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* * * 2 ADMINISTRAÇÃO DE ESTOQUE 2.1.1 CLASSIFICAÇÃO DE MATERIAIS • A classificação é o processo de reunir ou aglutinar os materiais utilizando suas características seme-lhantes. GESTÃO DA CADEIA DE SUPRIMENTOS 2. ADMINISTRAÇÃO DE ESTOQUE Prof. Altair Fontes O cadastramento de materiais engloba as etapas de classificação, especificação e codificação objetivando a elaboração do catálogo de materiais. Tipos de Classificação • Serão abordados vários tipos de classificação de modo a atender às necessidades de cada empresa. A. Materiais de estoque: São materiais que devem existir em estoque e para os quais são determinados critérios e parâmetros de ressuprimento automático, com base na demanda prevista e na importância para a empresa. 1. Classificação quanto ao tipo de demanda * * * GESTÃO DA CADEIA DE SUPRIMENTOS 2. ADMINISTRAÇÃO DE ESTOQUE Prof. Altair Fontes - Materiais de consumo geral: itens de utilização repetitiva, aplicados em diversos setores da empresa, com exceção da manutenção. Os materiais de estoque são classificados: A.1 Quanto à aplicação: a) Materiais produtivos ou diretos: aqueles que se agregam ou fazem parte do produto final. São eles: - Matérias-primas: itens utilizados no processo de transformação em produtos acabados; - Produtos em processo: itens que já entraram no processo produtivo, mas que ainda não são produtos acabados; - Produtos acabados: itens que já estão prontos para ser entregues aos consumidores finais. b) Materiais improdutivos ou indiretos: aqueles que não se agregam ou não fazem parte do produto final. São eles: - Materiais de manutenção: itens de utilização repetitiva, aplicados em manutenção; * * * c) Materiais classe Z: itens de aplicação não impor- tante, com possibilidade de uso de similar existente na empresa. A.2 Quanto ao valor do consumo anual: a) Materiais classe A: itens de grande valor de consumo; b) Materiais classe B: itens de médio valor de consumo; c) Materiais classe C: itens de baixo valor de consumo. Obs.: Para se classificar os materiais pelo valor do consumo anual usa-se a técnica denominada Curva ABC ou Curva de Pareto, que será estudada adiante. A.3 Quanto à importância operacional ou criticidade: Visa identificar materiais imprescindíveis ao funcionamento da empresa. a) Materiais classe X: itens de importância vital, sem similar na empresa, cuja falta acarreta a paralisação do processo produtivo; b) Materiais classe Y: itens de importância média, com ou sem similar na empresa; GESTÃO DA CADEIA DE SUPRIMENTOS 2. ADMINISTRAÇÃO DE ESTOQUE Prof. Altair Fontes * * * São materiais de demanda imprevisível para os quais não são definidos parâmetros para o ressuprimento automático. A inexistência de regularidade de consumo faz com que a aquisição desses materiais somente seja efetuada por solicitação direta do usuário, na oportunidade em que se constate a necessidade deles. - Por problemas de obtenção: material importado; existência de um único fornecedor; escassez no mercado; material estratégico; de difícil fabricação ou obtenção. B. Materiais não de estoque: 2. Classificação quanto aos materiais críticos Classificação utilizada em empresas industriais. São materiais de reposição específica de um equipamento ou de um grupo de equipamentos iguais, cuja demanda não é previsível e cuja decisão de estocar é tomada com base na análise de risco que a empresa corre, caso esses materiais não estejam disponíveis quando necessário. Razões para a existência de materiais críticos: GESTÃO DA CADEIA DE SUPRIMENTOS 2. ADMINISTRAÇÃO DE ESTOQUE Prof. Altair Fontes * * * - Por problemas de previsão: material com utilização de difícil previsão. - Por razões econômicas: material de elevado valor; material com elevado custo de armazenagem; material com elevado custo de transporte. - Por problemas de armazenagem e transporte: material perecível; material de alta periculosidade; material de elevado peso; material de grandes dimensões. - Por razões de segurança: material de reposição de alto custo; material para equipamento vital da produção. 