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BFP bateria fatorial de personalidade a) o nome completo do teste e a referência do manual disponível no SATEPSI: BFP - Bateria fatorial de personalidade Referências do manual: Nunes, C. H. S., Hutz, C. S., & Nunes, M. O. (2010). Bateria fatorial de personalidade - manual técnico. Casa do Psicólogo: São Paulo. b) a teoria de personalidade que embasa o teste: O teste foi constituído partir da teoria dos Cinco Grandes Fatores(CGF) que aborda as dimensões de Neuroticismo (Vulnerabilidade; Instabilidade emocional; Passividade / Falta de Energia; Depressão), Extroversão (Comunicação;Altivez;Dinamismo; Interações Sociais), Socialização (Amabilidade;Pró-sociabilidade; Confiança nas pessoas), Realização ( Competência; Ponderação / Prudência; Empenho / Comprometimento), Abertura (Abertura a ideias; Liberalismo; Busca por novidades). c) a descrição do teste : O teste se baseia em características relativamente estáveis que influenciam a maneira com a qual as pessoas se comportam, pensam e sentem frente aos acontecimentos da vida. Assim, a maior estabilidade do teste é alcançada entre os 50 aos 70 anos de vida. Para a aplicação utiliza-se um protocolo de respostas. É necessário um ambiente tranquilo para a realização do teste, contando com um local que possua uma mesa e cadeira para apoio do caderno. Pode ser utilizado para: avaliações no contexto da Psicologia do Trabalho e Psicologia Organizacional (processos de seleção, avaliação para planos de carreira entre outros); Avaliações no contexto da área de Segurança (porte de arma) e contexto da área do Trânsito (CNH); Avaliações Clínicas e Psicodiagnóstico; Orientação Profissional; Psicologia Forense; Psicologia Escolar e Educacional; Avaliação Neuropsicológica e Pesquisa. Contando com um total de 126 itens é capaz de avaliar traços como a vulnerabilidade, sofrimento, passividade, instabilidade, nível de comunicação, dinamismo – assertividade, competência, ponderação, extroversão, empenho, realização, busca por novidade, entre outros. A aplicação dura em torno de 30 minutos. d) a faixa etária que o teste abrange: 10-75 anos e) forma de aplicação: Individual, Coletivo, Não-Informatizado f) forma de levantamento: Informatizado Gratuito g) aUTORES: Claudio Simon Hutz, Denise Ruschel Bandeira, Clarissa Marceli Trentini Os Cinco Grandes Fatores As teorias fatoriais procuraram estabelecer os termos mais usados na sociedade para descrever psicologicamente a si mesmo ou outras pessoas. Eles se baseiam na concordância lógica de que o uso e frequência de um termo é proporcional à sua importância devido a necessidade de expressão dos indivíduos sobre seus fenômenos psíquicos(hipótese léxica). Assim, para a avaliação correta das dimensões ou fatores, a teoria dos Cinco Grandes Fatores uniu as diversas opiniões de teóricos como Allport, Eysenck e Cattell que já faziam pesquisas desde 1936(Allport, Odbert) de acordo com a hipótese léxica. Eles foram agregados em: Os Cinco Grandes Fatores são considerados traços amplos da personalidade e correspondem a características relativamente estáveis ao longo da vida. McCrae e Costa realizaram pesquisas para verificar quando essas características tendem estabilizar e encontraram a idade dos 30 anos como uma boa estimativa desse fenômeno, contudo, pesquisas mais recentes apontam para idades mais avançadas como 50 aos 70 anos. Além disso existe também uma tendência de aumento dos níveis de realização, socialização e estabilidade emocional. Cada traço possui diferentes fatores, que são níveis mais específicos como Comunicação, eles possuem assim maior fidedignidade psicométrica e são mais facilmente comparados e avaliados. A BFP é constituída no sentido em que cada fator apresenta de três a quatro facetas. Nesse sentido são localizados pólos opostos que se enquadram dentro do fator amplo como em um “Continuum”(ver tabela ilustrativa). História dos Cinco Grandes Fatores O Big Five ou os Cinco Grande Fatores é o modelo mais usado e aceito pelos estudiosos da personalidade, contudo, antes de sua elaboração diversas teorias já procuraram estabelecer correlações estatísticas pela análise fatorial para investigar agrupamentos de descritores de características psíquicas, razão pela qual as teorias são conhecidas como “fatoriais”. Para Allport(1897-1967) a personalidade modula as reações das pessoas ao seu meio situacional, cada pessoa possui um jeito único de resposta e ajustamento que constitui sistemas específicos individuais. Para ele, existiam três níveis de traços desde dominantes até passageiros. Dos 18 mil descritores encontrados de personalidade, ele realizou uma diminuição para 4,5 mil termos