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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO CIÊNCIA & TECNOLOGIA DE PERNAMBUCO DEPARTAMENTO ACADÊMICO DE PROCESSOS, CONTROLE E SISTEMAS ELETRO-ELETRÔNICOS COORDENAÇÃO DE ELETROTÉCNICA COORDENAÇÃO DE INTEGRAÇÃO ESCOLA-EMPRESA TÍTULO DO TRABALHO: MANUTENÇÃO DA QUALIDADE DE ENERGIA ELÉTRICA Eliezer Costa de Souza Junior RECIFE Dezembro de 2011 INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO CIÊNCIA & TECNOLOGIA DE PERNAMBUCO DEPARTAMENTO ACADÊMICO DE PROCESSOS, CONTROLES E SISTEMAS ELETRO-ELETRÔNICOS COORDENAÇÃO DE ELETROTÉCNICA COORDENAÇÃO DE INTEGRAÇÃO ESCOLA-EMPRESA TÍTULO DO TRABALHO: MANUTENÇÃO DA QUALIDADE DE ENERGIA ELÉTRICA Relatório de estágio curricular apresentado à Coordenação de eletrotécnica como um dos requisitos para obtenção do título de técnico em ELETROTÉCNICA do Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia de Pernambuco – IFPE . Aluno: Eliezer Costa de Souza Junior Professor orientador: Jairson M. B. Santos RECIFE 2011 3 AGRADECIMENTOS Ao Eterno Deus primeiramente, por tudo o que representa para mim. Aos meus pais, o Sr. Eliezer Costa de Souza e a Sra. Maria José da Silva Souza, por todo apoio que um filho necessita para progredir. A minha querida esposa, sempre presente nos bons e maus momentos. A minha linda filha, que chegou me dando mais ânimo para continuar. Ao Profº. Jairson Santos pelas orientações e a todos os que contribuíram de forma direta ou indireta para esta nova etapa da minha vida, em especial, aos Professores e Engenheiros Abílio Muniz, Heldemarcio Ferreira, e José Marcelo. RESUMO Atuar num departamento de manutenção e operação do sistema elétrico de distribuição e conhecer todos os processos deste setor é fundamental do ponto de vista técnico-operacional para se entender as etapas da atividade-fim de uma concessionária de energia elétrica, para isso, é preciso estar técnica, física e psicologicamente preparado para o desenvolvimento das atividades diárias que envolvem o conjunto de operações na rede elétrica. Desta forma, expõe-se aqui o que foi constatado na relação entre as teorias apresentadas em sala de aula e as práticas de campo na Celpe, descrevendo-se todo o aprendizado na realização das manutenções nas linhas e redes de distribuição energizadas ou desenergizadas. Atividades desenvolvidas em horário comercial, 08 horas por dia, com 1 hora e 30 minutos de intervalo, a partir do meio-dia, e retornando às 13 horas e 30 minutos de segunda a sexta-feira. A escolha por este título deve-se ao fato de ser a área de desempenho contínuo na mesma função nos últimos 05 anos, havendo desta forma maior embasamento das informações contidas, bem como maior detalhamento dos processos, ferramentas e procedimentos operacionais e de segurança, conforme o perfil de competências funcionais do cargo, utilizando os normativos e procedimentos existentes, para melhoria da qualidade de fornecimento de energia elétrica, logo, as conquistas mais significativas obtidas no decorrer do tempo, nesta função, apontam para o aprendizado diário sobre a metodologia das atividades desenvolvidas nas manutenções do sistema elétrico de distribuição em média e baixa tensão – partes finais do sistema elétrico de potência e espinha dorsal da atividade-fim de uma concessionária de energia elétrica. Portanto, os objetivos finais de aprendizado foram alcançados não só do ponto de vista das funções técnico- operacionais, como também em relação à funcionalidade de cada uma das partes do negócio que compõe o produto comercializado e da interação das partes entre si. Palavras – chave: (UCs) Unidades Consumidoras. (SEP) Sistema Elétrico de Potência. (QEE) Qualidade de Energia Elétrica. 5 FICHA BIBLIOGRÁFICA DO RELATÓRIO FINAL CURRICULAR Empresa: Celpe – Companhia Energética de Pernambuco. Endereço: Rua Isaac Markman nº 421, Bongi, Recife/PE, CEP 50751-370. Status da Empresa: Concessionária de Energia Elétrica do Estado de Pernambuco. Departamento de Operação e Manutenção Metropolitano Sul – O.S.M.S. Coordenador de Operação: Ailton Leite. Coordenador de Manutenção: Claudio Raimundo. Gestor da unidade: Bartolomeu de Barros Alheiros Junior. Gerente do Departamento de Operações: Aldo Moreira Formiga. Diretor Presidente: Luiz Antônio Ciarlini. Local de Realização da Atividade: Atividade externa, Região Metropolitana Sul. Carga Horária Mensal: 160 horas. Carga horária Semanal: 40 horas. Atividade profissional exercida sob o cumprimento de Normativos de Saúde e Segurança Ocupacional, Leis do Ministério do Trabalho e Emprego, Acordo Coletivo de Trabalho, procedimentos operacionais de distribuição regidos por Normas Regulamentares, Normas Internas (Código de Ética) e Resoluções da ANEEL. SUMÁRIO AGRADECIMENTOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 03 RESUMO. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 04 FICHA BIBLIOGRÁFICA DO RELATÓRIO FINAL CURRICULAR . . . . . . . . . . 05 SUMÁRIO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 06 1. – INTRODUÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 08 2. – OBJETIVOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 09 2.1. Objetivo Geral. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 09 2.2. Objetivos Específicos. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 09 3. – HISTÓRIA DO DESENVOLVIMENTO DO SETOR ELÉTRICO NACIONAL . . .10 4. – HISTÓRIA DA CELPE . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12 5. – ASPECTOS GERAIS DA QUALIDADE DA ENERGIA ELÉTRI CA (QEE). 18 5.1. Qualidade do Produto. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23 5.1.1 Tensão em Regime Permanente. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24 5.1.2 Fator de Potência. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25 5.1.3 Harmônicos. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27 5.1.4 Desequilíbrio de Tensão. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29 5.1.5 Flutuação de Tensão. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29 5.1.6 Variação de Tensão de Curta Duração. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30 5.1.7 Variação de Frequência. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31 5.2. Qualidade dos serviços prestados. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31 5.2.1 Conjunto de Unidades Consumidoras. . . . . . . . . . . . . . . . . . . 32 5.2.2 Limites dos Indicadores de Continuidade Anuais, Trimestrais e Mensais por Ponto de Conexão e Tensão Contratada. . . . . . . . . . 34 6. – FUNDAMENTOS DA MANUTENÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 38 6.1. Definições. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 38 6.2. Tipos de Manutenção e Procedimentos. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 38 6.3. Equipamentos e Processos da Medição Gráfica. . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39 6.3.1 RMS Sistemas Eletrônicos. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 40 6.3.2 IMS Power Quality. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 46 6.3.3 SEED’EL Tecnologia Ltda.. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 55 7 7. – MEMORIAL DESCRITIVO REFERENTE À METODOLOGIA DE TRABALHO DESENVOLVIDONA FUNÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 58 8. – RELAÇÃO DE FERRAMENTAS, EPIs E EPCs . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 61 9. – PERFIL DO PROFISSIONAL DE SERVIÇOS DE MANUTENÇ ÃO EM LINHAS E REDES ELÉTRICAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 62 10. – CONCLUSÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 63 11. – REFERENÊNCIAS. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 64 12. – ANEXOS. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 65 10.1. - ANEXO A – Folha de Preenchimento da APR. . . . . . . . . . . . . . . . 65 10.2. - ANEXO B – Folha de Preenchimento do RUV. . . . . . . . . . . . . . . . 66 10.3. - ANEXO C – Folha do check-list. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 67 10.4. - ANEXO D – Folha da Ordem de Serviço de Manutenção da Qualidade. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 69 10.5. – ANEXO E – Inspeção de Segurança dos Processos de Qualidade do Produto. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 70 10.6. - ANEXO F – Fotos referentes às Atividades de Manutenção e Operação do Sistema Elétrico. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 71 10.7. – ANEXO F – Breve Glossário do Setor Elétrico Brasileiro. . . . . . . . 