3 Classificação quanto à perecibilidade a) Materiais não perecíveis: não perdem as proprie- dades físico-químicas ao longo do tempo. b) Materiais perecíveis: perdem as propriedades físico-químicas ao longo do tempo. Os materiais perecíveis podem ser classifica-dos em: b.1 Materiais higroscópicos: absorvem umidade do ar. Exemplos: sal marinho, cal virgem, cimento etc. GESTÃO DA CADEIA DE SUPRIMENTOS 2. ADMINISTRAÇÃO DE ESTOQUE Prof. Altair Fontes * * * b.2 Materiais com limitação de tempo: possuem prazo de validade. Exemplos: remédios, ali- mentos etc. b.3 Materiais instáveis: produtos químicos que se decompõem espontaneamente. Exemplos: peróxido de éter, óxido de etileno etc. b.4 Materiais voláteis: produtos que se evaporam naturalmente. Exemplos: amoníaco, éter etc. b.5 Materiais que se contaminam pela água: se degradam pela adição direta de água. Exemplo: óleo de transformadores b.6 Materiais que se contaminam por partículas sólidas: perdem parte de suas características físico-químicas quando em contato com partículas sólidas, como areias e poeiras. Exemplo: graxas b.7 Materiais que sofrem a ação da gravidade: quando estocados de forma incorreta, podem sofrer deformações. Exemplo: eixos de grande comprimento b.8 Materiais que se danificam com quedas, colisões ou vibrações: são frágeis ou sensíveis. Exemplos: cristais, vidros, instru- mentos de medição etc. GESTÃO DA CADEIA DE SUPRIMENTOS 2. ADMINISTRAÇÃO DE ESTOQUE Prof. Altair Fontes * * * b.9 Materiais que sofrem a ação da luz: se degra- dam por incidência direta da luz. Exemplos: filmes fotográficos, algumas substâncias quí- micas etc. b.11 Materiais que sofrem a ação de animais: são sujeitos ao ataque de insetos e outros animais, durante a estocagem. Exemplos: grãos, madeiras, peles de animais etc. b.10 Materiais que sofrem a ação de atmosfera agressiva: sofrem corrosão quando em contato com atmosfera com grande concentração de gases ou vapores. Exemplo: tubos de ferro Visa à identificação de materiais, como, por exemplo, produtos químicos e gases, que, por sua características físico-químicas, possuam incompa-tibilidade com outros, oferecendo riscos à segurança. 4. Classificação quanto à periculosidade 5. Classificação quanto à possibilidade de fazer ou comprar a) Fazer internamente: materiais que são fabricados na empresa. GESTÃO DA CADEIA DE SUPRIMENTOS 2. ADMINISTRAÇÃO DE ESTOQUE Prof. Altair Fontes * * * c) Decidir por fazer ou comprar: materiais que estão sujeitos à análise de fazer internamente ou comprar. b) Comprar: materiais que devem ser adquiridos no mercado. d) Recondicionar: materiais passíveis de recupera- ção que devem ser recondicionados após desgaste e uso. O custo da recuperação deverá ser inferior ao da compra de um novo item. b) Estocagem temporária: materiais que não sejam de estoque e que ficam estocados temporaria- mente até sua utilização. 6. Classificação quanto ao tipo de estocagem a) Estocagem permanente: materiais de ressuprimen- to automático para os quais sempre deve existir estoque. 7. Classificação quanto à dificuldade de aquisição a) Materiais de fácil aquisição b) Materiais de difícil aquisição As dificuldades na obtenção de materiais podem provir de: GESTÃO DA CADEIA DE SUPRIMENTOS 2. ADMINISTRAÇÃO DE ESTOQUE Prof. Altair Fontes * * * - Fabricação especial: encomendas especiais com cronogramas de fabricação longos, acompanha- mento e inspeções nas diversas fases da fabricação, fabricações pioneiras, materiais em pesquisa etc. - Importações: além dos entraves burocráticos, os materiais a serem importados, as vezes, dependem de liberação de verbas ou de financiamentos externos. - Escassez no mercado: materiais de pouca oferta. - Sazonalidade: a oferta sofre alterações em diversas épocas do ano. - Monopólio ou tecnologia exclusiva: dependência de um único fornecedor. - Logística sofisticada: materiais que necessitam de transporte especial ou os locais de retirada ou entrega são de difícil acesso. c) Materiais em processo de nacionalização: mate- riais para os quais se estão desenvolvendo forne- cedores nacionais. 