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Laura Costa Santos – 3° Semestre - Medicina Finalidade e Vantagens Consiste na introdução de medicamento e ou soluções diretamente na veia (corrente sanguínea), através de punção venosa com a finalidade de absorção rápida da substância em uso, sejam elas: soluções hipertônicas, isotônicas, hipotônicas, sais orgânicos, eletrólitos e medicamentos que deverão ter solubilidade sanguínea e estar livre de cristais ou qualquer outra partícula visível em suspensão. Locais de administração • Região cefálica: temporal superficial: costumam ser utilizada em recém-natos e lactentes; • Região cervical - jugular externa: são muitas vezes utilizadas em pacientes com dificuldade de acesso venoso, principalmente nas grandes emergências.; • Região dos membros superiores: area com mais locais disponíveis. • Braço: cefálica e basílica; • Antebraço: intermédia cefálica, intermédia basílica mediana, radial, ulnar; • Mão - dorso da mão: área em que se encontra veias superficiais de fácil acesso. Tipos de Dispositivos PUNÇÃO COM CATETER AGULHADO (SCALP, BUTTERFLY) Possui calibres variados que vão do 19 (maior calibre) ao 27 G (menor calibre). Indica-se a utilização deste quando não há a necessidade de manter-se o paciente com infusão contínua, já que este tipo de dispositivo favorece a transfixação da veia pelo cateter, bem como apresenta maior risco de infiltração no espaço extra-vascular. Associado a isto, em função da restrição de seu calibre, acarreta em maior tempo necessário de infusão, comparando-se aos dispositivos endovenosos de longa permanência. Laura Costa Santos – 3° Semestre - Medicina No início da terapia intravenosa ou para manutenção da mesma com previsão de duração inferior a 24 horas, de acordo com a prescrição. Para coleta de sangue ou para administração de hemocomponentes. PUNÇÃO COM CATETER SOBRE AGULHA (JELCO) No início da terapia intravenosa com previsão de duração acima de 24 horas ou para manutenção da mesma de acordo com a prescrição, ou ainda a cada 96 horas. Espera-se obter um acesso venoso seguro e pérvio para infusão de medicamentos, soluções, sangue e derivados. Manter acesso vascular asséptico, preso, firme e pérvio. Outra vantagem destes dispositivos é a possibilidade de retirada do mandril metálico, permanecendo no espaço intralumial apenas o dispositivo maleável, o que impede a perda do cateter por transfixação e também favorece a movimentação do membro. Os jelcos são dispositivos flexíveis onde a agulha é envolvida por um mandril flexível, após a punção, a agulha é retirada ficando na luz da veia apenas o mandril. São numerados em números pares do 14 (maior e mais calibroso) até o 24(menor e mais fino) • Jelco 14 e 16: Adolescentes e Adultos, cirurgias importantes, sempre que se devem infundir grandes quantidades de líquidos. Inserção mais dolorosa exige veia calibrosa. • Jelco 18: Crianças mais velhas, adolescentes e adultos. Administrar sangue, hemoderivados e outras infusões viscosas. Inserção mais dolorosa exige veia calibrosa. • Jelco 20: Crianças, adolescentes e adultos. Adequado para a maioria das infusões venosas de sangue e outras infusões venosas (hemoderivados). • Jelco 22: Bebês, crianças, adolescentes e adultos (em especial, idosos). Adequado para a maioria das infusões. É mais fácil de inserir em veias pequenas e frágeis, deve ser mantida uma velocidade de infusão menor. Inserção difícil, no caso de pele resistente. • Jelco 24: RN’s, bebês, crianças, adolescentes e adultos (em especial, idosos). Adequado para a maioria das infusões, mas a velocidade de infusão deve ser menor. É ideal para veias muito estreitas, por exemplo, pequenas veias digitais ou veias internas do antebraço em idosos. Formas de infusão EV BOLUS A administração de medicação em bolo consiste na utilização de doses concentradas de medicação diretamente na circulação sistêmica do paciente. Ao ser administrada deve-se levar em consideração os riscos para o paciente. Neste tipo de administração é utilizada uma pequena quantidade de líquido, o que representa vantagem para os pacientes em controle rígido de líquidos. Deve-se tomar o máximo de cuidado, pois a injeção em bolo é muito perigosa do ponto de vista que se cometido algum erro, pode-se não reverter tais erros. A injeção em bolo pode causar irritação do endotélio