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RESUMO - GOVERNOS FERNANDO HENRIQUE CARDOSO (1995-2003)

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CURSO: HISTÓRIA, GESTÃO PÚBLICA E DIREITO 
DISCIPLINA: HISTÓRIA DO BRASIL CONTEMPORÂNEO 
RESUMO 10 – GOVERNOS FERNANDO HENRIQUE CARDOSO (1995-2003) 
 
Alexandre Alves 
AS ELEIÇÕES PRESIDENCIAIS DE 1994 
 Nos primeiros meses de 1994, a preferência do eleitorado para a Presidência da República era 
por Luiz Inácio Lula da Silva, candidato do Partido dos Trabalhadores – PT. Contudo, como veremos 
ao longo desse tópico, pouco a pouco o nome de Fernando Henrique Cardoso iria se figurar como o 
favorito. Tal preferência cresceu a tal ponto que FHC venceu a eleição no primeiro turno, derrotando 
nomes como o próprio Lula, Enéias Carneiro (PRONA), Orestes Quércia (PMDB), Leonel Brizola (PDT) 
entre outros. Vejamos como isso aconteceu. 
 Fernando Henrique Cardoso já havia sido Senador, Ministro de Relações Exteriores e Ministro 
da Fazenda de Itamar Franco, quando da época de lançamento do Plano Real. Na verdade, FHC deixou 
o cargo de ministro visando à campanha para presidente. Cardoso (Partido da Social Democracia 
Brasileira – PSDB) lançou sua chapa tendo como vice o Senador Guilherme Palmeira do Partido da 
Frente Liberal (PFL). A chapa recebeu oposição dentro do PSDB que via com maus olhos a 
aproximação do partido com o herdeiro da ARENA, partido governista durante a Ditadura Militar (1964-
1985). Além disso, a aproximação com setores demasiadamente liberais e identificados com práticas 
clientelistas e conservadoras não eram bem vistos. FHC e Palmeira chegaram a ser vaiados na 
convenção do PSDB. Cardoso também recebeu críticas de intelectuais próximos perseguidos pela 
ditadura, como o próprio FHC fora logo após a realização do golpe em 1964. Estes viam como negativa 
a aproximação com o PFL. O candidato a presidente se defendia dizendo ser necessário uma grande 
aliança para o Brasil poder dar um salto audacioso. No PFL, por outro lado, a chapa foi bem recebida 
e aprovada sem problemas. 
 No decorrer da campanha, o Senador e candidato a vice Guilherme Palmeira foi acusado de 
corrupção e precisou ser substituído. No seu lugar foi escolhido Marco Antônio de Oliveira Maciel. 
Marco Maciel também do PFL era professor e advogado, já havia sido Senador, Ministro da Educação, 
Governador de Pernambuco, Deputado, Presidente da Câmara dos Deputados e outras funções. 
Maciel foi o vice de Cardoso em seus dois mandatos como presidente (1995-2003). 
 
IMAGEM 01 – FHC e Marco Maciel durante a posse como presidente e vice, respectivamente. Fonte: IstoÉ Gente. 
Disponível em: https://www.terra.com.br/istoegente/137/celebridade/index.htm Acesso em 10 de outubro de 2021. 
https://www.terra.com.br/istoegente/137/celebridade/index.htm
CURSO: HISTÓRIA, GESTÃO PÚBLICA E DIREITO 
DISCIPLINA: HISTÓRIA DO BRASIL CONTEMPORÂNEO 
RESUMO 10 – GOVERNOS FERNANDO HENRIQUE CARDOSO (1995-2003) 
 