8. Classificação quanto ao mercado fornecedor a) Mercado nacional: materiais fabricados no próprio país. b) Mercado estrangeiro: materiais fabricados fora do país. GESTÃO DA CADEIA DE SUPRIMENTOS 2. ADMINISTRAÇÃO DE ESTOQUE Prof. Altair Fontes * * * Tipos de classificação de materiais 1. QUANTO AO TIPO DE DEMANDA A. Materiais de estoque A.1 Quanto à aplicação a) Materiais produtivos - Matérias-primas - Produtos em processo - Produtos acabados b) Materiais improdutivos - Materiais de manutenção - Materiais de consumo geral A.2 Quanto ao valor do consumo anual a) Materiais classe A b) Materiais classe B c) Materiais classe C A.3 Quanto à importância operacional a) Materiais classe X b) Materiais classe Y c) Materiais classe Z B. Materiais não de estoque 2. QUANTO AOS MATERIAIS CRÍTICOS 3. QUANTO Á PERECIBILIDADE a) Materiais não perecíveis b) materiais perecíveis 4. QUANTO À PERICULOSIDADE 5. QUANTO À POSSIBILIDADE DE FAZER OU COMPRAR a) Fazer internamente b) Comprar c) Decidir por fazer ou comprar d) Recondicionar 6. QUANTO AO TIPO DE ESTOCAGEM a) Estocagem permanente b) Estocagem temporária 7. QUANTO À DIFICULDADE DE AQUISIÇÃO a) Fácil aquisição b) Difícil aquisição 8. QUANTO AO MERCADO FORNECEDOR a) Nacional b) Estrangeiro c) Processo de nacionalização GESTÃO DA CADEIA DE SUPRIMENTOS 2. ADMINISTRAÇÃO DE ESTOQUE Prof. Altair Fontes * * * Classe C: Itens menos importantes. Materiais de baixo valor de consumo e grande quantidade (em torno de 50% do total de itens). A Curva ABC (ou Curva de Pareto) • É uma das formas mais usuais de se examinar estoques. • Consiste na classificação dos estoques em ordem decrescente de importância, em função do valor de consumo, durante um certo espaço de tempo (normalmente 6 meses ou 1 ano). • Assim, os materiais são classificados em A, B ou C, de acordo com a curva ABC de consumo. Classe A: Itens mais importantes. Materiais de grande valor de consumo (entre 35% e 70% do valor movimentado dos estoques) e menor quantidade (10% a 20% do total de itens). Devem ser gerenciados com especial atenção. Classe B: Itens intermediários. Materiais de médio valor de consumo (entre 10% e 45% do valor movimentado dos estoques) e quantidade entre 30% e 40% do total de itens. GESTÃO DA CADEIA DE SUPRIMENTOS 2. ADMINISTRAÇÃO DE ESTOQUE Prof. Altair Fontes * * * A empresa ALFA apresentou, durante o ano-base de 2007, a seguinte movimentação de seu estoque: Construa a curva ABC, sabendo que os itens classe A correspondem a 50% dos gastos totais, os itens classe B correspondem a 35% e os itens classe C, o restante. Exercício de aplicação da curva ABC GESTÃO DA CADEIA DE SUPRIMENTOS 2. ADMINISTRAÇÃO DE ESTOQUE Prof. Altair Fontes * * * 1º Passo: Cálculo do valor monetário consumido no período 2º Passo: Ordenar os itens por ordem decrescente de valor consumido Resolução GESTÃO DA CADEIA DE SUPRIMENTOS 2. ADMINISTRAÇÃO DE ESTOQUE Prof. Altair Fontes * * * 3º Passo: Calcular os percentuais de cada item em relação ao total e os percentuais acumulados Itens classe C: itens 05, 03, 08, 04 e 10 (50 % do total de itens) representam 15 % do valor consumido. 4º Passo: Análise da tabela e classificação ABC Itens classe A: itens 06 e 02 (20 % do total de itens) representam 50 % do valor consumido. Itens classe B: itens 01, 09 e 07 (30 % do total de itens) representam 35 % do valor consumido. GESTÃO DA CADEIA DE SUPRIMENTOS 2. ADMINISTRAÇÃO DE ESTOQUE Prof. Altair Fontes * * * 5º Passo: Construção da curva ABC GESTÃO DA CADEIA DE SUPRIMENTOS 2. ADMINISTRAÇÃO DE ESTOQUE Prof. Altair Fontes * * * 2.1.2 ESPECIFICAÇÃO DE MATERIAIS • A especificação tem por objetivo facilitar as tarefas de: • A especificação é a descrição das características de um material, com a finalidade de identificá-lo e distingui-lo de seus similares. coleta de preços; negociação entre o comprador e o fornecedor; cuidados no transporte; identificação; inspeção; armazenagem; e preservação dos materiais. • A descrição de um material deve obedecer aos seguintes critérios: a denominação deverá ser sempre no singular; a denominação deverá prender-se ao material es- pecificamente e não a sua forma ou embalagem, apresentação ou uso; Exemplo: Barra de aço errado Aço em barra certo GESTÃO DA CADEIA DE SUPRIMENTOS 2. ADMINISTRAÇÃO DE ESTOQUE Prof. Altair Fontes * * * utilizar abreviaturas devidamente padronizadas. 