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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE GOIÁS NOME: VINÍCIUS LOPES DA SILVA ALVES TURMA: C01 CURSO: ARQUITETURA & URBANISMO ORIENTADORA: MARIA ELIANA JUBE RIBEIRO Resumo comentado: PAISAGEM URBANA, de Gordon Cullen Para o resumo e compreensão do texto fez-se um breve parágrafo em que se descreve o percurso de um transeunte que sai do Bairro Recreio dos Funcionários Públicos e atravessa a Gleba em questão, seguindo o trajeto pré-existente do local, um caminho de terra batida que o leva até a outra ponta da área, na Vila Luciana. Também se fez um apanhado dos trechos principais da introdução do texto na edição de 1959, sendo frisadas em negrito as partes que, de forma suscinta, ajudam na compreensão do tema. No primeiro parágrafo do texto original, é introduzido o assunto por meio de um exemplo das vantagens oferecidas pela vida urbana, em detrimento da carência de possibilidades vivido no campo. A escrita rapidamente escalona até mostrar sua hipótese acerca do fenômeno urbano: nas cidades, os meios de cada agregado familiar se multiplicam por dezenas de milhares, o que permite rapidamente a criação de diversificados equipamentos coletivos. O autor completa: Efetivamente, uma cidade é algo mais do que somatório dos seus habitantes, é uma unidade geradora de um excedente de bem-estar e de facilidades que leva a maioria das pessoas a preferirem - independentemente de outras razões isoladas. A segunda hipótese levantada nesta introdução de 1959 é a da emoção causada pelas arquiteturas do espaço urbano, a de que, assim como a reunião de pessoas cria um excedente de atrações para toda a coletividade, também um conjunto de edifícios adquire um ar de atracção visual a que dificilmente poderá almejar um edifício isolado. Uma construção isolada no meio do campo dá-nos a sensação de estarmos perante uma obra de arquitetura; mas um grupo de construções imediatamente sugere a possibilidade de se criar uma arte diferente. Num conjunto edificado ocorrem fenómenos que não se verificam nunca em relação a um edifício isolado. Existe, sem dúvida alguma, uma arte do relacionamento, o objetivo é a reunião dos elementos que concorrem para a criação de um ambiente, desde os edifícios aos anúncios e ao tráfego, passando pelas árvores, pela água, por toda a natureza, enfim, esses elementos num todo despertam emoção ou interesse. Atente-se primeiro no sentido da vista, pois é quase inteiramente através dele que apreendemos o que nos rodeia. Quando abrimos a porta a alguém, não é raro que deixemos entrar para além do visitante, uma rabanada de vento que faz esvoaçar tudo e que causa um reboliço geral. Em certa medida, é o que se passa com a visão: quando olhamos para uma coisa vemos por acréscimo uma quantidade de outras coisas. Se olhamos para o relógio para ver as horas não podemos deixar de reparar no papel de parede, na talha de mogno da moldura, na mosca que se passeia pelo vidro, e nos ponteiros em ponta de florete. A introdução então passa a esquematizar a hipótese com aspectos consideráveis: 1. OPTICA. Imagine-se o percurso de um transeunte a atravessar uma cidade. Uma rua em linha reta, desembocando num pátio e saindo desta, outra rua que a seguir a uma curva, desemboca num monumento. Até aqui, é respeita à descrição nada de invulgar. Mas siga-se o percurso: o primeiro ponto de vista é a rua; a seguir, ao entrar no pátio, surge novo ponto de vista, que se mantém durante a travessia na segunda rua, porém, depara-se uma imagem completamente diferente; e, finalmente, a seguir à curva, surge bruscamente o monumento. Por outras palavras, embora o transeunte possa atravessar a cidade a passo uniforme, a paisagem urbana surge na maioria das vezes como uma sucessão de surpresas ou revelações súbitas. 2. LOCAL. Este segundo ponto diz respeito às nossas reações perante a nossa posição no espaço. É fácil de exemplificar: quando entramos numa sala pensamos «Estou cá fora», depois «Estou a entrar Ali para dentro e finalmente, « Estou Aqui dentro». À beira de um precipício de 150 metros tem-se uma percepção de localização bem definida enquanto no fundo de uma caverna se experimenta certamente uma sensação de clausura. Uma vez que o nosso corpo tem o hábito de se relacionar instintiva e continuamente com o meio-ambiente, o sentido de localização não pode ser ignorado e entra, forçosamente em linha de conta na planificação do ambiente. Até aqui, tudo isto nos faz supor que, se os nossos centros urbanos forem desenhados segundo a óptica da pessoa que se desloca (quer a pé, quer de automóvel) a cidade passará a ser ama experiência eminentemente plástica, percurso através de zonas de compressão e de vazio, contraste entre espaços amplos e espaços delimitados, altenância de situações de tensão e momentos de tranquilidade. 