73 1. INTRODUÇÃO Este relatório descreve as intervenções na rede elétrica de distribuição em média e baixa tensão, para realização de diversas manutenções, em especial, a preditiva, para análise e melhoramento da qualidade de energia elétrica a partir da medição gráfica, sob a supervisão da coordenação de manutenção da Unidade de Operação e Manutenção Metropolitana Sul – OSMS, programando e instalando equipamentos de medição de grandezas elétricas ou simplesmente chamados de equipamentos de medição gráfica, para análise da qualidade do produto. De forma que, após o estudo dos gráficos registrados por esses aparelhos, pode se verificar qual o tipo de operação mais adequada a ser realizada na rede elétrica, a fim de garantir o fornecimento contínuo da energia com níveis satisfatórios de segurança e qualidade final do produto. Depois de algum tempo no exercício contínuo dessas atividades, associado aos treinamentos e melhoramentos tecnológicos, existe um alicerce mais sólido do ponto de vista prático e teórico para um melhor desenvolvimento e apresentação das atividades diárias. Atividade externa realizada no perímetro de atuação da OSMS, que vai da Estrada de Curcurana, no bairro de Pontezinha, no Cabo de Santo Agostinho, até as proximidades da escola de aprendizes marinheiros, e do marco zero no Recife até o bairro de Bonança em Moreno, com viatura especializada, em turnos diários de 08 (oito) horas, de segunda a sexta-feira. Podendo ainda, dependendo da contingência de serviços, haver apoio ao Centro de Operações Integradas - (COI), ajudando a prontidão de luz a realizar outros tipos de manutenção, principalmente a corretiva, além de dar apoio a outros técnicos em subestações, acompanhando-os como dispõe a NR-10, em manobras de fechamento ou abertura de chaves das linhas de transmissão ou outros serviços correlatos, além de dar apoio fortuito a Polícia e ao Corpo de Bombeiros Militar em casos específicos, tudo, como dispõe o módulo 08 do PRODIST e a Resolução 414/2010 da ANEEL, em paralelo aos níveis de segurança do trabalho exigidos pela Celpe e o Ministério do Trabalho e Emprego, de forma satisfatória para clientes, funcionários e prestadores de serviços. 9 2. OBJETIVOS 2.1. OBJETIVO GERAL Desenvolver atividades no segmento de manutenção e operação do sistema elétrico de potência, em tensão igual ou inferior a 13800 Volts, executando atividades corretivas, preventivas e preditivas, dentre outras atividades correlatas ao perfil do curso e da atividade profissional para melhoria da qualidade de fornecimento de energia elétrica e qualidade do serviço prestado para solucionar da melhor forma, as reclamações dos clientes desta concessionária de energia. 2.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS • Executar os serviços de manutenção preditiva, preventiva e corretiva na rede de distribuição de baixa tensão, energizada ou desenergizada, utilizando os normativos e procedimentos existentes para atender e resolver as reclamações dos clientes. • Realizar vistorias de danos elétricos, conforme Resolução ANEEL 414/2010 para verificar o nexo de causalidade do sinistro nas reclamações dos clientes. • Executar os serviços de manutenção corretiva ou preventiva na rede de distribuição de média tensão (MT) desenergizada, utilizando os normativos e procedimentos existentes para atender e resolver as reclamações dos clientes. • Efetuar medições instantâneas de tensão e corrente e/ou, instalar ou retirar aparelhos registradores de grandezas elétricas, adequados para verificação do nível de qualidade do fornecimento de energia elétrica. • Acompanhar ou executar manobras nos equipamentos instalados nas subestações sob a supervisão do centro de operações integradas – COI, utilizando os normativos e procedimentos existentes para a normalização do fornecimento de energia elétrica. • Supervisionar e liderar equipes próprias ou contratadas, utilizando os recursos disponíveis para atender os serviços programados ou eventuais. 3. HISTÓRIA DO DESENVOLVIMENTO DO SETOR ELÉTRICO NACIONAL Nos últimos anos, o setor elétrico brasileiro passou por grandes transformações que foram intensificadas a partir de 1995 com o processo de privatização das empresas estatais de energia elétrica. A Lei 9.074/1995 define regras para a atuação do Produtor Independente de Energia e da opção de compra de energia por parte dos grandes clientes. A Lei 10.848/2004 visa aumentar a concorrência entre as empresas do setor pela contratação livre na comercialização de energia. Outro objetivo é garantir a capacidade de investimento das empresas do setor elétrico, sejam elas geradoras, transmissoras ou distribuidoras, de modo a garantir o abastecimento de energia elétrica diante do aumento do consumo que se tem verificado nos últimos anos. O marco inicial aconteceu em 1879, quando foi inaugurada iluminação elétrica na estação central da ferrovia Dom Pedro II (Central do Brasil), no Rio de Janeiro, cuja fonte de energia era um dínamo. Em 1881, instala-se a primeira iluminação pública ainda alimentada por dínamos, num trecho do jardim do Campo da Aclamação, a atual Praça da República. No mesmo ano, a energia elétrica foi utilizada para iluminar dependências do edifício do Ministério da Viação durante um evento. Já em 1883 o Brasil inaugurava a sua primeira central geradora: uma unidade termelétrica com 52 kW de capacidade, movida a lenha, que alimentava 39 lâmpadas na cidade de Campos, RJ, inaugurando a prestação do serviço público de iluminação na América do Sul. A primeira hidrelétrica brasileira foi construída em 1883, em Diamantina, MG. No início do século, diante de várias necessidades nas cidades brasileiras, investidores canadenses e americanos, em 1904, criam a Rio de Janeiro Tramway, Light and Power Company para explorar praticamente todos os serviços urbanos: transportes, iluminação pública, produção e distribuição de eletricidade, distribuição de gás canalizado e telefonia. Nesse contexto surgem as primeiras tentativas de regulação, por parte do Estado, do ainda incipiente emprego da energia elétrica do Brasil. Nos anos 30 o Governo Federal foi intervencionista na gestão do setor de águas e energia elétrica com a formalização do Código de Águas (Decreto 24.643, de 10 de julho de 1934). A nova políticasetorial revê os critérios 11 para estabelecimento de preços a fim de garantir ao prestador do serviço a cobertura das despesas de operação e das cotas de depreciação e reversão e a justa remuneração do capital investido. Ao longo dos anos 40, seguindo a tendência de outros setores estratégicos, o Estado amplia seu papel e atua diretamente na produção. O primeiro investimento nesse sentido foi a criação da Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (CHESF) em 1945, e consequentemente, importantes mudanças na legislação tarifária brasileira. Anos 90. – Início da reforma O primeiro passo foi dado em 1993 com a extinção da equalização tarifária e a criação dos contratos de suprimento entre geradores e distribuidores, começando a se preparar o mercado para a desestatização. Em 1995, o Programa Nacional de Desestatização alcança definitivamente o setor elétrico. Em 1996, o Ministério das Minas e Energia implanta o Projeto de Reestruturação do Setor Elétrico Brasileiro (Projeto RE-SEB). Uma das principais consequências foi a desverticalização da cadeia produtiva: geração, transmissão, distribuição e comercialização de energia elétrica, que se tornaram então, áreas de negócio independentes. Diante desse novo desenho, o Governo Federal cria, ainda em 1996, a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), cuja função é regular as atividades do setor. Outras mudanças foram implantadas com o objetivo de organizar o mercado e a estrutura da matriz energética brasileira, com destaque para a criação do Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos em 1997 e do Operador Nacional do Sistema (ONS), em 1998. Década de 2000. - Uma nova postura Em maio de 2001 o governo adotou medidas emergenciais para evitar um colapso na oferta de energia do país. A crise alertou para a necessidade de novas formas de geração de energia, como as termelétricas que operam com combustíveis como o bagaço de cana (biomassa) e o gás natural. O Governo apoiou o desenvolvimento de projetos de pequenas centrais hidrelétricas (PCHs), fontes não- convencionais e conservação de energia. Entre 2003 e 2004 foram criadas a Empresa de Pesquisa Energética (EPE), o Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE), e a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE). 4. HISTÓRIA DA CELPE Com mais de três milhões de clientes, a empresa investe fortemente para prestar um serviço de qualidade com compromisso, transparência, qualidade de gestão, eficiência e preço justo para o consumidor. A Celpe vem alcançando níveis de eficiência que a situam entre as melhores distribuidoras de energia do Brasil, segundo índice da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) de Satisfação do Consumidor. A concessionária atende a 100% da área urbana do Estado e está prestes a alcançar a totalidade na área rural, garantindo o alcance à energia elétrica e o direito à cidadania por meio do acesso a melhores condições de saúde, segurança e trabalho, acesso à informação, cultura e lazer e muitos outros benefícios paralelos a estes. Como empresa moderna, a Celpe tem feito mudanças em sua estrutura: reformou agências, adotando um padrão de atendimento personalizado, implantou Pontos Celpe - estabelecendo parcerias com o comércio de pequenas cidades - e ainda oportunizou um eficiente Centro de Teleatendimento e um avançado Centro de Operações Integradas (COI). Além disso, a Empresa investe na formação e capacitação de empregados e prestadores de serviços para elevar o padrão no atendimento e nos serviços. A Companhia também se mantém atualizada com novas tecnologias na telecomunicação, distribuição e manutenção, contribuindo para elevar os índices de qualidade no fornecimento de energia elétrica. Acrescente-se a isso, o investimento em Programas de Pesquisa e Desenvolvimento e no Combate ao Desperdício de Energia, numa parceria com universidades e órgãos públicos, que beneficia escolas, comunidades, comércio e indústrias. Com uma gestão socialmente responsável, a Celpe implementa suas ações de responsabilidade social e sustentabilidade por meio de programas estruturados como o “Energia para 13 Crescer”, promovendo os pilares para