OBTENÇÃO (23,24,32,37,42,47) 
1) é coletado sangue venoso da região do antebraço (preferencialmente), em tubos de vidro de 9 ml 
sem anticoagulantes e nenhum tipo de revestimento 
2) são imediatamente centrifugados a 700 rpm por 3 minutos 
3) ocorre a separação do sangue em duas camadas ( fig. 9): 
 - sobrenadante ( plasma, fatores de coagulação e plaquetas ) 
 - parte inferior ( glóbulos vermelhos ) 
4) remover o concentrado plaquetário (líquido amarelo sobrenadante) com uma seringa luer e agulha 
estéreis 
 
 
 
COMPARATIVO DAS CARACTERÍSTICAS DOS CONCENTRADOS PLAQUETÁRIOS 
 
 Os diversos concentrados plaquetários apresentam diferentes concentrações de: fatores de 
crescimento, plaquetas, neutrófilos e da quantidade de leucócitos presos à membrana de fibrina, além 
da densidade da malha de fibrina. Por isso, o êxito desses concentrados plaquetários dependem 
destas composições, sendo assim, devem serem individualizados conforme as suas interações com 
os tecidos biológicos bem como suas indicações clínicas (10,15,23,37) 
 
 
CONCENTRADO 
PLAQUETÁRIO 
PRP 
(plasma rico em 
plaquetas) 
 
PRGF 
 
L-PRF 
 
A-PRF 
 
I-PRF 
 
 
ANTICOAGULANTE 
SIM (CPDA) 
(citrato fosfato 
dextrose adenina) 
 
SIM 
(CITRATO DE SÓDIO) 
 
 
NÃO 
 
 
NÃO 
 
 
NÃO 
 
ATIVADOR 
PLAQUETÁRIO 
SIM 
(gluconato de cálcio 
/ trombina bovina) 
 
SIM 
(CLORETO DE 
CÁLCIO) 
 
 
NÃO 
 
 
NÃO 
 
 
NÃO 
PROTOCOLO DE 
CENTRIFUGAÇÃO 
(RPM/MIN) 
 
900/5 
3000/10 
 
1850/8 
 
2700/12 
3000/10 
 
1500/8 
1300/8 
 
700/3 
TIPO DE TUBO PLÁSTICO PLÁSTICO PLÁSTICO / VIDRO VIDRO VIDRO 
CUSTO ALTO ALTO BAIXO BAIXO BAIXO 
PRESENÇVA DE 
MEMBRANA DE 
FIBRINA 
 
NÃO 
 
SIM 
INDUZIDA 
 
SIM 
FISIOLÓGICA 
 
SIM 
FISIOLÁGICA 
 
NÃO 
 
PRESENÇA DE 
LEUCÓCITOS 
 
 
NÃO 
 
 
NÃO 
 
 
50-60 % 
50-60% 
COM PRESENÇA 
MAIOR NOS 
NEUTRÓFILOS 
 
 
NÃO 
PRESENÇA DE 
FATORES DE 
CRESCIMENTO 
 
+ 
 
++ 
 
++++ 
 
++++++ 
 
++ 
FATOR 
REGENERATIVO 
 
+ 
 
++ 
 
+++ 
 
++++++ 
 
++ 
 
 
APRESENTAÇÃO 
 
 
GEL 
LÍQUIDO 
SOBRENADANTE/ME
MBRANA DE 
COÁGULO DE 
FIBRINA 
 
MEMBRANA 
DENSA DE 
FIBRINA 
 
MEMBRANA DE 
FIBRINA 
 
 
GEL 
 
OBS: 
 Michael O. Schär et al. realizaram um experimento onde prepararam L-PRP (plasma rico em 
plaquetas e leucócitos), L-PRF e coágulo de sangue (BC), seguindo os respectivos protocolos de 
obtenção dos concentrados plaquetários. Os três concentrados foram cultivados em vitro (placas BD 
Biosciences, Allschwil, Switzerland) e foram mensurados a presença de fatores de crescimentos (TGF-
b1 / IGF-1 / VEGF / PDFG-AB / IL-1b) no dia do preparo, 14 dias após o preparo e 28 dias após o 
preparo, tendo como resultado (7): 
 
 
 
 
 
Aparência do L-PRF / L-PRP e Coágulo 
de Sangue durante o período de cultura 
(7) 
 