3. CONTEÚDO. Relaciona-se este último aspecto com a própria constituição da cidade: a sua cor, textura, escala, o seu estilo, a sua natureza, a sua personalidade e tudo o que a individualiza. Se se considerar que a maior parte das cidades é de fundação antiga, apresentando na sua morfologia provas dos diferentes períodos de construção presentes nos diferentes estilos arquitetônicos e nas irregularidades do traçado, é natural que evidenciem uma amálgama de materiais, de estilos e de escalas. Contudo, se fosse possível reconstruí-la por inteiro se faria desaparecer toda a confusão e surgiriam cidades novas mais belas e mais perfeitas. Criar-se-ia um quadro ordenado, arruamentos de traçados direitos e edifícios de alturas e estilos concordantes. Se houvesse inteira liberdade de ação provavelmente criar-se-ia simetria, equilíbrio, perfeição, concordância. Não é essa a concepção popular da finalidade do planeamento urbano? O texto se faz de definições variadas sobre as impressões que se pode ter do espaço físico imediato, listando-as com exemplos e descrições, das quais o estudante tomou partido de atribuí-las para a área de análise. No texto, descreve-se VISÃO SERIAL como o percurso de um extremo ao outro da planta a passo uniforme, revela uma sucessão de pontos de vista. A progressão uniforme do caminhante vai sendo pontuada por uma série de contrastes súbitos que têm grande impacto visual e dão vida ao percurso. O trajeto da gleba tem como característica principal o caminho de terra batida e a vegetação que o envolve dos dois lados. A passos lentos, ele se revela instável devido à organicidade do relevo e às ranhuras presentes na terra: o caminho segue a topografia natural, inclusive em sua matéria. A vegetação que o contorna dos dois lados pelo mato sempre presente traz consigo a monotonia do constante verde, o qual, somado ao céu azul, atribuem a essa cena um valor quase rural. Essa visão da gleba é quase totalmente interrompida se o caminhante vira o olhar gradualmente a sua direita, direção onde, ao fundo, se mostra presente a verticalidade residencial dos condomínios do setor Eldorado. Bem como, se o caminhante vira sua visão para trás, mostra-se o paredão de muros das casas térreas que formam os bairros Porto Seguro, ou Rio Formoso, ou do próprio Setor Recreio dos funcionários públicos, mais ao fundo. Essas impressões iniciais se apresentam como um dos primeiros termos apresentados pelo autor: a apropriação do espaço, onde o tipo de ocupação revela um pouco do seu caráter de uso, nesse caso, os setores residenciais e suas unidades urbanas. Nos dois próximos tópicos, território ocupado e apropriação prelo movimento, o autor disccore sobre o uso por essas ocupações bem como as atividades que ali acontecem, exemplificando como locais de transição existem para cumprir seus propósitos funcionais, se realizando com o fluxo de pessoas que passam, por exemplo, em direção à igrejas. Sobre privilégio é comentado sobre como alguns locais favorecem a quem primeiro os ocupa, de forma a proporcionar, por exemplos, perspectivasúnicas pela visão de dado local. É o caso, na gleba, das construções existentes que se beneficiam da vista do lago formado pela nascente do córrego santa rita. Já o tópico Viscosidade comenta acerca de locais que propiciam a ocupação diversa, algo não visto na gleba, dado seu acesso limitado e seu caráter rural, o mesmo é o caso do Ponto focal, caso em que, em meio a vegetação, o único elemento em destaque é a antena de sinal telefônico postada no Bairro Porto Seguro. A seguir, o autor comenta muito sobre a noção humana de enclausuramento e agorofobia, discutindo os tópicos de Paisagem interior e compartimento exterior, compartimentos e recintos exteriores, edifícios barreira e até Espaço Intangível. Todos esses levantam discussões sobre a delimitação do espaço - dimensões e limites físicos criados por nós a fim de experienciar o “entre” lugares, ou “em” lugares, ou mesmo “fora” dos lugares. Esses tópicos prolongam sua discussão nas próximas partes do texto: Além, Aqui & Além, focalização, entrelaçamento, entre outros, até chegar aos tópicos que tratam mais da visão como principal agente na nossa percepção espacial. O texto se prolonga em mais páginas em que o autor discorre sobre cada um dos tópicos exemplificados, provendo estudos de caso com imagens e textos que explicam a relação humana com o estar no mundo.
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