educação, meio ambiente e cultura. O programa investe em comunidades de baixo poder aquisitivo através de projetos sociais próprios e de organizações não-governamentais, com vistas à inclusão social e à sustentabilidade. A Companhia também beneficia instituições como o Movimento Pró- Criança, a Organização Auxílio Fraterno, a Criança Cidadã e a Pastoral da Criança com a doação financeira de clientes por meio da fatura de energia na Campanha Clarear. Além disso, a Celpe mantém uma série de programas voltados para as comunidades como o Luz no Empreendedorismo, com projetos de geração de trabalho e renda, e a “Ação Integrada”, que procura reduzir perdas através de uma relação mais transparente com os clientes de baixa renda. Na área cultural, a Empresa tem contribuído na promoção de feiras, exposições, congressos, lançamento de livros e na divulgação de espetáculos teatrais, musicais, entre outros eventos, aprovando projetos através da Lei de Incentivo à Cultura e com recursos próprios, estimulando o resgate e longevidade da cultura pernambucana. A empresa nasceu em 10 de fevereiro de 1965 como “Companhia de Eletricidade de Pernambuco” - CELPE. Foi criada a partir da fusão do Grupo Pernambuco Tramways e o Governo do Estado, com as funções desempenhadas pelo Departamento de Águas e Energia (DAE). O maior desafio da nova Companhia foi o de ampliar a distribuição de energia elétrica, investir na melhoria dos serviços e dotar Pernambuco de uma rede de abastecimento elétrico referência no Nordeste. Em pouco tempo, a CELPE já se firmava como uma das grandes empresas do estado e até os dias de hoje é um dos maiores patrimônios dos pernambucanos, tanto pelo celeiro técnico que passou a desenvolver no ramo da engenharia elétrica como pelo alcance social de suas atividades. Desta feita, os investimentos aceleraram os programas de eletrificação rural e urbana, o que rapidamente levou Pernambuco a ser o estado mais eletrificado do Nordeste, ainda gerando e distribuindo energia termelétrica no Arquipélago de Fernando de Noronha. E ao final da década de 90, já sob o modelo de privatização das estatais do setor elétrico, o Governo do Estado, que desde o final dos anos 80 já ensaiava vender parte das ações da Companhia, colocou 100% do controle governamental à venda. Em 17 de fevereiro de 2000 a empresa foi adquirida em leilão, realizado na sede da Bolsa de Valores do Rio de Janeiro e sob a coordenação do Banco Nacional de Desenvolvimento Social (BNDES), pelo valor de R$ 1,9 bilhão. O grupo que comprou a empresa foi o consórcio formado pela Caixa de Previdência dos Funcionários do Banco do Brasil (Previ), pela carteira de investimentos do Banco do Brasil (BB S.A) e pelo Grupo Iberdrola, um gigante da energia na Espanha. Desde que foi privatizada, a empresa já repassou ao tesouro estadual mais que o dobro do seu valor de compra e se transformou no maior arrecadador de ICMS para o Estado. A Celpe acredita contribuir efetivamente para o desenvolvimento de Pernambuco. 1965 - Foi criada a Companhia de Eletricidade de Pernambuco, doravante denominada apenas por Celpe. 1970 - Em 72, iniciou a construção do edifício-sede, na Avenida João de Barros, 111, Boa Vista. Três anos depois, em 1975, mudou sua sede para o novo edifício e Iniciou a construção do Centro de Treinamento Delmiro Gouveia, no Bongi. 1980 - A Fundação Celpe de Seguridade Social - Celpos - foi implantada oficialmente no ano de 1981. Começam os estudos para exploração de energia solar. Em convênio com o governo francês, a Companhia instala um coletor solar no Centro de Operações doBongi, um projeto pioneiro no Brasil. Em 1986, a Empresa muda sua razão social para Companhia Energética de Pernambuco. 1990 - Busca da qualidade e agilidade dos serviços, modernização e informatização, implantação de sistemas alternativos de energias, redução dos custos e melhoria da confiabilidade no fornecimento. Em1999 foi escolhida a melhor empresa distribuidora da Região Nordeste pelo Instituto Vox Populi. No mesmo ano, o Centro de Operação do Sistema é certificado pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) na NBR ISO 9002:94. 2000 – A Celpe foi comprada pelo Consórcio Guaraniana, formado pela Iberdrola Energia, Caixa de Previdência dos Funcionários do Banco do Brasil (Previ) e BB Banco de Investimentos S.A. 2001 - O racionamento de energia marcou o ano em todo o país. Foi inaugurado o Centro de Operações Integradas (COI) e a nova central de teleatendimento. Duas importantes subestações entraram em funcionamento: Tabatinga e Pina. Ampliação do atendimento com a inauguração de agências e pontos Celpe. 15 2002 - Eletrificação de mais de 15 mil propriedades rurais. Construção de mais quatro subestações no interior do Estado. Conquistou o 1º Prêmio Balanço Social concedido pelo Instituto Ethos, Abamec, Aberje, Fides e Ibase, o que consolida a sua política de responsabilidade social. 2003 - Investimento de R$ 25 milhões para a consolidação da implantação do Sistema Comercial (SIC), cadastro que proporciona o avanço da Empresa em todas as funções de atendimento. 2004 - Nova identidade visual adotada. A Guaraniana passou a se chamar Neoenergia. A Companhia aprova o Comitê de Ética. Nesse ano, também é lançada a conta de energia em modelo braile. 2005 - A Companhia faz 40 anos de prestação de serviços à população pernambucana e passa pelo primeiro ciclo de revisão tarifária periódica. Construção de linhas de transmissão no interior, litoral e Região Metropolitana. 2006 - Continuou a implementar melhorias na sua rede, com um investimento recorde de R$ 343,4 milhões. Esse montante confere à empresa o posto de maior investidor privado no Estado de Pernambuco. Lançou o Programa de Responsabilidade Social Energia para Crescer, com foco em educação, cultura e meio ambiente. 2007 - O ano foi marcado pela adesão da Celpe aos Dez Princípios do Pacto Global da ONU, compromisso também assumido pelas demais empresas geradoras e distribuidoras do Grupo Neoenergia. A Empresa segue ampliando seus investimentos em expansão de rede, ordenização, pesquisa e desenvolvimento, eficiência energética e universalização de energia. Nesse ano, atinge um índice global de universalização de 99,3%, o que a posiciona como a primeira distribuidora do Nordeste a atingir esse patamar. 2008 - A Celpe alcança 100% dos clientes urbanos de sua área de concessão. É criado o Comitê de Responsabilidade Social na Celpe e no Grupo Neoenergia. Reconstrução da Usina de Tubarão, no distrito de Fernando de Noronha, que está apta a operar com biodiesel. A Empresa coordenou a 18ª edição do Seminário Nacional de Distribuição de Energia Elétrica (SENDI), realizada em Pernambuco, o maior evento do setor de energia elétrica do País, com a participação de mais de 3,3 mil pessoas. 2009 - A empresa se submete ao segundo ciclo de revisão tarifária periódica. Amplia, após a privatização, o atendimento e o número de consumidores de 1,9 milhões para três milhões. No atual cenário, a Celpe mantém a constante busca por eficiência e qualidade, com ética e compromisso socioambiental, contribuindo para o desenvolvimento de Pernambuco e do Brasil. 2010 - O programa de Investimentos neste exercício foi de R$ 229,3 milhões e trouxe relevantes melhorias e ampliação da rede, com ênfase para a construção de três Subestações de 69/13.8 kV: Macaparana, na Zona da Mata Norte do Estado; Afrânio, no Sertão; e Enseada dos Corais, no Cabo de Santo Agostinho. Destaque também para a construção da primeira etapa da Subestação 138/69 kV em Ouricuri e a ampliação de potência da Subestação Caxangá, na Região Metropolitana do Recife, além da Construção da Linha de Distribuição de alta tensão (69 kV) Derivação Brejão/Brejão. Um dos seus destaques naquele ano foi a melhoria da avaliação de risco da Companhia pela agência Standard & Poor's, que elevou seu rating em duas posições, passando para a classificação BB+\Stable na Escala Global e brAA+\Estável na Escala Nacional Brasil. Outro destaque do ano foi a atuação da Celpe no atendimento aos consumidores atingidos pelas enchentes ocorridas em junho na região da Zona da Mata Sul, no estado de Pernambuco, que destruiu centenas de casas e instalações elétricas. A pronta resposta da Celpe na ocasião, em colaboração com os governos do Estado e municipais, foi fundamental para o rápido restabelecimento da energia e também para a capacidade de reação das comunidades atingidas pela calamidade. A Celpe detém a concessão para distribuição de energia elétrica em todos os municípios do Estado de Pernambuco, 186 ao todo, no Distrito Estadual de Fernando de Noronha e no município de Pedras de Fogo, no Estado da Paraíba, abrangendo uma área de concessão de 102.745 km². Tabela dos principais indicadores de 2008 a 2010 conforme o relatório de sustentabilidade. 17 2011 - Conforme dispõe a Lei 9.991 de 24 de Julho de 2000, a Celpe aplicará o percentual de 0,5% da sua receita operacional líquida anual em Programas de Eficiência Energética, segundo regulamento da Agência Nacional de Energia Elétrica - ANEEL. Para este ano, a Celpe investirá cerca de 28,4 milhões em projetos. Cerca de 60% dessa verba é destinada aos projetos de atendimento a comunidades de baixa renda, clientes que possuam tarifa social de energia elétrica, a exemplo da doação de refrigeradores com o selo PROCEL e lâmpadas eficientes. O objetivo dessa ação é fazer com que esses consumidores reduzam o valor da conta de energia e aprendam a economizar. 