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Intervenção do Estado na propriedade

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• Introdução 
A possibilidade de intervenção do Estado na 
propriedade privada advém de seu poder de 
império, sustentado no princípio da supremacia 
do interesse público e da função social da 
propriedade, sempre amparada na legalidade. 
A intervenção pode ser: 
− Restritiva: quando apenas restringe o uso 
da propriedade (decorre do Poder de 
Polícia). 
− Supressiva: quando há transferência 
compulsória da propriedade para o Estado 
(desapropriação). 
• Intervenções Supressivas 
− DESAPROPRIAÇÃO 
O Estado, fundado em interesse público, 
despoja compulsoriamente alguém de um bem e 
o adquire para si, de forma originária e 
mediante indenização, ressalvada a exceção 
constitucional. 
Modalidades 
− Desapropriação comum: Decorrente de 
utilidade ou necessidade pública ou 
interesse social. 
Nesse caso, a indenização é prévia, justa e em 
dinheiro. 
− Desapropriação especial urbana: Decorre 
do descumprimento da função social 
prevista no Plano Diretor. 
A competência é exclusiva do município que 
possui Plano Diretor. 
PROCEDIMENTO: 
1º: notificação do proprietário para que ele 
faça -> Edificação: (prazo) 1 ano para o 
projeto; Parcelamento: 2 anos para a obra. 
2º. IPTU progressivo por até 5 anos (até 15%). 
3º. Desapropriação -> pagamento em Títulos da 
Dívida Pública, resgatáveis em até 10 anos. 
− Desapropriação Especial Rural: Decorre do 
descumprimento da função social da 
propriedade rural. 
A função social, nesse caso, consiste no 
aproveitamento racional e adequado; 
utilização adequada dos recursos naturais 
disponíveis e preservação do meio ambiente; 
observância das disposições que regulam as 
relações de trabalho; exploração que favoreça 
o bem-estar dos proprietários e dos 
trabalhadores. 
Essa modalidade de desapropriação é feita 
para fins de Reforma Agrária. 
A indenização é em Títulos da Dívida Agrária, 
resgatáveis em até 20 anos. 
As benfeitorias úteis e necessárias serão pagas 
em dinheiro. 
Vedações: 
• Propriedade produtiva. 
• Pequena e média propriedade que seja a 
única do sujeito. 
 
− Desapropriação confisco (expropriação) 
Não há pagamento de indenização e se dá nos 
seguintes casos: 
• Bens imóveis: 
− Utilizados para culturas ilegais de plantas 
psicotrópicas. 
− Utilizados para exploração de trabalho 
escravo, na forma da lei. 
Se dará para fins de Reforma Agrária ou 
Programa de Habitação Popular. 
• Bens móveis: utilizados para tráfico de 
drogas. 
 
Serão destinados para um fundo especial de 
combate ao tráfico e recuperação de usuários. 
 
na Propriedade 
 
na Propriedade 
 
 
@Elisastudies._ 
RESUMO 
DESAPROPRIAÇÃO 
COMUM 
 
Necessidade ou 
utilidade pública, ou 
interesse social. 
 
Indenização: justa, 
prévia e em dinheiro. 
 
DESAPROPRIAÇÃO 
ESPECIAL URBANA 
 
Solo urbano não 
edificado, 
subutilizado ou não 
utilizado. 
 
Indenização: em 
títulos da dívida 
pública com prazo 
de resgate de até 10 
anos. 
 
 
 
DESAPROPRIAÇÃO 
ESPECIAL RURAL 
 
Propriedade rural que 
descumpre função 
social. 
 
Indenização: em 
títulos da dívida 
agrária com prazo de 
resgate de até 20 
anos. 
 
DESAPROPRIAÇÃO 
SANCIONATÓRIA 
OU CONFISCATÓRIA 
(EXPROPRIAÇÃO) 
 
Culturas ilegais de 
plantas psicotrópicas 
ou exploração de 
trabalho escravo. 
 
Indenização: não há. 
 
 
− COMPETÊNCIA 
 
• Competência para legislar: privativa da 
União, delegável aos Estados, pontos 
específicos, por LC. 
• Competência material (declarar utilidade 
ou necessidade pública ou interesse social): 
todos os entes, por decreto ou Lei. 
• Competência para promover a 
desapropriação (execução dos atos 
materiais e concretos): além dos entes 
políticos, pode ser feita por autarquias, 
concessionárias e permissionárias de serviço 
público. 
 