FONTE: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC4385378/pdf/11999_2015_Article_4192.pdf 
 
 
 
 
 
 
MENSURAÇÃO DA 
LIBERAÇÃO DE FATORES 
DE CRESCIMENTOS TOTAIS 
(PG/ML DE SANGUE) 
 
FONTE: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC4385378/pdf/11999_2015_Article_4192.pdf 
 
 Esse estudo mostra que o L-PRF apresenta uma maior liberação de TGF-b1 (fator de 
crescimento transformador b), uma liberação de fatores de crescimento e indução de migração celular 
maiores a longo prazo, quando comparado ao l-PRP (7). A liberação dos fatores de crescimento pelo 
L-PRF pode perdurar até por 10 dias (15,18,32,35,37,38) 
 Isto deve-se ao fato da malha de fibrina do PRP ser muito imatura, com fibras de pequenos 
diâmetros, dissolvendo-se rapidamente e não possuindo o mesmo potencial angiogênico e 
quimiotático da malha de fibrina do L-PRF (10). 
 O L-PRF pode estimular a proliferação da maioria das células (fibroblastos, queratinócitos, pré-
adipócitos, osteoblastos e células tronco mesenquimais), assim como na diferenciação das células 
ósseas, devido a sua forte matriz de fibrina natural que contem grande quantidade de fatores de 
crescimentos, citocinas, leucócitos e plaquetas (35,43). 
 Já quando comparamos as membranas de coágulos de L-PRF às de A-PRF, vemos que as 
membranas de L-PRF são em média 30% maiores e também possuem uma sobrevida maior que as 
de A-PRF (35). 
 
CONCENTRADOS PLAQUETÁRIOS ASSOCIADO A BIOMATERIAL E SEU PROTOCOLO DE 
OBTENÇÃO (STICKY BONE – PRF BLOCK) 
 A associação entre concentrados plaquetários e biomateriais para serem utilizados com um 
enxerto, surgiram partindo do principio da associação de um xenoenxerto atuando com um andaime 
de capacidade osteocondutora e o concentrado plaquetário atuando como nódulo bioativo de 
capacidade osteindutora (25). 
 Esse processo possibilita a confecção de um enxerto ósseo associado a uma estrutura bioativa 
com a capacidade de liberar fatores de crescimento por um período de 14 dias (25). 
 
PROTOCOLO DE OBTENÇÃO (25,32) 
1) é coletado sangue venoso da região do antebraço (preferencialmente), da seguinte maneira: 
-em 2 tubos de vidro de 9 ml sem anticoagulantes e nenhum tipo de revestimento (tampa 
branca) 
-em 4 tubos de vidro/plástico de 9 ml sem anticoagulantes e com revestimento de sílica (tampa 
vermelha) 
2) todos os tubos são colocados na centrifuga e imediatamente centrifugados a 2700 rpm por 12 
minutos. A centrifugação é interrompida após 3 minutos para se retirar os tubos de tampa branca e os 
restantes dos tubos de tampa vermelha são centrifugados pelo restante dos 9 minutos 
3) imediatamente ao retirar os tubos de tampa branca da centrifuga, remover o líquido de fibrinogênio 
(líquido amarelo sobrenadante) com uma seringa luer e agulha estéreis e armazenar 
4) ao final do ciclo do restante dos tubos de tampa vermelha, retirá-los da centrifuga e remover a 
membrana de L-PRF com uma pequena camada de glóbulos vermelhos com uma pinça estéril e 
colocando-as em uma caixa metálica perfurada estéril por 4 minutos, com o objetivo de se remover o 
excesso dosoro 
6) ao término deste período picotar as membranas de L-PRF em pedaços pequenos com uma tesoura 
estéril e acrescentar ao biomaterial em uma cuba estéril de inox, macerando e homogeneizando os 
dois componentes. Ao termino acrescentar o líquido de fibrinogênio, de maneira a embeber totalmente 
a mistura, para a formação do PRF-Block. Após 3 minutos estará pronto para ser utilizado 
 
 
 
1- Distribuição dos tubos na centrífuga 
2- Coleta do líquido de fibrinogênio 
3- Preparo das membranas de L-PRF 
4-5-6 – mistura do biomaterial + membranas de L-PRF picotadas + líquido de fibrinogênio 
7- PRF-Block maturando por 3 minutos 
8- PRF-Block pronto para uso 
 
