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Diferenças entre Direito Penal, Criminologia e Política Criminal

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CRIMONOLOGIA
DIFERENÇAS ENTRE O DIREITO PENAL, CRIMINOLOGIA E POLÍTICA CRIMINAL
DIREITO PENAL: é a ciência penal responsável por analisar os fatos humanos considerados indesejados, definir quais fatos devem ser rotulados como crimes ou contravenção penal, anunciando pena. Possui como missão a proteção dos bens jurídicos indispensáveis à sociedade, bens estes consagrados pela CF/88, servindo esta como verdadeiro mandado constitucional de criminalização ao Direito Penal.
CRIMINOLOGIA: é uma ciência empírica que estuda o crime, o criminoso, a vítima e o comportamento da sociedade de maneira causal – explicativa. Analisa o fenômeno como um fato, é ciência do ser, na medida em que visa realizar um diagnostico da realidade e das causas da criminalidade.
POLÍTICA CRIMINAL: possui caráter teleológico e pragmático, buscando apresentar e aplicar estratégias politicas e maios de controle da criminalidade na sociedade. Ocupa-se do crime como valor. É a ciência que se concretiza como o vinculo entre a Criminologia e o Direito Penal.
 
obs.: cada uma dessas ciências são autônomas e independentes, uma ciência não deve jamais ser encarada como sub-ramo da outra. 
A Criminologia analisa casos concretos por meio do empirismo onde é possível produzir resultados seguros sobre as causas do crime. Esses resultados poderão servir de norte para a Política criminal pensar e aplicar instrumentos e mecanismos de políticas públicas, visando prevenir a prática de novos delitos. Que por sua vez, podem servir de fonte de informação para orientar o Direito Penal sobre eventual necessidade de criação de causa de aumento / diminuição, atenuante / agravante, qualificadora / privilegiadora, ou mesmo a criação de crimes (ou revogação).
CONCEITO, CIENTIFICIDADE, MÉTODOS, OBJETOS E FINALIDADES DA CRIMINOLOGIA
CONCEITO: Criminologia é ciência autônoma e interdisciplinar, que se preocupa em estudar, por meio de métodos biológicos e sociológicos, o crime / delito, o criminoso / delinquente, a vítima e o controle social, como escopo de controle e prevenção da criminalidade, tratando do crime como problema social. 
· Ciência Autônoma: possui função, métodos e objetos próprios.
· Empirismo: conhecimento proveniente da experiencia, captado pelo mundo externo, físico, por meio dos sentidos. Após a observação dos fatos (empirismo ou método experimental) é que a criminologia chega a uma conclusão.
· Interdisciplinariedade: apesar de ciência autônoma, a criminologia reúne e leva em consideração resultados de outros ramos do saber, tais como a sociologia, biologia, psicologia, medicina legal, etc.
Obs.: quando se busca a origem do crime, a criminologia se vale da chamada Etiologia Criminal: ciência que estuda as origens e causas do crime, também chamada de Criminogênese.
Obs.: a que a criminologia não é: não é teórica / abstrata, não é normativa / jurídica, não é ciência do “dever ser”, não é uma ciência exata. 
CRIMINOLOGIA GERAL: comparação, sistematização e classificação dos resultados no âmbito das demais ciências criminais. todos os resultados e conclusões teóricas da criminologia são classificados como criminologia geral
CRIMONOLOGIA CLÍNICA / MICROCRIMINOLOGIA: trata-se da aplicação concreta dos conhecimentos teóricos (criminologia geral) para o tratamento dos criminosos, estudando a pessoa do criminoso em busca de sua ressocialização.
CIENTIFICIDADE: a Criminologia possui status de ciência autônoma, especialmente por contar com funções, métodos e objetos próprios. A cientificidade defende que a criminologia tem condão de fornecer informações dotadas de confiabilidade validade sobre o crime. Cabendo lembrar que a criminologia não possui força de apresentar resultados e conclusões absolutas, apenas informações fragmentadas, parciais, provisórias. Por se tratar de ciência empírica, busca alcançar conclusões compatíveis com a realidade.
MÉTODOS DAS CRIMINOLOGIA: por meio do empirismo se analisa cada caso concreto em que ocorreu algum delito, objetivando extrair as causas do crime. Com as conclusões, busca-se chegar em conclusões a serem aplicadas em casos semelhantes para evitar novos crimes (método indutivo). A criminologia também se vale de metidos biológicos, se ocupando em analisar aspetos orgânicos da pessoa do criminoso e analisa o comportamento individual da vítima. A analise de fatores sociais objetiva diagnosticar padrões, valores predominantes em determinados grupos sociais. Assim, a criminologia utiliza-se dos metidos empírico / experimental e indutivo, valendo-se de métodos biológico e sociológico.
