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1 Escola Comunitária Fraternidade – Pemba Disciplina de Biologia 12ª Classe Tema: Sistemas Reprodutores Discente: Docente: Aua Momade Alide Fernando Justa Paulo Madalena I.J. Chilave Mariamo Amir Ussene Cassimo Pemba Setembro 2021 2 Escola Comunitária Fraternidade - Pemba Disciplina de Biologia 12ª Classe Tema: Sistemas Reprodutores Trabalho de caracter avaliativo, recomendado pelo docente da disciplina de Biologia, a ser entregue e apresentado. Discente: Docente: Aua Momade Alide Fernando Justa Paulo Madalena I.J. Chilave Mariamo Amir Ussene Cassimo Pemba Setembro 2021 3 Índice Introdução ........................................................................................................................... 5 Comparação Dos Aparelhos Genitais Dos Invertebrados (Hidra e Planaria) ..................... 6 Reproducao das planarias ................................................................................................... 6 Repruducao das hidras ........................................................................................................ 7 Reprodução assexuada ........................................................................................................ 7 Reprodução sexuada ........................................................................................................... 7 Comparação Dos Aparelhos Genitais Dos Vertebrados ..................................................... 8 Sistema Reprodutor Do Homem ....................................................................................... 10 Sistema reprodutor masculino........................................................................................... 10 Sistema reprodutor feminino............................................................................................. 12 Hormônios e o ciclo menstrual ......................................................................................... 14 Gravidez precoce (na adolescência): causas e consequências .......................................... 16 Principais consequências da gravidez precoce ................................................................. 16 Causas da gravidez precoce .............................................................................................. 17 O que fazer em caso de gravidez na adolescência ............................................................ 18 Métodos anticoncepcionais ............................................................................................... 18 Métodos De Barreira ......................................................................................................... 18 Métodos de barreira que previnem ists ............................................................................. 18 Outros Métodos De Barreira ............................................................................................. 19 Métodos Hormonais .......................................................................................................... 20 Fisiologia do Parto ............................................................................................................ 21 Qual é a diferença entre parto e trabalho de parto? .......................................................... 21 Fatores que atuam no trabalho de parto ............................................................................ 21 Fases ou estágios do trabalho de parto .............................................................................. 22 Dilatação ou apagamento do colo do útero ....................................................................... 22 4 Expulsão ou parto do feto ................................................................................................. 24 Estágio da placenta ........................................................................................................... 25 Período de Greenberg ....................................................................................................... 25 Conclusão .......................................................................................................................... 27 Bibliografia ....................................................................................................................... 28 5 Introdução No presente trabalho, iremos comparar os aparelhos genitais dos vertebrados inclusive os aparelhos reprodutores do Homem. Antes porem dizer que é através da reprodução que são gerados os novos indivíduos como forma de substituir os que morrem. Chama-se reprodução à função que garante a transmissão da vida de geração em geração. 