Alexandre Alves 
A estrutura da campanha de FHC estava baseada em medidas voltadas para alguns pontos: 
Saúde, Educação, Segurança, Habitação e Agricultura. Além disso, em termos econômicos defendia 
posições neoliberais como o fim de monopólios estatais e a continuação da política de privatizações, 
além do próprio Plano Real. Usado em larga medida como propaganda eleitoral, Cardoso defendia 
fortemente o Plano e a sua continuidade, alegando ainda que se Lula fosse eleito haveria uma 
interrupção do programa e o retorno da alta inflação. Lula de fato baseou parte de sua campanha em 
ataques ao Plano Real. Naquele momento o sucesso do Real ainda não era tão evidente. Mais próximo 
da votação, a inflação de fato havia declinado e isso impulsionou fortemente a campanha de FHC e, 
em efeito oposto, derrubou os números de Lula. Por fim, em termos institucionais, Cardoso defendia 
uma tríade de reformas: fiscal, administrativa e previdenciária. 
No entanto, dois eventos foram marcantes e representaram um abalo na candidatura de FHC, 
contudo, tais acontecimentos não tiveram reflexo na eleição de fato. O primeiro deles corresponde a 
uma fala do Ministro Rubens Ricupero em conversa informal com um repórter, deixou a entender que 
a máquina do Governo estaria envolvida na campanha de Cardoso. A fala foi captada e divulgada em 
diversos jornais. Além de ter causado a queda de Ricupero, serviu de arma para a oposição. Outro 
evento, bem menos relevante, foram as críticas que FHC recebeu, sobretudo da oposição e de Lula, 
quanto a inclinação do presidente a acomodar a economia brasileira às determinações do Consenso 
de Washigton. O Consenso era um conjunto de medidas de ajuste e estabilização econômica que os 
órgãos internacionais recomendavam para os países periféricos e em desenvolvimento. 
Já próximo do dia da votação, a inflação estava em níveis bem mais baixos e o sucesso do Plano 
Real era evidente. Assim como Cardoso previa, o Plano fez com que sua campanha decolasse. Não 
por acaso, FHC venceu no primeiro turno com 54,24% dos votos. Enquanto Luiz Inácio Lula da Silva 
obteve 27,07% e Enéias Carneiro (Partido da Reedificação da Ordem Nacional – PRONA) obteve 
pouco mais de 7%. Orestes Quércia (PMDB) obteve pouco mais de 4% e Leonel Brizola do PDT pouco 
mais de 3%. Os demais candidatos tiveram votação pouco expressiva. Nesse caso, como obteve mais 
da metade dos votos, o segundo turno não ocorreria, como já previsto em lei. 
 
PRIMEIRO GOVERNO FHC (1995–1999) 
 Fernando Henrique Cardoso foi o primeiro homem perseguido pela Ditadura Militar a chegar à 
Presidência da República. Isso se refletiu, por exemplo, na proposta do presidente de indenizar as 
famílias e vítimas do regime. Em seu discurso de despedida no Senado, FHC ressaltou que ainda era 
necessário ao Brasil superar o modelo de Estado Varguista, altamente interventor. Nesse momento, já 
era evidente os ares neoliberais que seriam destacados durante seu mandato. No seu discurso de 
posse como presidente, no entanto, ressaltou que a justiça social seria a marca de seu governo, mas 
para isso era necessária uma reforma no próprio Estado. Podemos analisar aqui duas características 
que eram os objetivos de Cardoso: prosseguir com o projeto neoliberal, privatizações, redução do 
tamanho do Estado, continuidade do Plano Real etc, mas dar certa atenção às políticas sociais. De 
fato, pouco se comenta sobre as medidas em caráter de redução de desigualdades, mas elas existiram 
e tiveram efeitos limitados. Tais políticas serão destaque no governo de seu sucessor, Luiz Inácio Lula 
da Silva. 
CURSO: HISTÓRIA, GESTÃO PÚBLICA E DIREITO 
DISCIPLINA: HISTÓRIA DO BRASIL CONTEMPORÂNEO 
RESUMO 10 – GOVERNOS FERNANDO HENRIQUE CARDOSO (1995-2003) 
 