adjetivos. Já Cattell(1905-1998) se preocupava com assuntos econômicos, acreditava que a psicologia poderia ajudar para a solução de problemas humanos, influenciado pela estatística psicológica foi aluno de Allport e contribuiu de forma significativa para o estabelecimento de termos descritivos e de 171 palavras estabeleceu 16 fatores. Trouxe o conceito de Continuum e criou pares de sinônimos e antônimos de forma a estabelecer pólos negativos e positivos sobre um espectro. Eysenck (1916-1997) é reconhecido por sua abordagem nomotética, ele procurava validar para a ciência o estudo dos mecanismos psicológicos. Com diversos testes de rigorosa psicometria chegou a um modelo de 3 dimensões. Allport 18 mil -> 4,5 mil descritores de personalidade Nível Cardinal - características berrantes, constantes Nível Central - não tão estáveis Nível Secundário - menos estáveis Cattell Trabalhou com Allport Definiu traço como “Uma tendência de reação relativamente permanente e ampla” Diminuiu para 171 palavras Traços se encontram em um continuum Pela Análise Fatorial chegou a 16 Fatores que definem Personalidade Criou o 16PF (Sixteen Personality Factors Questionnaire) Eysenck 3 Fatores Validação da psicologia na ciência BIG FIVE Interesse Profissional e personalidade ATPH x BFP Diversos estudos procuraram verificar a correlação entre traços de personalidade e tendências vocacionais. Para Holland, o teórico por trás dos tipos de interesses vocacionais, o interesse de uma pessoa para desenvolver determinadas atividades ocupacionais “nada mais é do que a expressão de sua personalidade”. Os tipos realista, artístico, investigativo, empreendedor e convencional foram usados como base teórica para essas pesquisas assim como os fatores Extroversão, Abertura, Sociabilidade, Neuroticismo e Realização. Nesse sentido, as associações significativas de maior relevância e prevalência aconteceu entre o fatorAbertura e o tipo Artístico, também entre o fator Realização e os tipos Social e Empreendedor e o fator Socialização com o tipo social. É interessante observar que o tipo Artístico foi o que apresentou a correlação mais alta com os fatores de personalidade no estudo de Noronha, Mansão e Nunes(2012), o que está em concordância com a maioria das pesquisas antecedentes assim como a baixa relação dos fatores de Neuroticismo com interesses profissionais. As associações entre os construtos aparecem frequentemente fracas e os mesmos pesquisadores já mencionados chamam a atenção para a necessidade de estudar subfatores em relação aos interesses vocacionais, para que possamos encontrar respostas mais sofisticadas. Aprofundando-se na teoria McDougall sugeriu na década de 30 que a análise da linguagem de uma população ajudaria a entender a personalidade, e propôs o primeiro modelo de cinco fatores independentes. Mas foi apenas na década de 60 que as pesquisas começam a convergir para a abordagem dos cinco fatores. Devido aos seus aspectos ajustáveis ao mundo moderno, que busca processos rápidos e simples, o modelo tem sido amplamente aceito. Além da sua forma, ele representa um avanço pois indica soluções em diferentes instrumentos que mostram sua universalidade cultural independente da teoria utilizada. Devido à sua intimidade com a estatística e o modelo de análise fatorial, o modelo do Big Five surgiu de metodologias empiristas(análise pós-coleta) e não de uma teoria em si. Segundo Silva e Nakano (2011) o comportamento é explicado na pessoa e não na situação. Os traços representam tendências e não são imutáveis, podendo sofrer influências diversas como aspectos motivacionais, afetivos, comportamentais e atitudinais. O modelo dos Cinco Grandes Fatores ainda apresenta muitas questões e lacunas mas vem ganhando espaço nas pesquisas científicas. Sua investigação é recente no Brasil, tendo sido a primeira publicação em 1998. Referências HUTZ, Claudio; BANDEIRA, Denise; MARCELI, Clarissa. Avaliação Psicológica da Inteligência e da Personalidade. Porto Alegre : Artmed, 2018. p. 217-232 Anna Vital. (2018)Big Five Personality Traits – Disponível em: https://blog.adioma.com/5-personality-traits-infographic/ Porto Noronha A., Murgo Mansão C., & Nunes M. F. O. (1). Interesses Profissionais e Personalidade: análise correlacional a partir do ATPH e BFP. Actualidades En Psicología, 26(113), 73-86. https://doi.org/10.15517/ap.v26i113.2167 Cássia Nakano, Tatiana, Zaia, Priscila, & da Silva Oliveira, Karina. (2016). Correlational study: verbal creativity and personality according to the Big Five Model in Brazilian students Revista de Psicología (PUCP), 34(1), 117-146. https://dx.doi.org/10.18800/psico.201601.005
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