5. ASPECTOS GERAIS DA QUALIDADE DA ENERGIA ELÉTRICA (QEE) A energia elétrica é um dos produtos mais importantes utilizados não somente por simples consumidores, como principalmente, pelo comércio e pela indústria. É um produto que deve estar disponível continuamente e não pode ser armazenado em quantidades importantes. É um produto que deve ser gerado na medida em que é solicitado, desta forma, em si, representa um extraordinário desenvolvimento na qualidade de vida da população. De sorte que, a partir do momento em que se implanta um sistema de distribuição de energia elétrica, a população local em pouco tempo passará a receber numerosos benefícios, tanto do ponto de vista doméstico quanto do ponto de vista comercial, social e cultural. Nas residências podem-se utilizar os diversos tipos de eletrodomésticos e eletroeletrônicos, antes impossíveis de se utilizar devido à falta de energia elétrica, produzindo com isso um maior conforto doméstico. No comércio, assim como na indústria, percebe-se a benfeitoria da energia elétrica, que ao lado de políticas adequadas, tornam maiores as possibilidades de produção e consequentemente emprego, gerando uma maior arrecadação de impostos para o Governo investir de forma apropriada em diversas áreas. Nas ruas e avenidas ela é essencial para a movimentação com segurança de pessoas e veículos, como também é de fundamental importância para o pleno funcionamento de hospitais, escolas, creches, quarteis, delegacias, teatros, cinemas e etc. Desta forma, à proporção que a energia elétrica passa a fazer parte do dia a dia das pessoas, é natural que se inicie um processo de discussão quanto à qualidade desse maravilhoso produto. De forma que numa análise inicial, preocupa-se apenas com a continuidade do serviço, já que fica evidente que qualquer interrupção do fornecimento implicará em transtornos de toda ordem. Entretanto, numa análisemais crítica, surge uma pergunta: “Para que serve a continuidade no fornecimento de energia elétrica, se a sua qualidade como um todo não for suficientemente uniforme?” A questão da qualidade da energia elétrica como um produto comercial, às vezes só é percebida de uma forma - um pouco demorada, através do mau funcionamento de alguns equipamentos. E sob esta óptica, a ideia que se tem de uma boa qualidade de energia elétrica está associada a sua disponibilidade com os 19 menores números de interrupções possíveis, preço justo, amplitude constante da tensão nominal ou da tensão contratada, forma de onda da tensão senoidal e estabilidade da frequência em 60 Hertz, devendo tais procedimentos, definidos no 8° módulo do PRODIST, serem observados por: a) Consumidores com instalações conectadas em qualquer classe de tensão de distribuição; b) Produtores de energia; c) Distribuidoras; d) Agentes importadores ou exportadores de energia elétrica; e) Transmissoras detentoras de Demais Instalações de Transmissão – DIT; f) Operador Nacional do Sistema – ONS. A seguir, são apresentados nas tabelas os valores nominais de tensão elétrica secundária em transformadores com estrela aterrado – em cada Estado do Brasil e a responsabilidade da CELPE ante a face do seu número de clientes nos grupos A e B. Valores Nominais de Tensão Elétrica Secundária em Transformadores com Estrela Aterrado – ESTADO / TERRITÓRIO TENSÃO ELÉTRICA SECUNDÁRIA (Vns) ACRE 220 / 127 V AMAZONAS 220 / 127 V RONDÔNIA 220 / 127 V RORAIMA 220 / 127 V AMAPÁ 220 / 127 V PARÁ 220 / 127 V TOCANTINS 380 / 220 V MARANHÃO 380 / 220 V PIAUÍ 380 / 220 V CEARÁ 380 / 220 V RIO GRANDE DO NORTE 380 / 220 V PARAÍBA 380 / 220 V PERNAMBUCO 380 / 220 V ALAGOAS 380 / 220 V SERGIPE 380 / 220 V BAHIA 380 / 220 V MATO GROSSO 220 / 127 V MATO GROSSO DO SUL 220 / 127 V DISTRITO FEDERAL 380 / 220 V GOIÁS 380 / 220 V MINAS GERAIS 220 / 127 V ESPÍRITO SANTO 220 / 127 V SÃO PAULO 220 / 127 V RIO DE JANEIRO 220 / 127 V PARANÁ 220 / 127 V SANTA CATARINA 380 / 220 V RIO GRANDE DO SUL 380 / 220 V Número de Clientes da Celpe nos Grupos A e B – Os dados da tabela abaixo, referente ao mês de Outubro de 2011, apresentam o número de clientes que a Celpe tem no grupo A e no grupo B, dentro dos 186 municípios do Estado mais o município de Pedras de Fogo na Paraíba, o que representa para o mercado de energia do nordeste, uma fatia de 15,1% e uma fatia 2,5% do mercado energético brasileiro. Lembrando que clientes do grupo A, segundo as definições da Resolução ANEEL 414/2010, inciso 37 no seu 2° artigo: é o gru pamento composto de unidades consumidoras com fornecimento em tensão igual ou superior a 2,3 kV, ou atendidas a partir de sistema subterrâneo de distribuição em tensão secundária, caracterizado pela tarifa binômia e subdividido nos seguintes subgrupos: a) subgrupo A1 – tensão de fornecimento igual ou superior a 230 kV; b) subgrupo A2 – tensão de fornecimento de 88 kV a 138 kV; c) subgrupo A3 – tensão de fornecimento de 69 kV; d) subgrupo A3a – tensão de fornecimento de 30 kV a 44 kV; e) subgrupo A4 – tensão de fornecimento de 2,3 kV a 25 kV; 21 f) subgrupo AS – tensão de fornecimento inferior a 2,3 kV, a partir de sistema subterrâneo de distribuição. E quanto aos clientes do grupo B, segundo o inciso 38 deste mesmo artigo: é o grupamento composto de unidades consumidoras com fornecimento em tensão inferior a 2,3 kV, caracterizado pela tarifa monômia e subdividido nos seguintes subgrupos: a) subgrupo B1 – residencial; b) subgrupo B2 – rural; c) subgrupo B3 – demais classes; e d) subgrupo B4 – Iluminação Pública. Clientes dos Grupos A e B – Diante dos números apresentados percebe-se que é natural a possibilidade de sofrer com problemas relacionados, principalmente, a fatores como a qualidade da tensão fornecida pela concessionária, dos tipos de cargas existentes na rede de distribuição e da sensibilidade dos equipamentos aos vários tipos de perturbações. Logo, fazer com que haja uma mesma solução, de forma definitiva, para todas as áreas de transformadores não é possível. Por isso, para que haja uma ação bastante eficiente, do ponto de vista técnico-econômico, deve haver um estudo para cada uma das diferentes localidades, levando-se em conta os três fatores citados. Os problemas que podem ocorrer no sistema elétrico de potência (SEP), como por exemplo, a instalação cada vez maior de cargas não-lineares, isto é, cargas que não obedecem a Lei de Ohm, e que afetam diretamente a qualidade de energia, podem ser definidas como “um surto revelado em qualquer uma das grandezas Frequência, Tensão e Corrente elétrica que resulte em pane ou má operação de equipamentos conectados a rede elétrica em unidades consumidoras do grupo A ou B”. E está relacionada também às suspensões de caráter permanente ou temporário que afetem o desempenho dos equipamentos, conectados direta ou indiretamente à rede de energia elétrica, principalmente nos locais onde a distribuição de energia é feita em baixa tensão, onde existem maiores problemas relacionados à qualidade de energia. As medições do comportamento da tensão, corrente, distorções harmônicas e desequilíbrios são ótimas referências da condição do sistema elétrico de distribuição e dos tipos de cargas conectadas nele. E o melhor é que todas essas leituras podem ser realizadas sem cessar as operações normais e depois podem ser inseridas de forma simples, utilizando-se softwares específicos, e registradas graficamente ao longo do tempo, contribuindo para produzir diagnósticos precisos, como o tempo limite para se acionar uma ação corretiva ou preventiva. Ainda sim, isto não impede que a equipe de manutenção formule um conjunto de ações empíricas, baseadas em normas e padrões de especificação técnica própria ou conforme resolução normativa específica. Lembrando que tais desequilíbrios podem surgir não somente nas várias partes do SEP, mas também nas instalações elétricas das unidades consumidoras, ficando nesse caso, toda a responsabilidade a cargo do cliente, como dispõe os artigos 166, 167 e o terceiro inciso do parágrafo único do artigo 210 da Resolução ANEEL n°414/2010, e ainda, a Norma da Celpe SM02. 0 3-00.001.001, que diz: para os clientes do Grupo A (tarifa binômia), não confere responsabilidade às concessionárias de distribuição de indenizar os aparelhos eletroeletrônicos danificados por perturbação da rede elétrica nas UCs atendidas em tensão maior que 2.3 kV e, portanto, estas devem adotar as proteções elétricas exigidas nas Normas SM01.00-00.004 e SM01.00-00.003, Classe 15 kV e 69/138 kV, respectivamente, bem como adotar as proteções de sobretensão, subtensão e sobrecorrente, incluindo os dispositivos de proteção contra surto – DPS e de corrente diferencial residual – DR, conforme as prescrições das Normas da ABNT NBRs 14039 e 5410. Assim, a QEE sempre deverá ser avaliada como um dos principais requisitos relacionados à regulação do mercado energético, não só no Brasil, mas em todo o mundo. No setor industrial, por exemplo, tem impacto direto na produtividade de grandes, médias e pequenas empresas com processos sensíveis aos distúrbios da qualidade de energia, gerando prejuízos enormes caso não sejam, os tais problemas, devidamente solucionados pelos seus responsáveis 23 legais. Os resultados obtidos pela péssima qualidade de energia elétrica geram aquecimentos demasiadamente grandes nos circuitos elétricos, cuja consequência é acelerar a queima dos diversos equipamentos ligados a esses circuitos, principalmente os eletrônicos. Com isso, certamente pode-se afirmar que a qualidadede energia está diretamente relacionada com os custos de manutenção e perda de produtividade. Em certos casos, uma interrupção elétrica de apenas um minuto pode ocasionar prejuízos de milhares Reais. Portanto, diante do exposto, fica notória a importância de uma análise minuciosa do nível da QEE para uma manutenção adequada da qualidade deste produto, que a princípio, concentra-se em um pequeno conjunto de medições que podem prever as falhas de distribuição de energia ou carga crítica, com a finalidade de descobrir as causas e as consequências dos distúrbios no SEP, para que seja possível apresentar medidas viáveis do ponto de vista técnico-econômico, e solucionar o problema de forma eficaz. Devido a isso, a forma mais excelente de monitorar a qualidade da energia elétrica é através da manutenção preditiva, que poderá analisar não somente a existência de ondas harmônicas, como também outras sérias perturbações elétricas que causam desequilíbrios em todo o sistema ou parte dele, diminuindo a necessidade de gastos inesperados e elevando o nível de excelência do produto, assim, no tocante aos aspectos da QEE, a Celpe, por meio da Termovisão e da Medição Gráfica, direciona um conjunto de inspeções diferenciadas no sistema elétrico que podem prever as falhas de distribuição da energia comercializada, melhorando o nível da qualidade deste produto. 