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Lenina Mariana de Moraes Castellari - LII Sistema Digestório Matéria: Anatomia Professor: Funes Data: Introdução O tubo digestório fornece ao organismo um suprimento contínuo de água, eletrólitos e nutrientes. Para isso é necessário que hajam movimentos ao longo dele, além da secreção de sucos digestivos e absorção dos produtos da digestão. A circulação de sangue pelos órgãos gastrointestinais tem como objetivo o transporte desses produtos. O controle de todas essas funções pelo sistema nervoso e pelo sistema endócrino. Divisão Anatômica O tubo digestório começa na boca e termina no ânus. Possui glândulas anexas com função exócrina (fornecem sucos para o sistema digestório), são elas: glândulas salivares, pâncreas, fígado. O caminho percorrido pelo alimento no sistema digestório é: cavidade oral → esôfago → estômago → intestino delgado → intestino grosso → reto → ânus. Região Oral 1. Lábios: a rima da boca/do lábio é a entrada da região oral. Os lábios são compostos internamente por partes moles (as pregas musculares que circundam a boca) e são revestidos pela mucosa oral. Externamente são cobertos por uma pele mais fina que a pele da face. A cor vermelha dos lábios é dada pela proximidade dos vasos com a fina superfície da pele. O filtro do lábio é o sulco vertical entre ele e o nariz. Já o freio/freno do lábio são as estruturas que o ligam às gengivas superior e inferior. O lábio é irrigado pela artéria labial e seus ramos. 2. Vestíbulo Oral: é o espaço entre as bochechas e a cavidade própria da boca (onde se acomoda a língua e a arcada dentária); “do lábio até os dentes”. 3. Cavidade Oral: está separada da cavidade nasal pelo palato. Sua parte posterior liga-se à orofaringe e forma um orifício (istmo das fáuceas), por onde passa o alimento (e ar, eventualmente). Na cavidade localizam-se as glândulas salivares (parótida, sublingual e submandibular) e a língua. Lenina Mariana de Moraes Castellari - LII 4. Língua A região da base da língua até a laringe é chamada conduto tireoglosso. Nela está contido o forame cego. Na face inferior da língua está o freio da língua, importante na fonação e local de saída da glândula sublingual. A língua contém um sulco mediano, um sulco terminal e em seu corpo: papilas gustativas (filiforme, circunvalada e fungiforme). O palatoglosso e o palatofaríngeo formam os arcos que conterão as tonsilas palatinas (fossa tonsilar). Já a tonsila faríngea (adenóide) localiza-se na faringe. 5. Dentes ● Incisivos (4 superiores, 4 inferiores): corte ● Canino (2 superiores, 2 inferiores): rasgar ● Molares (6 superiores, 6 inferiores): amassar Esôfago O esôfago é um tubo que liga a faringe e o estômago. Ele situa-se à frente a coluna, posterior à traqueia e se divide em três partes: cervical, torácica e abdominal. Esse órgão faz parte do mediastino superior, posterior e passa pelo hiato esofágico (“buraco” no diafragma). A vascularização do esôfago é pobre e é feita por ramos da artéria aorta, o que dificulta procedimentos cirúrgicos. Além disso, nele existem varizes que desviam o sangue venoso (refluxo da veia porta), podendo gerar hemorragias devido à dilatação das veias. A transição entre o esôfago e o estômago é chamada esfíncter virtual, pois não é palpável anatomicamente, e trata-se de um gradiente de pressão entre os dois órgãos. Na união do esôfago ao estômago há a formação de um ângulo chamado incisura cardíaca (ou ângulo de Hiss). O esôfago terminal é reforçado por ligamentos freno-esofágicos superior e inferior. Quando ocorre o deslocamento do esôfago no hiato esofágico podem surgir hérnias. As principais são: Lenina Mariana de Moraes Castellari - LII Estômago O estômago pode ser dividido em fundo, corpo e antro piloro. Ele possui uma parede superior, posterior e uma curvatura maior e menor. Ligado à curvatura maior está o omento maior, uma capa de gordura. Essa curvatura é irrigada pelo ramo gastro-omental esquerdo da artéria esplênica. Ligado à curvatura menor está o omento menor, outra