4. Unidade metrológica: são informações referentes à unidade de fornecimento do material, a unidade de controle adotada pela empresa e o fator de conversão da unidade de fornecimento para a unidade de controle, caso essas sejam diferentes. utilizar, sempre que possível, denominações únicas para materiais da mesma natureza; e • Monta-se a especificação por meio da seguinte estrutura: 1. Nome básico: é o primeiro termo da especificação. Exemplos: a. lâmpada; b. sabão. 2. Nome modificador: é o termo complementar. Exemplos: a. lâmpada incandescente; b. lâmpada fluorescente; c. sabão em pó; d. sabão líquido. 3. Características físicas: são informações detalha- das referentes às propriedades físico-químicas dos materiais, tais como densidade, granulome- tria, viscosidade, dureza, resistência e outras. GESTÃO DA CADEIA DE SUPRIMENTOS 2. ADMINISTRAÇÃO DE ESTOQUE Prof. Altair Fontes * * * 5. Medidas: devem ser fornecidos desenhos dimen- sionais e os limites de tolerância dessas dimen- sões, bem como outras medidas, como potência (HP), freqüência (HZ), corrente (A), tensão (V) etc. 9. Embalagem: deve considerar a finalidade do material, o meio de transporte, o manuseio e a armazenagem, de modo a manter a integridade e evitar perdas até o consumo final. Os tipos de embalagem mais comuns são: caixas de papelão ondulado; tambores metálicos; fardos; recipientes plásticos; e caixas de madeira. 6. Características de fabricação: indicar os pro- cessos de fabricação, detalhes de construção ou execução, acabamento do material etc. 7. Características de operação: garantias exigidas, testes a serem executados durante o processo de produção e testes de aceitação. 8. Cuidados com o manuseio e armazenagem: detalhes sobre o manuseio, transporte e precauções com relação à preservação e armazenagem dos materiais. GESTÃO DA CADEIA DE SUPRIMENTOS 2. ADMINISTRAÇÃO DE ESTOQUE Prof. Altair Fontes * * * 1. Conforme amostra: utilizada quando há dificul- dades em detalhar convenientemente as características do material. Exemplo: formulários, notas fiscais, faturas, duplicatas etc.; • Para garantir a homogeneidade da descrição são utilizados os seguintes tipos padronizados de especificação: 4. Por marca de fábrica: utilizada quando se deseja garantir a qualidade do material, aceitando-se a marca como padrão. Exemplo: Rolamento SKF 3210, ou equivalente; 2. Por padrão e características físicas: utilizada quando se trata de materiais que possuam normas técnicas ou quando há condições de fornecer todos os dados conhecidos do material. Exemplo: parafuso métrico, cabeça sextavada, em aço classe de resistência 5,6 (ABNT-EB-168), comprimento 16mm, acabamento grosso, conforme norma ABNT PB-40; 3. Por composição química: utilizada quando há exigências de teor predeterminado para os componentes químicos do material. Exemplo: Sulfato de amônia, para análise, solução 10% H2S. GESTÃO DA CADEIA DE SUPRIMENTOS 2. ADMINISTRAÇÃO DE ESTOQUE Prof. Altair Fontes * * * • No Brasil, a normalização de materiais é definida pelo INMETRO (Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial). 5. Conforme desenho: utilizada quando a forma e as características do material são complexas, não havendo possibilidade de especificação por nenhum dos tipos descritos. • A padronização ocupa-se da análise de materiais a fim de permitir seu intercâmbio, possibilitando, assim, redução de variedades e conseqüente economia. A padronização é aplicada também no caso de peso, medida e formato. • A normalização e a padronização facilitam a especificação dos materiais. • Internacionalmente, há duas organizações dedicadas exclusivamente a atividades de normalização: a. ISO – International Organization for Standartiza- tion; b. IEC – International Electrotechnical Commission. GESTÃO DA CADEIA DE SUPRIMENTOS 2. ADMINISTRAÇÃO DE ESTOQUE Prof. Altair Fontes * * * 2.1.3 CODIFICAÇÃO DE MATERIAIS • Os tipos mais comuns de codificação de materiais são: • A codificação é a representação de todas as informações necessárias, suficientes e desejadas por meio de números