5.1. Qualidade do Produto – A seção 8.1 do oitavo módulo do PRODIST caracteriza os fenômenos da QEE, a partir da definição da terminologia, da constituição dos critérios de amostragem e dos parâmetros e valores de referência relativos à conformidade de tensão em regime permanente e as perturbações na forma de onda de tensão. Os aspectos considerados da qualidade do produto em regime permanente ou transitório são os seguintes: 5.1.1 Tensão em Regime Permanente – Nesse aspecto são estabelecidos limites adequados, precários e críticos para níveis de tensão em regime permanente, os indicadores individuais e coletivos de conformidade de tensão elétrica, os critérios de medição e registro, os prazos para regularização e de compensação ao consumidor, caso as medições de tensão excedam os limites dos indicadores. Essa “conformidade de tensão elétrica” refere- se à comparação do valor de tensão em regime permanente, analisada através de um conjunto de leituras obtido por medição apropriada, de acordo com a metodologia descrita para os indicadores individuais e coletivos, no ponto de conexão, em relação aos níveis de tensão especificados como adequados, precários e críticos conforme as tabelas abaixo. Tabelas 1, 2 e 3 (Grupo A) e Tabela 5 (Grupo B) – Tabela 1 – Pontos de conexão em Tensão Nominal Igual ou Superior a 230 kV Tensão de Atendimento (TA) Faixa de Variação da Tensão de Leitura (TL) em Relação à Tensão de Referência (TR) Adequada 0,95TR≤TL≤ 1,05TR Precária 0,93TR≤ TL<0,95TR ou 1,05TR<TL≤ 1,07TR Crítica TL<0,93TR ou TL>1,07TR Tabela 2 – Pontos de conexão em Tensão Nominal Igual ou Superior a 69 kV e inferior a 230 kV Tensão de Atendimento (TA) Faixa de Variação da Tensão de Leitura (TL) em Relação à Tensão de Referência (TR) Adequada 0,95TR≤TL≤ 1,05TR Precária 0,90TR≤ TL<0,95TR ou 1,05TR<TL≤ 1,07TR Crítica TL<0,90TR ou TL>1,07TR 25 Tabela 3 – Pontos de conexão em Tensão Nominal Superior a 1 kV e Inferior a 69 kV Tensão de Atendimento (TA) Faixa de Variação da Tensão de Leitura (TL) em Relação à Tensão de Referência (TR) Adequada 0,93TR≤TL≤ 1,05TR Precária 0,90TR≤TL<0,93TR Crítica TL<0,90TR ou TL>1,05TR Tabela 5 – Pontos de conexão em Tensão Nominal Igual ou Inferior a 1 kV (380/220) Tensão de Atendimento (TA) Faixa de Variação da Tensão de Leitura (TL) em Volts Adequada (348≤TL≤ 396) / (201 ≤TL≤ 231) Precária (327 ≤ TL<348 ou 396<TL ≤ 403)/ (189 ≤TL<201 ou 231<TL ≤ 233) Crítica (TL<327 ou TL>403) / (TL<189 ou TL>233) 5.1.2 Fator de Potência – É a relação entre a potência ativa (P) e a potência aparente (S). Os registros dos valores reativos são feitos por instrumentos de medição adequados, e o valor do fator de potencia, deverá ser calculado de forma a mostrar se a UC consome energia de forma adequada ou não, pois relaciona o uso eficiente de energia ativa e reativa de uma instalação elétrica. A legislação brasileira adota como valor de referência o fator 0.92, indutivo ou capacitivo, sendo um dos principais indicadores de eficiência energética. É utilizada a seguinte fórmula para se calcular o fator de potência: O excedente reativo é calculado com o auxilio da seguinte equação: FER = CA x [(FPr / FPm) - 1] x TCA FER = valor do faturamento total correspondente ao consumo de energia reativa excedente à quantidade permitida pelo fator de potência de referência, no período de faturamento. CA = consumo de energia ativa medida durante o período de faturamento. TCA = tarifa de energia ativa, aplicável ao fornecimento. FPm = fator de potência indutivo médio das instalações elétricas da Unidade Consumidora, calculado para o período de faturamento. FPr = fator de potência de referência igual a 0,92. 27 Para conhecer o FP antes de receber a fatura, o consumidor de unidade consumidora trifásica, que possua medição de energia reativa, poderá verificar a leitura do Ativo e Reativo exposto no visor digital do medidor e aplicá-los na equação apresentada para obter uma estimativa de como está à relação entre a energia ativa e a energia total. 5.1.3 Harmônicos – A distorção harmônica é a parte de uma onda cíclica cuja frequência é um múltiplo inteiro da frequência fundamental, ou seja, é um fenômeno associado com modificações nas formas de onda senoidal das tensões e correntes em relação à onda da frequência principal, como verificado na figura a seguir. Aqui se tem uma onda senoidal natural, simulando uma corrente de energia elétrica limpa, e outra onda menor, simulando uma harmônica. A onda menor simula a harmônica de quinta ordem, isso quer dizer que a sua frequência é de 5 x 60 Hz, ou seja, 300 Hz, que terá como resultante uma distorção da curva de tensão. Para os sistemas elétricos trifásicos, as medições de distorção harmônica são feitas através das tensões fase-neutro para sistemas estrela aterrada e fase- fase para as demais configurações. As expressões para o cálculo das grandezas DITh% e DTT % são: DITh% – Distorção harmônica individual de tensão de ordem h DTT % – Distorção harmônica total de tensão Vh – Tensão harmônica de ordem h H – Ordem harmônica Hmáx – Ordem harmônica máxima Hmin – Ordem harmônica mínima V1 – Tensao fundamental medida Os valores de referência para as distorções harmônicas totais estão indicados na tabela a seguir e direcionam a manutenção e o planejamento elétrico, em termos de QEE, e que por força de Lei, serão constituídos em Resolução especifica, apos o período experimental de coleta de dados – as amostras. Tabela – Valores de referencia global das distorções harmônicas totais (em porcentagem da tensão fundamental): TENSÃO NOMINAL DO BARRAMENTO DISTORÇÃO HARMÔNICA TOTAL DE TENSÃO (DTT) [%] 29 VN ≤ 1 kV 10 1 kV < VN ≤ 13.8 kV 08 13.8 kV < VN ≤ 69 kV 06 69 kV < VN < 230 kV 03 5.1.4 Desequilíbrio de Tensão – Este fenômeno se associa a alterações dos modelos trifásicos do sistema de distribuição. A expressão para o cálculo do desequilíbrio de tensão é: FD% = (V- / V+) .100 IDENTIFICAÇÃO DA GRANDEZA SÍMBOLO Fator de desequilíbrio FD Magnitude da tensão de sequência negativa (RMS) V- Magnitude da tensão de sequência positiva (RMS) V+ Magnitude das tensões trifásicas de linha (RMS) Vab, Vbc e Vca O valor de referência nos barramentos do sistema de distribuição, com exceção da baixa tensão,deve ser igual ou inferior a 2%. Esse valor serve para alusão do planejamento elétrico em termos de QEE e que, regulatoriamente, será estabelecido em resolução específica, após período experimental de coleta de dados. 5.1.5 Flutuação de Tensão – A flutuação de tensão pode ser definida como uma variação eventual, recorrente ou esporádica do valor eficaz da tensão nominal. A flutuação de tensão também é um indicador da qualidade da tensão de um barramento, e tem como finalidade avaliar o aborrecimento provocado pelo efeito da cintilação luminosa no consumidor, em pontos de iluminação alimentados em baixa tensão. 5.1.6 Variação de Tensão de Curta Duração – Variações de tensão de curta duração são desvios significativos no valor eficaz da tensão em curtos intervalos de tempo, podendo ter sua origem na energização de grandes cargas que solicitam altas correntes de partida, por manobras no SEP ou por intermitentes falhas nas conexões dos cabos da rede elétrica, causando assim interrupções momentâneas ou temporárias, afundamentos momentâneos ou temporários (SAG) ou elevações momentâneas ou temporárias (SWELL). As variações de tensão de curta duração são classificadas de acordo com a tabela a seguir: Além dos parâmetros - duração e amplitude - já determinados, a severidade da VTCD (Variação de Tensão de Curta Duração), medida entre fase e neutro, de determinado barramento do sistema de distribuição é também caracterizada pela frequência de ocorrência, correspondendo à quantidade de vezes que cada combinação dos parâmetros, duração e amplitude ocorrem em determinado momento do tempo ao longo do qual o barramento tenha sido monitorado. 