Alexandre Alves 
 Quando se iniciaram as votações para a presidências das casas legislativas, Fernando Henrique 
Cardoso apoiou o nome de Luís Eduardo Magalhães (PFL-BA) para Presidente da Câmara dos 
Deputados e José Sarney (PMDB-MA) para Presidente do Senado. Seu apoio respeitava a aliança feita 
ainda durante as eleições. Nesse momento, PFL, PTB, PMDB e o próprio PSDB eram a base de apoio 
do presidente no legislativo, além de partidos de menor peso. Essa base era de extrema importância 
para o chefe do executivo. Isso pois, diversas das medidas de reforma econômica propostas por 
Cardoso precisariam alterar trechos constitucionais. Como se sabe, alterar a Magna Carta precisa de 
apoio de uma grande base legislativa. Por fim, em termos de equipe ministerial foram escolhidos José 
Serra para a pasta de Planejamento e Orçamento e Pedro Malan para o Ministério da Economia. 
“A despeito da amplitude dessa base, era geral no Congresso a impressão de que o governo enfrentaria 
dificuldades para concretizar as reformas. A maioria dos deputados e senadores se manifestara pelo 
“enxugamento” do texto constitucional, considerado muito detalhista, mas havia resistências a medidas 
específicas, principalmente a modificações das regras do sistema previdenciário, ao fim da estabilidade 
dos servidores públicos no emprego e à quebra dos monopólios do petróleoe das telecomunicações.” 
(Verbete biográfico “Fernando Henrique Cardoso”. FGV CPDOC, 2021. Disponível em: 
http://www.fgv.br/cpdoc/acervo/dicionarios/verbete-biografico/cardoso-fernando-henrique Acesso em 12 
de outubro de 2021.) 
 Ainda em fevereiro de 1995, FHC sancionou a lei de sua autoria no Senado, a Lei de 
Concessões Públicas. Dispositivo esse que permitiu à iniciativa privada atuar em alguns setores antes 
restritos ao Estado, como a distribuição de energia elétrica e o abastecimento de água. Logo na 
sequência encaminhou ao Congresso mais um pacote de reformas que buscava dentre outras 
medidas: alterar o conceito de empresa pública, abrir ao capital estrangeiro a navegação de 
cabotagem, abrir ao capital privado a distribuição de gás encanado e pôr fim ao monopólio estatal das 
telecomunicações e do petróleo. Medidas bastante polêmicas para a época. As reformas 
administrativas e fiscal, por sua vez, encontraram muita dificuldade durante sua tramitação. Mesmo 
com Cardoso afirmando serem medidas imprescindíveis para que o Governo pudesse reduzir os gastos 
públicos e estabilizar as contas, essa reforma gerava bastante discussão. Pontos como a quebra da 
estabilidade do servidor público causou intermináveis debates no legislativo e na sociedade de uma 
forma geral. 
 Logo no mês seguinte ao encaminhamento desse pacote de medidas, estouraram greves 
trabalhistas que seriam o primeiro desafio de FHC. Os petroleiros entraram em greve no dia 03 de maio 
de 1995 em oposição a proposta que poria fim ao monopólio estatal do petróleo. Logo em seguido, 
mais de trezentos mil funcionários públicos federais cruzaram os braços contra o fim dos monopólios 
estatais, as privatizações e pedindo a correção de salários conforme índice estabelecido por seu 
sindicato. Além disso, ocorreram manifestações de rua que acabariam em confronto violentos, em 
alguns casos deixando feridos. 
 Em 1997, boa parte das medidas iniciais propostas estavam aprovadas como o fim do 
monopólio estatal sobre as telecomunicações, o fim do monopólio da Petrobras sobre a exploração e 
refino de petróleo no Brasil, a abertura da navegação de cabotagem para o capital estrangeiro, entre 
outras medidas. A reforma administrativa foi uma com processo de aprovação mais custoso. A medida 
alterava a idade para aposentadoria compulsória que passou de 70 para 75 anos, estabeleceu a 
obrigatoriedade de estágio probatório de dois anos antes de efetiva estabilidade, além da possibilidade 
http://www.fgv.br/cpdoc/acervo/dicionarios/verbete-biografico/cardoso-fernando-henrique
CURSO: HISTÓRIA, GESTÃO PÚBLICA E DIREITO 
DISCIPLINA: HISTÓRIA DO BRASIL CONTEMPORÂNEO 
RESUMO 10 – GOVERNOS FERNANDO HENRIQUE CARDOSO (1995-2003) 
 
Alexandre Alves 
de demissão de funcionários estáveis quando a folha de pagamento com pessoal estiver acima de 60% 
da receita. Por fim, a reforma previdenciária foi a que mais tramitou e ao fim estabeleceu um sistema 
que pouco alterava o método já vigente. 
 
