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Planejamento Tributário

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PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO 
 
 
 
 
OS TRIBUTOS E SEUS REFLEXOS NAS 
ORGANIZAÇÕES 
 
 
 
PARTE GERAL – Introdução ao Estudo dos 
Tributos 
 
 
 
 
 
 
PROFESSORES: HEMERSON FERREIRA DOS SANTOS e 
 MANUEL GOMES DA SILVA 
 
 
 
 
 
2010/01 
 
 
 
 
DEPARTAMENTO DE 
ADMINISTRAÇÃO 
PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO 
 
 
 
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Elaboração: 
 
 
 
 
 
Prof. Hemerson Ferreira dos Santos, MSc. 
Graduado em Direito (UFG/90), especialista em Administração Tributária (UCG-90), Mestre 
em Engenharia da Produção (UFSC/03), Auditor Fiscal da Receita Estadual (da SEFAZ/GO, 
desde 1976) e Professor de Planejamento Tributário da UCG (desde 1996). 
 
 
 
Prof. Manuel Gomes da Silva, MSc. 
Graduado em Matemática (CEUB/1981), Especialista em Administração Tributária 
(ESAF/1988),Mestre em Engenharia de Produção (UFSC/2002), Auditor Fiscal da Receita 
Estadual (1976) e Professor de Planejamento Tributário da UCG (desde 1989) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Goiânia, fevereiro de 2010. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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PLANO DE ENSINO DA DISCIPLINA 
 
DISCIPLINA: PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO 
CRÉDITOS: 04 - CARGA HORÁRIA: 72 HORAS/AULA 
ANO LETIVO: 2010/01 
Professores: Hemerson Ferreira dos Santos e 
Manuel Gomes da Silva 
 
1 – Ementa: 
Princípios Constitucionais Tributários - Legislação Tributária - Espécies Tributárias - Reflexos dos 
tributos nas organizações, com ênfase na identificação de opções de procedimentos lícitos mais 
econômicos. 
 
2 – Objetivo: 
Dotar os alunos de conhecimento básico do Direito Tributário e das peculiaridades de cada um 
dos tributos componentes do Sistema Tributário Brasileiro, notadamente dos impostos, de forma a 
capacitá-los a identificar as diversas opções de procedimentos passíveis de serem adotados pelas 
organizações, visando à economia de tributos. 
 
3 – Metodologia: 
A disciplina será desenvolvida de forma que cada aluno tenha condições de formular seus 
próprios conceitos a respeito dos assuntos abordados, caracterizando a agregação do 
conhecimento adquirido à sua formação, em busca da excelência do futuro profissional de 
Administração. Nessa premissa, serão utilizados os seguintes métodos: 
3.1) Aulas expositivas e com utilização de slides; 
3.2) Avaliação, leitura ou interpretação de textos; 
3.3) Resolução de exercícios e aplicação de estudos de caso. 
 
4 – Critérios de avaliação: 
No decorrer do desenvolvimento da disciplina serão realizados dois conjuntos de avaliações, 
sendo um em cada bimestre. No primeiro será atribuída nota N1 e no segundo nota N2. As 
avaliações distribuir-se-ão da seguinte forma: 
4.1) N1 
4.1.1) Provas orais ou escritas: objetivas e/ou discursivas, com peso ≥ 70%; 
4.1.2) Trabalhos, com peso ≤ 30%; 
4.2) N2 
4.2.1) Provas orais ou escritas: objetiva e/ou discursiva, com peso ≥ 50%; 
4.2.2) Exercícios de fixação, provas adicionais, trabalhos de final de semestre ou outras atividades 
com peso ≤ 50%. 
 
As notas serão computadas em graus numéricos, de zero a dez, expressos até a primeira casa 
decimal. 
A matéria objeto de avaliação é cumulativa (abrange todo o conteúdo discutido até a data de sua 
aplicação). 
As provas serão marcadas com antecedência mínima de 08 (oito) dias de sua aplicação. 
A frequência será registrada pelo sistema de pauta (chamada), sendo obrigatória a presença do 
aluno em, pelo menos, 75% das aulas. 
 
 
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5 – Conteúdo Programático 
 
1 – Planejamento Tributário 
1.1) Conceito e aplicação; 
1.2) Elisão Fiscal e Evasão Fiscal. Exemplos. 
 
2 – Atividade Financeira do Estado 
2.1) Conceito e abrangência; 
2.2) Receitas públicas: conceito e classificação. 
 
3 – Os Tributos 
3.1) Conceito e bases da tributação 
3.2) Classificação dos tributos 
3.3) Espécies tributárias 
 
4 – Sistema Tributário Nacional 
4.1) Conceito e peculiaridades; 
4.2) Princípios gerais tributários: legalidade, anterioridade, irretroatividade, isonomia, 
progressividade, não-cumulatividade, imunidades etc. 
 
5 – Legislação Tributária 
5.1) Conceito e abrangência 
5.2) Vigência e aplicação 
5.3) Interpretação e integração 
 
6 – Obrigação Tributária 
6.1) Conceito e classificação 
6.2) Fato Gerador – FG 
6.3) Sujeito ativo da obrigação tributária 
6.4) Sujeito passivo da obrigação tributária 
6.5) Responsabilidade Tributária 
 
7 – Crédito Tributário 
7.1) Conceito 
7.2) Lançamento – constituição do CT 
7.3) Suspensão, extinção e exclusão do CT 
7.4) Garantias e privilégios do CT 
 
8 – Administração Tributária 
8.1) Conceito 
8.2) Fiscalização 
8.3) Divida Ativa Tributária 
8.4) Política de Incentivos e Benefícios Fiscais 
 
9 – Processo Administrativo Tributário 
9.1) Reclamações e recursos administrativos 
9.2) Restituição de Indébito 
 
10 – Tributos no Comércio Exterior 
10.1) Noções Básicas de Comércio Exterior 
10.2) Imposto sobre a Importação 
10.3) Imposto sobre a Exportação 
 
11 – Imposto sobre a Renda e Proventos de Qualquer Natureza – IR 
11.1 Conceitos básicos e princípios constitucionais específicos 
11.2 Fato gerador e base de cálculo 
11.3 Regimes de tributação: antecipação, exclusivamente na fonte e na declaração 
 
 
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11.4 Tributação da pessoa física (IRPF) 
11.4.1.Base de cálculo e alíquotas 
11.4.2 Deduções e abatimentos 
11.4.3 Apuração e Cálculo do imposto em diversas situações 
11.5 Tributação da pessoa jurídica IRPJ) 
11.5.1 Apuração com base no lucro real 
11.5.2 Apuração com base no lucro presumido 
11.5.3 Apuração com base no lucro arbitrado 
11.5.4 Apuração mensal, trimestral ou anual 
11.5.6 Alíquotas e os adicionais 
11.5.7.Cálculo do imposto em diversas situações 
 
12.- Contribuição Social sobre o Lucro Líquido - CSLL 
12.1 Fato gerador 
12.2 Base de cálculo 
12.3 Alíquotas 
 
13. Programa de Integração Social e Programa de Formação do Patrimônio do Servidor 
Público – PIS/PASEP 
13.1 Fato gerador 
13.2 Base de cálculo 
13.3 Alíquotas 
13.4 Cumulatividade e não-cumulatividade 
 
14 - Contribuição para Financiamento da Seguridade Social - COFINS 
14.1 Fato gerador 
14.2 Base de cálculo 
14.3 Alíquotas 
14.4 Cumulatividade e não-cumulatividade 
 
15 Imposto sobre Produtos Industrializados – IPI 
15.1 Conceitos e princípios básicos. 
15.2 Fato gerador, base de cálculo e alíquotas 
15.3 Apuração do imposto 
 
16- O Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e Serviços de 
Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação – ICMS 
16.1 Conceitos básicos e estrutura 
16.2 Princípios básicos do ICMS: não-cumulatividade, seletividade e imunidades 
16.3 Contribuintes e responsáveis 
16.4 Substituição tributaria 
16.4 Não-incidências, imunidades, isenções e outros benefícios fiscais 
16.5 Apuração do ICMS nas diversas operações com mercadorias, na importação, na prestação 
de serviço de transporte, nas transferências entre estabelecimentos da mesma pessoa, nas 
vendas fora do estabelecimento etc 
16.6 Livros e documentos fiscais 
 
17. O Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza – ISS 
17.1 Fato gerador, base de cálculo e alíquotas 
17.2 ISS em Goiânia 
 
18 – SIMPLES NACIONAL (Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições) 
18.1 Conceito e abrangência 
18.2 Alíquotas e base de cálculo 
18.3 Enquadramento, pré-requisitos e desenquadramento 
18.4 Uso das Tabelas (exercícios) 
 
 
 
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06 – BIBLIOGRAFIA: 
 
ANDRADE FILHO, Edmar Oliveira. Imposto de Renda das Empresas. 3ª Edição. Atlas, 2008; 
BALEEIRO, Aliomar. Uma Introdução à Ciência das Finanças. Rio de Janeiro: Forense, 2001; 
BASTOS, Celso Ribeiro. Curso de Direito Financeiro e de Direito Tributário. São Paulo: 
Saraiva,2006; 
BRASIL. Código Tributário Nacional (Lei 5.172, 25 de outubro de 1966), atualizado até 2009; 
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil (1988), atualizada até 2009; 
CASSONE, Vitório. Direito Tributário. 16ª Edição. São Paulo: Atlas, 2008. 
FABRETTI, Láudio Camargo. Contabilidade Tributária. 9ª Edição, Atlas, 2005. 
FABRETTI, Láudio Camargo. Direito Tributário para os cursos de Administraçãoe Ciências 
Contábeis. 4ª Edição. São Paulo: Atlas, 2005. 
FABRETTI, Láudio Camargo. Direito Tributário Aplicado. 1ª Edição. São Paulo: Atlas, 2006 
FABRETTI, Láudio Camargo. Código Tributário Nacional Comentado. 6ª Edição. São Paulo: 
Atlas, 2005. 
MAIA, Jayme de Mariz. Economia Internacional e Comércio Exterior, Atlas, 2006. 
MARTINS, Sérgio Pinto. Manual do ISS, Malheiros Editores, 2005. 
HARADA, Kiyoshi. Direito Financeiro e Tributário. São Paulo: Atlas, 2001; 
PÊGAS, Paulo Henrique,.Manual de Contabilidade Tributária. 4ª Edição. Freitas Bastos, 2006. 
RATTI, Bruno. Comércio Internacional e Câmbio. Edições Aduaneiras, 2003. 
SABBAG, Eduardo de Moraes, Elementos de Direito Tributário. São Paulo. Prima. 2004. 
SANTOS, Cairon Ribeiro dos. Curso de Introdução ao Direito Tributário. São Paulo: IOB 
Thompson, 2004. 
 