Fonte: https://kuleuvencongres.be/ENHD2018/documents/guidelines-for-use-of-l-prf-portugees.pdf 
 
UTILIZAÇÃO DOS CONCENTRADOS PLAQUETÁRIOS 
 
Quando utilizamos os concentrados plaquetários com suas proteínas plasmáticas (como 
fibronectina, vitronectina, glicosaminoglicanas, fibrina e fatores de crescimento de praticamente todas 
as células (os), objetivamos a migração de células mesenquimais, fibroblastos e células epiteliais da 
matriz do concentrado plaquetário para ás células do tecido lesado ou enxertado, estimulando o start 
destas células na proliferação, diferenciação, reconstrução e remodelação através da angiogênese 
deste tecido e reparação do mesmo (12,15,31,33,41,43). 
 A eficácia dos concentrados plaquetários depende basicamente da concentração das 
plaquetas, dos leucócitos presos à membrana de fibrina e a liberação de moléculas bioativas nos 
locais das lesões que iram desencadear o processo regenerativo dinâmico, que envolve um complexo 
evento bioquímico (10,31). 
 As principais indicações de uso dos concentrados plaquetários estão: 
1) preservação de rebordo alveolar (avulsão dental) e aumento da crista óssea (10,15,32,36,37,43,45) 
2) cavidades císticas (35,37,43,45) 
3) regeneração de defeitos ósseos periodontais (10,15,17,24,32,37,38,43,44,46,48) 
4) como membrana em regeneração tecidual guiada ( RTG ) (15,37,44) 
5) como membranas em cirurgias periodontais gengivais (10,15,24,32,37,43,45) 
6) como membrana e enxerto em regeneração óssea natural ( RON ) (15,35,37) 
7) associados a biomaterial de enxerto ósseo (15,35,36,37,39,43,44,45,46) 
8) levantamento de seio maxilar (10,32,37,43) 
9) ulceras/necroses de pele (10,45) 
10) cirurgias plásticas reconstrutivas (10,32,45) 
11) tratamento de osteonecrose decorrente de uso de antirreabsortivos (bifosfonatos/alendronatos) ( 
através de liberação de VEGF / EGF ® angiogênese / epitelização )(10,43,45) 
12) lifting facial (28) 
13) proteção de área doadora de enxerto (37,46) 
14) implantodontia ( usado CP para cobrir o local do implante) (17,37,43,48) 
15) medicina desportiva (32) 
 O uso dos concentrados plaquetários tem sido ampliado nos últimos anos pela ausência de 
complicações, pelos resultados positivos, ser uma fonte autóloga e seu método de preparação 
extremamente simplificado, sendo as áreas de implantodontia e periodontia as mais utilizadas (43). 
 
OBS: quando da utilização da membrana de PRF em regeneração natural de tecido, esta sofrera uma 
biodegradação mais rápida que uma membrana de colágeno reabsorvível, porém promovera uma 
forte indução sobre o periósteo e tecido gengival devido aos fatores de crescimentos, citocinas e 
leucócitos presentes nela. Porém o arcabouço e estabilidade para o enxerto é obtido com a membrana 
de colágeno (17,37). 
 
