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Beatriz Castro e Silva de Albergaria Barreto Medicina – UNIFACS MR01 @biia_barreto anatomia é formado pelo trato gastrointestinal, que é composto pela boca, faringe, esôfago, estômago, intestino delgado e intestino grosso. Associadas a esses órgãos, temos as glândulas acessórias, também chamadas de glândulas associadas, que são as glândulas salivares, o fígado e o pâncreas. ORIGEM EMBRIONÁRIA: A formação do trato digestivo inicia-se por volta da quarta semana de desenvolvimento embrionário em consequência do dobramento cefalocaudal e lateral do embrião, quando parte da cavidade vitelina, revestida por endoderma, é incorporada ao corpo do embrião, formando o intestino primitivo, dividido em: intestino anterior, intestino médio e intestino posterior. O endoderma do intestino primitivo origina a maior parte do epitélio e das glândulas do trato digestivo, exceto o epitélio das extremidades caudal e cranial que é derivado do ectoderma do proctodeu (é a parte ectodérmica posterior de um tubo digestivo) e estomodeu (invaginação anterior do ectoderma, formadora da cavidade bucal), respectivamente. O mesoderma esplâncnico que circunda o endoderma do intestino primitivo originará os tecidos muscular, conjuntivo e mesotélio. O mesoderma se estende além do revestimento do intestino primitivo ligando o tubo digestivo, à parede dorsal do embrião por meio do meso dorsal. Na região ventral, o meso ventral prende a maior parte do intestino cefálico, não persistindo na porção ventral dos intestinos médio e caudal. Mesoderma e as curvaturas do disco • Mesoderma paraxial: origina os somitos; • Mesoderma intermédio: origina o aparelho urogenital; • Mesoderma lateral: origina as membranas serosas pleural, pericárdica e peritoneal; • Flexões cefalocaudais: na membrana buco-faríngea e na membrana cloacal. Durante a 3ª e a 4ª SVIU. Formação do estomodeu (cavidade bucal primitiva). • Curvatura lateral: contribui para a formação do estomodeu. DESENVOLVIMENTO DO SISTEMA DIGESTÓRIO As extremidades do disco embrionário se encontram ventralmente formando arcos faríngeos que darão origem ao Intestino Faríngeo Primitivo e, a área restante formará o Intestino Primitivo que dará origem ao trato gastrointestinal. A partir desse momento, se forma no sistema respiratório via aérea superior e inferior, entidades diferenciadas embriologicamente. O Intestino Faríngeo vai da membrana bulbo faríngea localizada no estomodeu (boca primitiva), dando origem a cavidade oral até o divertículo traqueobronqueal (T-B). Intestino Primitivo • O intestino anterior vai do divertículo T-B ao esboço hepático; origina a faringe, o esôfago, o estômago, a primeira porção do intestino delgado (o duodeno), o pâncreas, o fígado e a vesícula biliar. • O intestino médio deriva o resto do intestino delgado (o jejuno e o íleo) e parte do intestino grosso (ceco, apêndice, cólon ascendente e metade ou 2/3 do cólon transverso). • O intestino posterior forma a última porção do intestino grosso (metade ou o terço distal do cólon transverso, cólon descendente, sigmoide, reto e a porção superior do canal anal). Beatriz Castro e Silva de Albergaria Barreto Medicina – UNIFACS MR01 @biia_barreto Componentes: Boca O processo de digestão inicia-se na boca. Nessa cavidade o alimento sofrerá a ação dos dentes, que atuam garantindo que os alimentos sejam cortados, triturados e amassados. Essa etapa é chamada de digestão mecânica, por não envolver substâncias químicas que atuam no alimento. Nesse processo, o alimento se tornará menor, o que garante uma boa ação das enzimas e auxilia na deglutição. Na boca também atuam as glândulas salivares. Elas são responsáveis pela secreção da saliva, a qual atua na digestão química. Na saliva é encontrada a amilase salivar ou ptialina, uma enzima que atua quebrando carboidratos. O alimento, triturado e misturado à saliva, forma um aglomerado chamado bolo alimentar. A língua é responsável por ajudar o alimento a misturar-se com a saliva e a mover o bolo alimentar para o fundo da cavidade oral para que seja deglutido. Após sair da cavidade oral, o alimento segue para a faringe. Faringe A faringe é uma estrutura comum entre os sistemas digestório e respiratório, portanto participa ativamente da deglutição e da respiração. Ela abre- se na traqueia e no esôfago, e o alimento segue por esse último órgão. É revestida por epitélio pavimentoso estratificado não queratinizado na região contínua ao esôfago. Nas regiões próximas à cavidade nasal, por sua vez, é encontrado epitélio pseudoestratificado cilíndrico ciliado com presença de células caliciformes. Também apresenta muitas glândulas salivares menores, bem como as chamadas tonsilas. A faringe apresenta suas paredes muito espessas devido ao volume dos músculos que a revestem externamente, por dentro, o órgão é forrado pela mucosa faríngea, um epitélio liso, que facilita a rápida passagem do alimento. O movimento do alimento, da boca para o estômago, é realizado pelo ato da deglutição. A deglutição é facilitada pela saliva e muco e envolve a boca, a faringe e o esôfago. Três estágios: • Voluntário: no qual o bolo alimentar é passado para a parte oral da faringe. • Faríngeo: passagem involuntária do bolo alimentar pela faringe para o esôfago. • Esofágico: passagem involuntária do bolo alimentar pelo esôfago para o