21 – INTERNET: 
21.1) Informações diversas: 
- Consultor Jurídico – www.conjur.com.br 
- FISCOSoft – Informações Fiscais e Legais – www.fiscosoft.com.br 
- Google – www.google.com.br 
- Infomações Objetivas (IOB) – www.iob.com.br 
- Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT) – www.ibpt.com.br 
- Portal Tributário – www.portaltributário.com.br 
 
21.2) Sites do Governo: 
- Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) – www.bndes.gov.br 
- Governo de Goiás – www.goias.go.gov.br 
- Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) – www.ibge.com.br 
- Ministério da Previdência Social – www.dataprev.gov.br 
- Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior – www.desenvolvimento.gov.br 
- Prefeitura Municipal de Goiânia-GO – www.goiania.go.gov.br 
 - Procuradoria Geral da Fazenda Nacional (PGFN) – www.pgfn.fazenda.gov.br 
- Secretaria da Receita Federal – www.receita.fazenda.gov.br 
- Secretaria da Fazenda do Estado de Goiás – www.sefaz.go.gov.br 
- Senado Federal – www.senado.gov.br 
 
 
 
 
 
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 UNIVERSIDADE CATÓLICA DE GOIÁS
 
 
DEPARTAMENTO DE ADMINISTRAÇÃO 
 
Disciplina: PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO 
Professor: Hemerson Ferreira dos Santos e Manuel Gomes da Silva 
 
 
 
CRONOGRAMA DAS ATIVIDADES DE ENSINO – 2010/01* 
Encontros CONTEÚDO E/OU ATIVIDADES 
01º 
 
Apresentação do plano de ensino, da metodologia, dos critérios de 
avaliação, orientações sobre as atividades a serem desenvolvidas. 
Conceito de Planejamento Tributário. 
02º Atividade Financeira do Estado: tributo: conceito, classificação, espécies. 
03º 
 
O Sistema Tributário Nacional: conceito, características e princípios 
básicos de tributação 
04º 
Legislação Tributária: conceito, abrangência, vigência, aplicação, 
interpretação e integração 
05º 
Obrigação Tributária: conceito, elementos: fato gerador, sujeição ativa e 
passiva, Responsabilidade tributária. 
06º 
 
Crédito Tributário: conceito, surgimento e lançamento; garantias e 
privilégios do CT. Suspensão do Crédito Tributário. 
07º Extinção e exclusão do CT 
08º 
 
Administração Tributária: fiscalização e relacionamento da empresa com 
as autoridades fiscais; dívida ativa e certidão negativa 
09º Política de Benefícios e Incentivos Fiscais 
10º Processo Administrativo Tributário 
11º Revisão 
12º Revisão, exercícios e estudo de casos sobre a matéria abordada 
13º Prova escrita N1 
14º 
Resolução das questões da prova e reavaliação da matéria para efeito de 
conclusão da N1 
15º 
Discussão dos resultados individuais, atribuição e entrega das notas 
relativas a N1 
16º 
Impostos e contribuições do Sistema Tributário Nacional (STN) 
Tributos no comércio exterior 
17º Imposto de Renda (IR) – Conceitos gerais e IR pessoa física 
18º 
IR pessoa jurídica - lucro real. Exercícios utilizando o Demonstrativo de 
Resultado de Exercício (DRE). 
19º 
 
IR da pessoa jurídica - lucro presumido – e Contribuição Social sobre o 
Lucro Líquido (CSLL) 
20º 
Programa de Integração Social e Programa de Formação do Patrimônio do 
Servidor Público (PIS/PASEP). Contribuição para o Financiamento da 
 
 
8
 
Seguridade Social (COFINS). 
21º Exercícios de fixação sobre IR e Contribuições 
22º Exercícios de fixação sobre IR e Contribuições 
23º Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) 
24º 
Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços de Transporte 
Interestadual e Intermunicipal e Comunicação (ICMS) 
25º ICMS substituição tributária 
26º ICMS nas situações especiais e em diversas outras situações 
27º Imposto sobre Serviços (ISS) 
28º 
 
SIMPLES NACIOINAL - Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e 
Contribuições 
29º SIMPLES NACIONAL - conclusão 
30º Revisão geral da matéria do semestre 
31º Prova escrita para N2 
32º Entrega e discussão preliminar de notas e avaliações 
33º Revisão adicional da matéria 
34º Prova suplementar 
35º Entrega e discussão de avaliações e notas N2. Encerramento do Semestre 
 
* Programação sujeita a mudanças 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
9
 
 
 
PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO 
 
 
 
 
 
Síntese da Disciplina 
 
 
 
 
 
 
Goiânia,fevereiro de 2010. 
 
 
 
 
 
 
 
 
1 - PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO 
 
1.1) Conceito e Objeto 
O Planejamento Tributário é uma parte do planejamento empresarial que evidencia os tributos e 
suas implicações no funcionamento das organizações, visando alcançar a economia de impostos, 
sem incorrer em infrações tributárias. 
Pode também ser denominado de ELISÃO FISCAL. 
Seu objeto de estudo é o Sistema Tributário Nacional (conjunto de tributos, princípios e normas 
que regem o poder do Estado de cobrar tributos). 
A Elisão Fiscal ocorre quando as pessoas obtém economia de tributos, atuando estritamente 
dentro da legalidade, ao passo que a economia obtida com a utilização de meios ilícitos denomina-
se EVASÃO FISCAL. 
 
1.2) O Planejamento Tributário e a Evasão Fiscal 
 
 O Planejamento Tributário como disciplina busca indicar os procedimentos que podem ser 
Adotados pelos gestores empresariais, estritamente dentro da legalidade de forma a resultar 
em melhor resultado financeiro, enquanto que a Evasão Fiscal implica na utilização de métodos 
e/ou procedimentos ilícitos, e em conseqüência expõem a organização às sanções estatais. 
 
Dentre os principais procedimentos ilícitos temos: 
 
 
 
 
10
 
• Sonegação Fiscal: Lei nº 4.729/65 - toda ação ou omissão dolosa tendente a impedir 
ou retardar, total ou parcialmente, o conhecimento pela autoridade fazendária sobre: 1) a 
ocorrência do fato gerador do tributo; 2) as condições pessoais do contribuinte.Exemplo: 
Não declarar rendas efetivamente auferidas. 
 
• Fraude: toda ação ou omissão dolosa tendente a impedir ou retardar, total ou 
parcialmente, a ocorrência do fato gerador da obrigação tributária ou a exclusão ou 
modificação de suas características essenciais com a finalidade de reduzir o tributo devido, 
evitar ou postergar o seu pagamento.Exemplo: calçamento de documento fiscal, de forma 
que na primeira via estampe o valor rela da transação, enquanto que na via da 
contabilidade contenha um valor menor. 
 
• Simulação: emitir documentos ou contratos, não correspondentes a fatos reais. 
 
 
 
Para fixar: 
O Planejamento Tributário tem como fator de análise o tributo e visa identificar e projetar os 
atos e fatos tributáveis e seus efeitos, comparando-se os resultados prováveis, para os 
diversos procedimentos passíveis de serem adotados, de tal forma a possibilitar a escolha da 
alternativa menos onerosa, sem extrapolar o campo da licitude. 
O planejamento tributário é, na verdade, uma atividade empresarial estritamente preventiva. 
O caráter preventivo do planejamento tributário decorre do fato de não se poder escolher 
alternativas senão antes de se concretizar a situação. Após a concretização dos fatos, via de 
regra, somente se apresentam duas alternativas para o sujeito passivo da relação jurídico-
tributária: pagar ou não pagar o tributo decorrente da previsão legal descrita como fato 
gerador. A alternativa de não pagar se caracterizará como prática ilícita, sujeitando-se a 
empresa à ação punitiva do Estado, caso este venha a tomarconhecimento de tal prática. 
A natureza ou essência do Planejamento Tributário consiste em organizar os empreendimentos 
econômico-mercantis da empresa, mediante o emprego de estruturas e formas jurídicas capazes de 
bloquear a concretização da hipótese de incidência fiscal ou, então, de fazer com que sua materialidade 
ocorra na medida ou no tempo que lhe sejam mais propícios. 
Trata-se, assim, de um comportamento técnico-funcional, adotado no universo dos negócios, que visa 
a excluir, reduzir ou adiar os respectivos encargos tributários (grifou-se). 
(...) o Planejamento Tributário (é, pois,) uma técnica gerencial que visa projetar as operações industriais, 
os negócios mercantis e as prestações de serviços, visando conhecer as obrigações e os encargos fiscais 
inseridos em cada uma das respectivas alternativas legais pertinentes para, mediante meios e instrumentos 
legítimos, adotar aquela que possibilite a anulação, redução ou adiamento do ônus fiscal. 
O instituto que respalda este comportamento gerencial no universo da tributação tem sido denominado 
mediante várias expressões. Assim, alguns estudiosos adotam a expressão evasão fiscal legítima; 
outros, adeptos de uma maior sofisticação tecnológica, preferem a expressão elisão fiscal; e terceiros 
fazem alusão a um direito à economia de impostos (Borges, Gerência de Impostos --p.64-65). 
Segundo o Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário, podemos elencar alguns exemplos de crimes de 
sonegação ou fraude fiscal: Venda sem nota-fiscal; venda com “meia nota-fiscal”; venda com calçamento 
de nota-fiscal; duplicidade de numeração de nota-fiscal; compra de formulários de notas-fiscais; passivo 
fictício ou saldo negativo de caixa; acréscimo patrimonial a descoberto (do sócio); deixar de recolher 
tributos descontados de terceiros; distribuição disfarçada de lucros; doações irregulares. 
 
 
 
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2. Atividade Financeira do Estado 
2.1 Noções de Finanças Públicas 
 - A evolução dos Sistemas Econômicos e do Estado 1 
“O modo de produção determina o modo de viver” 
Os Sistemas Econômicos e o formato de Estado: 
O surgimento do homem relaciona-se com a transformação de sua força em bens úteis à 
sobrevivência. Assim, historicamente, evoluíram-se os sistemas econômicos, organizados sob a 
forma de um Estado que carreou seus modelos, pelo que se observa abaixo: 
- civilizações hidráulicas 2 Estado antigo 
- escravidão clássica 3 Estado romano 
- sistema funcional 4 Estado feudal 
- sistema comercial 5 Estado moderno 
- capitalismo 6 Estado Liberal e 
 Estado Social 
 
 
2 O Estado: Conceito e razões para Intervenção do Estado na Economia 
 
Conceito de Estado (7): 
Organização8, criada com a finalidade de realizar os fins da comunidade nacional: a execução da 
soberania nacional (autodeterminação), composta de: 
 
1
 Cf. SANTOS, Hemerson F. UFSC/2003. 
 
2
 Sistema econômico primitivo: caracterizado pelas civilizações hidráulicas que viviam às margens dos rios (Tigre, 
Eufrates, Indo e outros) e dependiam da fertilidade dos solos e cheias; e pelas civilizações comerciais, dedicadas à pesca 
e escambo (trocas), centradas em Creta e cidades fenícias – Estado antigo (até século VIII a.C.) 
 
3
 Sistema econômico de escravidão clássica: adveio com o Império Romano e se fez influenciar pelo dirigismo estatal da 
mão de obra escrava – Estado romano (séculos VIII a.C. ao V d.C.) 
 