VARIAÇÕES DOS CONCENTRADOS PLAQUETÁRIOS MEDIANTE AS DIFERENTES 
CENTRIFUGAS E PROTOCOLOS DE CENTRIFUGAÇÃO 
 
 Todos os concentrados plaquetários possuem uma assinatura biológica (arquitetura e 
componentes celulares). Esta assinatura pode sofrer interferência pela vibração da centrifuga durante 
o processo de centrifugação, assim como dos possíveis choques de vibrações durante as fases de 
aceleração e desaceleração das centrifugas (35,37). 
 Os pesquisadores vêm percebendo que o tipo de centrifuga e o protocolo de centrifugação 
afetam consideravelmente as características finais dos concentrados plaquetários (35,37). 
 Quando as vibrações decorrentes das centrifugações realizadas pelas centrifugas serem 
grandes, há um alto risco de que as células existentes no centrifugado dentro dos tubos vacutainer 
sofram danos irreparáveis (35). 
O centrifugado plaquetário é um tecido vivo e para que tenha suas propriedades preservadas, 
sua preparação deve seguir protocolos rígidos quanto à vibração da centrifuga, ressonância produzida 
por esta vibração dentro do tubo vacutainer, velocidade de centrifugação, temperatura produzida pela 
centrifuga durante a centrifugação, angulação do rotor e se o mesmo é fixo ou móvel e o raio do rotor 
(já que este vai influenciar na força G) (35). 
Quando Choukroun et al. desenvolveram a segunda geração de concentrado plaquetário o 
protocolo foi cuidadosamente elaborado, sendo baseado em resultados e não em forma empírica, de 
maneira a se obter os melhores resultados quanto ao valor biológico do concentrado plaquetário. 
Muitos concentrados plaquetários sendo processados por protocolos idênticos podem possuir 
a mesma aparência macroscópica, porém podem ser completamente diferentes quando submetidos 
a análises microscópica. Assim, sendo o concentrado plaquetário é um tecido vivo que libera uma 
grande quantidade de fatores de crescimento e citocinas como estímulos regenerativos celulares, seu 
protocolo de processamento deve seguir parâmetros rígidos, caso contrário pode gerar resultados 
clínicos incoerentes (37). 
 Para evitar erros e otimizar a preparação dos concentrados plaquetários devemos (37): 
-limitar a vibração da centrifuga durante a centrifugação (verificar se os tubos vacutainer estão 
preenchidos igualmente, sempre distribuir os tubos de maneira igualitária no rotor, a velocidade da 
centrifuga deve ser suave e constante, nunca abandonar o processo de centrifugação antes que o 
mesmo tenha atingido sua velocidade de trabalho, 
-procurar ter uma padronização na preparação da membrana do concentrado plaquetário evitando 
exercer pressão excessiva e por tempo excessivo (tempo de 2 minutos) quando colocados na caixa 
de inox para L-PRF, para evitar a perda de excessiva de fatores de crescimento plaquetário, 
-quando retirar o concentrado plaquetário do tubo vacutainer sempre fazer de maneira a acompanhar 
a região buffy coat, por conter a maior concentração de plaquetas e células estaminais, 
 
Como exemplo de centrífugas temos: 
 
TIPOS DE CENTRIFUGAS 
MARCA CARACTERÍSTICAS 
KASVI (K14-0815C) 
 
RPM máximo (200-4000 rpm) 
RCF máximo (5-1788xg) 
Temperatura de funcionamento (5°C - 40°C) 
Tipo do rotor (ângulo fixo) 
Frequência 60 Hz 
Potência 90 W 
Raio do rotor – mínimo = 48mm 
Raio do rotor – máximo =103mm 
Ângulo do rotor 36° 
KASVI (K14-4000PRF) 
 
RPM máximo (300-4000 rpm) 
RCF máximo (2200xg) 
Temperatura de funcionamento (?) 
Tipo do rotor (ângulo fixo) 
Frequência 50/60 Hz 
Potência 40 W 
Raio do rotor – mínimo = 40mm 
Raio do rotor – máximo = 105mm 
Ângulo do rotor 36° 
DAIKI (DT-4000) 
 
 
RPM máximo (100-4000 rpm) 
RCF máximo (1780xg) 
Temperatura de funcionamento (?) 
Tipo do rotor (ângulo fixo) 
Frequência 60 Hz 
Potência 
Raio do rotor – mínimo = 58mm 
Raio do rotor – máximo = 130mm 
Ângulo do rotor 45° 
DAIKI (TITAN) 
 
RPM máximo (500-5000 rpm) 
RCF máximo (3046xg) 
Temperatura de funcionamento (?) 
Tipo do rotor (ângulo fixo) 
Frequência 50/60 Hz 
Potência 40 W 
Raio do rotor – mínimo = 40mm 
Raio do rotor – máximo = 105mm 
Ângulo do rotor 45° 
HETTICH (EBA 200) 
 
RPM máximo (6000 rpm) 
RCF máximo (3461xg) 
Temperatura de funcionamento (2°C - 40°C) 
Tipo do rotor (ângulo fixo) 
Frequência 50/60 Hz 
Potência 
Raio do rotor – mínimo = 67mm 
Raio do rotor – máximo =86mm 
Ângulo do rotor 33° 
HETTICH (EBA 20) 
 