estômago. Limites da Faringe: • Superior – corpo do esfenoide e porção basilar do osso occipital • Inferior – esôfago • Posterior – coluna vertebral e fáscia dos músculos longo do pescoço e longo da cabeça • Anterior – processo pterigoideo, mandíbula, língua, osso hioide e cartilagens tireoide e cricoide • Lateral – processo estiloide e seus músculos A faringe pode ainda ser dividida em três partes: nasal (Nasofaringe), oral (Orofaringe) e laríngea (Laringofaringe). Beatriz Castro e Silva de Albergaria Barreto Medicina – UNIFACS MR01 @biia_barreto • Parte Nasal – situa-se posteriormente ao nariz e acima do palato mole e se diferencia da outras duas partes por sua cavidade permanecer sempre aberta. Comunica-se anteriormente com as cavidades nasais através das coanas. Na parede posterior encontra-se a tonsila faríngea (adenoide em crianças). • Parte Oral – estende-se do palato mole até o osso hioide. Em sua parede lateral encontra-se a tonsila palatina. • Parte Laríngea – estende-se do osso hioide à cartilagem cricoide. De cada lado do orifício laríngeo encontra-se um recesso denominado seio piriforme. OBS: A faringe comunica-se com as vias nasal, respiratória e digestória. Durante a deglutição, o alimento normalmente não pode entrar nas vias nasal e respiratória em razão do fechamento temporário das aberturas dessas vias. Assim durante a deglutição, o palato mole move-se em direção a abertura da parte nasal da faringe; a abertura da laringe é fechada quando a traqueia se move para cima e permite a uma prega de tecido, chamada de epiglote, cubra a entrada da via respiratória. Esôfago É um órgão muscular que conduz o bolo alimentar até o estômago, por meio de contrações da musculatura lisa. Apresenta cerca de 25cm de comprimento, e o bolo alimentar leva cerca de 5 a 10 segundos para passar por todo o órgão e chegar ao estômago. Em síntese: • É um tubo fibromuscular de 25cm • Se estende da faringe (ao nível de C6) até o estômago (ao nível de T11); • Se localiza entre a faringe e o estômago; • Perfura o diafragma por uma abertura chamada hiato esofágico; • é a terceira parte do trato gastrointestinal (3/3) É dividido em três partes: • Cervical, localizada no pescoço; • Torácica, localizada no tórax, mais especificamente no mediastino; • Abdominal, que atravessa o diafragma e chega ao abdome, onde alcançao estômago. (única parte que contém peritônio.) Uma vez que o esôfago é a terceira parte do trato gastrointestinal, ele está conectado nas duas pontas a outras estruturas, resultando em duas junções: • Junção faringoesofágica, localizada posteriormente à cartilagem cricoide e formada pela união entre a faringe e o esôfago. • Junção gastroesofágica, localizada no ponto de encontro entre o esôfago e o estômago. A passagem do bolo alimentar através destas junções é regulada por esfíncteres (feixes de fibras musculares de controle involuntário.). A junção faringoesofágica é cercada pelo esfíncter esofágico superior, também conhecido como músculo cricofaríngeo. O músculo na verdade é a parte mais inferior do constritor da faringe. Por sua vez, a junção gastroesofágica é envolvida pelo esfíncter esofágico inferior, também conhecido como cárdia. O esôfago, normalmente, tem três constrições: • Constrição cervical (esfíncter superior do esôfago): tem seu início, na junção faringoesofágica, a aproximadamente 15cm dos dentes incisivos. É causada pela parte cricofaríngea do músculo constritor inferior da faringe; • Constrição broncoaórtica (torácica): uma constrição dupla combinada, no local onde ocorre primeiro o cruzamento do arco da aorta, a 22,5 cm dos dentes incisivos, e depois o cruzamento pelo brônquio principal esquerdo, a 27,5 cm dos dentes incisivos. A compressão pelo arco da aorta é mais evidente na radiografia posteroanterior (PA) após ingestão de bário, e a impressão brônquica é mais visível nas imagens laterais; • Constrição diafragmática: no local onde atravessa o hiato esofágico do diafragma, a aproximadamente 40 cm dos dentes incisivos. Não é possível ver constrições no esôfago vazio. Entretanto, quando o órgão se expande durante o enchimento, as estruturas citadas anteriormente comprimem suas paredes. Beatriz Castro e Silva de Albergaria Barreto Medicina – UNIFACS MR01 @biia_barreto Parte torácica do esôfago: O esôfago entra no mediastino superior entre a traqueia e a coluna vertebral, onde se situa anteriormente aos corpos das vértebras T1–T4. Em geral, o esôfago é achatado no sentido anteroposterior. Inicialmente, inclina-se para a esquerda, mas é empurrado de volta para o plano mediano pelo arco da aorta. A seguir, é comprimido anteriormente pela raiz do pulmão esquerdo. No mediastino superior, o ducto torácico geralmente está à esquerda do esôfago, profundamente (medial) ao arco da aorta. Histologia do esôfago É constituído por quatro camadas: mucosa, submucosa, muscular própria e adventícia. Não possui camada serosa. A mucosa é a camada mais interna do órgão, revestindo a sua luz, composta por um epitélio pavimentoso estratificado não queratinizado sobre a lâmina própria, que é formada por tecido conjuntivo rico em vasos sanguíneos e é separada da submucosa pela camada muscular da mucosa, composta por camadas de células musculares lisas. A submucosa é constituída por TC, vasos sanguíneos e linfáticos, neurônios do plexo de Meissner ou submucoso (sítios dos impulsos