6 Comparação Dos Aparelhos Genitais Dos Invertebrados (Hidra e Planaria) Reprodução das planarias A reprodução das planárias pode se dar de maneira assexuada através de fissão transversal ou sexuadamente pela reprodução cruzada. A reprodução assexuada por fissão transversal ocorre de maneira simples e frequente. Em determinada época o animal apenas se parte, em geral, atrás da boca e a separação é dependente da locomoção. A parte posterior do animal se fixa ao substrato enquanto que a metade anterior continua a mover-se para frente até que o verme repentinamente se quebra em dois. Cada parte se regenera e forma dois indivíduos novos e pequenos. A reprodução sexuada se dá de maneira cruzada entre dois indivíduos. Mesmo sendo hermafrodita, a autofecundação é muito difícil. Quando dois vermes se encontram as extremidades anteriores se entrelaçam e ocorre a introdução recíproca do pênis. Sempre um dos vermes fica com o dorso voltado para o substrato. Após a introdução do pênis, os animais permanecem imóveis nesta posição por aproximadamente 40 – 50 minutos (já foi observado uma cópula com até 2 horas de duração em exemplares grandes). Após algum tempo após a cópula (de 5 a 49 dias) ocorre a postura dos casulos que são envoltos em uma espuma branca que os prende ao substrato. A eclosão dos casulos se dá em tempo variável, em torno de 18 a 43 dias (em média 29 dias) dependendo da umidade e da temperatura. Nascem indivíduos com aproximadamente 0,3 a 0,4 cm de comprimento. https://www.coladaweb.com/biologia/desenvolvimento/reproducao-assexuada 7 Reprodução das hidras Reprodução assexuada A reprodução assexuada em hidras pardas ou verdes é, em geral, feita por brotamento. Brotos laterais, em várias fases de crescimento, são comumente vistos ligados à hidra-mãe e dela logo se destacam. Esse processo de multiplicação, em que não ocorre variabilidade genética, é propício nos ambientes estáveis e em épocas favoráveis do ano, em que as hidras estão bem alimentadas. Reprodução sexuada A hidra é hermafrodita. Alguns testículos e apenas um ovário são formados, principalmente em épocas desfavoráveis do ano, a partir de células indiferenciadas existentes no corpo. 8 O único óvulo produzido é retirado do ovário. Os espermatozoides são liberados na água e vão a procura do óvulo. A fecundação ocorre no corpo da hidra. O zigoto formado é circundado por uma espessa camada quitinosa (de consistência semelhante ao esqueleto de quitina dos insetos) e, após certo tempo de desenvolvimento, o embrião, envolto pela casca protetora, destaca-se do corpo da hidra e permanece dentro da casca durante toda a época desfavorável. Com a chegada da estação favorável, rompe-se a casca e emerge uma pequena hidra quecresce até atingir a fase adulta. Não há larva. O desenvolvimento é direto. Comparação Dos Aparelhos Genitais Dos Vertebrados Nos vertebrados machos, os testículos (gônadas) são constituídos por tubos em forma de novelos, local em que se formam os espermatozoides. Nos peixes e nos anfíbios, os espermatozoides são transportados para o exterior dos testículos por um canal que desemboca no canal de Wolff. O canal de Wolff tem uma dupla função, a de conduzir tanto a urina como os espermatozoides. Nos répteis, aves e mamíferos, o canal de Wolff atua apenas como condutor de espermatozoides formando o canal deferente. Os testículos localizam-se geralmente numa prega de pele chamada saco escrotal. Nas fêmeas, os ovários não desembocam no canal de Wolff. Os óvulos são conduzidos para o exterior do corpo através dos canais de Muller. Perto dos ovários, a extremidade dos canais de Muller apresenta-se larga e com cílios, para receber os óvulos depois da ovulação. Nos peixes e nos anfíbios, o canal de Muller não apresenta regiões diferenciadas, enquanto que nos répteis, aves e mamíferos, este apresenta regiões com funções especificas, nomeadamente, trompas de Falópio, útero e vagina. Em alguns animais inferiores, incluindo alguns mamíferos primitivos, os canais urinários, os canais reprodutores e o tubo digestivo, 9 desembocam na cloaca, uma câmara que abre para o exterior através do Ânus. Nos mamíferos superiores, os canais urinários e reprodutores estão separados do tubo digestivo e formam o seio urogenital. Este encontra-se em posição ventral, enquanto o ânus, constituinte do tubo digestivo, localiza-se dorsalmente. Seguidamente, representam-se os sistemas urogenitais masculinos e femininos de diferentes vertebrados. Os vertebrados são animais dioicos. A fecundação pode ser externa (na maioria dos peixes e dos anfíbios) ou interna nos répteis, nas aves e nos mamíferos. O desenvolvimento pode ser direto na maioria dos vertebrados ou indireto nos anfíbios e alguns ágnatas. 