− BENS SUSCETÍVEIS DE DESAPROPRIAÇÃO 
Bens móveis, imóveis, corpóreos, incorpóreos, 
públicos ou privados, até o espaço aéreo e o 
subsolo. 
Não podem ser desapropriados: moeda 
corrente (confisco) e direitos personalíssimos. 
Bens públicos: nesse casso, a desapropriação 
deve obedecer à hierarquia federativa e exige 
autorização legislativa emanada do ente que 
promove a desapropriação. Assim: 
O Estado não pode desapropriar bens da 
União e os municípios não podem desapropriar 
bens dos Estados e de outros municípios. 
Administração Indireta: em regra um ente menor 
não pode desapropriar bens da Administração 
de um ente maior, salvo autorização, por 
decreto, do Chefe do Executivo. 
− PROCEDIMENTO DE DESAPROPRIAÇÃO 
 
• Fase declaratória: 
Trata-se da declaração de utilidade ou 
necessidade pública ou interesse social. Pode 
ser feita por todos os entes da federação, 
mediante decreto ou lei. 
Consequências: 
− Estado pode penetrar no bem (para fins de 
medição, por exemplo). 
− Fixação do estado do bem (não serão 
indenizadas as benfeitorias feitas após a 
declaração, salvo as necessárias e as úteis 
autorizadas). 
Caducidade: 
− 5 anos: utilidade ou necessidade pública. 
− 2 anos: interesse social. 
Se caducar, é preciso esperar 1 ano para nova 
declaração. 
• Fase executória: 
Trata-se da promoção da desapropriação. 
LEI 13.867/2019: Aqui o Poder Público notifica 
o expropriado e apresenta a oferta de 
indenização. Este terá o prazo de15 dias para 
aceitar ou rejeitar, sendo que o silêncio é 
considerado rejeição. 
Pode ser feita pelos entes da federação, pela 
Administração Indireta, por Consórcios 
Públicos e por Concessionárias de Serviço 
Público (nesse último caso, por previsão em lei 
ou contrato). 
Pode se dar: 
− Administrativamente: quando há acordo 
quanto ao valor (a manifestação deve 
ocorrer em 15 dias). 
− Por arbitragem ou mediação: trata-se de 
novidade legislativa de 2019. 
− Judicialmente: por meio da Ação de 
Desapropriação. 
Quanto ao procedimento judicial, é preciso 
destacar os seguintes pontos: 
− A matéria de contestação se limita a vícios 
processuais e valor indenizatório. 
− É possível liminar de imissão na posse 
mediante os seguintes requisitos: 
✓ Declaração de urgência (válida por 120 
dias). 
✓ Depósito do valor incontroverso (o 
particular pode levantar 80% e 20% 
garante o juízo). 
− Com o trânsito em julgado, o Poder Público 
se torna proprietário do bem. 
 
− DESAPROPRIAÇÃO INDIRETA 
Trata-se, na verdade, de um esbulho por parte 
do Estado, uma vez que não há procedimento 
regular de desapropriação. Nesse caso, o 
particular somente poderá requerer uma 
indenização justa, mediante Ação de 
Indenização por Desapropriação Indireta ou 
Apossamento Administrativo. 
A prescrição da pretensão indenizatória é de 
10 anos (mesmo prazo da usucapião do art. 
1.238, parágrafo único do Código Civil). 
 
− DIREITO DE EXTENSÃO 
Em caso de desapropriação parcial, quando 
a parte não expropriada do bem se torna inútil 
ou sem valor econômico, o proprietário pode 
pedir que seja estendida a todo o bem. 
O pedido deve ser feito antes do término da 
desapropriação. 
− DESAPROPRIAÇÃO POR ZONA 
É a desapropriação da zona vizinha à área 
desapropriada para execução de obra. Ou 
seja, abrange uma área maior do que a 
inicialmente necessária à obra ou serviço do 
Poder Público. 
Ocorre nas seguintes hipóteses: 
• Posterior extensão da obra. 
• Supervalorização dos terrenos vizinhos 
(como forma de indenizar a Administração 
Pública). 
 