aferentes na parede esofágica, transmitidos ao SNC pelos nervos parassimpáticos vagais e simpáticos torácicos) tecido conjuntivo que contém glândulas esofágicas com ácinos mucosos (que secretam substâncias como muco, bicarbonato e fator de crescimento epidérmico, importantes na defesa e no reparo epitelial). Após a submucosa vem a camada muscular, constituída nesse corte por músculo estriado esquelético (cujo neurotransmissor excitatório é a acetilcolina). A medida em que o órgão se alonga, essa camada de músculo estriado esquelético é substituída por uma camada circular interna e por outra longitudinal externa de células musculares lisas (que respondem à atividade colinérgica, na porção proximal, excitatória e nitrérgica, na porção distal, inibitória - gera um gradiente de latência que permite a peristalse, pois o segmento proximal do esôfago torácico responde antes do que o distal). Entre essas porções, há uma mistura de ambos os tipos. Entre as camadas interna e externa existe os neurônios do plexo de Auerbach ou plexo mioentérico (onde parte dos nervos eferentes vagais terminam). Atua de modo predominantemente excitatório, no controle do peristaltismo, aumentando a contração tônica da parede muscular, a frequência e intensidade da contração e aumentando a velocidade de transmissão das ondas excitatórias. Servem de estímulo para o plexo a distensão do intestino pelo acúmulo de certa quantidade de alimento num ponto do trato gastrintestinal, irritação do epitélio e sinais nervosos extrínsecos do SN parassimpático. Apenas a parte do esôfago que está na cavidade peritoneal é recoberta por uma membrana serosa. O restante é envolvido por uma camada de tecido conjuntivo, a adventícia, que se mistura, com o tecido conjuntivo circundante Obs. Inervação do Trato gastrointestinal (TGI): Ocorre por 2 componentes: extrínseco (comandado pelas inervações simpáticas - através dos gânglios cervical superior e gânglio celíaco - e parassimpáticas - através do nervo vago) e intrínseco (comandado pelo sistema nervoso entérico, nos quais os plexos submucoso e mioentérico fazem parte). IRRIGAÇÃO E DRENAGEM • A irrigação arterial da parte abdominal do esôfago é feita pela artéria gástrica esquerda, um ramo do tronco celíaco, e pela artéria frênica inferior esquerda. • A drenagem venosa das veias submucosas dessa parte do esôfago se faz para o sistema venoso porta, Beatriz Castro e Silva de Albergaria Barreto Medicina – UNIFACS MR01 @biia_barreto através da veia gástrica esquerda, e para o sistema venoso sistêmico, pelas veias esofágicas que entram na veia ázigo. • A drenagem linfática da parte abdominal do esôfago se faz para os linfonodos gástricos esquerdos; os vasos linfáticos eferentes desses linfonodos drenam principalmente para os linfonodos celíacos. • O esôfago é inervado pelo plexo esofágico, formado pelos troncos vagais (que se tornam os ramos gástricos anteriores e posterior) e pelos troncos simpáticos torácicos por meio dos nervos esplâncnicos (abdominopélvicos) maiores e plexos periarteriais ao redor das artérias gástrica esquerda e frênica inferior. Estômago É um órgão que se caracteriza por ser uma porção dilatada entre o esôfago e o intestino delgado. Está localizado inferiormente ao diagrama. Atua como reservatório. É especializado para o acúmulo do alimento ingerido, que ele prepara química e mecanicamente para a digestão e passagem para o duodeno. Sua principal função é a digestão enzimática, por meio do suco gástrico, que converte a massa de alimento em uma mistura semilíquida: o quimo. O estômago vazio é ligeiramente maior que o intestino grosso; entretanto, é capaz de se expandir muito para conter de 2 a 3 litros de alimento. O tamanho, o formato e a posição do estômago variam de acordo com o biotipo. Podem mudar conforme os movimentos do diafragma durante a respiração, ou com o conteúdo (vazio ou após uma grande refeição) e a posição da pessoa. Em decúbito dorsal, o estômago costuma estar nos quadrantes superiores direito e esquerdo, ou no epigástrio, região umbilical, hipocôndrio e flanco esquerdos. Pode ser dividido em quatro partes: cárdia, fundo gástrico, corpo gástrico e porção ou parte pilórica. Cárdia: É a parte que circunda o óstio cárdico, a abertura superior do estômago. Está localizada na transição entre esôfago e estômago. Fundo gástrico: é a porção superior em forma de cúpula; é a parte superior dilatada que está relacionada com a cúpula esquerda do diafragma, limitada inferiormente pelo plano horizontal do óstio cárdico; pode ser dilatado por gás, líquido, alimento ou pela combinação entre eles. Corpo gástrico: é a porção central que ocupamaior parte do estômago; parte principal do estômago, entre o fundo gástrico e o antro pilórico. Porção ou parte pilórica: é uma área estreitada na região de saída do estômago; sua parte mais larga, o antro pilórico, leva ao canal pilórico, parte mais estreita. O piloro é a região esfincteriana distal da parte pilórica. É um espessamento acentuado da camada circular de músculo liso que age como uma válvula, controlando a saída do conteúdo gástrico através do óstio pilórico (abertura inferior do estômago) para o duodeno. Normalmente, o piloro encontra-se em estado de contração tônica, de modo que o óstio pilórico é reduzido, exceto quando dá passagem ao quimo. Os movimentos peristálticos (peristalse gástrica) fazem o