capa de gordura. Essa curvatura é irrigada pelo ramo gastro-omental direito da artéria gastro-duodenal. Pelo canal pilórico passa o alimento do antro pilórico para o duodeno. Já pelo canal gástrico (rente à curvatura menor) o alimento passa do esôfago ao antro pilórico. O estômago recebe sangue por meio da artéria gástrica esquerda, um dos ramos do tronco celíaco. Este, além dessa artéria, também origina a artéria esplênica e a artéria hepática. Intestino Delgado O intestino delgado pode ser dividido em duodeno, jejuno e íleo (nessa sequência). O intestino possui uma membrana mucosa com vilosidades e microvilosidades, que aumentam a superfície de contato com os nutrientes a serem absorvidos. As dobras das vilosidades formam válvulas coniventes e pregas no intestino. 1. Duodeno Pode ser subdividido em quatro partes: ampola duodenal (abaixo do esfíncter pilórico), parte descendente, parte ascendente e parte horizontal (termina no jejuno). Essa região do intestino tem origem no esfíncter pilórico e se estende até a flexura do jejuno. Ele contém uma papila maior, por onde a bile e o suco pancreático entram. Na papila existe a ampola hepatopancreática, formada pela união do ducto pancreático com Lenina Mariana de Moraes Castellari - LII o ducto colédoco (biliar comum). Em caso de cálculo, pedra ou tumor na papila, ela pode ficar obstruída, causando icterícia. É irrigado por artérias do tronco celíaco e ramos da artéria mesentérica, e é drenado para a veia porta hepática (direta e indiretamente). 2. Jejuno É responsável pela absorção de aminoácidos e lipídios já parcialmente digeridos pelo estômago e pelo duodeno. Está localizado na parte superior do abdômen e, sua maior parte, do lado esquerdo do corpo. A artéria mesentérica superior faz a irrigação do jejuno por meio de seus ramos próprios, 6 ou 7 artérias jejunais, que se unem em anastomoses para formar as chamadas arcadas arteriais (grandes). A drenagem dessa região é feita por veias mesentéricas, que recebem as arcadas. 3. Íleo Surge a partir do jejuno e termina dentro do intestino grosso, onde localiza-se a válvula ileocecal, unindo o íleo terminal ao ceco. Ele está localizado na parte inferior do abdômen e, sua maior parte, está do lado direito do corpo humano. Também é irrigado pela artéria mesentérica superior, por meio de seus ramos, artérias ileais, que também se unem em anastomoses formando arcadas arteriais (pequenas). A drenagem venosa também é realizada por meio de veias mesentéricas. Onfalocele É uma má-formação na parede abdominal em que os órgãos (fígado e intestino) ficam para fora do abdômen em uma espécie de bolsa transparente. Isso ocorre devido a um problema no desenvolvimento dos músculos abdominais. Divertículo Ileal Ocasionalmente, um remanescente da porção proximal do ducto vitelino do embrião permanece na fase adulta. Essa estrutura chama-se divertículoileal ou divertículo de Meckel. Hérnia Umbilical É um deslocamento anormal de tecido pela parede abdominal atrás do umbigo. A protuberância é composta de gordura abdominal do omento maior e pode incluir parte do intestino delgado. Peritônio É uma membrana serosa que recobre tanto a parede abdominal quanto as vísceras e que possui duas camadas: ● Parietal: recobre as paredes abdominais e a superfície inferior do diafragma ● Visceral: recobre boa parte das vísceras; em alguns casos de forma Lenina Mariana de Moraes Castellari - LII completa (estômago, baço, etc.) e em outros incompleta (bexiga, reto, etc.). Essa membrana tem como principais funções diminuir o atrito entre as vísceras abdominais e promover sua sustentação estrutural. Omento O omento é uma prega constituída por duas camadas de peritônio e que liga os órgãos da cavidade abdominal. Ele pode ser dividido em dois: ● Maior: com origem na curvatura maior do estômago; conecta o estômago ao diafragma, baço e cólon transverso. ● Menor: com origem na curvatura menor do estômago, ligando-o ao duodeno e ao hilo hepático. Mesentério É um órgão em forma de leque que dá suporte ao jejuno e