venoso e, por isso, devemos tomar o cuidado de checar o posicionamento do dispositivo intravenoso. Nos casos em que são injetados medicações ao redor da veia a dor aparece no local, pode chegar a uma necrose tecidual e até mesmo abcessos podem ser causados e em casos mais graves, pode ocasionar óbito. São apontados três estratégias para reduzir os danos causados pela injeção rápida de medicações: Laura Costa Santos – 3° Semestre - Medicina o Certificar-se da velocidade da administração da medicação em bolos; o Utilizar soluções com as menores concentrações possíveis; o Evitar utilizar o termo em bolo quando a medicação deve ser administrada em tempo superior a 1 minuto. Nestes casos devemos utilizar termos maus descritivos como IV em 5 minutos. A velocidade da administração da medicação em bolo no protocolo institucional ou no DEF (Dicionário de Especialidades Farmacêuticas). GRAVITACIONAL A venóclise é a administração endovenosa de regular quantidade de líquido por meio de gotejamento controlado, num período determinado de tempo, podendo ter ação direta da gravidade. É indicado para repor perdas de líquidos do organismo em casos de desidratação, hemorragias e outros; Administrar medicamentos. As soluções mais utilizadas são o soro glicosado a 5% ou a 10% e soro fisiológico a 0,9%. É o número de gotas que será infundido no paciente em determinado espaço de tempo. Quando instalamos um soro no paciente, devemos saber em quanto tempo o soro vai correr. Este tempo varia segundo as condições de saúde do paciente e idade. No cálculo deste tempo devemos considerar: o Volume total da solução a ser administrada; o Tempo total para correr o soro BOMBA DE INFUSÃO A bomba de infusão é indicada para todo o paciente com prescrição de infusão em via parenteral ou enteral, nos casos onde se faz necessária a garantia rigorosa do gotejamento dos medicamentos prescritos. A bomba infusora é um dos mais práticos recursos habitualmente disponíveis na UTI e/ou Sala de Emergência, e mesmo em algumas ambulâncias modernas. Permite administrar de maneira confiável os fármacos mais delicados de acordo com dosagens de mg/min ou ml/h. Normalmente utilizada em pacientes que precisam controle rigoroso do gotejamento, tais como: pacientes com ICC (insuficiência Cardíaca Congestiva), Insuficiência Renal, Neonatos prematuros, tratamento com quimioterápicos, drogas vasoativas para controle pressão arterial, drogas cardiovasculares, anestésicos durante cirurgias, administração de insulinas endovenosa. PROCEDIMENTO GERAL MATERIAL NECESSÁRIO EPI: luvas de procedimento; Laura Costa Santos – 3° Semestre - Medicina Cateter agulhado (scalp) ou Cateter sobre agulha (jelco) apropriado ao calibre da veia e rede venosa do paciente Dispositivo a ser conectado ao cateter venoso de acordo com o objetivo da punção (torneirinha, tubo extensor, tubo em “Y”, seringa); Bandeja ou cuba rim; Algodão embebido em álcool a 70%; Garrote; Fita adesiva hipoalergênica ou filme transparente de poliuretano esterilizados; DESCRIÇÃO DA TÉCNICA 1. Verificar na prescrição médica: nome do cliente, número do leito, solução a ser infundida, volume, data e horário; 2. Limpar a bandeija e posicionar os materiais 3. Higienizar as mãos; 4. Levar a bandeja (cuba rim) para perto do paciente, colocando a bandeja sobre a mesinha de cabeceira; 5. Identificar o cliente pelonome completo; 6. Explicar o procedimento a se realizado e a sua finalidade ao cliente e/ou familiar ou acompanhante; 7. Posicionar o cliente de acordo com o local escolhido. Se o cliente estiver sentado, apoiar seu braço esticando o cotovelo; 8. Calçar luvas de procedimentos; 9. Avaliar a rede venosa e escolher uma veia de bom calibre (de acordo com a finalidade da punção); de preferência vasos periféricos superficiais de grosso calibre e distante das articulações Obs: Indicadas cefálica, basílica, mediana, as do antebraço e as do plexo venoso do dorso da mão; sentido distal para proximal; 10. Escolher o cateter adequado ao calibre do vaso periférico; 11. Colocar o garrote acima do local escolhido, aproximadamente de 7,5 a 10 cm, de modo que não interfira no fluxo arterial, além de solicitar que o cliente mantenha a mão fechada; Laura Costa Santos – 3° Semestre - Medicina Obs: não colocá-lo sobre as articulações 12. Fazer antissepsia do local com álcool a 70%, em sentido único, de