quimo atravessar o canal e o óstio pilórico até o intestino delgado, onde continua a mistura, digestão e absorção. Quando o estômago está vazio ou com muita pouca quantidade de comida dentro dele, ele fica em um estado contraído e encolhido. A mucosa assume um aspecto enrugado, formando cristas chamadas de dobras ou pregas gástricas. Durante a distensão do órgão, as pregas gástricas desaparecem. Beatriz Castro e Silva de Albergaria Barreto Medicina – UNIFACS MR01 @biia_barreto Dentro do estômago observa-se a liberação de uma substância denominada suco gástrico. O suco gástrico apresenta dois componentes principais: o ácido clorídrico (HCl) e a pepsina. O ácido clorídrico ajuda a digerir as proteínas do alimento, facilitando a ação das enzimas. A pepsina, por sua vez, atua quebrando as proteínas em polipeptídios menores. A pepsina funciona melhor em ambientes ácidos, diferentemente da maioria das enzimas. O alimento permanece por cerca de 2 a 6 horas, até ser convertido em um bolo alimentar que, misturado ao suco gástrico, passa a ser chamado de quimo. Além da digestão, este órgão também está envolvido em uma pequena parte da absorção. Ele pode absorver água, cafeína e uma pequena proporção de etanol ingerido. O estômago também tem papel no controle da secreção e na mobilidade do trato digestório através da secreção de vários hormônios, como a gastrina, colecistoquinina, secretina e peptídeo inibitório gástrico. A digestão mecânica e química envolve muito mais do que a simples exposição da comida ao ácido clorídrico e sua agitação mecânica. O estômago também tem duas curvaturas: A curvatura mais longa e convexa está localizada do lado esquerdo do estômago e é chamada de curvatura maior, ela começa na incisura cardíaca, que é formada entre a borda do esôfago e o fundo. Já a curvatura mais curta encontrada do lado direito é a curvatura menor. Ela forma a margem direita côncava mais curta do estômago Em razão dos comprimentos diferentes da curvatura menor à direita e da curvatura maior à esquerda, na maioria das pessoas o estômago tem formato semelhante ao da letra J. Vascularização do estômago A irrigação arterial do estômago tem origem no tronco celíaco e em seus ramos. Esse tronco sai direto da artéria aorta, e dele saem 3 ramos: a artéria hepática comum, artéria esplênica e artéria gástrica esquerda. A maior parte do sangue provém de anastomoses formadas ao longo da curvatura menor pelas artérias gástricas direita e esquerda, e ao longo da curvatura maior pelas artérias gastromentais direita e esquerda. O fundo gástrico e a parte superior do corpo gástrico recebem sangue das artérias gástricas curtas e posteriores. A curvatura menor, é irrigada por duas artérias, que são: artéria gástrica esquerda, que é um ramo direto do tronco celíaco, e a artéria gástrica direita, ramo da artéria hepática. Essas artérias se comunicam e formam anastomoses, suprindo então a curvatura menor. A curvatura maior é irrigada também por anastomose de duas artérias. A primeira é chamada de artéria gastromental esquerda, e ela é um ramo da artéria esplênica (ramo do tronco celíaco). A segunda é a artéria gastromental direita, ela vem de uma outra artéria chamada artéria gastroduodenal, e essa vem da artéria hepática comum. O fundo gástrico é irrigado por anastomoses entre diversas artérias, chamadas de artérias gástricas curtas e posteriores, que são ramos da artéria esplênica. Beatriz Castro e Silva de Albergaria Barreto Medicina – UNIFACS MR01 @biia_barreto Os vasos linfáticos gástricos acompanham as artérias ao longo das curvaturas maior e menor do estômago. Eles drenam linfa de suas faces anterior e posterior em direção às suas curvaturas, onde estão localizados os linfonodos gástricos e gastromentais. Os vasos eferentes desses linfonodos acompanham as grandes artérias até os linfonodos celíacos. DRENAGEM LINFÁTICA A drenagem linfática do estômago é feita por vasos linfáticos que se esvaziam nos linfonodos gástricos e gastro-omentais. Eles estão localizados ao longo das artérias das curvaturas maior e menor do estômago. • A linfa dos dois terços superiores do estômago drena ao longo dos vasos gástricos direito e esquerdo para os linfonodos gástricos; a linfa do fundo gástrico e da parte superior do corpo gástrico também drena ao longo das artérias gástricas curtas e dos vasos gastromentais esquerdos para os linfonodos pancreaticoesplênicos; • A linfa dos dois terços direitos do terço inferior do estômago drena ao longo dos vasos gastromentais direitos até os linfonodos pilóricos • A linfa do terço esquerdo da curvatura maior drena para os linfonodos pancreaticoduodenais, que estão situados ao longo dos vasos gástricos curtos e esplênicos. INERVAÇÃO PARASSIMPÁTICA O estômago recebe inervação involuntária pelo sistema nervoso autônomo (SNA). Inervação parassimpática se origina dos troncos vagais anterior e posterior, ramos dos nervos vagos esquerdo e direito, respectivamente. O tronco vagal anterior supre principalmente uma porção da superfície anterior do estômago, bem como o piloro. O tronco vagal posterior, maior, inerva o restante da superfície anterior, bem como toda a superfície posterior. A inervação parassimpática é responsável por induzir a secreção gástrica e a mobilidade, bem como por relaxar o esfíncter pilórico durante o esvaziamento gástrico. O nervo vago também carrega sensação