ao íleo, e faz parte do peritônio. Esse órgão liga-se à parede posterior da cavidade abdominal. A linha de fixação da raiz do mesentério é oblíqua e estende-se a partir do final do duodeno até o lado esquerdo da segunda vértebra lombar e até a base do ceco (fossa ilíaca direita). Esse órgão é irrigado pelas artérias e veias mesentérica superiores. Intestino Grosso O intestino grosso pode ser dividido em: cólon ascendente, transverso, descendente e sigmóide; reto; ceco. O ceco é uma bolsa intestinal cega (“sem saída”) cuja maior parte está localizada no quadrante inferior direito (fossa ilíaca). Essa região recebe a parte terminal do íleo de forma oblíqua, formando uma invaginação denominada papila ileal. Essa papila possui um óstio e um divertículo. Além disso, em sua ponta está localizado o apêndice vermiforme. Este é um divertículo cego do intestino que contém grande quantidade de nódulos linfóides. Abaixo do a. vermiforme, e ligado a ele, está localizado o apêndice omental, semelhante à um “saquinho” de gordura. O reto é a parte terminal do intestino grosso. Ele divide-se em parte peritoneal, extra-peritoneal e comunica-se com o exterior por meio do ânus. O ânus é controlado por dois esfíncteres, sendo um interno de controle involuntário e um externo de controle voluntário. Ele é dividido em interno e externo pela linha pectínea do púbis. Além disso, Lenina Mariana de Moraes Castellari - LII também possui colunas anais (dobras na parte interna). Além de tudo isso, o intestino grosso possui três tênias, responsáveis pela formação dos sacos (“gominhos”) entre as pregas semilunares (pregas internas) do intestino grosso. As tênias são: mesocólica, livre e omental. Fígado É a maior glândula do corpo e grande parte dele é recoberta pelo peritônio, mas não pelos omentos. Sua principal função é metabolizar e acumular nutrientes não úteis ao organismo humano, neutralizando e eliminando substâncias tóxicas. Além disso produz e secreta bile, que atua na digestão. O fígado é dividido em dois lobos, direito e esquerdo, pelo ligamento falciforme. Além desse ligamento o fígado apresenta mais quatro ligamentos importantes: É importante lembrar que o ligamento redondo é um resquício da veia umbilical. Esse órgão pode ser também dividido em oito segmentos, sendo dois no lobo esquerdo e seis no direito. Sete deles são na face anterior (sendo IVa e IVb um só) e um na face posterior (lobo caudado). O fígado possui três faces: livre, diafragmática (anterior) e visceral (posterior). Em sua face visceral estão localizados uma série de ductos, veias e artérias. Esse conjunto de vasos é chamado tríade portal e é composto, mais especificamente, pelo ducto Lenina Mariana de Moraes Castellari - LII bilífero, pela artéria hepática e pela veia porta. Cada um dos oito segmentos recebe uma ramificação da tríade. É importante lembrar que o ducto hepático comum (mostrado na imagem acima) é a junção dos ductos hepáticos direito e esquerdo. Além dos ligamentos já mencionados, o fígado possui mais um ligamento que o conecta ao estômago (ligamento hepatogástrico: oriundo de um espessamento do omento menor na região entre os dois órgãos) e outro que fixa o sistema porta ao órgão (ligamento venoso: em fetos é um ducto que liga-se à veia cava inferior). Pâncreas É uma glândula mista, ou seja, exócrina (participando do sistema digestivo) e endócrina (com função hormonal). Ele localiza-se posteriormente ao estômago e entre o baço (superior) e o duodeno (inferior). Esse órgão pode ser dividido em cabeça, colo, corpo e cauda. O ducto pancreático percorre o comprimento do pâncreas e termina no duodeno, na ampola hepatopancreática. Nesse ponto ocorre a união deste com o ducto biliar comum. A ampola funciona como um esfíncter, controlando a bile que vai em direção ao duodeno. Esse órgão é irrigado pelas artérias pancreaticoduodenais, oriundas da artéria mesentérica inferior, e pelas veias pancreáticas, que confluem para a veia esplênica (em sua maioria).
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