31 5.1.7 Variação de Frequência – O sistema de distribuição e as instalações de geração em condições normais de operação e em regime permanente operam dentro dos limites de frequência situados entre 59,9 Hz e 60,1 Hz, e não podem ser maiores que 66 Hz ou menores que 56,5 Hz em condições extremas. Pode permanecer acima de 62 Hz por no máximo 30 (trinta) segundos e acima de 63,5 Hz por no máximo 10 (dez) segundos, abaixo de 58,5 Hz por no máximo 10 (dez) segundos e abaixo de 57,5 Hz por no máximo 05 (cinco) segundos. 5.2. Qualidade dos Serviços Prestados – A qualidade dos serviços prestados pelas distribuidoras aos consumidores é estabelecida por procedimentos como dispõem da seguinte forma a Resolução Normativa da ANEEL n° 414/2010, em seu Capítulo XV - Do Atendimento ao Público, do artigo 177 ao artigo 200 e o PRODIST em seu módulo 08, na seção 8.2: Toda distribuidora deve dispor de uma estrutura de atendimento adequada às necessidades de seu mercado, acessível a todos os consumidores da sua área de concessão e que possibilite a apresentação das solicitações e reclamações, enquanto que, além de fornecerem mecanismos para acompanhamento e controle do desempenho das distribuidoras como plano de reforma, melhoramento e expansão da infraestrutura devem oferecer também aos consumidores, parâmetros para avaliação dos serviços prestados. Estes processos têm seus desempenhos medidos conforme o nível de tensão adequada e à continuidade do serviço de energia elétrica prestado, através de indicadores de continuidade coletivos (DEC e FEC), e além destes, os indicadores de continuidade individual, DIC, FIC e DMIC. Os indicadores DIC (Duração de Interrupção por Unidade Consumidora) e FIC (Frequência de Interrupção por Unidade Consumidora) indicam por quanto tempo e o número de vezes respectivamente que uma UC ficou sem energia elétrica durante um período estimado. O DMIC (Duração Máxima de Interrupção por Unidade Consumidora) é um indicador que limita o tempo máximo de cada interrupção, impedindo que a concessionária deixe o consumidor sem energia elétrica durante um período muito longo. Quando há violação desses limites, a distribuidora deve compensar financeiramente a unidade consumidora de forma automática em até dois meses após o mês de apuração do indicador, isto é, o mês em que houve a descontinuidade. 5.2.1 Conjunto de Unidades Consumidoras – Cada conjunto de unidades consumidoras (UCs) é definido por Subestação de Distribuição - SED, e o alcance de todos os conjuntos devem ser as redes de média tensão – MT, à jusante da SED e de propriedade da distribuidora. As SEDs que possuam número de UCs igual ou inferior a 1000 (mil) devem ser anexadas a outras, formando um único conjunto, e se for superior a 1000 e igual ou inferior a 10.000 devem ser agregadas a outras, formando um único conjunto. De forma que, a agregação das SEDs deve obedecer ao critério de contiguidade das áreas, sendo vedada a agregação de duas ou mais SED cujos números de unidades consumidoras sejam superiores a 10.000. Para as redes de MT das distribuidoras que não possuam subestação com primário em alta tensão - AT, o conjunto deve ser composto pelas redes em MT de sua propriedade até o ponto de conexão com o agente supridor. Todas as unidades consumidoras atendidas em BT e MT deverão estar classificadas no mesmo conjunto de unidades consumidoras da subestação que as atendam, quando da aprovação de conjuntos por meio de resolução específica. As unidades consumidoras ligadas após a aprovação dos conjuntos de unidades consumidoras deverão ser classificadas de acordo com a área geográfica de abrangência dos conjuntos vigentes, como será mostrado à frente. Os conjuntos serão caracterizados pelos seguintes atributos: a) área em quilômetros quadrados (km2), correspondente à área que abrange os transformadores de distribuição próprios e os particulares constantes do plano de incorporação da distribuidora, assim como a subestação supridora das redes de MT, devendo a soma de todas as áreas dos conjuntos ser equivalente à área de concessão ou permissão da distribuidora; b) extensão da rede em MT, em quilômetros (km), devendo computar as redes aéreas, subterrâneas, urbanas e não urbanas, considerando as redes próprias 33 da distribuidora e as redes particulares constantes do plano de incorporação da distribuidora, excetuando-se as redes das cooperativas de eletrificação rural; c) média mensal da energia consumida nos últimos 12 meses, em megawatt-hora (MWh), que corresponde à média aritmética simples relativa ao consumo verificado nos últimos 12 meses pelas unidades consumidoras atendidas em MT; d) total de unidades consumidoras atendidas, que corresponde ao número de unidades consumidoras faturadas no período de apuração e atendidas em MT ou BT. e) potência instalada em kilovolt-ampère (kVA), que equivale à soma das potências unitárias nominais de todos os transformadores, inclusive os de propriedade particular constantes do plano de incorporação da distribuidora, excetuando-se os transformadores pertencentes às cooperativas de eletrificação rural e os transformadores de potência cuja tensão secundária seja maior que 1 kV; f) localização, sistema isolado ou interligado. Adiante, apresentam-se as tabelas referentes à qualidade dos serviços prestados com os limites dos indicadores de continuidade anuais, trimestrais e mensais por ponto de conexão e tensão contratada, a localização dos pontos de suprimento de energia elétrica que já existem e os que estão porvir, em cada uma das quatro regiões do Estado de Pernambuco, e que apontam para a disponibilidade de uma estrutura de atendimento adequada às necessidades de seu mercado conforme faixa de consumo de cada tipo de consumidor. Esses dados demonstram não só o tamanho da responsabilidade da Celpe como a 9° (nona) maior distribuidora do Brasil em GWh, mas também do Grupo Neoenergia, como o terceiro maior investidor privado no setor de energia elétrica do país e o maior do Nordeste, atendendo a cerca de 29 milhões de habitantes e com uma uma receita operacional bruta anual de 9,5 bilhõesde reais, segundo dados do Ministério de Minas e Energia (MME). 5.2.2 Limites dos Indicadores de Continuidade Anuais, Trimestrais e Mensais por Ponto de Conexão e Tensão Contratada – • INDICADORES DE CONTINUIDADE – • FLUXOGRAMA DOS PROCESSOS DE APURAÇÃO E AVALIAÇÃO DOS INDICADORES DE CONTINUIDADE – • LOCALIZAÇÃO DOS PONTOS DE SUPRIMENTO DE ENERGIA ELÉTRICA POR REGIÃO – INDICADORES DE CONTINUIDADE – FLUXOGRAMA DOS PROCESSOS – 35 PONTOS DE SUPRIMENTO – 37 FAIXA DE CONSUMO EM GWh. 6. FUNDAMENTOS DA MANUTENÇÃO 6.1 DEFINIÇÕES – A manutenção pode ser definida ou caracterizada pelo conjunto de atividades ou ações que tem por objetivo manter os equipamentos, obras e instalações em plenas condições de cumprir, com eficácia e segurança, as suas funções, considerando-se os aspectos operacionais e econômicos. 6.2 TIPOS DE MANUTENÇÃO E PROCEDIMENTOS – É comum definir-se, basicamente, das seguintes formas a classificação das atividades de manutenção como a seguir: • Manutenção corretiva: É caracterizada pela reposição ou reparo de componentes do sistema elétrico que se tornam indisponíveis ou precários devido a panes, isto é, ocorrências não previstas de acordo com o nexo causal, ou seja, é uma manutenção com ações de restauração a um item defeituoso, para uma condição específica com testes, medições e ajustes feitos para remover ou corrigir uma falha. Esta é a manutenção mais efetuada no cotidiano operacional da prontidão de luz da Celpe devido à natureza da maioria dos atendimentos, que são de urgência e emergência. • Manutenção Preventiva : É caracterizada ou definida pela reposição regular de itens, com base calculada ou empiricamente estabelecida, no intuito de manter o equipamento e as instalações em condições operacionais aceitáveis, segundo as necessidades observadas previamente, realizando inspeção, detecção e correção sistemática de falhas elementares, antes de sua ocorrência, ou antes, de se transformarem em defeitos maiores. Na Celpe, a maior parte das ações de manutenção preventiva é realizada pelo setor da coordenação de manutenção da unidade de serviços de rede (OSR), com a incumbência dos reparos mais pesados, substituições, estudos e implantações de certos componentes do sistema elétrico, como postes, isoladores de pino, recondutagem e coisas afins. Todavia, a coordenação de operação também é co-responsável pelas decisões e resultados, pois as equipes da prontidão de luz, subordinadas a ela, também realizam tarefas 39 menores, chamadas de manutenção leve. É bom lembrar que nesse tipo de manutenção também há riscos, tais como falha de equipamentos ou erros humanos, assim como em quaisquer operações de manutenção. • Manutenção Preditiva: É definida ou caracterizada por inspeções nos diversos tipos de máquinas e equipamentos em serviço, utilizando tecnologias como análise do óleo, infravermelho, análise de vibração, medições de nível sonoro, ultra-som, dentre outras, para avaliar as condições reais das máquinas e equipamentos em pleno funcionamento. Na Celpe, estes processos preditivos de monitoramento se dão a partir da medição gráfica ou termográfica, a fim de antever quando um melhoramento deve ser realizado. Neste caso, as equipes da qualidade do produto, subordinadas a coordenação de manutenção da OSR – (Departamento de Serviços de Rede), ficam responsáveis pelo monitoramento da energia distribuída em um nível de tensão elétrica de até 13800 Volts, através da instalação dos equipamentos de medição gráfica específicos para tais análises, lidando com o produto comercializado em si – a energia elétrica. Já as equipes de NPL (núcleo polivalente de linhas), subordinadas a E M S - (Departamento de Engenharia e Manutenção do Sistema Elétrico), lidam com as linhas de alta e média tensão, estruturas e máquinas elétricas das subestações. De certa forma, os dois setores trabalham em conjunto dividindo as responsabilidades em cumprir um dos princípios do Código de Ética do Grupo Neoenergia, que é o compromisso de atender todos os seus clientes com serviços de qualidade. Assim, a integração entre estes setores maximizam o monitoramento e levantamento das causas problemáticas, bem como todas as possíveis soluções para os mesmos. A prontidão de luz neste caso tem o papel de apenas acompanhar as equipes que têm essa função particular, conforme dispõe a NR-10. 