de dor, plenitude e náusea do estômago. Já a inervação simpática é feita pelo plexo celíaco. Os impulsos nervosos originam-se do quinto ao décimo segundo nervos espinhais (T5-T12) e caminham até o plexo celíaco via nervos esplâncnicos maiores. A inervação simpática é responsável por inibir a motilidade gástrica e contrair o esfíncter pilórico, prevenindo assim o esvaziamento gástrico Resumo: • As três primeiras partes do estômago (cárdia, fundo e corpo) são denominadas de estômago próximal. Algumas células dessas regiões do estômago produzem ácido e pepsina (uma das enzimas digestivas), partes do suco gástrico, que ajudam na digestão dos alimentos. Elas também produzem a proteína denominada fator intrínseco, que o organismo precisa para absorver a vitamina B12. • As duas partes inferiores (antro e piloro) são denominadas de estômago distal. O estômago tem duas curvas, que formam sua parte superior e as bordas inferiores. Elas são denominadas de curvatura menor e curvatura maior, respectivamente. • Outros órgãos próximos ao estômago incluem o cólon, fígado, baço, intestino delgado e pâncreas. ABDOME As quatro regiões anatômicas do abdome são conhecidas como quadrantes. Elas são separadas por linhas teóricas que podem ser traçadas no abdome utilizando certos marcos anatômicos. O plano mediano é o que segue a linha alba e se estende do processo xifóide à sínfise púbica, e divide o abdome verticalmente em duas metades. O plano transumbilical é uma linha horizontal que cursa ao nível do umbigo. Esses dois planos se cruzam no umbigoe dividem o abdome em quatro quadrantes. https://www.kenhub.com/pt/library/anatomia/drenagem-linfatica-do-abdomen-e-da-pelve https://www.kenhub.com/pt/library/anatomia/sistema-nervoso https://www.kenhub.com/pt/library/anatomia/sistema-nervoso https://www.kenhub.com/pt/library/anatomia/nervo-vago Beatriz Castro e Silva de Albergaria Barreto Medicina – UNIFACS MR01 @biia_barreto INTESTINO DELGADO O intestino delgado é um compartimento longo que pode apresentar mais de seis metros de comprimento. É nele que a maior parte do processo de digestão acontece. É dividido em três porções: duodeno, jejuno e íleo. O duodeno, primeira porção do intestino delgado, apresenta cerca de 25 cm .Ele se estende do esfíncter pilórico do estômago, contorna a cabeça do pâncreas em um formato de C e termina na flexura duodenojejunal. Esta flexura está ligada à parede abdominal posterior por uma prega peritoneal denominada músculo suspensório (ligamento) do duodeno, também chamada de ligamento de Treitz. É onde ocorre a junção do quimo às secreções provenientes do pâncreas, fígado e do próprio intestino delgado. Essas secreções são: • Suco pancreático: O pâncreas é uma glândula anexa responsável pela produção de uma solução alcalina rica em bicarbonato e em enzimas, tais como a tripsina e a quimiotripsina, que atuam nas proteínas; as nucleases pancreáticas, que atuam nos ácidos nucleicos; e a lipase pancreática, que atua nos lipídios. • Bile: A bile é uma secreção produzida pelo fígado e, diferentemente das outras secreções que são liberadas no sistema digestório, caracteriza-se por não apresentar enzimas. Essa secreção apresenta sais que atuam como emulsificantes, ou seja, funcionam como detergentes. A bile, apesar de produzida no fígado, é armazenada na vesícula biliar. • Suco intestinal ou entérico: O revestimento do intestino delgado também é responsável por secretar substâncias. Dentre as enzimas encontradas no suco intestinal ou entérico, destacam-se a maltase, que atua na maltose, a sacarase, que atua na sacarose, e a lactase, que atua na lactose. No duodeno ocorre a maior parte da digestão, estando as outras partes do intestino delgado relacionadas, principalmente, com a absorção de nutrientes. Após sair do duodeno, o produto do processo de digestivo segue para o jejuno, que apresenta cerca de 2,5m de comprimento e segue para o íleo, que possui cerca de 3,5m O Jejuno começa na flexura duodenojejunal e se localiza no quadrante superior esquerdo do abdome. O jejuno é todo intraperitoneal, já que o mesentério o conecta à parede abdominal posterior. Não há uma linha de demarcação entre o jejuno e o íleo, porém existem algumas diferenças anatômicas e histológicas que os diferenciam: • O jejuno representa os dois-quintos proximais da estrutura do jejuno e do íleo • A parede do jejuno é mais espessa e seu lúmen é mais largo que o do íleo • O jejuno contém pregas circulares de Kerckring mais proeminentes O íleo é a parte mais longa do intestino delgado. Ele é encontrado no quadrante inferior direito do abdome, enquanto o íleo terminal pode se estender até a cavidade pélvica. O íleo termina no orifício ileal (junção ileocecal), onde o ceco do intestino grosso começa. Como dito, o intestino delgado apresenta também a função de absorver nutrientes. Nesse órgão observa-se a presença de dobras chamadas de vilosidades. Nas células das vilosidades, observa-se ainda várias dobras microscópicas, chamadas de microvilosidades. Essas dobras garantem um aumento da superfície de Beatriz Castro e Silva de Albergaria Barreto Medicina – UNIFACS MR01 @biia_barreto contato, proporcionando, desse modo, um aumento na taxa de absorção. Histologia do intestino delgado O intestino delgado tem quatro camadas: mucosa, submucosa, muscular externa e serosa (de dentro para fora). Várias características