10 Sistema Reprodutor Do Homem Sistema reprodutor masculino Apesar do aparelho reprodutor da fêmea ser diferente do aparelho do macho, a organização geral de ambos é parecida. Tanto no individuo feminino como no masculino os principais órgãos constituintes são: • As gônadas: que produzem as gametas; • As vias genitais: que permite a deslocação e a sobrevivência das gametas; • Os órgãos sexuais externos: que são necessários para que o ato sexual aconteça. A função principal do aparelho reprodutor masculino é a produção dos gametas masculinos. No entanto, o homem ao contrário da mulher, possui algumas glândulas anexas ao seu aparelho reprodutor. Para garantir esta função, o aparelho reprodutor masculino, é constituído por: • Duas gônadas: os testículos; • Vias genitais: o epidídimo, os canais deferentes e a uretra; • Órgão sexual externo: o pênis • Glândulas anexas: a próstata e as vesículas seminais 11 As gônadas do aparelho reprodutor masculino são formadas por dois testículos. Os testículos são glândulas endócrinas que têm a forma ovalada com cerca de 4 a 5cm de diâmetro. Estes situam-se dentro de uma bola – o escroto. Em cada testículo são produzidos os gametas masculinos (os espermatozoides) e as hormonas sexuais. Os testículos humanos, por estarem localizados no escroto permanecem a uma temperatura cerca de 2 a 3°C abaixo da temperatura corporal, o que é necessário para que os gametas masculinos sejam formados normalmente e se mantenham com a vitalidade desejável. As vias genitais são os canais por onde as gametas se deslocam. Os tubos longos e finos que constituem os testículos comunicam com o epidídimo. O epidídimo é uma estrutura de aspeto esponjoso e localiza-se na região superior de cada um dos testículos. É o local onde os gametas masculinos recém-formados terminam a sua maturação e ficam amarrados até a sua eliminação durante o ato sexual. Os gametas masculinos saem do epidídimo para os canais deferentes. Estes canais são dois tubos musculosos, longos e muito enrolados que sobem para o abdômen contornando a bexiga urinaria. Sob a bexiga, os canais deferentes provenientes de cada testículo fundem-se num tubo único, que desemboca na uretra. 12 A uretra, portanto, é um tubo comum aos aparelhos reprodutor e urinário do homem. O pênis é o órgão sexual externo. Tem uma forma cilíndrica e está suspenso na parte baixa do abdômen. Pode variar do seu tamanho de homem para homem. A região anterior do pênis forma a glande (a cabeça do pênis), onde a pele é fina e apresenta muitas terminações nervosas, o que determina grande sensibilidade à estimulação sexual. A glande é recoberta por uma por uma prega protetora da pele chamada prepúcio, às vezes removida cirurgicamente (intervenção designada por circuncisão). O pênis é o órgão que permite o ato sexual, durante o qual lança na vagina os gametas masculinos. As glândulas anexas não fazem parte do aparelho reprodutor masculino, mas desempenham um papel importante na produção de substâncias especificas que tornam o esperma mais fluido, facilitando a viagem dos gametas masculinos. O homem possui algumas glândulas anexas ao seu sistema reprodutor – a próstata e as vesículas seminais. A próstata, localiza-se sob a bexiga urinária, é a maior glândula anexa do aparelho reprodutor masculino. As vesículas seminais são duas glândulas localizadas atrás e sob a bexiga urinária. Cada uma dessas glândulas produz secreções cuja principal função é manter os gametas masculinos vivos. As secreções das glândulas anexas e os gametas masculinos formam um conjunto chamado Esperma. Sistema reprodutor feminino Uma das funções principais do aparelho reprodutor feminino é a produção dos gametas femininos (óvulos). Além desta função, este aparelho fornece um local apropriado para a ocorrência da fecundação (união das gametas masculinos e femininos), permite a implantação e desenvolvimento do novo ser e executa a atividade motora o suficiente para expelir (expulsar) o novo individuo durante o nascimento. Para realizar estas funções, o aparelho reprodutor feminino é constituído por: • Duas gônadas: os ovários; • Vias genitais: trompas, útero e vagina; • Órgão sexual externo: a vulva 13 As gônadas do aparelho reprodutor feminino são formadas por dois ovários. Os ovários são glândulas endócrinas que têm a forma e o tamanho de uma pequena amêndoa, situadas no abdômen. A sua função é a de produzir os gametas femininos e as