IMAGEM 02 – Fernando Henrique Cardoso e sua esposa, a Primeira-Dama Ruth Cardoso. Dona Ruth era socióloga, 
antropóloga, escritora e professora universitária Fonte: Folha de São Paulo. Disponível em: 
https://www1.folha.uol.com.br/colunas/monicabergamo/2018/01/1952501-doria-sanciona-lei-que-da-nome-de-ruth-
cardoso-a-trecho-de-avenida.shtml Acesso em 12 de outubro de 2021. 
 A aprovação das medidas anteriormente descritas permitiu que a política de privatizações 
pudesse prosseguir. A Light e a Companhia Elétrica do Rio de Janeiro foram exemplos de empresas 
privatizadas durante o Governo FHC. No entanto, o caso de maior repercussão foi a privatização da 
Companhia Vale do Rio Doce (CVRD). Criada por Getúlio Vargas, a empresa era uma das maiores do 
Brasil e a discussão em torno de sua transferência para o capital privado causou forte polarização 
política. O negócio só foi concluído em 1997 quando um grande consórcio de bancos nacionais e 
estrangeiros compraram a empresa de forma definitiva. 
 O contexto internacional do Governo FHC não era dos mais favoráveis, a Crise Financeira 
Mexicana causou repercussões na Argentina e em outros países sul-americanos. Nesse tipo de evento 
é normal que os investidores estrangeiros busquem mover seus capitais aplicados em direção a 
economias mais consistentes. Contudo, como essa fuga tende a ser evitada por países em 
desenvolvimento, como o Brasil, o Governo se adiantou para evitar que isso ocorresse. Dessa forma, 
https://www1.folha.uol.com.br/colunas/monicabergamo/2018/01/1952501-doria-sanciona-lei-que-da-nome-de-ruth-cardoso-a-trecho-de-avenida.shtml
https://www1.folha.uol.com.br/colunas/monicabergamo/2018/01/1952501-doria-sanciona-lei-que-da-nome-de-ruth-cardoso-a-trecho-de-avenida.shtml
CURSO: HISTÓRIA, GESTÃO PÚBLICA E DIREITO 
DISCIPLINA: HISTÓRIA DO BRASIL CONTEMPORÂNEO 
RESUMO 10 – GOVERNOS FERNANDO HENRIQUE CARDOSO (1995-2003) 
 