6.3. EQUIPAMENTOS E PROCESSOS DA MEDIÇÃO GRÁFICA – Os equipamentos registradores de grandezas elétricas disponíveis no comércio permitem a medição de um grande número de dados, visto serem microprocessados e possuírem extensa memória para alocação de informações. De forma geral, as medições gráficas solicitadas pelos clientes insatisfeitos com a QEE, devem ser realizadas em até 20 dias, após a solicitação formal em uma agência da concessionária de energia do Estado, e respondidas através de cartas, de forma objetiva, em até 10 dias, sendo 30 dias para todo o processo, apresentando ao reclamante o que foi constatado durante as 1008 leituras realizadas, coletadas a cada 10 minutos durante 07 dias consecutivos, conforme o PRODIST em seu módulo 08. Todavia, prevendo possíveis falhas no sistema elétrico de potência, que poderiam promover erros nos registros de leitura, a Celpe deixa cada equipamento coletando os dados da rede elétrica por oito dias, totalizando 1152 leituras, como garantia na qualidade de suas medições, evitando com isso o retrabalho de toda equipe em ter que retornar ao local, reinstalar o equipamento e esperar mais 07 dias consecutivos, o que geraria muito desprazer para a Empresa e principalmente para os clientes. Os equipamentos utilizados para a realização da medição gráfica na Celpe atualmente são os das empresas: RMS Sistemas Eletrônicos, IMS Power Quality e a SEED’EL Tecnologia Ltda. 6.3.1 RMS SISTEMAS ELETRÔNICOS – MARH-VI Os equipamentos digitais, portáteis, programáveis e robustos, MARH-V e MARH-VI, para uso externo, trifásico, programável, com três canais de entrada para tensões com neutro comum, são desenvolvidos pela RMS SISTEMAS ELETRÔNICOS para registro e análise de tensões, correntes, harmônicos, perturbações, flicker, potências e energia em sistemas elétricos de geração, consumo e distribuição assim como circuitos de alimentação de máquinas elétricas em geral. Amplamente utilizados, a qualidade, precisão e confiabilidade dos 41 equipamentos produzidos pela RMS são aprovados por concessionárias de energia, indústrias, universidades e consultores nas áreas de geração, distribuição, consumo e qualidade de energia. Mostrador e teclado possibilitam efetuar a programação diretamente no equipamento. Dotado de memória interna estática tipo “RAM” e porta serial para leitura dos dados registrados e programação através do PC local ou via “modem” (opcional). O programa ANAWIN (para Windows), fornecido juntamente com o registrador e sem custo adicional, possibilita a análise dos dados de forma prática e direta através de gráficos e relatórios. • Tela Principal para Grandezas - Programa Anawin – Os Equipamentos da RMS atendem as especificações da NBR-9737, quanto aos ensaios de tipo (perturbação, variação lenta da tensão de alimentação, falta de alimentação de curta duração, desvio do sistema de tempo, influência de campo magnético, perturbações nas faixas de radiofrequência e microondas, sobretensão provocada por transientes, variação brusca da tensão de alimentação, variação brusca da temperatura, variação cíclica da umidade relativa, tensão aplicada, impulso 1,2/50). Atendem as normas: NBR 6146, que dispõe sobre Invólucros de equipamentos elétricos - Proteção – Especificação, norma IEC 61000- 4-15, para a medição de FLICKER,norma NBR 14519, para a classe de exatidão, a Resolução do ENRE (Ente Nacional Regulador de la Eletricidad - Argentina) para a "Base Metodológica para el Control de la Calidad del Producto Técnico". Isto se deve ao constante processo de criação de tecnologia própria e sua aplicação no aperfeiçoamento dos produtos, assim como a vasta experiência profissional na área de registro em tempo real, tarifação diferenciada, elaboração de normas e ensaios e qualidade de energia. O MARH-V, para tensão, tem alimentação em tensão alternada de 90 a 300 V e frequência de 50 ou 60 Hz, com três canais de entrada para registro de tensões, em tempo real, para sistemas elétricos monofásicos, bifásicos e trifásicos em baixa tensão. Podendo ser utilizado em média e alta tensão a partir de um medidor especial, que será mais detalhado adiante, chamado Tempestade , da Empresa Seed’el Tecnologia. Os valores de tensão são indicados no mostrador digital alfanumérico. A programação de parâmetros via teclado do MARH-V, permite que os técnicos ajustem o equipamento para cada situação específica, nas áreas de qualidade de energia e diagnósticos de tensão em sistemas de potência, no monitoramento da qualidade de tensão em sistemas de distribuição e determinação da Função Distribuição de Tensao - FDT. Os modelos portáteis de uso externo são concebidos em gabinete duplo, para uso em postes, junto aos transformadores de distribuição ou qualquer outro local abrigado. Seu consumo, que varia em função da tensão de alimentação, vai de 2,5 a 8,0 VA. Aplicação e registro de grandezas: Tensões de fase (Fase-Neutro), fases A (terminal com garra de cor azul), B (terminal com garra de cor branca) e C (terminal com garra de cor vermelha) - máximo de 300 V rms direto entre garras N - A, N - B e N - C Tensões de Linha (Fase-Fase), fases AB, AC e BC (através de cálculo fasorial) Distorção Harmônica Total (DHT) de Tensao nas fases A, B e C Frequência da Tensao, fase A Sequência de Fases Máximo e Mínimo de Tensão (programável de 1/2 ciclo a 15 ciclos) Com indicação da fase Grau de desequilíbrio de tensão (IEC) Grau de desequilíbrio de tensão (NEMA) DIC e FIC 43 Número de Intervalos válidos registrados (para FDT) Frequência do sinal da fase A O MARH-VI, para tensão e corrente, possui três canais de entrada para tensões e três canais de entrada para correntes (através de alicates). Indica no mostrador alfanumérico os valores de tensão, corrente, fator de potência, potências, energia, etc. Os circuitos internos são alimentados diretamente pela entrada de sinal de medição de tensão podendo esta variar entre 90 e 300 Vca. É de grande utilidade para trabalhos de avaliação de perfil de carga, detecção de fraude em sistemas de distribuição de energia elétrica, diagnóstico de um sistema em relação à necessidade de correção do fator de potencia, análises comparativas de custos nos diversos pontos de consumo de energia, determinação da Função Distribuição de Tensão (FDT), análise de tensão e geração de relatório. Aplicação e registro de grandezas: Tensões de Fase (Fase-Neutro), fases A, B e C Tensões de Linha (Fase-Fase), AB, BC e CA (obtidos por cálculo fasorial) Correntes fases A, B e C Fatores de Potência, fases A, B e C Fator de Potencia Total Potências Ativas, fases A, B e C Potência Ativa Total Potências Reativas, fases A, B e C Potência Reativa Total Potências Aparentes, fases A, B e C Potência Aparente Total Energia Ativa Total (consumida ou fornecida) Energia Reativa Capacitiva Total Energia Reativa Indutiva Total Distorção Harmônica Total de Tensao, fases A, B e C Distorção Harmônica Total de Corrente, fases A, B e C Potência Reativa Total necessária para alteração do Fator de Potência Frequência da Tensao, fase A Sequência de Fases Máximo e Mínimo de Tensao Máximo de Corrente Grau de desequilíbrio de tensão (IEC) Grau de desequilíbrio de tensão (NEMA) Demandas, fases A, B e C, Ponta e Fora Ponta Demandas, valores totais, Ponta e Fora Ponta • GRÁFICOS DE DISTRIBUIÇÃO DE TENSÃO – Utilizados para o controle da qualidade da energia elétrica fornecida • Esquemas de Ligação aos Sistemas de Potência – Os símbolos das letras VN, VA, VB e VC representam as garras de tensão do cabo de sinal do MARH-VI. E os símbolos das letras IC, IB e IA representam os alicates de corrente com as respectivas setas indicadoras do fluxo de energia do sistema. 45 A. Sistemas monofásicos: Sistema monofásico (fase- neutro). B. Sistemas trifásicos com neutro e sem neutro: Com o condutor neutro. Tensão entre fases máxima permitida é de 300 V rms, obtidas por cálculo fasorial. Sem o condutor neutro. Tensão entre fases máxima permitida de 300 V rms, obtidas por cálculo fasorial. Lembrando que ao conectar as garras aos barramentos, deve-se sempre dar início pela garra de Neutro (cor preta), para que o equipamento não fique sem a referência do valor das fases e seja danificado por ser submetido a uma tensão maior que 300 Volts, somente após a conexão da garra de neutro é que as demais garras do cabo de sinal de tensão devem ser conectadas, começando pela garra A (azul), depois a B (branca) e então a C (vermelha). Forma de registro – As tensões de cada canal são marcadas ininterruptamente (64 amostras por ciclo). A cada período de tempo programado no campo 02 do parâmetro 06 (número de ciclos da janela de integração), os valores médios das tensões são calculados. A cada período de integração (programado no campo 01 do parâmetro 06) são calculados, a partir dos valores obtidos para cada janela, os valores médios do intervalo e estes são registrados na memória. Desta forma, para cada período de integração, será obtido um único valor numérico (tensão media rms) para cada canal. São registradas ainda, para cada período de integração, as tensões de janela que apresentam o máximo e o mínimo de valores. 