4
 Sistema econômico funcional (feudalismo): não havia uma organização estatal bem definida e ajustada (existia uma 
certa anarquia). A mão de obra era do servo e a propriedades das terras era exclusiva dos Senhores Feudais (Estado 
Feudal – séculos V a XV) 
 
5
 Sistema econômico comercial: surge com o esfacelamento dos feudos e o surgimento da burguesia, (absolutismo 
monárquico) – Estado moderno (séculos XV ao XVIII) 
 
6
 Sistema econômico capitalista: marcado pela Revolução Industrial e com a apropriação privada dos fatores de 
produção – Estados liberal e social e neoliberal (a partir do século XVIII) 
7 Analogia (grande condomínio de cidadãos) 
 
8 Conceito básico de organização: É um conjunto sistematizado de recursos que se incorporam ao esforço de pessoas 
que se associam, interagem e se interrelacionam de acordo com as diretrizes, normas gerais e regras de procedimentos 
específicos, cumprindo funções definidas em torno de uma finalidade ou missão (Menezes, 1990). 
 
As organizações são, pois, um sistema de recursos: 
 
 
 
12
 
• População 
• Território 
• Governo 
• Soberania 
 
Formatos de Estado 
• Forma: república ou monarquia 
• Sistema de governo: parlamentarismo ou presidencialismo 
• Composição: unitário ou federação 
 
O Brasil é uma: 
 República (forma) 
 Presidencialista (sistema de Governo) 
 Federação 9 (composição) 
 
Exemplos de Estados no mundo: 
• República Federativa do Brasil (Federação); 
• Estados Unidos da América (Federação); 
• Reino Unido (Unitário); 
• Império do Japão (Unitário); 
• República Popular da China (Federação); 
• República Francesa (Unitário); 
• Federação Russa; 
• República Italiana (Unitário); 
 
 
- Humanos - Processos de
- Materiais Transformação
- Financeiros - Divisão de Trabalho
- Informações - Coordenação
Figura 1 - A organização como um sistema de recursos
Fonte: Maximiano, 2000, p.92.
RECURSOS ORGANIZAÇÃO OBJETIVOS
- Produtos
- Serviços
 
 
As organizações e o meio-ambiente: 
• Oportunidades (Mudanças tecnológicas; Demografia; política econômica); 
• Ameaças (Concorrência direta; produtos substitutos; comportamento dos consumidores); 
• Pontos Fortes (conhecimento do mercado; assistência ao consumidor; produtos e serviços); 
• Pontos Fracos (recursos humanos; marketing, finanças). 
As Forças Competitivas no Mercado (Porter): 
• Concorrentes; 
• Novos entrantes; 
• Produtos substitutos; 
• Poder dos fornecedores; 
• Poder dos clientes. 
As Estratégias Competitivas Gerais (Porter): 
• Liderança de Custo [produto ou serviço - produção mais barata]; 
• Diferenciação (identidade própria para o serviço ou produto – qualidade); 
• Foco (encontrar um nicho, ou seja: produto ou serviço, grupo de consumidores ou região); 
• 
9
 A Federação pressupõe a existência de governos subnacionais [Províncias – no Brasil chamadas de 
Estados (Ex. Estados de Goiás, São Paulo, etc)]. No caso brasileiro, existem, ainda, os Municípios que são 
membros da Federação. 
Isto, em razão da autonomia política, financeira e administrativa desses entes federativos, determina a 
existência de tributos a serem arrecadados pelos 3 níveis de Governo: Federal, Estadual e Municipal. 
Com efeito, o sistema de tributos em uma Federação, como o Brasil, tende a ser mais complexo que aquele 
de um Estado Unitário. 
 
 
13
 
• República federal da Alemanha (Federação) 
 
Organismos internacionais (União de Estados): 
 
• Organização das Nações Unidas (ONU) 
• Organização dos Estados Americanos (OEA) 
• Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) 
• Organização Mundial do Comércio (OMC) 
• North America Free Trade Agreement (NAFTA) 
• Mercado Comum do Cone Sul (MERCOSUL) 
• União Européia (UE) 
 
 
Finanças Públicas: 
De uma forma geral, a teoria das finanças públicas gira em torno da existência das falhas de 
mercado 10 (no sistema capitalista) que tornam necessária a presença do governo, tais como: 
existência dos bens públicos 11 
existência de monopólios naturais 12 
externalidades (poder de polícia) 13 
desenvolvimento, emprego e estabilidade 14 
Razões para a existência do Estado: 
• proteção da população contra a ação de invasores externos; 
• arbitramento de litígios entre as pessoas da mesma sociedade; 
• garantia do cumprimento de contratos; 
• cuidado com pessoas doentes; 
• segregação de criminosos – assassinos, ladrões, mal-feitores,etc. 
Em outras palavras, o Estado existe para atender às necessidades coletivas, como por exemplo: 
• segurança nacional (externa); 
• segurança pública (interna); 
• saúde pública; 
• previdência social; 
• educação fundamental; 
• distribuição de justiça; 
• desenvolvimento sócio-econômico. 
 
10
 fenômenos que impedem que a economia alcance o estágio de bem estar social através do livre 
mercado, sem interferência do governo 
 
11
 bens que são consumidos por diversas pessoas ao mesmo tempo (ex.: ruas, estradas, defesa nacional, 
segurança pública). Os bens públicos são de consumo indivisível e não excludente. Assim, uma pessoa 
consume (usa) um bem público, sem tirar o direito de outra a consumi-lo (usá-lo) também 
 
12
 monopólios que tendem a surgir devido ao ganho de escala que o setor oferece (ex. água, energia). O 
governo acaba sendo obrigado a assumir a produção ou criar agências que impeçam a exploração dos 
consumidores 
 
13 uma fábrica pode poluir um rio e ao mesmo tempo gerar empregos. Assim, a poluição é uma 
externalidade negativa porque causa danos ao meio ambiente, enquanto que e a geração de empregos é 
uma externalidade positiva por aumentar o bem estar e diminuir a criminalidade. O governo deverá agir no 
sentido de inibir atividades que causem externalidades negativas e incentivar atividades causadoras de 
externalidades positivas 
 
14 principalmente em economias em desenvolvimento a ação governamental é muito importante no sentido 
de gerar crescimento econômico através de bancos de desenvolvimento, criar postos de trabalho e da 
buscar a estabilidade econômica 
 
 
 
14
 
 
Funções Econômicas do Estado 
O Estado (por seus governos) exerce 3 funções econômicas básicas: 
• função alocativa 15 
• função (re)distributiva 16 
• função estabilizadora 17 
 
2.2) Receitas Públicas 
 
Fontes de Financiamento do Setor Público 
Com o propósito de atingir os fins do Estado, faz-se necessária a arrecadação de recursos para 
cobrir suas despesas. A atividade financeira do Estado18 gira em torno da obtenção ou arrecadação 
(receitas públicas); da organização, administração e distribuição de recursos (orçamento público); 
e da aplicação dos referidos recursos em investimentos úteis à todos (despesas públicas). 
 
Receitas públicas são, pois, o Capital arrecadado dos particulares, pelo Estado: 
• voluntariamente – (Receita ORIGINÁRIA) alienação de bens do Estado; 
empreendimentos estatais ou, ainda, empréstimos tomados no mercado financeiro; 
• compulsoriamente – (Receita DERIVADA - Tributária) utilização do poder do Estado de 
obrigar as pessoas a lhe entregarem parcela de sua riqueza. 
 
2.3) Produto Interno Bruto e Carga Tributária 
 
Produto Interno Bruto – PIB: 
• Valor agregado de todos os bens e serviços finais produzidos dentro do território econômico de 
um País, excluídas as transações intermediárias. 
• O seu valor é normalmente expresso na moeda norte-americana (US$ - dólar). 
 
PIB no Brasil (em R$ bi) 
1994 349,205 
1995 646,192 
1996 778,887 
1997 870,743 
1998 914,188 
1999 973,846 
2000 1.086,700 
2001 1.200,060 
2002 1.321.490 
2003 1.553.556 
2004 1.769.202 
 
15
 relaciona-se à alocação de recursos por parte do governo a fim de oferecer bens públicos (ex. rodovias, 
segurança), bens semi-públicos ou meritórios (ex. educação, saúde e algumas formas de transporte, cuja 
quantidade ofertada pelo mercado é insuficiente), desenvolvimento (ex. construção de usinas) 
 
16
 redistribuição de rendas realizada através das transferências, dos impostos e dos subsídios 
governamentais. Bons exemplos são a destinação de parte dos recursos provenientes de tributação ao 
serviço público de saúde, serviço mais utilizado por indivíduos de menor renda, a concessão da bolsa-
família, etc. 
 
17
 aplicação das diversas políticas econômicas a fim de promover o emprego, o desenvolvimento e a 
estabilidade da economia (controle de níveis de preços etc), diante da incapacidade do mercado em 
assegurar o atingimento de tais objetivos 
 
 
 
 
 
15
 
2005 1.937.000 
2006 (*) 2.369.800 
2007 (*) 2.597.610 
2008 (*) 2.889.720 
2009 (**) 3.119,085 
----------------------------------------- 
Fontes: [IBGE, (*) SRFB e IBPT(**) a preços correntes]. 
--------------------------------------------------------- 
 
 
16
 
RELACAO DO PIB NO MUNDO -- 2007/2009
Terra 54,584,918
— União Europeia 16,905,620
1
 Estados Unidos 14,266.201
2
 Japão 5,048.634
3
 China 4,757.743
4
 Germany 3,235.463
5
 França 2,634.817
6
 Reino Unido 2,198.163
7
 Itália 2,089.555
8 Brasil 1,481.547
9
 Espanha 1,438.356
10
 Canada 1,319.137
11
 Rússia 1,254.651
12
 Índia 1,242.641
13
 Austrália 920.010
14
 México 866.336
15
 Coreia do Sul 800.294
16
 Países Baixos 789.675
17
 Turquia 593.533
18 Indonésia 514.931
19 Suíça 484.132
20
 Bélgica 461.489
Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Anexo:
Lista_de_pa%C3%ADses_por_PIB_nominal#fn_h
 
No plano internacional o PIB é medido em dólares norte-americanos (US$). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
17
 
 
CARGA TRIBUTÁRIA - CT: 
 
Relação percentual - sobre o PIB - do valor dos tributos efetivamente arrecadado pelo Governo 
(Federal, Estadual e Municipal). 
 