Alexandre Alves 
foram tomadas medidas como o aumento da taxa de juros (o que aumenta a remuneração do dinheiro 
aplicado no país), o fim do Imposto sobre Operações Financeiras para investimento estrangeiro em 
bolsa de valores, alterou para cima a banda cambial, entre outras medidas. Mesmo assim, houve fuga 
de capitais e aumento do preço do dólar, sendo necessário ao Banco Central intervir vendendo reservar 
nacionais da moeda para conter a alta do preço. 
 A política de valorização do Real tinha impactos sobre a nossa economia. Com a moeda nacional 
valorizada, havia certa tendência para que os consumidores importassem maior número de itens, uma 
vez que a moeda brasileira tinha um alto de poder de compra. Por outro lado, era mais difícil vender os 
produtos brasileiros no exterior, uma vez que era mais caro para os investidores estrangeiros comprar 
produtos brasileiros. Uma vez que precisariam dispender maior quantidade de moeda. Nesse sentido, 
ocorreu um aumento das importações e queda das exportações causando o que chamamos em 
Economia de déficit na Balança Comercial. Para conter esse processo, o Governo aumentou ainda 
mais a taxa de juros, elevou em mais de 100% a alíquota de importação de diversos produtos 
estrangeiros e adotou medidas de restrição ao crédito bancário. Além disso, reforçou as medidas 
visando conter, no mercado interno, o capital estrangeiro, mesmo aquele mais volátil que tende a sair 
com mais facilidade. 
 Outro marco da Política Econômica de Fernando Henrique Cardoso foi a Crise Bancária. A 
origem foi a própria política de controle da inflação e de contenção do consumo como mencionado 
anteriormente. Os bancos obtinham bons resultados financeiros com a inflação em níveis altos, como 
o aumento exagerado de preços foi controlado, muitas instituições do mercado financeiros ficaram em 
situação delicada. Já em 1995 o Banco Central – BC precisou intervir no Banco Nacional da Bahia 
para evitar que a instituição fosse liquidada, gerando efeitos em todo o sistema financeiro. Dias depois, 
interviu na mesma medida no Banco Mercantil de Pernambuco e Comercial de São Paulo. Já em 
novembro o Governo editou uma medida que ampliava os poderes de intervenção do Banco Central 
sobre os bancos comerciais que estivessem mal administrados ou com problemas de saúde financeira. 
 A Crise do Sistema Bancário levou o Governo a criar o Proer - Programa de Estímulo à 
Reestruturação e ao Fortalecimento do Sistema Financeiro Nacional. O objetivo era basicamente evitar 
que os bancos fossem liquidados e isso gerasse efeitos em cascata sobre todo o sistema financeiro 
nacional. O programa permitia ao Banco Central usar recursos para facilitar que bancos saudáveis 
pudessem adquirir bancos problemáticos. Além disso, permitia ao BC alterar o controle acionário de 
bancos que fossem considerados mal administrados. O programa permitiu que o Unibanco adquirisse 
o Banco Nacional e que o HSBC adquirisse o Banco Bamerindus. 
 Com relação a educação, o ponto de maior destaque no GovernoFernando Henrique Cardoso 
é a aprovação da Lei de Diretrizes e Bases (LDB) inicialmente proposta pelo Senador Darcy Ribeiro. A 
lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996 regulamenta todo o sistema educacional no Brasil, tanto 
público como privado e desde a educação básica até o ensino superior. A LDB estabelece a educação 
como função da família e do Estado com foco na formação de cidadãos aptos ao exercício da 
cidadania, bem como permitir sua qualificação para o trabalho. Além de assinalar os deveres do Estado 
e suas responsabilidades em regime de cooperação entre a União, os Estados e os Municípios. A Lei 
de Diretrizes e Bases pode ser acessada na íntegra através do link a seguir: 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9394.htm 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9394.htm
CURSO: HISTÓRIA, GESTÃO PÚBLICA E DIREITO 
DISCIPLINA: HISTÓRIA DO BRASIL CONTEMPORÂNEO 
RESUMO 10 – GOVERNOS FERNANDO HENRIQUE CARDOSO (1995-2003) 
 
Alexandre Alves 
 Com relação à agricultura, outro ponto chave da campanha de Fernando Henrique Cardoso, foi 
estabelecido e aprovado o rito sumário que tornaria possível a desapropriação de terras para fins de 
reforma agrária pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA). Contudo, o 
acontecimento mais marcante do Governo de Cardoso foi o Massacre de Eldorado dos Carajás. O 
triste evento foi uma intervenção das tropas da polícia militar de Parauapebas e Marabá para 
desobstruir a Rodovia PA 150 na altura da chamada “Curva do S”. A ação da polícia foi extremamente 
violenta contra os trabalhadores do Movimento Sem-Terra (MST) que estava ocupando o local como 
forma de protesto e reivindicação. Após uma série de encontros entre policiais e manifestantes, a 
polícia atuou de forma violenta para dispersar os trabalhadores. Foram utilizadas armas pesadas e 
grande quantidade de munição. O resultado foi a morte de cerca de 18 pessoas e mais de 70 feridos, 
todos manifestantes. O laudo concluiu que a maioria teria morrido com tiros a sangue frio. 
 