e/ou letras com base em toda a classificação obtida do material. • Combinando a especificação e a codificação é possível elaborar o Catálogo de Materiais da empresa, ferramenta fundamental para o exercício das atividades dos funcionários envolvidos nos procedimentos de gestão de estoques, compras e armazenagem. Esse tipo de codificação divide o universo dos materiais em grandes grupos, de acordo com o campo de emprego, numerando-os de 01 a 99. Os grupos são divididos em subclasses (por tipo de equipamento ou tipo de material), numerando-os de 001 a 999. Finalmente, reserva-se a última seqüência de três dígitos (001 a 999) para o número identificador do item em sua subclasse. 1. Codificação decimal GESTÃO DA CADEIA DE SUPRIMENTOS 2. ADMINISTRAÇÃO DE ESTOQUE Prof. Altair Fontes * * * Exemplo: para a “caneta esferográfica marca Alfa, cor vermelha, escrita fina”, vamos considerar que o grupo de material de escritório seja 05, a subclasse de canetas esferográficas seja 002 e que o nº identificador dessa caneta na subclasse seja 006. Assim, o código da caneta será 05.002.006 Esse tipo de codificação tem uma estrutura composta por 11 dígitos, conforme a figura abaixo: 2. Codificação do FSC (Federal Supply Classification) GESTÃO DA CADEIA DE SUPRIMENTOS 2. ADMINISTRAÇÃO DE ESTOQUE Prof. Altair Fontes * * * - os dois primeiros dígitos (01 a 99) representam os grupos de materiais; - os dois dígitos seguintes (01 a 99) definem a classe do material; - os seis dígitos seguintes (000001 a 999999) representam o nº de identificação do item dentro da classe; e - o último dígito é o dígito de controle. Com pequenas adaptações, o FSC é adotado no Brasil por diversas empresas e instituições do governo, dentre as quais destacam-se: Petrobrás, Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), Ministério da Marinha e Ministério da Aeronáutica. GESTÃO DA CADEIA DE SUPRIMENTOS 2. ADMINISTRAÇÃO DE ESTOQUE Prof. Altair Fontes * * * GESTÃO DA CADEIA DE SUPRIMENTOS 2. ADMINISTRAÇÃO DE ESTOQUE Prof. Altair Fontes 2.2.1 CONCEITOS BÁSICOS EM GESTÃO DE ESTOQUES A gestão de estoques é o processo integrado pelo qual são obedecidas as políticas da empresa com relação aos estoques. • A gestão de estoques é, portanto, um conjunto de atividades que visa, por meio das respectivas políticas de estoque, ao pleno atendimento das necessidades da empresa, com a máxima eficiência e ao menor custo, através do maior giro possível para o capital investido em materiais. • O objetivo fundamental da gestão de estoques consiste na busca do equilíbrio entre estoque e consumo, o que será obtido mediante as seguintes atribuições, regras e critérios: impedir a entrada de materiais desnecessários, mantendo em estoque somente os de real necessidade da empresa; centralizar as informações que possibilitem o permanente acompanhamento e planejamento das atividades de gerenciamento; * * * GESTÃO DA CADEIA DE SUPRIMENTOS 2. ADMINISTRAÇÃO DE ESTOQUE Prof. Altair Fontes definir parâmetros de cada material incorporado ao sistema de gerenciamento de estoques, determinando níveis de estoque respectivos (máximo, mínimo e segurança); determinar, para cada material, as quantidades a comprar, por meio dos respectivos lotes econômicos e intervalos de compra; analisar e acompanhar a evolução dos estoques da empresa, desenvolvendo estudos estatísticos a respeito; desenvolver e implantar política de padronização de materiais; ativar o setor de compras para que as encomendas referentes a materiais com variação nos consumos tenham suas entregas aceleradas; ou para reprogramar encomendas em andamento, em face das necessidades da empresa; decidir sobre a regularização ou não de materiais entregues além da quantidade permitida, portanto, em excesso; realizar, freqüentemente, estudos propondo alienação, para que os materiais obsoletos e inservíveis sejam retirados do estoque. * * * GESTÃO DA CADEIA DE SUPRIMENTOS 2. ADMINISTRAÇÃO DE ESTOQUE Prof. Altair Fontes Pode-se definir estoque como os materiais, mercadorias ou produtos acumulados para utilização posterior, de modo a permitir o atendimento regular das necessidades dos usuários para a