 Total Arrecadação 
 CT = -------------------- X 100 
 Prod.Interno Bruto 
 
Carga Tributária no Brasil 
1993 25,8% 
1994 29,8% 
1995 29,4% 
1996 29,1% 
1997 29,6% 
1998 29,6% 
1999 31,7% 
2000 32,7% 
2001 33,7% 
2002 35,6% 
2003 (*) 31,4% 
2004 (*) 32,2% 
2005 (*) 33,4% 
2006 (*) 33,5% 
2007 (*) 34,8% 
2008 (*) 35,2% 
2009 (**) 35,0% 
 
------------------------------------------- 
Fonte: BNDES INFORME-SF NR.40/02, (*)SRFB e (**) IBPT . 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
18
 
 
CARGA TRIBUTÁRIA NO BRASIL 
 
 
 
 
Fonte: BNDES Informe – SE nº 54 
 
 
19
 
BRASIL – CARGA TRIBUTÁRIA NO PREÇO DOS PRODUTOS (1/3): 
 
 
 
 
20
 
2/3): 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
21
 
BRASIL – CARGA TRIBUTÁRIA NO PREÇO DOS PRODUTOS (3/3): 
 
 
 
 
FONTE: IBPT 
 
 
22
 
 
 
CARGA TRIBUTÁRIA NO MUNDO 
(Países selecionados) 
 
 
 
Fonte: RECEITA FEDERAL 
Disponível em: http://www.receita.fazenda.gov.br/Publico/estudotributarios/estatisticas/CTB2007.pdf 
 
 
23
 
 
3 – OS TRIBUTOS 
 
3.1) CONCEITO BÁSICO: 
 
• Tributar é exigir dinheiro dos particulares sob coação (manifestação do poder de império do 
Estado) e, na maioria das vezes, sem contraprestação direta à pessoa que o paga, como 
acontece principalmente com a cobrança de impostos 
 
Conceito (art. 3º do Cod. Tribut. Nacional): 
• “Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cuja valor nela se possa 
exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade 
administrativa plenamente vinculada”. 
 
Características Conceituais: 
- prestação (entrega – do particular ao Estado); 
- pecuniária (dinheiro – valor monetário); 
- compulsoriedade (independe de ato de vontade); 
- ausência de caráter punitivo (não é multa); 
- legalidade (criação por lei específica);’ 
- cobrança vinculada (obrigação do Estado); 
- financiamento dos gastos públicos (todos devem contribuir para o custeio das despesas do 
Estado). 
 
 
3.2) BASES CLÁSSICAS DA TRIBUTAÇÃO: 
 
a) RENDA 19 - (R); 
b) CONSUMO 20 - (C); 
c) PATRIMÔNIO 21 - (P); 
 
 As demais formas de tributação são, na realidade, variação ou combinação dessas bases. 
 
3.3) CLASSIFICAÇÃO DOS TRIBUTOS: 
 
a) Quanto à finalidade de sua instituição: 
• Fiscais - quando visam, primordialmente, a obtenção de recursos para o Erário. 
Exemplos IR – receita para a União; 
ICMS – receita para os Estados; 
 ISS – receitapara os Municípios; 
 IPVA – receita para os Estados; 
• Extrafiscais - quando são utilizados, primordialmente, como instrumentos de política 
econômica (regulatórios). 
Exemplos: 
1) Impostos de Importação e Exportação, que regulam o Comércio Exterior - POLÍTICA DE 
COMÉRCIO EXTERIOR; 
 
19 A renda provém do Capital (lucros, juros e aluguéis) e do Trabalho (salários e honorários), bem como dos chamados 
Proventos de Qualquer Natureza (prêmios de loterias, heranças etc) 
 
20 Atividade do agente econômico (utilização da renda) no sentido de lhe permitir a sobrevivência e desenvolvimento. 
No caso da pessoa natural: alimentação, vestuário, transporte, saúde etc.. 
 
21 Definida como o valor que se pode acumular, decorrente do superávit entre a renda adquirida e o consumo realizado 
em determinado período. 
 
 
24
 
2) IOF - que regula o mercado financeiro, restringindo ou estimulando o crédito - POLÍTICA 
MONETÁRIA; 
3) Imposto Territorial Rural, para estimular a função social da propriedade agrícola - POLÍTICA 
FUNDIÁRIA; 
4) IPI – que é utilizado para restringir ou estimular a produção e o consumo; 
• Parafiscais – vinculados aos programas da Seguridade Social. 
Exemplos: INSS, FGTS, COFINS, CPMF, CSLL 
 
b) Quanto à vinculação receita/despesa: 
• -Vinculados - o produto de sua arrecadação se destina ao custeio de despesa já prevista. 
Exemplos: 
Taxas – para financiar a prestação de um serviço público ao contribuinte. 
PIS/COFINS – para financiar a Seguridade Social (Saúde, Previdência e Assistência). 
Contribuições de Melhoria – vinculadas à realização de obras públicas que decorra valorização 
de imóvel do contribuinte; 
Empréstimo Compulsório – receita vinculada à despesa que justificou a sua instituição, como é 
o caso da guerra externa, calamidades públicas e os projetos sociais urgentes e relevantes. 
• Não-Vinculados - quando não se exige, para sua cobrança, nenhuma prestação ou atividade 
do Poder Público dirigida ao contribuinte. 
• É o caso dos impostos, cuja receita se destina a fazer face às despesas gerais da 
Administração Pública. São os impostos em geral 
c) Quanto à repercussão do ônus financeiro: 
 
• diretos - quem os paga assume o ônus 
 Exemplos: I.Renda, IPTU, IPVA. 
• indiretos - quem os paga transfere o ônus a terceiros (a cadeia de transferência se encerra 
no consumidor final que assume todo o ônus financeiro). 
 Exemplos: 
ICMS, IPI, ISS. 
 
d) Quanto à função da matéria tributária e as condições do contribuinte: 
• - reais - lançados em função do valor da matéria tributável, sem considerar as condições 
pessoais do contribuinte; 
 Exemplos: ICMS, IPI, ISS, ITBI, IPVA 
• - pessoais - lançados em função das condições pessoais dos contribuintes 
 Exemplo: I.Renda da Pessoa Física. 
 
3.4) ESPÉCIES TRIBUTÁRIAS: 
 
3.4.4.1 Impostos; 
3.4.4.2 Taxas; 
3.4.4.3 Contribuições de Melhoria; 
4.4.4.4 Contribuições Especiais; 
3.4.4.5 Empréstimos Compulsórios. 
 
 
 
25
 
 
QUADRO DEMONSTRATIVO DAS ESPÉCIES TRIBUTÁRIAS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FONTE: Adaptado de Cassone, 2000, pp. 69-71 
 
CPMF - Extinta a 
partir de 01/2008 
 
 
26
 
 
Observação: PODER DE POLÍCIA (para a cobrança de taxas) 
 
Art. 78 do CTN: Considera-se poder de polícia a atividade da administração pública que, 
limitando ou disciplinando direito, interesse ou liberdade, regula a prática de ato ou abstenção de 
fato, em razão de interesse público concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos costumes, à 
disciplina da produção e do mercado, ao exercício de atividades econômicas dependentes de 
concessão ou autorização do Poder Público, à tranquilidade pública ou ao respeito à propriedade e 
aos direitos individuais ou coletivos. 
 
 
4. Sistema Tributário Nacional 
 
4.1) Conceito, requisitos e espécies 
• Conceito - Conjunto que engloba tributos, normas e princípios que disciplinam o poder 
tributário do Estado. 
 
• Requisitos (para sua elaboração): 
1. Produtividade; 
2. Progressividade; 
3. Seletividade; 
4. Equidade; 
5. Não-cumulatividade; 
6. Liberdade econômica 22. (Neutralidade) 
 
• Espécies: 
Histórico - formação empírica e aperfeiçoamento de acordo com as necessidades financeiras e a 
conjuntura econômica do Estado. 
Racional - formação a partir de um planejamento e distribuição da carga tributária em bases 
Estado. 
 
 
4.2) PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS TRIBUTÁRIOS\ 
 
COMPETÊNCIA 
Diz respeito à atribuição constitucional de poderes para a União, Estados, DF e Municípios para 
instituírem e cobrarem seus próprios tributos. 
É indelegável (a competência de um ente público não pode ser transferida a outro, mesmo que 
aquele não a exerça). 
 
(veja o Quadro na página seguinte) 
 
22
 Por este princípio, a política tributária do Estado deve ser NEUTRA em relação ao mercado, ou seja, não deve 
interferir na alocação de recursos utilizando-se de tributos, especialmente os do tipo CONSUMO. 
 
 
27
 
à 
Competência tributária ativa no Brasil por esfera de Governo 
 
CPMF -Extinta a 
partir de 01/2008 
 
 
28
 
 
CUMULATIVIDADE TRIBUTÁRIA 
 
Também chamada de efeito cascata, pode ser: 
• Horizontal – repetidas incidências de um mesmo tributo nas várias etapas do processo de 
produção ou circulação, sem descontar os valores cobrados nas etapas anteriores. 
• Vertical – incidência de um determinado tributo sobre o valor resultante da aplicação de 
outros tributos. Decorre da existência de mais de um tributo sobre a mesma base de 
tributação. 
 
Não-cumulatividade: características 
 
a) é própria de tributos que incidem no consumo 
b) incidência resultante sobre o VALOR AGREGADO (diferença entre o preço de venda e o 
custo dos insumos) 
c) ocorre quando o mesmo tributo incide na cadeia produtiva compensando o valor pago, 
em etapas anteriores, nas etapas seguintes. 
 
 
 
 
 
 
PROGRESSIVIDADE E REGRESSIVIDADE 
 
• Progressividade – própria para tributos sobre a RENDA e PATRIMÔNIO, consiste na elevação 
da alíquota para faixas maiores do valor tributável ou relativamente a outras condições que se 
deseja desestimular. 
 Ex: Tabela progressiva do I.Renda. 
 
• •Regressividade – quanto à regressividade pela redução progressiva de alíquotas, esse 
fenômeno é raro na atualidade. No entanto, certas técnicas de tributos indiretos (fixos ou 
proporcionais) acarretam efeitos regressivos, como ocorre com os que incidem sobre o 
CONSUMO geral, tendo em vista que a população mais pobre gasta a quase totalidade de seus 
rendimentos com o seu consumo indispensável. 
 
 
 
29
 
 
Tabela Progressiva para o cálculo mensal do Imposto de Renda de Pessoa Física para 
o ano-calendário de 2010. 
Base de cálculo mensal em R$ Alíquota % Parcela a deduzir do imposto em R$ 
Até 1.499,15 - - 
De 1.499,16 até 2.246,75 7,5 112,43 
De 2.246,76 até 2.995,70 15,0 280,94 
De 2.995,71 até 3.743,19 22,5 505,62 
Acima de 3.743,19 27,5 692,78 
 
 
SELETIVIDADE 
Determinados tributos são seletivos, objetivando reduzir a carga tributária de produtos 
considerados essenciais, aumentando-a, em contrapartida, para aqueles menos essenciais, até 
atingir a carga máxima para os tidos como supérfluos. 
A tributação é inversamente proporcional à essencialidade do produto para o consumo, tornando-a 
mais justa e suportável. 
O mecanismo da seletividade é efetivado por intermédio da fixação de alíquotas ascendentes na 
razão inversa da essencialidade dos produtos. 
 