Obs.: A Escola Positivista foi responsável por introduzir a fase cientifica da criminologia, generalizando a aplicação do método empírico na análise do fenômeno criminal. 
Obs.: o método indutivo analisa casos específicos para depois chegar a uma conclusão. O método dedutivo parte de uma premissa maior (ideia geral por meio da dedução), para após aplica-la aos casos concretos, ocorre enorme risco de falhar. 
OBJETOS DA CRIMINOLOGIA: o estudo da criminologia apoia-se em 4 elementos essenciais: DELITO, DELINQUENTE, VÍTIMA e o CONTROLE SOCIAL.
· Delito: é um fenômeno presente nas sociedades, sendo antes de tudo, um problema social. Sob a ótica da criminologia, o crime deve preencher de forma cumulativa os seguintes elementos constitutivos: 
· Repetição do fato criminoso perante à sociedade;
· Produção de sofrimento efetivo à vítima e à sociedade;
· Práticas reiteradas do crime de forma distribuída no território nacional (não se tratando de um problema meramente local);
· Conclusão consensual acerca de sua etiologia e das técnicas de intervenção para seu enfrentamento eficaz.
Obs.: sob a ótica da criminologia, crime é um fenômeno social com múltiplas faces, a exigir uma abordagem ampla que não pode dispensar de outros ramos do saber para a sua devida e apurada compreensão. 
· Delinquente / Criminoso: a definição varia:
· Escola Clássica / Retribucionista: o criminoso é equiparado à figura bíblica do pecador, pois utilizou seu livre – arbítrio para praticar o mal;
· Escola Positivista Antropológica: o delinquente passa a ser visto como um ser atávico, consequência de suas animálias patológicas (analise biológica) ou de frutos negativos alheios (estudos sociais), que de um modo geral já nascia criminoso (hereditariedade);
· Escola Correlacionista: conhecida como uma espécie de proteção dos criminosos, lecionava que a pena deve possuir função meramente terapêutica, pedagógica e piedosa, porque enxergava o criminoso como alguém que necessitava de ajuda, merecedor de cuidados, não de punição;
· Filosofia Marxista: originada por karl Marx, define o criminoso como vitima da sociedade e do sistema capitalista, criando uma espécie de determinismo econômico e socia.
· Visão atual: o criminoso é um ser normal, isto é, não é o pecador dos clássicos, não é o animal selvagem dos positivistas, não é o coitado dos correlacionistas e nem a vitima da filosofia marxista. Trata-se de um homem real do nosso tempo, que se submete às leis e pode não as cumprir por razões que nem sempre são compreendidas por seus pares.
· Vítima: é a pessoa, física ou jurídica, que sofreu, direta ou indiretamente, os efeitos da ação danosa do delinquente.
· Controle social: toda convivência mínima em sociedade precisa de mecanismos e de instrumentos que assegurem a harmonia de seus membros. Busca-se a prevalência dos padrões de comportamento sociais dominantes. 
“o conjunto de instituições, estratégias e sanções sociais que pretendem promover a submissão dos indivíduos aos modelos e normas de convivência social.” – Paulo Sumariva
· Controle / agentes sociais INFORMAIS: são constituídos por aqueles indivíduos ou grupos responsáveis pela formação da base humana fundamental, caráter pessoal do individuo (sociedade civil), possuindo finalidade preventiva e educacional. Tais agentes atuam na vida do individuo desde a infância. (ex: família, escola, igreja, profissão, circulo de amizades, redes socais);
· Controle / Agentes FORMAIS: chamada de ultima ratio, de modo aintervir sempre que os mecanismos de controle informal falharem na prevenção da criminalidade. São compostos por órgãos e instrumentos constituídos pelo Estado. Sãos assim classificados:
Primeira seleção / instancia / primário: inicio da persecução penal visando esclarecer a autoria, materialidade e circunstâncias do crime. Caracteriza pela atuação da Polícia judiciaria (PC PF).
Segunda seleção / instância / secundário: atuação do MP, com a oferta da denúncia e face do delinquente.
Terceira seleção / instância / terciário: com a tramitação do processo judicial (recebimento da peça acusatória até a condenação definitiva), caracteriza-se com a participação do Poder Judiciário.
FINALIDADE DA CRIMINOLOGIA: a criminologia tem como finalidade compreender e prevenir o delito, intervir na pessoa do delinquente, e valorar os diferentes modelos de resposta à criminalidade de vários ramos do conhecimento, constituindo núcleo do saber apoiado em bases cientificas.
· Compreensão e prevenir o delito: investiga as causas do crime, na busca de elaborar diagnostico de suas causas (criminogênese), para propor medidas de prevenção das respectivas causas.