hormonas sexuais. As vias genitais são canais por onde as gametas se deslocam. As trompas têm cerca de 10cm de comprimento. Cada trompa possui duas extremidades: uma é mais larga, com muitas franjas e rodeia o ovário. Esta estrutura é chamada pavilhão de trompa e tem e tem a função de receber o gameta feminino liberto pelo ovário. A outra extremidade, que é designada como oviduto, que é responsável por impelir (transportar) o gameta feminino até ao útero. O útero é um órgão musculoso e oco, de tamanho e forma aproximados ao de uma pera. É neste órgão que o novo ser se desenvolve em caso de gravidez. O útero comunica através de uma abertura estreita chamada colo do útero com a vagina, uma conduta larga que comunica com o exterior. A vagina é o canal de passagem entre o colo do útero e os órgãos externos (vulva) do aparelho reprodutor feminino. Normalmente, a vagina mede de 7 a 9cm. Até à primeira relação sexual, a entrada da vagina é parcialmente recoberta por uma fina membrana, o hímen. Durante o parto a vagina aumenta de tamanho, ficando várias vezes maior que o seu tamanho normal. A vulva é o órgão que permite por um lado, o ato sexual, por outro lado, em caso de gravidez, a saída do bebe durante o parto. É composta pelos pequenos e grandes lábios e o clitóris. Os lábios são dobras da pele, protegendo a abertura da uretra e da vagina.O clitóris é um órgão de grande sensibilidade, de aproximadamente 1 a 2cm, e importante no ato sexual. 14 Hormônios e o ciclo menstrual O ciclo menstrual ou ciclo reprodutor feminino é um processo pelo qual o corpo da mulher se prepara para uma possível gravidez. No sistema genital feminino, os ovários são estimulados por um hormônio produzido pela placenta, chamado de gonadotrofina coriônica humana (HCG), e começam a funcionar ainda na fase embrionária. O HCG é um hormônio muito semelhante ao hormônio luteinizante (LH). Ao nascer, uma mulher possui aproximadamente um milhão de folículos primários, também chamados de primordiais, em cada ovário. A maioria desses folículos se degenera e a mulher chega à puberdade com cerca de 400 mil folículos em cada ovário. É na puberdade que a menina começa a produzir os principais hormônios sexuais femininos, que são o estrógeno e a progesterona. O estrógeno é produzido nas células do folículo ovariano em desenvolvimento, e ele é o responsável pelo aparecimento das características sexuais secundárias na mulher, como aparecimento das mamas, alargamento dos quadris, distribuição de pelos pelo corpo, etc. O estrógeno também induz o amadurecimento dos órgãos genitais, além de promover o impulso sexual. A progesterona é outro hormônio sexual feminino que é produzido principalmente pelo corpo amarelo, também chamado de corpo lúteo do ovário. Esse hormônio estimula o desenvolvimento dos vasos sanguíneos e das glândulas do endométrio, tornando-o espesso e preparando o útero para receber o embrião. A partir do momento que a menina começa a produzir esses hormônios sexuais, uma vez por mês ela irá ovular, dando início ao seu ciclo menstrual, que ocorrerá a cada 28 dias aproximadamente. O ovário, no momento da ovulação, lança um ovócito secundário ao mesmo tempo em que o útero se prepara para receber o embrião. Caso ocorra a fecundação do ovócito 15 secundário, o embrião se implantará no útero e se desenvolverá, caso contrário, ele se degenera e é eliminado juntamente com a parede interna do útero, em um processo chamado de menstruação. Todos esses processos que ocorrem tanto no útero quanto no ovário são controlados pelos hormônios FSH (hormônio folículo-estimulante) e LH (hormônio luteinizante). A menstruação ocorre quando as taxas de todos os hormônios ficam muito baixas no sangue da mulher, e marca o início de um ciclo menstrual. Para fins didáticos, iremos dividir o ciclo menstrual em três fases, a fase proliferativa, a fase de secreção e a fase menstrual. Na fase proliferativa, também chamada de fase folicular, o folículo cresce e se prepara para a ovulação. Esse crescimento é estimulado pelo hormônio FSH, e à medida que o folículo cresce, começa a produzir estrógenos, um grupo de hormônios que estimulam o desenvolvimento do endométrio. Nesse processo, vários folículos são estimulados, mas apenas um deles termina o crescimento, acumulando líquido em seu interior e transformando-se em folículo maduro ou folículo de Graaf. Ao atingir um determinado nível no sangue, o estrógeno começa a estimular a hipófise a liberar grandes quantidades de LH e FSH, que irão induzir a ovulação, que geralmente ocorre no décimo quarto dia após o início do ciclo menstrual. Na