ESSENCIALIDADE 
REQUISITOS GRAU TRIBUTAÇÃO 
Necessidade 
e 
Indispensabilidade 
Absoluta 
Relativa 
Supérfluo 
Zero 
Moderada 
Elevada 
 
LEGALIDADE ESTRITA OU RESERVA LEGAL 
• O tributo somente pode ser instituído ou aumentado por meio de lei (em sentido estrito, ou 
seja, lei votada e aprovada pelo Poder Legislativo competente e devidamente promulgada e 
publicada). 
Tributos somente podem ser cobrados ouaumentados se houver prévio consentimento 
(autorização) dos representantes do povo nos respectivos legislativos: federal estadual ou 
municipal. 
 
IRRETROATIVIDADE DA LEI 
• Proíbe a cobrança de tributos em relação a fatos geradores ocorridos antes da vigência da lei 
que os houver instituído ou aumentado. Com efeito, a lei somente alcança os fatos geradores 
futuros (prospectivos). 
 
ANTERIORIDADE DA LEI 
Proíbe a cobrança de tributos: 
• no mesmo exercício financeiro (ano civil) da publicação da lei que os instituiu ou aumentou; e 
• antes de decorridos, no mínimo, 90 (dias) da instituição ou aumento. 
 Exemplos: 
Lei de 20/09/09, só vale a partir de 01/01/10; 
Lei de 20/12/09, só vale a partir de 20/03/10. 
Exceções 
• Exigência imediata: 
 - II, IE, IPI e IOF (que podem ser majorados por meio de decreto, nos limites da lei); 
 -Empréstimos Compulsórios lançados por motivo de guerra ou calamidade pública 
 -Imposto Extraordinário de Guerra; 
 
 
30
 
• Exigência em 90 dias (inclusive no mesmo exercício - noventena): 
 -Para todos os tributos, com exceção do IR e demais impostos extrafiscais, e ainda quanto à 
fixação da base de cálculo do IPTU e do IPVA. 
 
CAPACIDADE CONTRIBUTIVA / ISONOMIA 
• Todos devem contribuir para os gastos públicos segundo sua capacidade econômica. 
• Tratamento igual a todos que se encontrem em situação equivalente, e tratar desigualmente 
os desiguais na proporção de suas respectivas desigualdades. 
 
VEDAÇÃO AO CONFISCO 
• Proíbe a utilização de tributos como meio de retirar do contribuinte as condições de 
desenvolvimento normal de atividade econômica lícita. Decorre do direito à propriedade (Art. 
5º, XXII, da CF). 
 
LIBERDADE DE TRÁFEGO 
• Estabelece a livre circulação de pessoas ou bens no território nacional, proibindo a instituição 
de barreiras tributárias intermunicipais ou interestaduais, salvo quando se tratar da cobrança 
de pedágio (taxas) pela utilização de vias públicas. 
 
IMUNIDADES TRIBUTÁRIAS 
• Suprimem a competência tributária, quanto à cobrança de impostos, relativamente às 
seguintes situações: 
 a) qualquer imposto sobre 
 livros, jornais, periódicos e o papel destinado à sua impressão (Liberdade de Imprensa); 
 - templos de qualquer culto (Liberdade Religiosa); 
 b) impostos sobre o patrimônio, renda ou serviços: 
 b.1) - da União, Estados, DF e Municípios (Imunidade Recíproca) 
 - inclui suas autarquias e fundações, relativamente às suas finalidades essenciais ou delas 
decorrentes; 
 b.2)relativos às finalidades essenciais de 
 - partidos políticos e suas fundações; 
 - entidades sindicais dos trabalhadores; 
 - instituições de educação e de assistência social de caráter filantrópico, que atendam às 
seguintes condições: 
 1) regularidade fiscal e contábil; 
 2) não distribuam lucros; 
 3) não façam remessa ao exterior; 
 4) cumpram obrigações acessórias. 
 
5 - LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA 
 
5.1) CONCEITO E ABRANGÊNCIA 
Conceito: 
Conjunto de normas que regulam os tributos e as relações jurídicas decorrentes de sua exigência. 
Abrangência: 
 Fontes formais do Direito Tributário: 
• Constituição Federal e suas Emendas; 
• Leis Complementares; 
• Leis Ordinárias; 
• Leis Delegadas; 
• Medidas Provisórias; 
• Decretos Legislativos (que aprovam Tratados e Convenções Internacionais); 
• Resoluções do Senado Federal (que fixam alíquotas do ICMS, etc); 
 
 
31
 
• Decretos (do Poder Executivo); 
• Normas Complementares (dos decretos e das leis): 
 - Atos Normativos (atos administrativos); 
 - Jurisprudência administrativa (decisões administrativas); 
 - Práticas administrativas reiteradas (costumes); 
 - Convênios de mútua colaboração (entre os diversos níveis de Governo). 
 
5.2) VIGÊNCIA E APLICAÇÃO 
Vigência: 
• Diz respeito à validade da norma, que assim está apta a ser aplicada aos fatos sob sua 
regência. 
Vigência no Tempo: 
• Princípio da Continuidade - vigência por prazo indeterminado, até que seja modificada ou 
revogada por outra lei; 
• Princípio da Anterioridade - conf. Capítulo anterior; 
Vacatio Legis: 
• Período em que a norma, embora já publicada, não vigora porque depende de um evento 
futuro (data ou fato). 
 Exemplo: princípio da anterioridade; 
Vigência no Espaço: 
• Regra Geral - Territorialidade (a lei vige no território da entidade tributante). 
• Exceção - Extraterritorialidade (depende de lei complementar ou dos convênios entre as 
unidades federadas). 
 
Aplicação: 
• É a execução das normas aos casos concretos, extraindo os respectivos efeitos jurídicos. 
Resulta da coincidência entre a previsão normativa (em abstrato) e a ocorrência de um fato 
sócio-econômico (em concreto) nela previsto. 
• Regra Geral - aplica-se a fatos futuros, em respeito ao direito adquirido à coisa julgada e ao ato 
jurídico perfeito. 
 
Retroatividade (Benigna): 
• A norma se aplica a ato ou fato pretérito, desde que não definitivamente julgado quando: 
 - deixe de defini-lo como infração; 
 - deixe de tratá-lo como contrário a qualquer exigência de ação ou omissão; 
 - lhe comine pena menos severa; 
 - em qualquer caso, quando seja expressamente interpretativa. 
 
5.3) INTERPRETAÇÃO E INTEGRAÇÃO 
Interpretação da Legislação Tributária: 
• Extração do significado do texto (adaptando o direito aos fatos sociais). 
Métodos de Interpretação: 
• a) Literal, Gramatical ou Léxico – captação da vontade normativa através do estudo de 
suas próprias expressões vocabulares; . 
• b) Lógico-Sistemático (contextual) – pressupõe que o Direito é um sistema organizado, 
coerente e homogêneo; 
• c) Teleológico – a norma é elaborada segundo um princípio de razão, para atingir um objetivo 
ou fim politicamente desejado; 
• d) Histórico - análise dos elementos circunstanciais que envolveram a elaboração da norma, 
tais como exposições de motivos, relatórios, votos etc. 
 
Integração da Legislação Tributária: 
• Procura de proposição jurídica capaz de suprir uma lacuna legal ou uma vontade 
insuficientemente nela manifestada; 
 
 
32
 
Métodos de Integração: 
• a) Analogia: - aplicação da lei prevista para casos semelhantes a uma hipótese não prevista. 
Não pode resultar exigência de tributo não previsto em lei; 
• b) Princípios Gerais de Direito Tributário: - pressupõe que eles se irradiam a um grande 
número de situações capazes de orientar o aplicador da norma a dar uma adequada solução 
ao caso; 
• c) Princípios Gerais de Direito Público: - por serem estes que dão origem a todo o sistema 
jurídico, especialmente os constitucionais, administrativos e penais; 
• d) Equidade: - redução do rigor da lei, adaptando-a às características pessoais ou materiais do 
caso concreto sob análise, buscando a realização de JUSTIÇA, desde que não resulte dispensa 
de tributo legalmente devido; 
• e) Princípios Gerais de Direito Privado: - utilizados para pesquisa da definição, do 
conteúdo e do alcance dos institutos, conceitos e normas, porém nunca para definição dos 
efeitos tributários; 
 
 
33
 
 
6 OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA 
 
6.1) CONCEITO E CLASSIFICAÇÃO 
Conceito: 
• É a relação jurídica que vincula o sujeito passivo (particular) ao sujeito ativo (Estado), tendo 
por objeto, principalmente, o pagamento de tributo ou penalidade pecuniária. 
• Ao contrário das obrigações privadas (contratuais), que são contraídas voluntariamente, a 
obrigação tributária tem como causa a lei tributária e não a vontade. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Elementos Constitutivos: 
--------------------------------------------------- 
 a) Sujeito Ativo Estado 
 b) Sujeito Passivo Particular 
 c) Objeto: 
 Principal - Pagamento do Tributo ou 
 Penalidade Pecuniária 
 Acessória - Prestações Positivas ou 
 Negativas 
 d) Causa Lei Tributária 
---------------------------------------------------- 
 
Espécies de Obrigação Tributária: 
• Obrigação Principal (pagamento o tributo ou penalidade pecuniária); 
• Obrigação Acessória (prestações positivas ou negativas,exigidas no interesse da 
Administração Tributária); 
Surgimento da Obrigação Tributária: 
• Com a ocorrência dos acontecimentos (fatos econômicos) definidos em lei como FATO 
GERADOR. 
 
6.2) FATO GERADOR - FG 
Conceito: 
• Fato econômico de relevância jurídica ou fato jurídico de consistência econômica descrito em lei 
como base para a exigência tributária, 
 Ou seja: 
• Situação (FATO ECONÔMICO) definida em lei como necessária e suficiente à sua ocorrência (da 
obrigação) (art. 114 CTN); 
• Exigência de procedimentos, pela Administração ao sujeito passivo (art.115 CTN). 
 
Exemplos (simplificados): 
Fato Gerador TRIBUTO 
Vendas de Mercadorias........... ICMS 
Recebimento de Salário........... IR / INSS 
OBRIGAÇÃO PRIVADA OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA
Voluntária Legal (compulsória)
Apuração pelas partes Lançamento
Exigibilidade pelo Credor
 
Cobrança Obrigatória
Disponibilidade (Perdão) Indisponibilidade
Indenização Indenização + Multa
Sem outras sançôes Sanções Penais
COMPARAÇÃO OBRIGAÇÃO PÚBLICA X PRIVADA
 
 
34
 
Propriedade de Veículo............ IPVA 
Propriedade de Imóvel Urbano. IPTU 
Importação de Mercadorias...... I.Imp. 
Prestação de Serviços.............. ISS 
Faturamento da Empresa......... PIS/COFINS 
 
Elementos do FG: 
• material ou objetivo: acontecimentos descritos como capazes de produzir a obrigação 
tributária e o crédito dela decorrente; 
• pessoal ou subjetivo: sujeitos da relação jurídico-tributária; 
• temporal: quando da ocorrência do fato econômico; 
• espacial ou territorial: local da ocorrência do fato econômico; 
• valorativo ou dimensional: “quantum” da obrigação tributária (base de cálculo x alíquota). 
 