continuidade das atividades da empresa. • Ronald H. Ballou, um dos mais respeitáveis gurus da logística, afirmou que os estoques são mantidos para: a) Melhorar o serviço ao cliente: dando suporte a área de marketing, que ao criar demanda precisa de produto disponível para vendas; b) Economia de escala: os custos são tipicamente menores quando o produto é fabricado continua- mente e em quantidades constantes; 2.2.2 RAZÕES QUE LEVAM AS EMPRESAS A MANTER ESTOQUES c) Proteção contra mudanças de preços em tempo de inflação alta: um alto volume de estoque minimiza o impacto do aumento de preços pelos fornecedores; * * * GESTÃO DA CADEIA DE SUPRIMENTOS 2. ADMINISTRAÇÃO DE ESTOQUE Prof. Altair Fontes e) Proteção contra contingências: proteger a em- presa contra greves, incêndios, inundações, instabilidades políticas e outras variáveis externas que podem criar problemas. O risco diminuiria com a manutenção de estoques. d) Proteção contra incertezas na demanda e no tempo de entrega: são os estoques de segurança, necessários quando não se conhece perfeitamente tanto o comportamento de demanda dos clientes, quanto o tempo de entrega dos fornecedores; a) Demanda independente: é composta pelos itens (materiais, componentes, partes e peças) cuja quantidade a ser consumida depende dos pedidos dos clientes externos. Exemplo: Produtos acabados que a empresa vende a seus clientes externos. • Os estoques podem ser classificados em: 2.2.3 TIPOS DE ESTOQUES * * * GESTÃO DA CADEIA DE SUPRIMENTOS 2. ADMINISTRAÇÃO DE ESTOQUE Prof. Altair Fontes b) Demanda dependente: é composta pelos itens cuja quantidade a ser utilizada depende da demanda de um item da demanda independente. Exemplo: O pneu em uma montadora é um item de demanda dependente, pois a quantidade total a ser utilizada dependerá da previsão de automóveis a serem montados (5 unidades por automóvel). Para um comerciante de pneus, no mercado de reposição, o mesmo pneu é um item de demanda independente. Os estoques podem ser classificados em cinco tipos: 1. Estoques de matérias-primas: todos os itens uti- lizados nos processos de transformação em produtos acabados. Todos os materiais armazenados que a empresa compra para usar no processo produtivo fazem parte do estoque de matérias-primas, independentemente de serem materiais diretos, que se incorporam ao produto final, ou indiretos, que não se incorporam ao produto final. * * * GESTÃO DA CADEIA DE SUPRIMENTOS 2. ADMINISTRAÇÃO DE ESTOQUE Prof. Altair Fontes 4. Estoques em trânsito: correspondem a todos os itens que já foram despachados de uma unidade fabril para outra, normalmente da mesma empresa, e que ainda não chegaram a seu destino final. 2. Estoques de produtos em processo: correspondem a todos os itens que já entraram no processo pro- dutivo, mas que ainda não são produtos acabados. 3. Estoques de produtos acabados: são todos os itens que já estão prontos para ser entregues aos consumidores finais. São os produtos finais da empresa. 5. Estoques em consignação: são os materiais que continuam sendo propriedade do fornecedor até que sejam vendidos. Em caso contrário, são devolvidos sem ônus. * * * GESTÃO DA CADEIA DE SUPRIMENTOS 2. ADMINISTRAÇÃO DE ESTOQUE Prof. Altair Fontes 2.2.4 PRINCIPAIS CUSTOS ASSOCIADOS À MANUTENÇÃO DE ESTOQUES O custo de manutenção de estoques é na realidade uma expressão usada para representar uma série de custos incorridos para manter o estoque disponível por um período de tempo. O custo de manutenção de estoques pode ser classificado em três grandes categorias: custos diretamente proporcionais, custos inversamente proporcionais e custos independentes. a) Custos diretamente proporcionais: ocorrem quan- do os custos crescem com o aumento da quan- tidade média estocada. Exemplos: - Custo do capital investido: quanto maior o es- toque, maior o custo do capital investido. - Armazenagem: quanto mais estoque, mais área necessária, mais custo de armazenagem. - Manuseio: quanto mais estoque, mais pessoas e equipamentos necessários para manuseio, mais custo de mão-de-obra e equipamentos. - Perdas: quanto mais estoque, maiores chances de perdas, mais custo decorrentes