fase secretória, também conhecida como fase lútea, o LH estimula as células do folículo ovariano rompido a se transformarem em corpo amarelo, também chamado de corpo lúteo. É no corpo lúteo que ocorrerá a produção de estrógeno e progesterona. Caso não ocorra a fecundação do ovócito secundário, ocorrerá a fase menstrual. Nessa fase, o corpo lúteo se degenera, parando de produzir progesterona e estrógeno. A queda na produção desses hormônios faz com que o útero sofra descamação, ocorrendo a menstruação, que pode durar de três a sete dias, dependendo da mulher e de suas condições fisiológicas. Essa queda nas taxas de progesterona e estrógeno faz com que a hipófise volte a produzir FSH, reiniciando um novo ciclo menstrual. A primeira menstruação ocorre na puberdade e a chamamos de menarca. Após os 50 anos de idade a produção de hormônios sexuais femininos declina, a ovulação e os ciclos menstruais se tornam irregulares até cessarem completamente. Nessa fase, conhecida como menopausa, não há mais atividade reprodutiva no corpo da mulher. 16 Gravidez precoce (na adolescência): causas e consequências A Organização Mundial de Saúde considera gravidez precoce sempre que a menina engravida antes dos 19 anos, sendo que a maioria dos casos acontece entre os 15 e os 19 anos. A gravidez precoce geralmente se deve à cultura, ao baixo nível econômico e à dificuldade de acesso a métodos contracetivos. A gravidez numa fase precoce da vida, como a adolescência, pode resultar em diversas consequências tanto para a gestante quanto para o bebê, como depressão durante e após a gravidez, parto prematuro e aumento da pressão arterial. Principais consequências da gravidez precoce A gravidez precoce pode gerar várias consequências tanto para a mãe quanto para o bebê, podendo ter impactos físicos, psicológicos e socioeconômicos: • Consequências físicas Devido ao fato da mulher não estar totalmente pronta fisicamente para uma gestação, há maior chance de parto prematuro, rompimento precoce da bolsa e aborto espontâneo, por exemplo. 17 Além disso, é possível que ocorra diminuição do peso, anemia e alterações no processo de formação dos vasos sanguíneos da placenta, podendo resultar em aumento da pressão arterial, cuja situação recebe o nome de pré-eclâmpsia. • Consequências psicológicas A maior parte das meninas que se encontram em uma gestação precoce não estão preparadas emocionalmente para serem mães, por isso é comum o desenvolvimento de depressão, tanto durante a gravidez, como no pós-parto. Pode ainda acontecer diminuição da autoestima e problemas afetivos entre a mãe o bebê. • Consequências socioeconômicas É muito comum que durante e após a gravidez a mulher precise abandonar os estudos ou o trabalho, pois pode ser difícil conciliar as duas coisas, além de sofrerem imensa pressão da sociedade, muitas vezes, da própria família em relação ao casamento e ao fato de estar grávida ainda na adolescência. Além disso, estar grávida é muitas vezes considerado um motivo para empresas não contratarem, pois tende a representar um maior gasto para a empresa, uma vez que dentro de alguns meses entrará em licença maternidade. • Consequências para o bebê O fato da mulher não estar preparada fisicamente e emocionalmente pode aumentar as chances de parto prematuro, do nascimento com baixo peso e, até mesmo, do risco de alterações no desenvolvimento da criança. Devido a todas as implicações que a gravidez precoce pode provocar, este tipo de gestação é considerado uma gravidez de alto risco e deve ser acompanhada por profissionais de saúde qualificados para evitar ou diminuir o impacto das consequências. Causas da gravidez precoce As principais causas da gravidez precoce devem-se a vários fatores diferentes, mas podem incluir: • Primeira menstruação muito cedo; • Desinformação sobre gravidez e métodos contracetivos; 18 • Baixo nível financeiro e social; • Famílias com outros casos de gravidez precoce; • Conflitos e mau ambiente familiar. A gravidez precoce pode acontecer em qualquer classe social, mas é mais frequente nas famílias de baixa renda, já que muitas vezes as jovens, devido a falta de objetivos ou incentivos da família em relação aos estudos, passa a acreditar que ter um filho representa um projeto de vida. O que fazer em caso de gravidez na adolescência Em caso de gravidez precoce, o que a jovem pode fazer é marcar uma consulta médica para iniciar o pré-natal e contar a sua família para obter o apoio necessário. Médicos psicólogos e obstetras, assim como enfermeiro e assistente social devem ser informadospara que haja uma correta vigilância