dentro para fora, e esperar o fluido secar espontaneamente; 13. Pegar o cateter com a mão dominante com o bisel da agulha voltado para cima e em sentido do retorno venoso; 14. Delimitar e imobilizar a veia, esticando a pele do paciente, com a mão não dominante, utilizando os dedos polegar e indicador; 15. Proceder à punção e à introdução do dispositivo na veia, com o dispositivo em angulo de 15 a 45 graus pelo método direto ou indireto; 16. Observar o refluxo de sangue para o cateter (canhão); 17. No caso de punção com cateter endovenoso sobre agulha, introduzir a parte externa do dispositivo com o mandril (agulha); 18. Retirar o garrote e solicitar que o paciente abra a mão; 19. No cateter sobre agulha, pressionar com o polegar a pele onde está apontado dispositivo e retirar a agulha, permanecendo apenas o mandril; Os jelcos são dispositivos flexíveis onde a agulha é envolvida por um mandril flexível, após a punção, a agulha é retirada ficando na luz da veia apenas o mandril. Laura Costa Santos – 3° Semestre - Medicina 20. Conectar o extensor ou o equipo de soro, devidamente preenchido com soro, ou a seringa no dispositivo intravenoso; 21. Verificar se a solução flui facilmente, observando se não há infiltração no local; 22. No cateter sobre agulha, realizar a fixação com a fita adesiva hipoalergênica ou filme transparente de poliuretano esterilizados; 23.. No cateter agulhado, em caso de dose única introduzir o medicamento e retirar o cateter; em caso de terapia venosa contínua ou intermitente, fixar o cateter com esparadrapo ou micropore e administrar o medicamento. Obs: para terapia venosa contínua, adaptar linha de infusão e controlar a velocidade de infusão; 24. Identificar o acesso venoso com data, dispositivo utilizado e nome do profissional que realizou o procedimento; 25. Assegurar que o paciente esteja confortável e seguro no leito 26. Manter a unidade do paciente organizada; 27. Desprezar o material utilizado em local apropriado; 28. Retirar as luvas; 29. Higienizar as mãos; 30. Proceder às anotações de enfermagem, constando: tipo do dispositivo e calibre que foram utilizados, número de tentativas de punção, local de inserção e ocorrências adversas e as medidas tomadas. OBSERVAÇÃO Laura Costa Santos – 3° Semestre - Medicina A presença de hematoma ou dor indica que a veia foi transfixada ou a agulha está fora da veia: o Retirar a agulha, dispositivo intravenoso scalp ou cateter endovenoso; o Pressionar o local com algodão; o Fazer nova punção em outro local CONTRAINDICAÇÃO Está contraindicado realizar punções: o Em locais que apresente lesões de pele, flebite e edema; o Membros com déficit motor e/ou sensitivo ou com fístula arteriovenosa; o Membro superior homólogo à mastectomia com ressecção de linfonodos; o Não realizar punções em casos de distúrbios graves de coagulação. o Veia esclerosada o Braço ou mão edemaciados ou que apresentem algum tipo de comprometimento, presença de queimadura, plegias. Complicações INFILTRAÇÃO A infiltração é a administração de uma solução ou medicamento não vesicante no tecido circunvizinho. Ocorre quando a cânula EV se desloca ou perfura a parede da veia. Caracteriza-se por edema ao redor do local de inserção, extravasamento do líquido para fora do leito venoso, dor e sensação de frio na área da infiltração e uma diminuição significativa na velocidade do fluxo. Quando a solução é irritante, pode ocorrer descamação do tecido. É necessário monitorização intensiva do local para detectar uma infiltração, antes que ela se torne grave. EXTRAVASAMENTO O extravasamento é similar à infiltração e ocorre por uma administração inadvertida de solução vesicante ou medicamento dentro do tecido circunvizinho. Medicamentos, como a dopamina, preparações de cálcio e agentes quimioterápicos, podem provocar dor, queimação e rubor no local. Possivelmente, ocorrerá a formação de vesículas, inflamação e necrose dos tecidos. A extensão da lesão é determinada pela concentração do medicamento, pela quantidade extravasada, pela localização da inserção para infusão, pela resposta tecidual e pela duração do processo de extravasamento. Deve-se interromper a infusão imediatamente. O enfermeiro e o medico devem ser notificados. FLEBITE A flebite é definida como a inflamação de uma veia devido a uma irritação química e/ou mecânica. Caracteriza-se por