− TREDESTINAÇÃO 
Quando o Poder Público dá ao bem 
desapropriado, legalmente, destinação diversa 
da inicialmente prevista (desvio de finalidade). 
Pode ser: 
• LÍCITA: Poder Público observa o interesse 
público, NÃO havendo ilegalidade. 
• ILÍCITA: Não é observado o interesse 
público, havendo direito de retrocessão. 
 
− RETROCESSÃO 
É o direito de exigir de volta o imóvel caso o 
Poder Público não dê a ele o destino que 
motivou a sua desapropriação, nem outro 
destino que atenda o interesse público. 
Para tanto, o proprietário possui direito de 
preferência e deve pagar o seuvalor atual (e 
não o que recebeu de indenização). 
• Intervenções Restritivas 
− LIMITAÇÃO ADMINISTRATIVA 
Imposição de caráter geral e abstrato, com 
efeitos ex nunc, que atinge uma quantidade 
indeterminada de bens. Em regra, não acarreta 
o dever de indenizar. 
Exemplo: a imposição de altura máxima para 
construir até o oitavo andar do prédio “x” no 
terreno “y” – é determinação geral que vale para 
qualquer particular que queira construir naquele 
local. 
− SERVIDÃO ADMINISTRATIVA 
Imposição de caráter específico, incidente 
sobre bem imóvel. 
É de caráter perpétuo, isto é, sem prazo 
determinado. Figuras: 
• Dominante: o serviço. 
• Serviente: a propriedade do particular. 
Em regra, a servidão não acarreta o dever de 
indenizar, salvo se houver dano. Nesse caso, a 
indenização é prévia (procedimento similar ao 
da desapropriação). 
Exemplo: instalações de redes elétricas em 
terrenos particulares. 
 
− REQUISIÇÃO ADMINISTRATIVA 
No caso de iminente perigo público, a 
autoridade competente poderá usar de 
propriedade particular, assegurada ao 
proprietário indenização ulterior, se houver 
dano. 
A requisição pode ser civil (que tem por escopo 
evitar danos à vida, coletividade ou saúde) ou 
militar (nos casos de guerra ou de perturbação 
da ordem). 
Incide sobre bens móveis (leitos de hospitais), 
imóveis (locais particulares para abrigar 
pessoas) ou serviços (requisição de serviços 
médicos de hospitais particulares). 
Exemplo: requisitar veículo particular para 
perseguição policial. 
 
− OCUPAÇÃO TEMPORÁRIA 
Não há perigo público, mas necessidade 
temporária de ocupação. 
Indenização: prévia, se houver dano 
Exemplo: utilização de escolas privadas como 
local de votação durante eleições. 
 
− TOMBAMENTO 
Visa a proteção do meio ambiente cultural e 
atinge bens corpóreos, que podem ser móveis ou 
imóveis. 
Possui caráter perpétuo, ou seja, não há prazo 
determinado. 
 
 
Pode ser: 
• Voluntário: sempre que o proprietário o 
pedir e a coisa se revestir dos requisitos 
necessários para constituir parte integrante 
do patrimônio histórico e artístico nacional 
ou sempre que o mesmo proprietário anuir, 
por escrito, à notificação, que se lhe fizer, 
para a inscrição da coisa em qualquer dos 
Livros do Tombo. 
• Compulsório: quando o proprietário se 
recusar a anuir à inscrição da coisa. 
Com a entrada em vigor do CPC/2015, o 
instituto do “direito de preferência” previsto no 
Decreto-lei n. 25/37 foi revogado. 
O registro se dá da seguinte forma: 
• Bem móvel: Livro do Tombo. 
• Bem imóvel: Livro do Tombo e Cartório de 
Registro de Imóveis. 
A competência varia de acordo com o 
interesse: 
• Local: Município. 
• Regional: Estado. 
• Nacional: União. 
O tombamento impõe as seguintes obrigações 
ao proprietário: 
• Fazer: dever de conservação. 
• Não fazer: não modificar ou destruir e não 
sair do país (salvo curto período com 
autorização). 
• Tolerar: fiscalização pelo Poder Público. 
É possível instituir servidão legal nos terrenos 
vizinhos ao bem tombado.

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