pré-natal para reduzir as complicações na mãe e no bebê. Este tipo de acompanhamento também ajuda a evitar uma nova gravidez na adolescência e a incentivar a jovem mãe a voltar à escola. Métodos anticoncecionais Atualmente, existem diversos métodos contracetivos disponíveis para evitar uma gravidez indesejada e até mesmo infeções sexualmente transmissíveis (IST). Os mais modernos e populares são a pílula e a camisinha, porém há outras opções. Eles são classificados por: métodos de barreira e métodos hormonais. Métodos De Barreira Os métodos de barreira são removíveis, que evitam a entrada do esperma no útero. Esses contracetivos são indicados às mulheres que não podem tomar algum tipo de hormônio ou que desejam proteção de ISTs. São eles: Métodos de barreira que previnem ISTs • Preservativo masculino: popularmente conhecido como camisinha, é um contracetivo utilizado no pênis, para recolher o esperma, impedindo-o de entrar no corpo da mulher. A camisinha é descartável e o material do preservativo é composto por látex ou poliuretano. Além de prevenir uma gravidez indesejada, previne também contra doenças sexualmente transmissíveis (DST). 19 • Preservativo feminino: conhecido também como “camisinha feminina” é um contracetivo inserido na vagina antes da penetração do pênis, para impedir a entrada do esperma no útero. O preservativo é pré-lubrificado com silicone, porém, outros lubrificantes, à base de água ou óleo, podem ser usados, para melhorar o desconforto e o ruído que o preservativo feminino pode causar. Esse método contracetivo também reduz o risco de contrair doenças sexualmente transmissíveis (DST). Outros Métodos De Barreira • Diafragma: é um contracetivo composto por uma membrana de silicone, em forma de cúpula, envolvido por um anel flexível. Existem diafragmas de vários tamanhos, podendo variar entre 50 mm a 105 mm. O diafragma é inserido na vagina antes da relação sexual, impedindo a entrada do esperma no útero. É recomendável que o diafragma seja utilizado junto a um creme ou geleia espermicida, para oferecer maior lubrificação e também para aumentar a eficácia contracetiva. O diafragma deve permanecer no lugar durante seis a oito horas depois do coito para poder evitar a gravidez, mas deve ser removido dentro de 24 horas. • Espermicidas: são substâncias químicas em forma de geleia, creme, comprimido, tablete ou espumas, que devem ser colocadas na vagina 15 minutos antes da relação sexual. Os espermicidas servem como barreira para impedir o contato dos espermatozoides com o útero. Usados isoladamente, os espermicidas não oferecem grande eficácia, mas associados a outros métodos de barreira, como o diafragma, são úteis e oferecem mais proteção. Em algumas mulheres, a substância pode provocar reações alérgicas. • Dispositivo Intrauterino (DIU): é um método anticoncecional constituído por um aparelho pequeno e flexível que é inserido dentro do útero. Ele só pode ser utilizado em pacientes saudáveis e que apresentem exames ginecológicos normais; ausência de vaginites, tumores pélvicos, doença inflamatória pélvica (DIP), etc. Existem vários modelos de DIU e é um contracetivo que deve ser colocado por um profissional da saúde. 20 Métodos Hormonais Os métodos hormonais servem para controlar ou interromper a ovulação, evitando a gravidez, mas não previnem contra doenças sexualmente transmissíveis (DST). • Pílula contracetiva oral combinada: ou simplesmente pílula, como é conhecida popularmente, é um método contracetivo composto por diferentes tipos de hormônios, que servem para inibir a ovulação e evitar a gravidez. O uso de pílulas anticoncecionais não é recomendado para mulheres fumantes, ou com pressão arterial elevada, histórico de câncer de mama, fígado, ou câncer endometrial. O melhor tipo de pílula para cada paciente deve ser indicado por um ginecologista. • Contracetivo hormonal injetável: esse método contracetivo é feito com uma injeção de hormônios, que é administrada uma vez por mês ou a cada três meses, dependendo do tipo de contracetivo injetável. Esse método é muito eficaz para evitar gravidez. • Anel vaginal: é um anel fino e flexível e deve ser colocado na vagina, durante três semanas. Na quarta semana, o anel vaginal deve ser removido e, assim, reinserir um novo anel depois de sete dias de pausa. O diâmetro externo é de 54 mm e a espessura é de 4 mm. O anel vaginal contém hormônios como estrogênio e progesterona, que são absorvidos para a circulação e levam à inibição da ovulação. Sua indicação e uso devem ser feitos com o acompanhamento de um ginecologista. Esse método contracetivo não pode ser utilizado por mulheres que apresentem histórico de coágulos de sangue, derrame ou ataque cardíaco, ou algum tipo de câncer. • Adesivos cutâneos com hormônios: são pequenos selos que contêm estrogênio e progesterona. Esses dois hormônios são absorvidos pela pele e vão diretamente para a circulação sistêmica. Os adesivos devem ser usados por 21 dias, seguido de pausa de sete dias. Os benefícios, eficácia e contraindicações são as mesmas para os anéis vaginais e as pílulas. 