de perdas. * * * GESTÃO DA CADEIA DE SUPRIMENTOS 2. ADMINISTRAÇÃO DE ESTOQUE Prof. Altair Fontes * * * GESTÃO DA CADEIA DE SUPRIMENTOS 2. ADMINISTRAÇÃO DE ESTOQUE Prof. Altair Fontes * * * GESTÃO DA CADEIA DE SUPRIMENTOS 2. ADMINISTRAÇÃO DE ESTOQUE Prof. Altair Fontes b) Custos inversamente proporcionais: são os cus- tos ou fatores de custos que diminuem com o aumento do estoque médio, isto é, quanto mais elevados os estoques médios, menores serão tais custos. São denominados: - Custos de obtenção (CP): no caso de itens com- prados. - Custos de preparação (CP): no caso de itens fa- bricados internamente. São expressos em R$ / lote ou R$ / pedido. Ex.: R$ 0,90 / lote ou R$ 0,90 / pedido Para uma dada demanda (D) anual constante, se a compra for efetuada uma única vez por ano, o lote de compra (Q) deverá ser de D unidades, e o estoque médio correspondente será de Q/2. Assim, podemos ter: * * * GESTÃO DA CADEIA DE SUPRIMENTOS 2. ADMINISTRAÇÃO DE ESTOQUE Prof. Altair Fontes Quanto mais vezes se comprar ou se preparar a fabricação, menores serão os estoques médios e maiores serão os custos decorrentes do processo, tanto de compras quanto de preparação. Assim, os custos de compras e preparação são inversamente proporcionais aos estoque médios. Exercício 2: ver folha de exercícios. Exercício 3: ver folha de exercícios. * * * GESTÃO DA CADEIA DE SUPRIMENTOS 2. ADMINISTRAÇÃO DE ESTOQUE Prof. Altair Fontes * * * GESTÃO DA CADEIA DE SUPRIMENTOS 2. ADMINISTRAÇÃO DE ESTOQUE Prof. Altair Fontes A análise dos estoques constitui uma série de ações que permitem ao administrador verificar se os estoques estão sendo: Bem utilizados Bem localizados Bem manuseados Bem controlados Os indicadores de produtividade mais usados na análise e controle dos estoques: Diferenças entre o inventário físico e o contábil Acurácia dos controles Nível de serviço (ou nível de atendimento) Giro de estoques ou rotatividade de estoques Cobertura de estoques Vejamos cada um deles: a) Inventário Físico O inventário físico consiste na contagem física dos itens de estoque. Caso haja diferenças entre o inventário físico e os registros do controle de estoques, devem ser feitos os ajustes conforme recomendações contábeis e tributárias. 2.2.5 ANÁLISE DOS ESTOQUES * * * GESTÃO DA CADEIA DE SUPRIMENTOS 2. ADMINISTRAÇÃO DE ESTOQUE Prof. Altair Fontes O inventário físico é geralmente efetuado de dois modos: Periódico: quando em determinados períodos - normalmente no encerramento dos exercícios fiscais, ou duas vezes por ano – faz-se a contagem de todos os itens do estoque. Nessas ocasiões utiliza-se um nº bem maior de pessoas (designação de uma força-tarefa) com a função específica de contar os itens. A contagem deve ser feita no menor espaço de tempo possível - geralmente de 1 a 3 dias. Rotativo: quando permanentemente se contam os itens em estoque. Nesse caso faz-se um programa de trabalho de tal forma que todos os itens sejam contados pelo menos uma vez dentro de um período fiscal (normalmente de um ano). Exige um certo certo nº de pessoas exclusivamente dedicadas à contagem, em período integral, o ano todo. Um critério usual é contar a cada 3 meses 100% dos itens da classe A (33,3% ao mês, aproximadamente), 50% dos itens da classe B (16,6% ao mês) e 5% dos itens da classe C (1,6% ao mês). * * * GESTÃO DA CADEIA DE SUPRIMENTOS 2. ADMINISTRAÇÃO DE ESTOQUE Prof. Altair Fontes b) Acurácia dos Controles Uma vez terminado o inventário, pode-se calcular a acurácia dos controles, que mede a porcentagem de itens corretos, tanto em quantidade quanto em valor. Nº de itens corretos Acurácia (%) = x 100 Nº total de itens ou Valor de itens corretos Acurácia (%) = x 100 Valor total de itens Exercício 10: ver folha de exercícios. c) Nível de Serviço ou Nível de Atendimento Nível de serviço ou nível de atendimento é o indicador que mede a eficácia do estoque no atendimento às solicitações dos usuários. Quanto mais requisições forem atendidas, nas quantidades e especificações solicitadas, maior será o nível de serviço. * * * GESTÃO DA CADEIA DE SUPRIMENTOS 2. ADMINISTRAÇÃO DE ESTOQUE Prof. Altair Fontes Nº de requisições atendidas