Interpretação do FG (Art. 118 do CTN): O tributo é exigido, independentemente: 
• da validade jurídica dos atos praticados pelo sujeito passivo; 
• da natureza jurídica do seu objeto ou efeito; 
• dos efeitos efetivamente ocorridos. 
 
6.3) SUJEITO ATIVO DA OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA 
 
É o Estado (credor) que no Brasil adota uma forma conhecida como República Federativa, 
(com 3 níveis de Governo). 
 
 | União Federal 
 Estado (amplo senso) | Estados 
 | Municípios 
 
O Distrito Federal detém todas as competências tributárias conferidas aos Estados e aos 
Municípios. 
 
6.4) SUJEITO PASSIVO DA OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA 
Conceito: 
É a pessoa obrigada ao pagamento do tributo ou penalidade pecuniária, inclusive às prestações 
positivas e negativas (procedimentos): 
Chama-se contribuinte a pessoa que, pessoal e diretamente esteja relacionado com fato gerador 
da obrigação tributária; 
É responsável quem, não sendo contribuinte, esteja obrigado ao cumprimento de obrigações 
tributárias. 
 
Responsável por Solidariedade - (art. 124 do CTN): 
Quando duas ou mais pessoa se obrigam simultaneamente com relação ao mesmo crédito 
tributário: 
• Natural ou de fato (por interesse comum na situação que constitua o fato gerador). Ex. 
Co-proprietários de um imóvel urbano, relativamente ao IPTU; 
• Legal (relativa às pessoas expressamente designadas por lei). Ex. Os pais relativamente aos 
tributos devidos por seus filhos menores. 
 
Responsável por Sucessão (arts. 129 a 133 do CTN): 
A obrigação se transfere para terceiros, normalmente em virtude do desaparecimento do 
contribuinte natural. 
Na fusão, transformação, incorporação, cisão ou extinção da pessoa jurídica, a empresa sucessora 
é responsável pelos tributos devidos até a data do ato. 
Terceiro Responsável (arts. 134 e 135 do CTN): 
 
 
35
 
Transferência da obrigação para terceiros intervenientes no negócio jurídico, quando o 
pagamento não possa ser satisfeito direta-mente pelo contribuinte natural. 
Exemplos: 
 Pais respondem pelos filhos menores; 
 Tutores, pelos seus tutelados; 
 Síndico, pela massa falida, etc. 
 
Responsável por Substituição Tributária 
Ocorre quando, em virtude de expressa disposição de lei, a obrigação tributária surge, desde logo, 
contra uma terceira pessoa, economicamente vinculada ao fato ou negócio tributado. 
Este terceiro assume a obrigação em substituição ao contribuinte natural. 
Exemplos mais comuns de Subst.Tributária 
Retenção, pelo empregador, do IMPOSTO DE RENDA devido pelo trabalhador assalariado, 
inclusive da sua parcela de contribuição ao INSS. 
Retenção, pelo fabricante, do ICMS devido pelo comerciante adquirente na futura revenda das 
mercadorias compradas do industrial. 
 
6.5) RESPONSABILIDADE POR INFRAÇÕES 
Conceito de Infração: 
Infração é o ato (deliberado ou não) que implica descumprimento da legislação tributária. 
Para garantir o cumprimento da obrigação tributária, a lei pune aqueles que violam as normas que 
estabelecem essas obrigações. 
Quando a lei não dispõe de forma diversa, a responsabilidade é objetiva (independe da intenção 
do agente). 
A responsabilidade é pessoal do infrator, quando a infração, além de contrariar as normas 
tributárias, é conceituada como crime ou contravenção penal, excetuando-se a situação em que o 
infrator tenha agido no cumprimento de suas prerrogativas administrativas, no exercício de um 
mandato (procurador p. exemplo) ou, ainda, quando estiver cumprindo ordem expressa emanada 
por quem de direito. 
 
Exclusão da Responsabilidade pela Denúncia Espontânea: 
Ocorre quando o infrator procura a repartição fiscal competente, antes de qualquer iniciativa do 
Fisco, e então: 
 a) confessa o ilícito tributário; 
 b) paga o tributo e a mora devidos; ou 
 c) deposita a importância arbitrada pela autoridade administrativa (no (no caso de tributo ainda 
não apurado). 
 
6.6) CAPACIDADE TRIBUTÁRIA PASSIVA 
 
Conceito: 
Capacidade - aptidão jurídica para exercer direitos ou contrair obrigações. 
A capacidade tributária passiva é presumida pela lei. Decorre da escolha do legislador das pessoas 
que praticam ou estejam relacionadas com os fatos geradores da obrigação tributária. 
 
A capacidade tributária passiva independe: 
a) da capacidade civil das pessoas naturais; 
b) de achar-se a pessoa natural sujeita a medidas que importem privação ou limitação do exercício 
de atividades civis, comerciais ou profissionais, ou da administração direta de seus bens ou 
negócios; 
c) de estar a pessoa jurídica regularmente constituída, bastando que se configure uma unidade 
econômica ou profissional. 
 
 
 
 
36
 
6.7) DOMICÍLIO TRIBUTÁRIO 
Conceito: 
É o local onde as pessoas cumprem as suas obrigações e respondem por seus direitos. 
Como regra geral, o contribuinte ou responsável pode eleger o domicílio tributário, a seu critério. 
Contudo, o FISCO pode recusar essa eleição, se ela impedir ou dificultar a fiscalização tributária. 
 
 
 
37
 
 
7 - CRÉDITO TRIBUTÁRIO 
 
7.1) CONCEITO 
Direito do Estado de exigir do sujeito passivo (particular) a prestação (pagamento do tributo) 
decorrente da obrigação tributária principal. 
Tem a seguinte composição (parcelas): 
 - tributo; 
 - correção monetária; 
 - multas fiscais; 
 - juros de mora; 
 - outros acréscimos legais. 
 
7.2) LANÇAMENTO - CONSTITUIÇÃO DO CT 
Conceito: 
Ato (administrativo) constitutivo do crédito tributário, que declara a existência do direito do Estado 
à sua cobrança (exigência). 
Tem a função de individualizar a obrigação prevista em abstrato na lei, nascida em decorrência do 
fato gerador (avaliação qualitativa e quantitativa). 
 
Lançamento – Função: 
a)verificar a ocorrência do fato gerador da obrigação correspondente; 
b) determinar a matéria tributável; 
c) calcular o montante do tributo devido; 
d) identificar o sujeito passivo; 
e) propor a aplicação da penalidade cabível, quando for o caso; 
O lançamento é uma atividade administrativa privativa da autoridade fiscal, de caráter vinculado e 
obrigatório. 
 
Lançamento – Efeitos: 
a) torna exigível o tributo, pela apuração e controle dos elementos materiais e formais do crédito 
tributário; 
b) proporciona ao sujeito passivo, nos termos das normas processuais, a oportunidade de exercer 
o seu direito de defesa fiscal (impugnação e recursos administrativos); 
c)torna o crédito tributário líquido e certo. 
 
Lançamento - Legislação Aplicável: 
Ao lançamento, aplica-se as normas vigentes à época da ocorrência do fato gerador da obrigação 
correspondente. 
A legislação posterior (nova) pode ser aplicada quando, não responsabilizando terceiro, tenha 
instituído novos critérios de apuração ou processos de fiscalização. 
 
Espécies de lançamento: 
a) Lançamento Direto ou de Ofício: 
• Feito unilateralmente pela autoridade administrativa, sem uma participação mais significativa 
do sujeito passivo. 
• É muito utilizado paras os casos de: 
- exigência tributária combinada com infrações fiscais; 
 - impostos sobre a propriedade; 
• Comporta a subdivisão a seguir: 
a1) por Investigação Real: caracterizado pela determinação da matéria tributável o mais 
próximo possível da realidade por meio de elementos concretos ao alcance do FISCO. 
 Exemplo: 
 
 
38
 
 apreensão de mercadorias desacompanhadas de nota fiscal; 
 obtenção de documento comprobatório de operação não registrada. 
a2) por Presunção: que consiste na investigação da matéria tributável por meio de 
estimativas e outras informações que se aproximem da realidade dos fatos; 
a3) Indiciário: que se baseia em certos elementos indiciários ou circunstâncias tais que 
expressam a valoração da riqueza a ser tributada, inclusive com base nos seus sinais 
exteriores; 
 
b) Lançamento por Declaração: 
• Feito pelo Fisco com a colaboração do sujeito passivo, que presta declaração informando 
certos elementos que constituem base para o lançamento. 
• Uma vez prestada a declaração, o contribuinte não pode alterá-la, para reduzir o tributo, a 
não ser que, antes da notificação, comprove o erro ou omissão determinante da alteração; 
 
c) Lançamento por Homologação: 
• Ocorre, quanto aos tributos em que o contribuinte ou responsável é obrigado a efetuar o 
pagamento (provisório) do crédito tributário, antes de qualquer iniciativa do Fisco. Nesse 
caso, o Fisco, mediante fiscalização “a posteriori” ratifica (homologa) o pagamento, tornando-
o definitivo. 
 Exemplos.:I.Renda; IPI; ICMS; e ISS etc. 
 
Alterações do Lançamento 
O lançamento (é DEFINITIVO), quando o sujeito passivo tenha sido dele regularmente notificado e 
somente pode ser alterado nas seguintes situações: 
a) por iniciativa do próprio sujeito passivo, que o impugnar (defesa fiscal); 
b) por atuação da própria administração tributária, diante da ocorrência dos motivos previstos 
na legislação tributária. 
 
 
7.3) SUSPENSÃO, EXTINÇÃO E EXCLUSÃO DO CT 
 
a) Modalidades de Suspensão da exigibilidade do CT: 
O Crédito Tributário, que é exigível de imediato (efeitos do lançamento), tem sua exigibilidade 
prorrogada para num futuro (definido ou dependente de algum fato administrativo ou judicial), 
mantido o cumprimento das obrigações. 
• Moratória: 
Corresponde à prorrogação, dilatação ou adia-mento do prazo regulamentar fixado para o 
pagamento do tributo. 
A forma mais comum é o parcelamento do débito em prestações mensais, concedido pela entidade 
tributante. 
Pode ocorrer a concessão de um prazo de carência, seguido de pagamento a vista ou parcelado. 
• Depósito (administrativo ou judicial): 
Refere à situação em que o sujeito passivo efetua depósito dos valores exigidos, enquanto discute, 
administrativa ou judicialmente, o lançamento. 
Tem o efeito de prevenir (evitar) a incidência de correção monetária e juros de mora. 
• Defesa Fiscal: 
Corresponde às oportunidades em que o sujeito passivo pode impugnar ou impetrar recursos 
contra decisões administrativas que lhes forem desfavoráveis. 
As RECLAMAÇÕES são impetradas contra o lançamento e os RECURSOS contra a decisão (de 1ª 
instância ou de outras instâncias superiores) que julgar improcedente a reclamação (julgamento 
pro-Fisco). 
 