6.3.2 IMS POWER QUALITY – P-600 O registrador IMS PowerNet, avalia parâmetros tais como, tensão, corrente, potências, energia, fator de potência e frequência. Também mede flicker, sag e swell. Sua versatilidade possibilita levantamentos de curvas de carga, verificação do nível de balanceamento de redes, dimensionamento de bancos de capacitores, leitura de valores de harmônicos na rede, cálculo de custo de perdas em transformadores e alimentadores, cálculo do custo de energia por item fabricado, medição setorial e rateio de custos, emite diagnósticos dos sistemas de potência entre outras funções. Tem alta proteção IP 659 e acompanha um software para descarga e análise de dados, facilitando a interpretação dos dados. Pode ser utilizado em todos os tipos de indústria, concessionárias de energia, consultores, usinas e etc. É Homologado por todas as distribuidoras de energia do Brasil. Acompanha o consumo de energia elétrica através do PowerVIEW, que é um 47 software para gerenciamento, controle e análise de consumo de energia elétrica. Por meio dele, é possível gerenciar custos oriundos do perfil de gasto energético em diversos pontos do processo produtivo ou de instalações. • Software PowerMANAGER O PowerNET P-300, para tensão, é um medidor e registrador de tensão portátil. Utilizado para analisar a qualidade da tensão fornecida pela concessionária de energia. Sua conexão à rede elétrica é fácil e intuitiva, seu display alfanumérico permite visualizar as grandezas elétricas medidas e o teclado permite configurar os parâmetros. Suas principais características são: o aumento da capacidade de transferência dos dados devido à velocidade de comunicação, capacidade de medições e registros a partir de 250ms e medição de harmônicos até a 41° ordem (ímpares epares). Características Técnicas: Alimentação: 60 a 300 Vca entre a ponteira N e as demais Frequência de operação 45 a 70 Hz Faixa de medição: 60 a 300 Vca Medição a quatro fios Capacidade de efetuar medições monofásicas, bifásicas e trifásicas Proteção interna contra sobrecorrente Mostrador digital: display de cristal líquido de duas linhas por 20 colunas com Back-light (40 caracteres) Relógio: ano, mês, dia, horas, minutos e segundos Bateria interna recarregável (autonomia de dois meses desligado) para dados Taxa de amostragem: 128 amostras Precisão 0,5% para toda a faixa de medição de tensão Medição com janela fixa de 12 ciclos Protocolo de comunicação MODBUS RTU Velocidade de comunicação: 9600 19200 e 38400 bps • Painel Frontal e descrição das teclas: Tecla V ou F1: Visualizar tensão, sequência de fases, configurar Parâmetros 49 Tecla THD ou F2: Visualizar harmônicos, THD e frequência, configurar comunicação serial Tecla Σ ou F3: Visualizar tensão média trifásica e configurar eventos Tecla ↑ ↑ ↑ ↑ ou INICIAR: Incremento e habilitação ou iniciar registros Tecla Memo ou F4: Programar os blocos a serem registrados, intervalo de registros, tipo de memória Tecla Relógio ou F5: Visualizar e configurar data e hora Tecla Clear ou F6: Cancela programação, limpa memória, mostra a versão atual do software e n° de serie do equipamento Tecla ↓↓↓↓ ou F0: Habilita a segunda função para as outras teclas, decremento, desabilitação, parar registros Esquema de ligação de entrada – A ligação para medição de tensão e alimentação é feita diretamente através dos cabos, ou indiretamente através de TP's quando esta for superior a máxima tensão permitida. Conectando os TPs, o primário será conectado à rede monofásica ou trifásica enquanto o secundário será conectado as entradas de sensores do equipamento, para sistemas com tensões acima da tolerada pelo equipamento, e por não possuir um botão POWER ON, o P-300, será ligado no momento em que for alimentado. 1) Ligação delta trifásica – Para ligação em delta utilizam-se os jacarés A, B, C e N nas respectivas fases L1, L2, L3 e Neutro. 2) Ligação estrela trifásica – Para ligação em estrela utilizam-se os jacarés A, B, C e N nas respectivas fases L1, L2, L3 e Neutro. O PowerNET P-300 é programado de fábrica para ser ligado em uma rede trifásica, podendo também ser configurado para operar em uma rede monofásica ou bifásica se for o caso. 3) Ligação estrela bifásica – 4) Ligação estrela monofásica – O PowerNET P-600, para tensão e corrente, é um medidor e registrador portátil de grandezas elétricas, que em conjunto com o seu software analisador permite avaliar graficamente as medições realizadas e gerar relatórios. Desenvolvido e fabricado com a mais alta tecnologia, adquirida pela IMS na área de equipamentos eletrônicos, tem características que permitem sua utilização para as seguintes aplicações: Medição e Análise do comportamento da rede elétrica 51 Fiscalização Levantamento de curva de carga Balanceamento de redes Perdas em transformadores e alimentadores Verificação de distúrbios de tensão e corrente Dimensionamento de bancos de capacitores Leitura de harmônicos da rede Cálculo do custo da energia por item fabricado Medição setorial e rateio de custos Diagnóstico de Sistemas de Potência Consumo de cada equipamento em plantas industriais Ligação de tensão direta em estrela ou delta – O PowerNET P-600 possui dois circuitos internos para medição, sendo um para delta e um para estrela. Não requer a trocar dos cabos A, B e C para alterar o tipo de ligação, pois isto é feito na programação do equipamento. Conectam-se os cabos com a identificação das anilhas conforme o desenho abaixo para ligação direta na rede elétrica, conectando primeiro o cabo identificado pela letra N (comum). Sistema Trifásico até 500 Vca A tabela a seguir mostra a simbologia utilizada no sistema elétrico e a anilha correspondente. Sistema Elétrico Trifásico Cabos de Medição do PowerNET P-600 p/ 500 Vca no Máximo Cabos de Alimentação do PowerNET P-600 p/ 300 Vca no Máximo L1, A, R A FF* L2, B, S B - L3, C, T C - Neutro N FN O cabo identificado pela anilha FF* pode ser ligado em qualquer uma das fases, desde que respeitado o limite máximo de tensão. Acima de 500 Vca é necessário o uso de TPs para a ligação dos cabos de medição, e um transformador com capacidade de carga 10 VA com saída entre 70 e 300 Vca para a alimentação do equipamento. A. Ligação de tensão em estrela com TPs – Programe o tipo de ligação para Estrela e conecte os cabos conforme o desenho a seguir na rede elétrica. 53 B. Ligação de tensão em delta com TPs – Programe o tipo de ligação para Delta e conecte os cabos conforme o desenho a seguir na rede elétrica. C. Ligação de tensão em delta com 2 TPs – Programe o tipo de ligação para Delta e conecte os cabos conforme o desenho a seguir. D. Ligação com 3 elementos de corrente – Ligar o conjunto de sensores de corrente na rede elétrica conforme a figura ao lado. O conjunto de sensores de corrente pode ser rígido ou flexível. Configurar o PowerNET P-600 para “Elementos: 3 TCs”. E. Ligação com 2 elementos de corrente – Ligar o conjunto de sensores de corrente na rede elétrica conforme a figura ao lado. Este tipo de ligação é utilizada em painéis com sistemas de medição utilizando apenas dois elementos de corrente. Para fazer a medição nos TCs é necessário ter o adaptador de TC, o qual deve ser conectado nos TCs do sistema que se deseja medir. O PowerNET P-600 permite que este tipo de conexão seja feita também com sensores de corrente, para isto programe na configuração dos Elementos: 2 TCs. Forma de registro – A figura abaixo mostra um exemplo em que o equipamento está registrando a cada 1 minuto (intervalo de registro igual a 1 minuto). Com Limite de porcentagem para Elevação e Afundamento de tensão igual a 10%, intervalo de tempo inválido igual a 3 segundos e porcentagem de Interrupção igual a 70%. No intervalo 02 a tensão fica abaixo do limite de afundamento por menos de 3 segundos sendo considerada como um afundamento de tensão, portanto será computado um registro inválido. O mesmo caso acontece no instante 03, mas com 55 uma elevação de tensão. No intervalo 04 o registro será válido, já que a medição permaneceu por mais de 3 segundos abaixo do limite programado. No intervalo 06 ele registra uma falta de energia, pois a tensão permaneceu mais do que 3 segundos abaixo do limite de Interrupção. Caso o tempo fosse menor que 3 segundos, como acontece no intervalo 07, isso seria considerado apenas um afundamento de tensão como ocorreu no intervalo 02. Toda vez que a tensão medida permanecer fora do limite programado, por um espaço de tempo também maior que o programado, o registro será considerado válido. Sempre que a tensão medida exceder os limites de tensão programados, por um tempo inferior ao programado, o registro será avaliado como inválido e o software de análise irá desconsiderar. 6.3.3 SEED’EL TECNOLOGIA LTDA – A Seed’el, com mais de uma década de experiência na área de transformadores de Potencial e de Corrente de média tensão, de uso interior ou exterior, para serviços de medição operacional ou de faturamento e proteção, disponibiliza no comércio produtos de alta tecnologia que refletem de forma relevante, na sua crescente
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