Obs.: a criminologia pode concluir que determinados tipos penais já não são mais pertinentes no estágio atual da sociedade, questionando-o e propondo ao Dir. Penal a sua exclusão do ordenamento jurídico.
· Intervenção na pessoa do delinquente: estuda o criminoso visando diagnosticar os motivos de ter praticado crime para trabalhar com medidas de prevenção e de ressocialização.
· Valoração dos diferentes modelos de respostas à criminalidade: sendo a criminologia uma ciência interdisciplinar, trabalhará com os resultados de outras ciências. Receberá informações de outros ramos do saber com “filtro”, visando selecionar as ideias que podem ser positivas, e afastando as demais de pouca ou nenhuma relevância, ou seja indicar um diagnostico qualificado e conjuntural sobe o crime. 
PERÍODO DA ANTIGUIDADE
Diante da ausência de métodos técnicos, tal período está inserido na fase pré-científica da Criminologia, sendo assim, não era reconhecido como ciência.
PROTÁGORAS (485-415 a.C): compreendia a pena como meio de evitar a pratica de novas infrações pelo exemplo que deveria dar a todos os membros de um corpo social (caráter dissuasório da pena). Repudiava a ideia da pena com finalidade de mero castigo. Defendia a prevenção geral e especial negativa como finalidade da pena.
SÓCRATES (470-399 a.C): destaca a importância da ressocialização, na medida em que pregava a necessidade de ensinar os delinquentes a não reiterar a conduta delitiva. Defendia a prevenção especial negativa e positiva como finalidade da pena.
PLATÃO (427-347 a.C): se preocupou em entender a origem do crime (etiologia criminal). Sustentava que a ganância, a cobiça ou a cupidez geravam a criminalidade (fatores de ordem econômica). 
ARISTÉTELES (388-322 a.C): imputava a fatores econômicos a causa do fenômeno criminal e acrescia que os desejos humanos poderiam ultrapassar a razão. Entendia que os delitos mais graves eram cometidos para alcançar bens e valores patrimoniais supérfluos.
Obs.: em conclusão, pode-se destacar as seguintes características da antiguidade sob a ótica da criminologia: 1- o estudo do crime e da delinquência não gozaram de mínima organização; 2- foram ventiladas diversas explicações apontando o sobrenatural como causas da criminalidade (crime como pecado); 3- o criminoso era visto como um ser diabólico, pecador.
IDADE MÉDIA
SÃO TOMÁS DE AQUINO (1226-1274: foi o percursor da justiça distributiva “dar a cada um o que é seu segundo certa igualdade”. A pobreza desencadeava o roubo, e defendia o furto famélico como hipótese de estado de necessidade. 
SANTO AGOSTINHO (354-430 a.C): para ele a pena deveria ter a finalidade de defesa social (afastar os criminosos do convívio com os cidadãos ordeiros), buscar a ressocialização do delinquente, evitando a pratica de novos crimes. Defendia que a pena não perderia o caráter intimidativo. 
IDADE MODERNA – FASE PRÉ CIENTÍFICA E CIENTÍFICA 
FASE PRÉ CIENTÍFICA: abrange as chamadas pseudociências e a Criminologia Clássica. As pseudociências são totalmente desprovidas de qualquer cunho cientifico. Buscavam explicar o fenômeno criminológico por meio de crenças religiosas, ou por meio de diversas deduções baseadas na aparência física ou malformação do crânio e desenvolvimento insuficiente da mente. Daí destacam-se a frenologia, demonologia e fisionomia.
· Frenologia: significa o estudo da mente (Joseph Lavater e Johan Gall). Segundo Gall, o sujeito que apresentasse “defeitos” físicos no cérebro apresentaria também, mais cedo ou mais tarde, propensão ao crime, já que esse fato acarretaria em problemas na mente.
· Demonologia: pseudociência dedicada ao estudo dos demônios, pela existência de 7 milhões de demônios espalhados pelo mundo que estariam influenciando as pessoas a praticarem crimes.
· Possessão: hipótese em que o criminoso praticaria delitos endemoniado, ou seja, o agente do delito estaria possesso de algum diabo;
· Tentação: apesar de estar livre de possessão demoníaca, o criminoso praticaria crimes após ceder a tentação de espíritos malignos.
· Fisionomia: A ideia é que a aparência física revelaria conexão entre o físico e o psíquico, entre o externo e o interno: quando mais feio o indivíduo, maior seria a propensão à criminalidade. Édito de Valério em hipóteses de dúvidas quanto à autoria do crime: “quando se tem dúvida entre dois presumidos culpados, condena-se o mais feio”.
FASE CIENTÍFICA: nesta fase, destaca-se a Escola Positivista, que, em síntese, passa a enxergar o criminoso como o principal objeto merecedor de estudos (biológicos, psicológicos e sociológicos), afastando a ideia de análise do crime, por considera-lo mera abstração jurídica. É justamente nesse período em que surgem diversas teorias sociológicas e as disputas entre as chamadas Teorias do Consenso e Teorias do Conflito.