 
 
39
 
Medidas Cautelares: 
A CONCESSÃO DE MEDIDAS CAUTELARES - como LIMINAR EM MANDADO DE SEGURANÇA 
(ou outra medida judicial equivalente). 
Diz respeito ao ato judicial que, provisoriamente, suspende a exigibilidade do crédito tributário, 
enquanto o juiz analisa o mérito da questão e profere uma decisão definitiva. 
 
 
b) Modalidades de Extinção do CT: 
São situações que determinam o fim da obrigação tributária, por extinguir o crédito dela 
decorrente. 
A mais importante delas é o pagamento. 
Há modalidades que se equiparam, parcial ou integralmente, ao pagamento, embora tenham 
nomenclatura diferenciada. 
Ex. Compensação, Homologação, Conversão do Depósito em Renda etc. 
 
• Pagamento: 
É o fim natural do crédito tributário, representado pelo cumprimento da obrigação tributária 
principal. Significa a conversão do crédito tributário (direito em potencial) em renda, arrecadação, 
receita pública (derivada) e deve ser efetuado (art. 162 do CTN) 
 - em moeda corrente, cheque ou vale postal 
 - em estampilha (selo), etc. 
 
• Compensação: 
Ocorre quando o sujeito passivo é, também, credor do sujeito ativo (Estado). Trata-se, na 
realidade, de um encontro de contas. 
 
• Conversão do Depósito em Renda: 
O depósito corresponde ao valor oferecido pelo sujeito passivo como modalidade de suspensão do 
crédito tributário. 
Julgada a lide, na via administrativa ou judicial, os valores depositados são levantados e 
convertidos em renda (ARRECADAÇÃO), com a conseqüente extinção dos créditos por eles 
garantidos. 
 
• Homologação do Pagamento Antecipado: 
Ocorre quanto aos tributos em que o sujeito passivo é obrigado a antecipar o pagamento do 
crédito tributário. Posteriormente, o Fisco analisa a regularidade desse pagamento e 
expressamente o HOMOLOGA. Se não o fizer, no prazo de 5 (cinco) anos, contados da data do 
pagamento, ocorrerá a HOMOLOGAÇÃO TÁCITA. 
 
• Consignação em Pagamento: 
O sujeito passivo pode, em lugar de efetuar o pagamento, fazer um depósito da importância 
correspondente ao crédito tributário em juízo,quando o Estado: 
a) recusar o seu recebimento; 
b) vincular o pagamento ao cumprimento de exigências administrativas ilegais; 
c) por mais de um esfera de Governo, exigir tributo idêntico sobre um mesmo fato gerador. 
 
• Transação: 
Caracterizada por concessões mútuas, do Estado e do sujeito passivo, com o fim de prevenir ou 
encerrar litígios fiscais. 
 
• Remissão: 
Forma extintiva do crédito tributário fundamentada no perdão ou dispensa, total ou parcial, do 
pagamento devido autorizada nos seguintes casos principais: 
a) situação econômica (frágil) do sujeito passivo; 
 
 
40
 
b) erro ou ignorância escusáveis (desculpáveis) do sujeito passivo; 
c) diminuto valor do crédito tributário 
 
• Decadência: 
É a perda do direito da Fazenda Pública (Estado) de constituir o crédito tributário (efetuar o 
LANÇAMENTO), com o decurso do prazo de 5 anos, contados: 
- do 1º dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sito efetuado; 
- da data em que se tornar definitiva a decisão que houver anulado, por vício formal, lançamento 
anteriormente realizado. 
 
• Prescrição: 
Perda do direito de ação da Fazenda Pública (o Estado) de cobrar o crédito tributário em juízo 
(Execução Fiscal), se não o fizer no prazo de 5 anos após o lançamento. 
Casos de interrupção do prazo: 
 a) citação pessoal feita ao devedor; 
 b) protesto judicial; 
 c) ato judicial que constitua em mora (em atraso) o devedor; 
 d) reconhecimento do débito pelo devedor. 
 
• Decisão Administrativa Irreformável (absolutória): 
Diz respeito à última decisão, na esfera administrativa, em que o sujeito passivo, no exercício do 
seu direito à DEFESA FISCAL, sagrou-se vencedor (absolvido) na discussão. 
 
• Decisão Judicial com Trânsito em Julgado (absolutória): 
Trata-se de decisão judicial, transitada em julgado (que não cabe mais recurso), que concluir pela 
improcedência da pretensão fiscal de exigir o crédito tributário objeto da ação judicial respectiva. 
 
 
c) Modalidades de Exclusão do CT: 
 
São hipóteses que a lei reconhece a existência do fato gerador da obrigação tributária principal, 
mas proíbe aconstituição do crédito tributário dela decorrente. 
A concessão dos benefícios excludentes do crédito tributário não dispensa o cumprimento de 
obrigações acessórias dependentes da obrigação principal ou dela decorrentes. 
 
• Isenção: 
Dispensa do pagamento do tributo concedida por lei especifica que fixa condições e prazos 
Pode ser revogada ou modificada a qualquer tempo, salvo se: 
a) concedida por prazo certo e em função de determinadas condições; 
b) relativa a impostos sobre patrimônio e renda, caso em que deve ser observado o princípio da 
anterioridade da lei. 
 
• Anistia: 
Dispensa, total ou parcial do pagamento de penalidades pecuniárias (de natureza tributária), 
concedida por lei especifica. 
É um instituto próprio do Direito Penal. Por significar perdão da falta cometida, somente alcança as 
multas aplicáveis às infrações praticadas. 
 
7.4) GARANTIAS E PRIVILÉGIOS DO CT: 
 
a) Garantias – conceito: 
Meios jurídicos utilizados pelo Estado para assegurar o recebimento do tributo devido. Todos os 
bens e rendas do sujeito passivo, de qualquer origem ou natureza, respondem pelas dívidas 
tributárias, excetuados aqueles que a lei declare absolutamente impenhoráveis. 
 
 
41
 
São nulos os ônus reais e as cláusulas de inalienabilidade ou impenhorabilidade constituídas, a 
qualquer tempo, pelo devedor. 
Outras garantias podem ser acrescidas pela legislação do tributo. 
Considera-se de má-fé (FRAUDE À EXECUÇÃO FISCAL), a alienação de bens ou oneração de 
rendas, ou o seu começo, feita por pessoa devedora de crédito tributário regularmente inscrito na 
dívida ativa, salvo se houver reservado bens ou rendas suficientes à sua total satisfação. 
 
b) Privilégios – conceito: 
São os predicativos (qualidades) a ele atribuídos no sentido de conferir-lhe “status” preferencial 
sobre os demais créditos. 
Essa vantagem é absoluta, exceção feita tão-somente aos créditos de natureza trabalhista. 
Nota: No caso de falência, deverá obedecer à ordem de recebimento de créditos traçadas pela Lei de 
Falências (Lei nº 11.101) em seu artigo 83: 
• Primeiramente, os créditos trabalhistas de até 150 salários-mínimos; 
• em segundo, os créditos com garantia real (penhora, hipoteca, etc); 
• em terceiro, os créditos tributários; 
• em quarto os créditos com privilégio especial; e 
• em quinto os créditos com privilégio geral, estando aí incluídos as multas tributárias (inciso VII). 
Com efeito, a Fazenda Pública esta isenta de submissão a concurso de credores ou habilitação nos 
processos de falência, concordata, inventário ou arrolamento. 
Quando o patrimônio do devedor não der para quitar todos os débitos, ocorre um concurso interno 
entre as fazendas credoras, que se resolve pela seguinte preferência: 
• em 1º lugar, créditos da União; 
• em 2º lugar, créditos dos Estados, DF e Territórios, conjuntamente e “pro-rata”; 
•3) em último lugar, os Municípios conjuntamente e “pro-rata”. 
 
 
42
 
8 - ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA 
8.1) CONCEITO: 
 
Atividade estatal voltada principalmente para a arrecadação tributária. 
Trata-se de um ramo especializado da Administração Pública. 
- Princípios básicos da Administração Pública: 
• LEGALIDADE; 
• IMPESSOALIDADE; 
• MORALIDADE; 
• PUBLICIDADE; 
• EFICIÊNCIA. 
Esta atividade estatal dispõe de servidores específicos - funcionários fiscais (FISCO), com funções 
voltadas para a verificação do cumprimento das obrigações tributárias (lançamento). 
No combate e prevenção da inadimplência, a Administração Tributária tem o poder de aplicar 
multas administrativas e de se utilizar de outros meios coercitivos para assegurar o cumprimento 
da obrigação tributária. 
 
8.2) FISCALIZAÇÃO E DÍVIDA ATIVA TRIBUTÁRIA: 
Fiscalização Tributária 
O objetivo da Administração Tributária é a arrecadação. Contudo, para assegurá-la torna-se 
necessário fiscalizar o cumprimento da obrigação tributária. 
O FISCO conta com uma séria de prerrogativas legais para tal fim. Todos são obrigados à 
fiscalização e devem registrar e guardar livros e documentos por 5 anos. 
Contudo nenhuma informação obtida pelo exercício não pode ser revelada (sigilo fiscal). 
 
Dívida Ativa Tributária 
Art. 201 do CTN” 
“Constitui dívida ativa tributária a proveniente de crédito dessa natureza, regularmente inscrita na 
repartição administrativa competente, depois de esgotado o prazo fixado, para pagamento, pela lei 
ou por decisão final proferida em processo regular.” 
A dívida ativa, regularmente inscrita, goza de presunção de certeza e de liquidez, tendo efeito de 
prova pré-constituída - cabe ao sujeito passivo o ônus da contra-prova. 
 
Certidão da Dívida Ativa: 
• Certidão Positiva: que deverá conter, além dos requisitos mencionados, o nº do livro 
e da folha de inscrição. 
A Certidão Positiva constitui título executivo extrajudicial, o que possibilita à Fazenda Pública 
promover a EXECUÇÃO FISCAL do crédito tributário inscrito. 
 
• Certidão Negativa (CND) 
É a prova de que o sujeito passivo está quite com a Fazenda Pública. 
É exigida como pré-requisito na habilitação da pessoa a vários atos da vida civil, comercial, 
contratos com a Administração Pública e admissão no serviço público. 
Considera-se como Negativa, a certidão que se referir a créditos não vencidos, em curso de 
cobrança executiva, objeto de penhora, ou cuja exigibilidade esteja suspensa. 
 
 
43
 
09 – DEFESAS FISCAIS 
 
São alternativas dadas ao sujeito passivo para resguardar seus direitos, propostas em face do 
lançamento emitido pela autoridade fiscal, com base no contraditório e ampla defesa, através de 
documento escrito. 
 