do intestino delgado agem para aumentar consideravelmente sua superfície de absorção: • Dobras circulares (válvulas de Kerckring, plicae circulares) são as dobras transversais de mucosa encontra predominantemente no duodeno distal e jejuno proximal • Vilos intestinais são extensões de mucosa intestinal em formato de dedos de luva que se projetam no lúmen do intestino delgado. Entre os vilos existem glândulas intestinais (criptas de Lieberkühn) que secretam suco intestinal rico em enzimas • Microvilos são projeções encontradas na superfície apical de cada célula intestinal (enterócito) Existem também características do intestino delgado que são específicas de determinados segmentos: • Placas de Peyer fazem parte do tecido linfóide associado à mucosa (MALT). São encontradas no íleo • Glândulas de Brunner são encontrados na submucosa do duodeno. Elas produzem muco alcalino, que protege o duodeno dos efeitos corrosivos do ácido gástrico. FUNÇÕES As principais funções do intestino delgado são secreção e absorção. As células epiteliais do intestino delgado secretam enzimas que digerem o quimo em partículas menores, tornando-as passíveis de absorção. O duodeno tem ainda a função de misturar a comida com a bile e com as enzimas pancreáticas para continuar a digestão de carboidratos, gorduras e proteínas. Quanto a absorção, carboidratos e proteínas são absorvidos no duodeno e no jejuno, respectivamente. O jejuno também absorve a maior parte das gorduras. As funções do íleo envolvem absorção de vitamina B12, sais biliares e toda a digestão dos produtos que não foram absorvidos no duodeno e no jejuno. Todos os três segmentos do intestino delgado absorvem água e eletrólitos. Vascularização do intestino delgado O duodeno é suprido pelos ramos do tronco celíaco e da artéria mesentérica superior (AMS) e pelas artérias pacreaticoduodenais superior, média e inferior. O jejuno e o íleo são supridos por 15 - 18 ramos da AMS denominados artérias jejunais e ileais. Elas se anastomosam entre si para formar as arcadas arteriais, que enviam várias artérias retas para o jejuno e o íleo. O intestino delgado é drenado na veia porta hepática. A linfa do intestino delgado é drenada nos linfonodos mesentéricos superiores. Domine os vasos sanguíneos do intestino delgado com esse material de estudo que preparamos para você. Inervação O intestino delgado é inervado por ramos do nervo vago (NC X) e pelos nervos esplâncnicos torácicos. Seus ramos nervosos se estendem ao longo de todo o comprimento do intestino delgado na forma de dois plexos. • Plexo nervoso submucoso (de Meissner) encontrado na submucosa do intestino delgado, contém somente fibras parassimpáticas do nervo vago (NC X); • Plexo nervoso mioentérico (de Auerbach) localizado na muscular externa do intestino delgado, contém tanto fibras nervosas simpáticas como parassimpáticas. Intestino grosso É a porção final do sistema digestório. É uma continuação do íleo, que se estende por 1 a 1,5 metros desde a junção ileocecal até o ânus. A maior parte do intestino grosso localiza-se dentro da cavidade abdominal, com a última porção na cavidade pélvica. Algumas de suas partes são intraperitoneais, enquanto outras são retroperitoneais. É formado pelo ceco, apêndice, cólon ascendente, cólon transverso, cólon descendente, cólon sigmoide e reto. As seis primeiras em conjunto formam o cólon. Esse intestino, quando comparado ao intestino delgado, apresenta-se muito menor possuindo apenas cerca de 1,5 metro. O intestino grosso apresenta importantes funções no processo digestivo, sendo responsável pela formação da massa fecal e reabsorção de água, processo esse que se inicia no intestino delgado. É no intestino grosso, portanto, que as fezes são formadas. Beatriz Castro e Silva de Albergaria Barreto Medicina – UNIFACS MR01 @biia_barretoO reto termina em um estreito canal anal, que se abre no ânus. É pelo ânus que as fezes são eliminadas para o meio externo. Além de seu papel na formação, armazenamento e subsequente eliminação das fezes, o intestino grosso abriga ainda uma extensa microflora, que é essencial para a sobrevivência. Ceco: é a primeira parte do intestino grosso; é contínuo com o colo ascendente. É uma bolsa intestinal cega, que mede aproximadamente 7,5 cm de comprimento e largura. Situa-se na fossa ilíaca do quadrante inferior direito do abdome, inferiormente à sua junção com a parte terminal do íleo. Quando distendido por fezes ou gases, o ceco pode ser palpável através da parede anterolateral do abdome. Geralmente está situado a 2,5 cm do ligamento inguinal; é quase totalmente revestido por peritônio e pode ser levantado livremente. Não tem mesentério. Pode ser deslocado da fossa ilíaca, mas costuma estar ligado à parede lateral do abdome por uma ou mais pregas cecais de peritônio. A parte terminal do íleo entra no ceco obliquamente e invagina-se em parte para o seu interior. Apêndice vermiforme: é um divertículo intestinal cego (6 a 10 cm de comprimento) que contém massas de tecido linfoide. É uma bolsa linfoide em fundo cego localizada na fossa ilíaca direita, que se origina a partir do ceco; possui papel na manutenção da flora intestinal e na imunidade da mucosa. Origina-se na face posteromedial do ceco, inferiormente à junção ileocecal. A posição do apêndice vermiforme é variável, mas geralmente é retrocecal. O colo é dividido em