21 Fisiologia do Parto Qual é a diferença entre parto e trabalho de parto? A princípio, é importante compreender que parto e trabalho de parto (TDP), embora sejam fenômenos intrínsecos, não são sinônimos. O parto consiste em um processo global no qual o feto, a placenta e as membranas fetais são expulsos do trato reprodutor materno. Já o trabalho de parto refere-se às subsequentes contrações uterinas, que dilatam o colo uterino, de modo a facilitar a saída do feto e da placenta do útero. Pensando no potencial comprometimento do fluxo uteroplacentário decorrente dessas contrações, é essencial que elas aconteçam em pulsos, a fim de permitir a sobrevivência fetal. Fatores que atuam no trabalho de parto Os fatores preparatórios para o trabalho de parto geralmente começam a atuar entre 34 e 38 semanas gestacionais. Embora ainda existam incertezas quanto aos desencadeadores do TDP, sabe-se que diversos hormônios agem direta ou indiretamente como pontapé inicial desse mecanismo fisiológico. Um dos fatores responsáveis por estimular as contrações uterinas na mãe é uma cadeia de produção de hormônios fetais (Figura 1). Inicialmente, o hormônio liberador de corticotrofina (CRH placentário) é secretado pelo hipotálamo do feto. Em seguida, esse hormônio ativa a produção de adrenocorticotrofina (ACTH) pela hipófise. Por sua vez, o ACTH estimula a secreção de cortisol pelo córtex da suprarrenal. Finalmente, o cortisol participa na síntese de estrógenos. Assim, a contração do útero dá-se pela atuação de esteroides. 22 Além disso, a hipófise posterior do feto secreta ocitocina, que (1) estimula contrações peristálticas na musculatura lisa uterina e (2) induz a liberação de prostaglandinas pela decídua. Enfim, as prostaglandinas sensibilizam as células do miométrio – ao provocar-lhes contratilidade – à ocitocina. Ainda há a atuação considerável dos estrogênios na contratilidade do miométrio e na secreção tanto de ocitocina quanto de prostaglandinas. Portanto, pode-se dizer que a atividade da ocitocina é um fator de grande importância para o trabalho de parto. Fases ou estágios do trabalho de parto Define-se o início do trabalho de parto a partir da entrada da paciente ao centro obstétrico, com dilatação cervical entre 3 e 4cm, contrações significantes e membranas fetais íntegras. O processo, conforme já dito, caracteriza-se por contrações uterinas sequenciais, que tendem a modificar a configuração plástica do colo do útero e a descida da apresentação fetal. Clinicamente, divide-se o parto propriamente dito em quatro fases ou estágios principais: • Dilatação ou apagamento do colo do útero Nessa fase, inicia-se a dilatação progressiva do colo uterinoaté a cérvice expandir-se totalmente. A mulher sente dolorosas contrações rítmicas que vêm, primeiramente, a cada 30 minutos e, depois, a cada 10 minutos. O saco amniótico é comprimido contra o canal cervical, contribuindo parcialmente para a formação da “bolsa d’água”, de modo que ambos passam a exercer pressão para dilatar as porções baixas do útero. No entanto, se as membranas fetais estiverem rompidas, a pressão é efetuada pela parte “exposta” do feto (normalmente a cabeça). 23 Além disso, é possível realizar divisões funcionais do trabalho de parto em função do tempo, conforme descrito em gráfico por Friedman. Na primeira parte desse gráfico, há a divisão preparatória ou de aceleração, momento no qual se iniciam mudanças plásticas no colo uterino. Em seguida, tem-se a desaceleração máxima ou dilatação rápida, quando a dilatação vai de 3 a 9cm. Por fim, ocorre a desaceleração ou divisão pélvica, anterior à dilatação completa. Também é comum separar o padrão de dilatação em fase latente (preparação) e fase ativa (dilatação) – esta última contém as fases de aceleração, de dilatação rápida e de desaceleração. Fase latente Caracterizada por contrações uterinas regulares e percetíveis, mas pouco dolorosas, responsáveis pela dilatação de 3 a 5cm. Caso essa fase estenda-se por mais de 20 horas (primíparas) ou 14 horas (multípara), diz-se que houve prolongamento anormal das contrações. Fase ativa A partir desse momento, as contrações tornam-se dolorosas, pois a frequência e intensidade aumentam progressivamente no intuito de promover a rápida dilatação do colo uterino. Costuma durar de 2,4 a 5,2 horas em multíparas e de 4,6 a 11,7 horas em primíparas. 