09.1 Processo Administrativo Tributário 
 
A Administração Pública pode instituir um processo administrativo para apurar matéria controversa 
entre si e o administrado (CONTROLE DA LEGALIDADE), cuja decisão final a vincula, mas não o 
particular, que pode pedir ao Judiciário que reveja a decisão sobre a matéria (princípio da 
jurisdição única). 
O Processo Administrativo Tributário (PAT) é uma espécie de processo administrativo voltada para 
a: 
a) determinação da exigência do crédito tributário (resolvendo a lide sobre a procedência desse 
crédito); 
b) solução de dúvidas (consultas) sobre a aplicação da legislação tributária. 
 
a) Princípios processuais: 
 
1. da LEGALIDADE (objetiva): atividade vinculada do próprio lançamento (controle de sua 
legalidade); 
2. da OFICIALIDADE: impulso oficial para alcançar a decisão final, mesmo sem a provocação 
das partes; 
3. da INFORMALIDADE: simplicidade na prática processual, realizando-se apenas os atos 
essenciais à obtenção da certeza jurídica. Não precisa de advogado; 
4. da VERDADE MATERIAL: objetiva a apuração da realidade dos fatos. Não há rigor quanto à 
produção de provas. A princípio, qualquer documento é admitido e anexado aos autos; 
5. da CELERIDADE PROCESSUAL: A decisão final tem que ser rápida. O ritmo obedece à 
relevância para Administração, seja em razão da matéria ou até mesmo da amplitude dos 
valores objeto da lide; 
6. do CONTRADITÓRIO: garante aos acusados o direito de contestar as provas e argumentos 
produzidos em seu desfavor; 
7. da AMPLA DEFESA: o sujeito passivo tem amplo direito de se defender. Além da contestação, 
pode produzir as provas que julgar necessárias para garantir a sua inocência ou, se culpado, 
para ser JUSTAMENTE apenado. 
 
b) Julgamento: 
 
1. Julgamento de Primeira Instância: 
O sujeito passivo pode impugnar o lançamento (reclamação) perante o Julgador de 1a.Instância, 
que expede uma decisão, analisando fatos, provas e a legislação aplicável; 
a) se a decisão for contra a Fazenda Pública, o próprio julgador a submeterá, obrigatoriamente, à 
2a. Instância - Recurso de Ofício; 
b) se for contra o sujeito passivo, este poderá interpor Recurso Voluntário à 2a.Instância. 
 
2. Julgamento de Segunda Instância: 
O julgamento do recurso é feito por colegiado (representantes do Fisco e dos Contribuintes); 
 
3. Julgamento em Instância Especial: 
Excepcionalmente destinado a rediscutira decisão de 2a. Instância quando não for unânime; 
contrariar a lei ou a evidência das provas ou, ainda, quando for divergente em relação à decisão 
de outra Câmara ou da própria Instância Especial. 
 
 
44
 
 
c) Documentos de Lançamento: 
Auto de Infração (lançamento com multa): 
- qualificação do autuado; 
- local, data e hora da lavratura; 
- descrição dos fatos; 
- dispositivos legais infringidos e correspondentes às penalidades propostas; 
- exigência fiscal e intimação para o seu cumprimento ou impugnação; 
- assinatura do autuante e sua identificação; 
- ciência do sujeito passivo. 
 
Notificação (lançamento sem multa): 
- qualificação do notificado; 
- valor do crédito tributário a pagar e o prazo para impugnação; 
- infração (se houver); 
- assinatura da autoridade administrativa (dispensada no caso de emissão por sistema eletrônico 
de processamento de dados). 
 
 
d) Defesa Fiscal: 
São as impugnações e recursos interpostos pelo sujeito passivo, com o objetivo de provocar a 
revisão de decisão que lhe seja desfavorável. 
 Efeitos do exercício da defesa fiscal: 
- suspensão da exigibilidade do Crédito Tributário; 
- inicio da fase contenciosa do Processo Administrativo Tributário. 
 
Revelia: 
• omissão da defesa fiscal no prazo legal; 
• efeitos da revelia: 
 - presunção de validade do lançamento; 
 - gera cobrança amigável e judicial; 
 
Preclusão: 
Perda do direito de praticar ato processual (reclamação, impugnação, recurso etc, inclusive por 
parte da Fazenda Pública), pelo decurso do prazo legal para fazê-lo. 
 
9.2) Processo Judicial Tributário: 
é a seqüência de atos realizados perante o Poder Judiciário visando discutir o crédito tributário. 
 
Para a cobrança judicial do crédito tributário não-pago, observa-se a Lei 6830/80 (Lei de Execução 
Fiscal): 
 
1º) Havendo decisão administrativa irreformável considerando válido o CT, se o contribuinte 
não paga no prazo de 30 dias, a Fazenda Pública procederá à inscrição do débito em Dívida 
Ativa e abrirá prazo de cobrança; 
2º) Caso ainda não pague, mediante a certidão de Dívida Ativa, os procuradores ou advogados 
da Fazenda Pública irão propor Ação de Execução Fiscal; 
3º) O executado tem prazo de 5 dias para pagar (correção, multa, juros) ou nomear bens à 
penhora; 
4º) Após, poderá embargar (propor defesa fiscal) no prazo de 30 dias a contar da penhora. 
 
Além dos embargos à execução fiscal, o sujeito passivo poderá propor outras ações judiciais, tais 
como: 
 
 
45
 
• Ação de repetição de indébitos ou de restituição de importâncias pagas: para requerer a 
devolução de importâncias pagas a maior de um crédito tributário. Exemplo: o ICMS que 
seria de R$ 5.000,00 e foi pago R$ 7.000,00, podendo o sujeito passivo pedir a devolução 
de R$ 2.000,00 
• Ação de compensação: para pedir a compensação ou encontro de contas entre Fisco e 
sujeito passivo. Exemplo: a compensação de um crédito fiscal do contribuinte de R$ 
2.000,00 do ICMS com o ICMS do próximo mês, calculado em R$ 3.000,00; assim, o 
contribuinte pode requerer o direito de efetuar o pagamento de apenas R$ 1.000,00 
• Ação anulatória de débitos fiscais 
• Ação de nulidade de débitos fiscais 
• Ação declaratória de nulidade de auto de infração 
• Mandado de segurança: para coibir abusos ou excesso de poder praticados pela autoridade 
fiscal. 
 
Observação: Penhora on line: Se o devedor devidamente citado não pagar nem apresentar bens à 
penhora no prazo legal e não forem encontrados bens penhoráveis, o juiz determinará a indisponibilidade de 
seus bens e direitos (art. 185-A do CTN). 
 
 
 
46
 
 
 
 
 
PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO 
 
 
PARTE ESPECIAL – Os Reflexos dos Tributos nas 
Organizações. 
 
 
2010/01 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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TRIBUTOS SOBRE O COMÉRCIO EXTERIOR 
 
IMPOSTO SOBRE A IMPORTAÇÃO 
 
FINALIDADE: Extrafiscal. Isto é, o imposto é utilizado como instrumento de controle das 
importações. Os produtos que interessam ao país que sejam importados aplica-se alíquotas 
baixas ou zero, já os produtos que não interessam a importação aplica-se alíquotas mais 
altas, de forma a desestimular as entradas. 
EXCEÇÃO AOS PRINCÍPIOS DA LEGALIDADE E DA ANTERIORIDADE: Tendo em vista 
que muitas vezes se faz necessário que o nível das importações seja diminuído 
imediatamente para evitar graves danos nas reservas cambiais brasileiras, o legislador 
constituinte autorizou que as alíquotas do imposto podem ser alteradas por ato do poder 
executivo, nos limites estabelecidos em Lei, podendo entrar em vigor imediatamente após a 
sua publicação, caracterizando então exceção do imposto aos princípios da legalidade e 
anterioridade, no tocante ao aumento deste imposto. 
FATO GERADOR: é a entrada de mercadoria estrangeira no território aduaneiro (Art. 72 do 
Decreto nº 4543, de 26/12/2002) 
MERCADORIA ESTRANGEIRA: é a mercadoria oriunda de país estrangeiro. 
Considera-se também estrangeira, para fins da incidência do Imposto sobre a Importação, a 
mercadoria nacional ou nacionalizada exportada, que retorne ao país, exceto se: 
• enviada em consignação e não vendida no prazo autorizado; 
• devolvida por motivo de defeito técnico para reparo ou substituição 
• por motivo de modificações na sistemática de importação por parte do país importador; 
• por motivo de guerra ou calamidade pública; ou 
• por outros fatores alheios à vontade do exportador. 
TERRITÓRIO ADUANEIRO: Refere-se á área onde é possível haver a atuação das 
autoridades alfandegárias brasileiras, logo o território aduaneiro compreende todo território 
nacional. 
O Território Aduaneiro para fins de jurisdição dos serviços alfandegários divide-se em Zona 
Primária e Zona Secundária. 
ZONA PRIMÁRIA: é a área onde há controle aduaneiro permanente e ininterrupto. 
Basicamente compreende as áreas dos portos, aeroportos e estações de fronteira terrestres 
onde se realizam legalmente operações de carga e descarga de mercadorias ou embarque e 
desembarque de passageiros, procedentes do exterior ou a ele destinados. 
ZONA SECUNDÁRIA: Compreende todo restante do território nacional, inclusive as águas 
territoriais e o espaço aéreo 
Obs.: o regulamento aduaneiro (Decreto n.º 4.543/2002) estabelece que tratando-se de 
mercadoria despachada para consumo, considera-se ocorrido o fato gerador na data do 
registro da declaração de importação na repartição aduaneira competente. 
DESPACHO PARA CONSUMO: É o conjunto de procedimentos estabelecidos na legislação 
aduaneira, que tem como objetivo colocar a mercadoria de origem estrangeira à disposição 
do adquirente domiciliado no Brasil, para seu uso ou consumo final. 
ASPECTOS DO FATO GERADOR 
 
 
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A doutrina estabelece que não basta a descrição de um fato como sendo gerador de 
tributo, há a necessidade de se identificar diversos aspectos do fato gerador para que ele se 
torne factível, tais como: 
• Fator material: é a situação descrita na lei como necessária e suficiente para fazer 
surgir a obrigação tributária. No caso do imposto sobre importação, o fator material é a 
entrada de mercadoria estrangeira no território aduaneiro. 
• Fator temporal: refere-se ao momento em que ele acontece. Dado que se a ocorrência 
se deu num lapso de tempo anterior a 5 anos, normalmente o sujeito ativo da relação 
jurídico-tributária não mais terá direito de exigir o tributo pela ocorrência da figura extintiva 
de direito denominada decadência. 
O Imposto de Importação tem como o fator temporal, o momento em que ocorrer a entrada 
da mercadoria estrangeira no território aduaneiro, embora saibamos que em termos 
operacionais utiliza-se como fator temporal (Art. 73 Decreto 4.543/2002): 
1) o momento do registro da Declaração de Importação, quando a mercadoria for 
despachada para consumo; 
2) o momento do lançamento do crédito tributário quando se tratar de bens contidos em 
remessa postal internacional, bagagem ou na constatação de irregularidade na importação. 
• Fator espacial: Refere-se ao local da ocorrência do fato

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