uma área avermelhada e quente ao redor do local de inserção, ou ao longo do trajeto da veia, e edema... FLEBITE BACTERIANA É a inflamação da parede interna da veia associada com a infecção bacteriana. Fatores que contribuem para o desenvolvimento de flebite bac- teriana incluem técnicas assépticas inadequadas de inserção do cateter, fi- xação ineficaz do cateter e falha na realização de avaliação dos locais. FLEBITE PÓS-INFUSÃO Trata-se de uma inflamação da veia que se torna evidente em 48 a 72 horas. Fatores que contribuem para seu desenvolvimento, são: técnica de inserção do cateter, condição da veia utilizada, tipo, compatibilidade e o pH da solução ou medicações infundidas, calibre, tamanho, comprimento e material do cateter e tempo de permanência. TROMBOFLEBITE É a presença de um processo inflamatório de um segmento de uma veia, geralmente de localização superficial, com a formação de coágulos, na área afetada. Seus sinais são: dor localizada, rubor, calor e edema ao redor da inserção ou ao longo do trajeto da veia. HEMATOMA https://pebmed.com.br/queimaduras-um-problema-atemporal-e-persistente/ https://pebmed.com.br/queimaduras-um-problema-atemporal-e-persistente/ Laura Costa Santos – 3° Semestre - Medicina Surge o hematoma quando o sangue extravasa para dentro dos tecidos circunvizinhos ao local da inserção EV. Ocorre em decorrência da perfuração da parede vascular oposta durante a punção venosa, do deslizamento da agulha para fora da veia e da pressão insuficiente aplicada ao local após a retirada da agulha ou cânula. Os sinais de hematoma incluem equimose, edema imediato e extravasamento de sangue no local. TERMOS TECNICOS EPI: Equipamento de proteção individual REFERÊNCIAS: Disponivel em: <https://www.youtube.com/watch?v=tmN-WH- TnVc>. Acesso em: 28 de abril. 2020. Disponivel em: <https://www.youtube.com/watch?v=nI00u5I- EYA>. Acesso em: 28 de abril. 2020. Disponivel em: <https://www.youtube.com/watch?v=tXVRlUlHLRo>. Acesso em: 28 de abril. 2020. Disponivel em: <https://www.nescon.medicina.ufmg.br/biblioteca/imagem/2869.p df>. Acesso em: 28 de abril. 2020. Disponivel em: <http://www.me.ufrj.br/images/pdfs/protocolos/enfermagem/po p_38_administracao_de_medicamentos_por_via_endovenosa. pdf>. Acesso em: 28 de abril. 2020 Disponivel em: <https://www.enfermagempiaui.com.br/categoria/procedimentos /injecao-em-bolus.php>. Acesso em: 28 de abril. 2020 Disponivel em: <https://irp- cdn.multiscreensite.com/cfa5fc7a/files/uploaded/AULA%20DE% 20FIXA%C3%87%C3%83O%2004%20- pun%C3%A7%C3%A3o%20venosa.pdf>. 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Acesso em: 28 de abril. 2020 https://www.youtube.com/watch?v=tmN-WH-TnVc https://www.youtube.com/watch?v=tmN-WH-TnVc https://www.youtube.com/watch?v=nI00u5I-EYA https://www.youtube.com/watch?v=nI00u5I-EYA https://www.youtube.com/watch?v=tXVRlUlHLRo https://www.nescon.medicina.ufmg.br/biblioteca/imagem/2869.pdf https://www.nescon.medicina.ufmg.br/biblioteca/imagem/2869.pdf http://www.me.ufrj.br/images/pdfs/protocolos/enfermagem/pop_38_administracao_de_medicamentos_por_via_endovenosa.pdf http://www.me.ufrj.br/images/pdfs/protocolos/enfermagem/pop_38_administracao_de_medicamentos_por_via_endovenosa.pdf http://www.me.ufrj.br/images/pdfs/protocolos/enfermagem/pop_38_administracao_de_medicamentos_por_via_endovenosa.pdf https://www.enfermagempiaui.com.br/categoria/procedimentos/injecao-em-bolus.php https://www.enfermagempiaui.com.br/categoria/procedimentos/injecao-em-bolus.php https://irp-cdn.multiscreensite.com/cfa5fc7a/files/uploaded/AULA%20DE%20FIXA%C3%87%C3%83O%2004%20-pun%C3%A7%C3%A3o%20venosa.pdf https://irp-cdn.multiscreensite.com/cfa5fc7a/files/uploaded/AULA%20DE%20FIXA%C3%87%C3%83O%2004%20-pun%C3%A7%C3%A3o%20venosa.pdf https://irp-cdn.multiscreensite.com/cfa5fc7a/files/uploaded/AULA%20DE%20FIXA%C3%87%C3%83O%2004%20-pun%C3%A7%C3%A3o%20venosa.pdf https://irp-cdn.multiscreensite.com/cfa5fc7a/files/uploaded/AULA%20DE%20FIXA%C3%87%C3%83O%2004%20-pun%C3%A7%C3%A3o%20venosa.pdf https://souenfermagem.com.br/fundamentos/administracao-de-medicamentos/complicacoes-na-administracao-de-medicamentos/ https://souenfermagem.com.br/fundamentos/administracao-de-medicamentos/complicacoes-na-administracao-de-medicamentos/ https://souenfermagem.com.br/fundamentos/administracao-de-medicamentos/complicacoes-na-administracao-de-medicamentos/