24 • Expulsão ou parto do feto Esse estágio refere-se à expulsão do bebê, processo iniciado a partir da dilatação completa do colo uterino (cerca de 10cm). Embora as contrações tenham significativa relevância nessa segunda etapa, a principal força vem, na realidade, dos músculos abdominais e do diafragma, que elevam a pressão intra-abdominal. Após passar pelo colo e pela vagina – distendida pela impulsão fetal – o feto sai do corpo da mãe e é denominado, então, recém-nascido (RN) ou neonato. A saída do feto evolui com a descida do polo cefálico e esta, por sua vez, é dividida em duas fases: (1) pélvica e (2) perineal. Enquanto em (1) a apresentação fetal está acima do plano +3 de DeLee; em (2), a apresentação está abaixo do plano +3 de DeLee. Para as mulheres primíparas, a expulsão dura cerca de 50 minutos; já para as mulheres multíparas, cerca de 20 minutos. 25 • Estágio da placenta Essa fase começa a partir do nascimento do RN e é encerrada pela expulsão da placenta e das membranas fetais. Tais elementos são expelidos, após a expulsão do feto, graças às contrações uterinas restauradas e à pressão intra-abdominal aumentada. Quando o estágio da placenta dura mais de 60 minutos, ocorre a placenta retida, visto que normalmente – em cerca de 90% dos casos – essa fase dura apenas 15 minutos. Nesse período do trabalho de parto, podem acontecer dois tipos distintos de dequitação: (1) de Baudelocque-Schultze ou central, quando a placenta estava inserida posteriormente ao fundo do útero ou (2) de Baudelocque-Duncan ou periférica, quando a placenta estava inserida na parede lateral do útero. No primeiro mecanismo, predominante, a exteriorização da face placentária fetal é seguida pela eliminação do coágulo (hematoma retro placentário). Porém, em situações mais raras, o sangramento – devido ao descolamento pela face materna – é seguido da exteriorização placentária. Em ambos os casos, é comum que ocorra perda sanguínea de até 500mL. • Período de Greenberg Após a dequitação, sucede esse estágio, conhecido pela retração uterina e pela formação de coágulos fisiológicos. Esses coágulos impedem as grandes hemorragias e são dependentes da contração uterina, do miotamponamento e do trombotamponamento. 26 Assim, espera-se que, dentro de 1 hora após o parto, o útero adquira maior tônus, entrando na fase de contração uterina fixa que atua na manutenção da hemostasia uterina. Entretanto, quando o trabalho de parto é prolongado ou abrupto, a hemostasia uterina pode ser comprometida, levando a perdas sanguíneas significativas. Isso porque, nessa situação de desequilíbrio, os períodos de contração e relaxamento miometrial (fase de indiferença miouterina) são prolongados, de maneira que alimentam a perda sanguínea. 27 Conclusão O trabalho permitiu-nos concluir que para assegurar a continuidade da vida (ou da existência das espécies) todos seres vivos têm de se reproduzir, e no caso dos vertebrados, por meio dos aparelhos reprodutores masculino e feminino. E que se os seres vivos não deixassem descendentes, as diferentes espécies desapareceriam, acabando com a vida no planeta. 28 Bibliografia MANJATE, AMÁLIA, M., ROMBE, CLARA, M., Pré-universitário - Biologia 12, 1ª Ed., Maputo, Longman Moçambique, Lda., 2010. "Reprodução dos Cnidários" em Só Biologia. Virtuous Tecnologia da Informação, 2008- 2021. Consultado em 12/09/2021 às 10:41. Disponível na Internet em https://www.sobiologia.com.br/conteudos/Reinos2/biocnidario2.php https://www.coladaweb.com/biologia/animais/planaria MORAES, Paula Louredo. "Hormônios e o ciclo menstrual"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/biologia/fisiologia-feminino.htm. Acesso em 12 de setembro de 2021. https://www.tuasaude.com/gravidez-precoce/ https://www.pfizer.com.br/noticias/ultimas-noticias/metodos-contraceptivos-vantagens-e- desvantagens https://www.sanarmed.com/fases-do-trabalho-de-parto-colunistas https://www.sobiologia.com.br/conteudos/Reinos2/biocnidario2.php https://www.coladaweb.com/biologia/animais/planaria https://www.tuasaude.com/gravidez-precoce/ https://www.pfizer.com.br/noticias/ultimas-noticias/metodos-contraceptivos-vantagens-e-desvantagens https://www.pfizer.com.br/noticias/ultimas-noticias/metodos-contraceptivos-vantagens-e-desvantagens https://www.sanarmed.com/fases-do-trabalho-de-parto-colunistas
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