quatro partes — ascendente, transversa, descendente e sigmoide — que sucedem uma à outra formando um arco. O colo circunda o intestino delgado, o colo ascendente à direita do intestino delgado, o colo transverso superior e/ou anteriormente a ele, o colo descendente à esquerda e, por fim, o colo sigmoide inferiormente a ele. Cólon ascendente: é a segunda parte do intestino grosso. Segue para cima na margem direita da cavidade abdominal, do ceco até o lobo hepático direito, onde vira para a esquerda na flexura direita do colo (flexura hepática). Essa flexura situa-se profundamente às costelas IX e X e é superposta pela parte inferior do fígado; é mais estreito do que o ceco e é secundariamente retroperitoneal ao longo da face direita da parede posterior do abdome. O colo ascendente é coberto por peritônio anteriormente e nas suas laterais; O colo ascendente é separado da parede anterolateral do abdome pelo omento maior. Um sulco vertical profundo revestido por peritônio parietal, o sulco paracólico direito, situa-se entre a face Beatriz Castro e Silva de Albergaria Barreto Medicina – UNIFACS MR01 @biia_barreto lateral do colo ascendente e a parede adjacente do abdome. Colo transverso: é a terceira parte do intestino grosso, a mais longa e mais móvel. Atravessa o abdome da flexura direita do colo até a flexura esquerda do colo, onde se curva para baixo e dá origem ao colo descendente. A flexura esquerda do colo (flexura esplênica) geralmente é superior, mais aguda e menos móvel do que a flexura direita do colo. Situa-se anteriormente à parte inferior do rim esquerdo e fixa- se ao diafragma através do ligamento frenocólico. A porção do intestino grosso localizada entre o ceco e o reto é chamada de cólon. Ela consiste em quatro partes; ascendente, transversa, descendente e sigmoide. As principais funções do cólon incluem reabsorção de líquidos e eletrólitos. Além disso, a microflora gera energia através de um processo chamado fermentação. Cólon descendente: se estende entre a flexura esquerda do cólon e o cólon sigmoide. Ele cursa através do hipocôndrio esquerdo, flanco esquerdo e fossa ilíaca esquerda. Cólon sigmoide: possui o formato da letra “S”, e cursa desde a fossa ilíaca esquerda até a terceira vértebra sacra (junção retosigmoide). Esta parte do cólon é intraperitoneal. Ela conecta-se à parede pélvica pelo mesocólon sigmoide. Reto: é uma câmara que começa no fim do intestino grosso, imediatamente após o cólon sigmoide, e que termina no. Em geral, o reto permanece vazio, pois, antes de chegarem ao reto, as fezes ficam armazenadas no cólon descendente. Em algum momento, o cólon descendente fica cheio e as fezes passam para o reto, provocando a necessidade de evacuar (defecar). Adultos e crianças mais velhas podem resistir a esse impulso até chegarem a um banheiro. Bebês e crianças pequenas não têm o controle necessário do músculo para retardar a defecação. Ânus: é a abertura na extremidade do tubo digestivo, através da qual as fezes saem do corpo. É formado, em parte, pelas camadas superficiais do corpo, incluindo a pele e, em parte, pelo intestino. Está alinhado com a continuação da pele externa. Um anel muscular (esfíncter anal) mantém o ânus fechado até que a pessoa defeque. Resumo: Função: Absorção de eletrólitos e água, propulsão do conteúdo intestinal, formação e armazenamento temporário das fezes e defecação Suprimento sanguíneo: Ceco, cólon ascendente e 2/3 proximais do cólon transverso: artéria mesentérica superior 1/3 distal do cólon transverso, cólon descendente e sigmoide: artéria mesentérica inferior Inervação: Sistema nervoso entérico: Plexos de Meissner e Auerbach; Simpática e parassimpática: plexos nervosos aórtico, celíaco, mesentéricos superior e inferior e hipogástrico. O aparelho digestório é considerado como um tubo, recebe o líquido secretado por diversas glândulas, a maioria situadas em suas paredes como as da boca, esôfago, estômago e intestinos. Algumas glândulas constituem formações bem individualizadas, localizando nas proximidades do tubo, como qual se comunicam através de ductos, que servem para o escoamento de seus produtos de elaboração. As glândulas salivares são divididas em 2 grandes grupos: Glândulas Salivares Menores e Glândulas Salivares Maiores. A saliva é um líquido viscoso, claro, sem gosto e sem odor que é produzido por essas glândulas e pelas glândulas mucosas da cavidade da boca. Glândulas Salivares Menores: constituem pequenos corpúsculos ou nódulos disseminados nas paredes da boca, como as glândulas labiais, palatinas linguais e molares. Glândulas Salivares Maiores: são representadas por 3 pares que são as parótidas, submandibulares e sublinguais. Glândula Parótida – a maior das três e situa-se na parte lateral da face, abaixo e adiante do pavilhão da orelha. Irrigada por ramos da artéria carótida externa. Inervada pelo nervo auriculotemporal, glossofaríngeo e facial. Glândula Submandibular – é arredondada e situa-se no triângulo submandibular. É irrigada por ramos da artéria facial e lingual. Os nervos secretomotores derivam de fibras parassimpáticas craniais do facial; as fibras simpáticas provêm do gânglio cervical superior. Beatriz Castro e Silva de Albergaria Barreto Medicina – UNIFACS MR01 @biia_barreto Glândula Sublingual – é a menor das três e localiza-se abaixo da mucosa do assoalho da boca. É irrigada pelas artérias