SURGIMENTO DA CRIMINOLOGIA NO BRASIL
No Brasil, a Criminologia começou a ganhar contorno iniciais no final do Século XIX. João Vieira de Araújo (1944), é considerado pela doutrina o responsável por trazer as ideias de Cesare Lombroso para o Brasil. O nome mais destacado e cobrado em concursos é o nome de Raimundo Nina Rodrigues, considerado o fundador da Antropologia Criminal no Brasil, era médico legista, antropólogo e psiquiatra. Publicou a obra Mestiçagem, Degenerescência e Crime (1899). Cumpre observar que, com base no pensamento positivista de diagnóstico do criminoso nato, bem como do DNA criminoso, no início do século XX, começou a ganhar força a ideia de esterilização eugenista aplicada a criminosos contumazes e estupradores, visando evitar a procriação e, por conseguinte, “o nascimento de novos criminosos propensos à prática dos mesmos crimes”.
ESCOLA CLÁSSICA / RETRIBUCIONISTA
Lutou pela imposição de limites ao poder punitivo estatal, como expressão de garantias e direitos individuais de todo cidadão. Justamente por esse motivo, teve como preocupação principal conceituar crime e pena como entidades jurídicas e abstratas, visando estabelecer a razão e limitar o poder punitivo do Estado.
Centralizou os estudos sobre o crime, por meio do método dedutivo (ou lógico-abstrato), importante destacar que a Escola Clássica parte de duas premissas (teorias):
· Jusnaturalismo (Direito natural, de Grócio): direitos que decorrem da natureza humana. São direitos que independem de reconhecimento do Estado justamente por serem inerentes à natureza eterna e imutável do ser humano;
· Contratualismo (Utilitarismo ou Teoria do Contrato Social, do iluminista Jean-Jacques Rousseau): em síntese, parte da ideia de que o Estado tem origem a partir de um grande pacto firmado entre os cidadãos. Segundo Rousseau, neste “pacto” os homens decidem por ceder parcela de seus direitos e de sua liberdade em prol da segurança de toda a coletividade.
Os princípios fundamentais da Escola Clássica:
· A punição do criminoso é baseada em seu livre-arbítrio: considerando queo indivíduo é um ser dotado de livre arbítrio, ao escolher praticar o mal ao invés do bem deverá ser responsabilizado por suas escolhas;
· Baseando-se nos valores do Iluminismo, não considera o crime como uma ação, mas sim como um ente jurídico (ficção jurídica);
· Por meio dos estudos de seu principal expoente (Cesare Bonesana, o Marquês de Beccaria), insurge-se em oposição as torturas e violações aos direitos fundamentais praticados pelo antigo Estado absolutista;
· Considerando o fato de que o Direito Penal tem a finalidade de proteção de bens jurídicos, defendem a pena como o meio (instrumento) desta proteção;
· A pena deve possuir caráter retributivo diante da culpa moral do criminoso. Assim, visando prevenir o delito, a pena deve ser certa, aplicada com celeridade, ser severa (visando castigar o criminoso e intimidar os demais), para que seja capaz de alcançar a ordem social. É justamente por conta do caráter retributivo da pena que a Escola Clássica é também chamada de Retribucionista;
· A pena deve ser proporcional ao crime praticado, deve ser certa, conhecida e justa.
Partindo da ideia de que o criminoso deve ser responsabilizado conforme sua culpa moral e livre-arbítrio, vale acrescentar o fato de que duas teorias contemporâneas se alicerçaram nos pensamentos da Escola Clássica:
· Teoria da Escolha Racional (Teoria de Escolha ou Teoria da Ação Racional): cunhada por Clark e Cornish, destaca que a conduta do criminoso surge a partir de uma decisão racional. Segundo esta teoria, o criminoso, ao ponderar os benefícios que poderá alcançar com a prática criminosa em detrimento dos riscos incorridos, acaba por escolher o crime quando a primeira opção (ganhos) supera a segunda (riscos).
· Teoria das Atividades Rotineiras: idealizada por Felson e L. E. Cohen, também considera o crime como fruto de uma escolha racional do criminoso entre custos e benefícios, todavia, por ter sofrido forte influência da Escola de Chicago, considera que fatores externos podem influenciar o indivíduo a praticar crimes, criando, portanto, um ambiente propício à criminalidade. Considera especialmente 3 fatores como motivadores ao criminoso: (a) criminoso motivado; (b) vítima ou alvo apropriado; e, (c) ausência de vigilância.
Por fim, importante destacar os principais nomes que defendiam a Escola Clássica:
Cesare Bonesana (também conhecido como Marquês de Beccaria), Francesco Carrara, Giovanni Carmignani, Jean Domenico Romagnosi, Jeremias Bentham, Franz Joseph Gall e Anselmo Von Feuberbach. 
CRIMONOLOGIA
 