RPM máximo (6000 rpm) 
RCF máximo (3461xg) 
Temperatura de funcionamento (2°C - 40°C) 
Tipo do rotor (ângulo fixo) 
Frequência 50/60 Hz 
Potência 
Raio do rotor – mínimo = 67mm 
Raio do rotor – máximo =86mm 
Ângulodo rotor 33° 
 
 
 Das centrifugas apresentadas, a que apresenta um nível de vibração em qualquer velocidade 
quando comparada com as outras centrifugas foram a Hettich EBA 200 e EBA 20 (35). 
 Um trabalho mostrou que a redução da força centrifuga relativa influenciou diretamente na 
liberação dos fatores de crescimento nas matrizes injetáveis de PRF, a nível de leucócitos (linfócitos, 
neutrófilos, monócitos), plaquetas e citocinas, quando comparando a força centrifuga relativa baixa 
para a média e alta. Isto mostra que que a resposta celular à força centrífuga relativa menor foi mais 
sensível em decorrência as propriedades específicas das células que compõem o concentrado 
plaquetário quanto ao seu peso, tamanho e densidade (47). 
 Essas diferenças apresentadas no concentrado plaquetário levam a uma resposta mais efetiva 
na regeneração dos diferentes tipos de tecidos, bem como o aumentando a angiogênese (47). Isso 
abre a possibilidade do uso de concentrados plaquetário do tipo i-PRF associado a biomateriais como 
membranas e enxertos ósseos em procedimentos de regeneração tecidual guiada (RTG) com o intuito 
de melhorar e potencializar as propriedades biológicas desses materiais (47). 
 
 
Fonte: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/29071440/ 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
BIBLIOGRAFIA 
 
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202017.pdf 
 
2)https://pt.slideshare.net/lucasalmeidaodonto/sangue-e-hematopoiese?from_action=save 
 
3) http://www.perstat.com/oral4.pdf 
 
4) https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/16504849/ 
 
5) https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/19451011/ 
 
6) https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC5159895/ 
 
7) https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC4385378/ 
 
8) https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/23722041/ 
 
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10) https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC6777161/ 
 
11) https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3706762/pdf/scrt218.pdf 
 
12) https://www.puredent.dk/pdf/PRF%20a%20second%20gen%20-%20part%202.pdf 
 
13) https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/16504851/ 
 
14) https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3177496/pdf/12663_2011_Article_182.pdf 
 
15) https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/21740371/ 
 
16)https://www.researchgate.net/profile/LeighaRock/publication/235343291_Potential_of_platelet_rich_fibrin_in_regenera
tive_periodontal_therapy_literature_review/links/09e41511166e9e742e000000/Potential-of-platelet-rich-fibrin-in-
regenerative-periodontal-therapy-literature-review.pdf 
 
17) https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/20443805/ 
 
18) https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/20373539/ 
 
19) https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/20799908/ 
 
20) https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC4692625/pdf/jove-103-53221.pdf 
 
21) https://www.ecmjournal.org/papers/vol037/pdf/v037a15.pdf 
 
22) https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/29345045/ 
 
23) https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC7985567/pdf/med-2021-0259.pdf 
 
24) https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC6610486/pdf/medscimonit-25-4744.pdf 
 
25) https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/30742137/ 
 
26) https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/24945603/ 
 
27) https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC5413460/pdf/40729_2017_Article_81.pdf 
 
28) https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/31280847/ 
 
29) https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/26809431/ 
 
30) https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/28277063/ 
31) https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC5005757/pdf/40729_2016_Article_52.pdf 
 
32) https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC5434315/pdf/WJCC-5-159.pdf 
 
33) https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC7230328/pdf/jcm-09-01099.pdf 
 
34) https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC4648775/pdf/12663_2015_Article_768.pdf 
 
35) https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/28437133/ 
 
36) https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/16504852/ 
 
37) http://www.moderndentistrymedia.com/oct_nov2016/hartshorne_part2.pdf 
 
38) https://juniperpublishers.com/adoh/pdf/ADOH.MS.ID.555649.pdf 
 
39) https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/30839463/ 
 
40) https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC4749416/pdf/JOD-12-504.pdf 
 
41) https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/28489660/ 
 
42) https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/31471902/ 
 
43) https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/29870308/ 
 
44) https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/25048153/ 
 
45) https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/25891657/ 
 
46) https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC6555384/ 
 
47) https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/29071440/

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