sublinguais e submentonianas. Os nervos derivam de maneira idêntica aos da glândula submandibular. FÍGADO O fígado é a maior glândula do organismo, e é também a mais volumosa víscera abdominal. Sua localização é na região superior do abdômen, logo abaixo do diafragma, ficando mais à direita, isto é, normalmente 2/3 de seu volume estão à direita da linha mediana e 1/3 à esquerda. Pesa cerca de 1,500 g e responde por aproximadamente 1/40 do peso do corpo adulto. Apresenta duas faces: Diafragmática e Visceral. O fígado é dividido em lobos. A Face Diagramática apresenta um lobo direito e um lobo esquerdo, sendo o direito pelo menos duas vezes maior que o esquerdo. A divisão dos lobos é estabelecida pelo Ligamento Falciforme. Na extremidade desse ligamento encontramos um cordãofibroso resultante da obliteração da veia umbilical, conhecido como Ligamento Redondo do Fígado. A Face Visceral é subdividida em 4 lobos (direito, esquerdo, quadrado e caudado) pela presença de depressões em sua área central, que no conjunto se compõem formando um “H”, com 2 ramos anteroposteriores e um transversal que os une. Embora o lobo direito seja considerado por muitos anatomistas como incluindo o lobo quadrado (inferior) e o lobo caudado (posterior) com base na morfologia interna, os lobos quadrado e caudado pertencem mais apropriadamente ao lobo esquerdo. Entre o lobo direito e o quadrado encontramos a vesícula biliar e entre o lobo direito e o caudado, há um sulco que aloja a veia cava inferior. Entre os lobos caudado e quadrado, há uma fenda transversal: a porta do fígado (pedículo hepático), por onde passam a artéria hepática, a veia porta, o ducto hepático comum, os nervos e os vasos linfáticos. Aparelho Excretor do Fígado – é formado pelo ducto hepático, vesícula biliar, ducto cístico e ducto colédoco. O fígado é um órgão vital, sendo essencial o funcionamento de pelo menos 1/3 dele – além da bile que é indispensável na digestão das gorduras – ele desempenha o importante papel de armazenador de glicose e, em menor escala, de ferro, cobre e vitaminas. A Função Digestiva do Fígado é produzir a bile, uma secreção verde amarelada, para passar para o duodeno. A bile é produzida no fígado e armazenada na vesícula biliar, que a libera quando gorduras entram no duodeno. A bile emulsiona a gordura e a distribui para a parte distal do intestino para a digestão e absorção. VESÍCULA BILIAR A Vesícula Biliar (7 – 10 cm de comprimento) situa-se na fossa da vesícula biliar na face visceral do fígado. Esta fossa situa-se na junção do lobo direito e do lobo quadrado do fígado. A relação da vesícula biliar com o duodeno é tão íntima que a parte superior do duodeno normalmente é manchada com bile no cadáver. A vesícula biliar tem capacidade para até 50 ml de bile. PÂNCREAS Produz, através de uma secreção exócrina, o suco pancreático que entra no duodeno através dos ductos Beatriz Castro e Silva de Albergaria Barreto Medicina – UNIFACS MR01 @biia_barreto pancreáticos, uma secreção endócrina produz glucagon e insulina que entram no sangue. O pâncreas produz diariamente 1200 – 1500 ml de suco pancreático; é achatado no sentido anteroposterior, ele apresenta uma face anterior e outra posterior, com uma borda superior e inferior e sua localização é posterior ao estômago. O pâncreas apresenta duas faces, uma a Face Diafragmática (anterossuperior) que é convexa e lisa relacionando-se com a cúpula diafragmática e, a Face Visceral (póstero inferior) que é irregularmente côncava pela presença de impressões viscerais; divide- se em Cabeça (aloja-se na curva do duodeno), Colo, Corpo (dividido em três partes: anterior, posterior e inferior) e Cauda. Ducto Pancreático –começa na cauda do pâncreas e corre para sua cabeça, onde se curva inferiormente e está intimamente relacionada com o ducto colédoco. O ducto pancreático se une ao ducto colédoco (fígado e vesícula biliar) e entra no duodeno como um ducto comum chamado ampola hepatopancreática. Funções: • Dissolver carboidrato (amilase pancreática); • Dissolver proteínas (tripsina, quimotripsina, carboxipeptidase e elastase); • Dissolver triglicerídios nos adultos (lípase pancreática); • Dissolver ácido nucleicos (ribonuclease e desoxirribonuclease). Resumo do sistema digestório • O sistema digestório é responsável por garantir a quebra do alimento em partículas menores e pela absorção de nutrientes que são necessários ao corpo. • No sistema digestório temos o trato gastrointestinal, que é formado por boca, faringe, esôfago, estômago, intestino delgado e intestino grosso; e as glândulas associadas: glândulas salivares, fígado e pâncreas. • Na boca o alimento é rasgado e triturado pelos dentes e, com a ajuda da língua, é misturado com a saliva. • O bolo alimentar segue da boca para a faringe e da faringe para o esôfago, sendo levado por meio de movimentos peristálticos até o estômago. • No estômago o bolo alimentar sofre a ação do suco gástrico e passa a ser chamado de quimo. • Do estômago o quimo segue para o intestino delgado, onde sofrerá a ação do suco pancreático, da bile e das secreções produzidas pelo próprio intestino delgado. • No intestino delgado, além de grande parte do processo de digestão, ocorre também a absorção de nutrientes. • No intestino grosso formam-se as fezes, as quais são eliminadas pelo ânus.
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