 
DIFERENÇAS ENTRE O DIREITO PENAL, CRIMINOLOGIA E POLÍTICA CRIMINAL
 
 
DIREITO PENAL:
 
é a ciência penal responsável por analisar os fatos humanos considerados 
indesejados, definir quais fatos devem ser rotulados como crimes ou contravenção penal, 
anunciando pena. Possui como missão a proteção dos bens jurídicos indispensáveis à sociedade, 
bens estes consagrados pela CF/88, servindo esta como verdadeiro mandado constitucional de 
criminalização ao Direito Penal.
 
 
CRIMINOLOGIA:
 
é uma ciência empírica que estuda o crime, o criminoso, a vítima e o 
comportamento da sociedade de maneira causal 
–
 
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plicativa. Analisa o fenômeno como um 
fato, é ciência do ser, na medida em que visa realizar um diagnostico da realidade e das causas 
da criminalidade.
 
 
POLÍTICA CRIMINAL:
 
possui caráter teleológico e pragmático, buscando apresentar e aplicar 
estratégias po
liticas e maios de controle da criminalidade na sociedade. Ocupa
-
se do crime 
como valor. É a ciência que se concretiza como o vinculo entre a Criminologia e o Direito Penal.
 
 
 
 
 
obs.
: cada uma dessas ciências são autônomas e independentes, uma ciência não
 
deve jamais 
ser encarada como sub
-
ramo da outra. 
 
A 
Criminologia
 
analisa casos concretos por meio do empirismo onde é possível produzir 
resultados seguros sobre as causas do crime. Esses resultados poderão servir de norte para a 
Política criminal
 
pensar e
 
aplicar instrumentos e mecanismos de políticas públicas, visando 
CRIMONOLOGIA 
 
DIFERENÇAS ENTRE O DIREITO PENAL, CRIMINOLOGIA E POLÍTICA CRIMINAL 
 
DIREITO PENAL: é a ciência penal responsável por analisar os fatos humanos considerados 
indesejados, definir quais fatos devem ser rotulados como crimes ou contravenção penal, 
anunciando pena. Possui como missão a proteção dos bens jurídicos indispensáveis à sociedade, 
bens estes consagrados pela CF/88, servindo esta como verdadeiro mandado constitucional de 
criminalização ao Direito Penal. 
 
CRIMINOLOGIA: é uma ciência empírica que estuda o crime, o criminoso, a vítima e o 
comportamento da sociedade de maneira causal – explicativa. Analisa o fenômeno como um 
fato, é ciência do ser, na medida em que visa realizar um diagnostico da realidade e das causas 
da criminalidade. 
 
POLÍTICA CRIMINAL: possui caráter teleológico e pragmático, buscando apresentar e aplicar 
estratégias politicas e maios de controle da criminalidade na sociedade. Ocupa-se do crime 
como valor. É a ciência que se concretiza como o vinculo entre a Criminologia e o Direito Penal. 
 
 
 
obs.: cada uma dessas ciências são autônomas e independentes, uma ciência não deve jamais 
ser encarada como sub-ramo da outra. 
A Criminologia analisa casos concretos por meio do empirismo onde é possível produzir 
resultados seguros sobre as causas do crime. Esses resultados poderão servir de norte para a 
Política criminal pensar e aplicar instrumentos e mecanismos de políticas públicas, visando

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