Nível de serviço (%) = x 100 Nº de requisições efetuadas Exercício 11: ver folha de exercícios. d) Giro de Estoques ou Rotatividade de Estoques O giro de estoques mede quantas vezes, por unidade de tempo, o estoque se renovou ou girou. Valor consumido no período Giro de estoques = Valor do estoque médio no período Exercício 12: ver folha de exercícios. e) Cobertura de Estoques A cobertura de estoques indica o número de dias (ou outra unidade de tempo) que o estoque médio será suficiente para cobrir a demanda média. Nº de dias do período em estudo Cobertura (em dias) = Giro Exercício 13: ver folha de exercícios. * * * GESTÃO DA CADEIA DE SUPRIMENTOS 2. ADMINISTRAÇÃO DE ESTOQUE Prof. Altair Fontes f) Localização dos Estoques A localização dos estoques é uma forma de endereçamento dos itens estocados para que eles possam ser facilmente localizados. Com a automatização dos almoxarifados, a definição de um critério de endereçamento é imprescindível. Exemplo de uma das formas de endereçamento utilizada: Endereço: AA.B.C.D.E Onde: AA = Código do almoxarifado ou área de estocagem B = Número da rua C = Número da prateleira ou estante D = Posição vertical E = Posição horizontal dentro da posição vertical Exercício 14: ver folha de exercícios. g) Redução de Estoques A tentativa constante e incansável dos gerentes de reduzir os estoques, sejam de matéria-primas, de produtos em processo ou de produtos acabados, têm levado ao desenvolvimento de novas técnicas de administração e até mesmo novas filosofias gerenciais. * * * GESTÃO DA CADEIA DE SUPRIMENTOS 2. ADMINISTRAÇÃO DE ESTOQUE Prof. Altair Fontes Redução de estoques de matérias-primas: filosofia just-in-time com a utilização de cartões kanban. Redução de estoques de produtos acabados: distribuição altamente eficaz logística empresarial. Redução de estoques em processo: utilização de células de manufatura, produção sincronizada e teoria das restrições. 2.2.6 NÍVEIS DE ESTOQUES Um problema importante é a determinação do nível de estoque mais econômico possível para a empresa. Os custos de estoques são influenciados por diversos fatores, tais como: volume disponibilidade movimentação mão-de-obra próprio recurso financeiro envolvido Uma das técnicas utilizadas para a avaliação dos níveis de estoque é o sistema máximo-mínimo. Este sistema se baseia na dimensão do lote econômico para manutenção de níveis de estoque satisfatórios. * * * GESTÃO DA CADEIA DE SUPRIMENTOS 2. ADMINISTRAÇÃO DE ESTOQUE Prof. Altair Fontes * * * GESTÃO DA CADEIA DE SUPRIMENTOS 2. ADMINISTRAÇÃO DE ESTOQUE Prof. Altair Fontes • Onde: TR = Tempo de reposição do componente PP = Ponto de colocação de um pedido de compra Q = Quantidade a ser comprada para repor estoque Emáx = Volume máximo de componentes em estoque Emín = Volume mínimo de componentes em estoque Em = Volume médio de componentes em estoque • Na figura pode-se observar que: Q = 350 unidades PP = 200 unidades TR = 3,5 meses Emín = 0 Emáx = 350 unidades Em = 175 unidades a) Tempo de Reposição (TR) É o tempo decorrido desde o momento da solicitação do pedido de compra até o recebimento e liberação do lote para produção na fábrica. Portanto, o TR é composto de três elementos, conforme a seguir: 1. Tempo para elaborar e confirmar o pedido junto ao fornecedor; * * * GESTÃO DA CADEIA DE SUPRIMENTOS 2. ADMINISTRAÇÃO DE ESTOQUE Prof. Altair Fontes * * * GESTÃO DA CADEIA DE SUPRIMENTOS 2. ADMINISTRAÇÃO DE ESTOQUE Prof. Altair Fontes * * * GESTÃO DA CADEIA DE SUPRIMENTOS 2. ADMINISTRAÇÃO DE ESTOQUE Prof. Altair Fontes * * * BIBLIOGRAFIA - DIAS, Marco Aurélio P. Administração de materiais: princípios, conceitos e gestão. São Paulo: Atlas, 2005. - MARTINS, Petrônio Garcia; ALT, Paulo Renato Campos. Administração de materiais e recursos patrimoniais. São Paulo: Saraiva, 2000. - POZO, Hamilton. Administração de recursos materiais e patrimoniais: uma abordagem logística. São Paulo: Atlas, 2001. - VIANA, João José. Administração de materiais: um enfoque prático. São Paulo: Atlas, 2002. GESTÃO DA CADEIA DE SUPRIMENTOS 2. ADMINISTRAÇÃO DE ESTOQUE Prof. Altair Fontes
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