IMAGEM 03 – Velório das vítimas do Massacre de Eldorado do Carajás, 1996. Pesquisa de imagens Arquivo e Memória 
MST. Foto: Sebastião Salgado. Fonte: MST. Disponível em: https://mst.org.br/2021/04/17/ato-politico-cultural-e-
marcado-pela-memoria-dos-martires-de-carajas/ Acesso em 12 de outubro de 2021. 
 
A REELEIÇÃO DE FERNANDO HENRIQUE CARDOSO 
 Até o Primeiro Governo Fernando Henrique Cardoso, a reeleição de chefes do poder executivo 
como presidente e governadores era proibida. No entanto, ainda em 1995, no primeiro ano de mandato 
de FHC, o Deputado Federal José Mendonça Filho do PFL de Pernambuco apresentou um projeto de 
emenda à Constituição que permitiria a reeleição de chefes do executivo. Caso aprovado, essa 
possibilidade se estenderia, inclusive, para os políticos já em exercício, como era o caso de Cardoso. 
É possível imaginar, no entanto, que essa proposta causaria polêmica, uma vez que mexia com os 
https://mst.org.br/2021/04/17/ato-politico-cultural-e-marcado-pela-memoria-dos-martires-de-carajas/
https://mst.org.br/2021/04/17/ato-politico-cultural-e-marcado-pela-memoria-dos-martires-de-carajas/
CURSO: HISTÓRIA, GESTÃO PÚBLICA E DIREITO 
DISCIPLINA: HISTÓRIA DO BRASIL CONTEMPORÂNEO 
RESUMO 10 – GOVERNOS FERNANDO HENRIQUE CARDOSO (1995-2003) 
 
Alexandre Alves 
interesses opostos de muitos políticos. Desde aqueles que estavam pensando na reeleição, até aqueles 
que ficaram preocupados com a possibilidade de disputar o pleito com os candidatos em exercício 
atual, o que poderia tornar a campanha mais complicada. 
 FHC concentrou esforços em aprovar essa emenda, o que lhe rendeu muitas críticas quanto 
aos esforços empreendidos na aprovação da reeleição e da busca por soluções para os problemas do 
Brasil. A partir de 1996, a tramitação da emenda seria marcada pela disputa direta entre Partido da 
Frente Liberal – PFL e Partido do Movimento Democrático Brasileiro – PMDB pela presidência das 
casas legislativas e entre PPB e o PL, ambos exercendo pressão por cargos no executivo em troca de 
apoio à emenda. Ciente dessa disputa, Fernando Henrique apoiou o nome de Antônio Carlos 
Magalhães (PFL-BA) para a presidência do Senado e Michel Temer (PMDB-SP) para a presidência da 
Câmara dos Deputados. O apoio rendeu a aprovação do projeto nas duas casas e a sansão 
presidencial que ocorreu em sessão solene no Congresso. 
 Finalmente aprovada a emenda, surgiu nos meios jurídicos uma discussão em torno da 
possibilidade ou não de Fernando Henrique Cardoso poder disputar, ou não, o pleito para presidente 
da República em 97. O debate, no entanto, foi abafado devido a temores pela eleição de Lula. O nome 
do petista vinha se figurando até mesmo com certa vantagem frente aos seus pares. Outros candidatos 
a disputar foram Ciro Gomes (Partido Popular Socialista – PPS), Eneias Carneiro (PRONA) entre outros 
de menor relevância. 
 Cardoso mais uma vez centrou sua campanha em torno do bem sucedido Plano Real. Afirmava 
que sua eleição permitiria dar continuidade ao plano e manter a economia e a inflação estabilizada. 
Afirmava ainda que um possível governo petista centrado na figura de Lula poderia trazer o caos 
econômico e o retorno do aumento generalizado de preços. De fato, Lula foi crítico do Plano e usou 
essa postura em sua campanha, o que não lhe rendeu bons resultados. Nessa eleição, Cardoso teve 
apoio da mesma coligação que o elegera anos antes: PSDB, PFL, PMDB, PTB e PPB. Lula, por sua 
vez, tinha apoio da coligação formada pelos partidos: PT, PDT, PSB e PCdoB. Ciro Gomes, advogado, 
político e professor universitário, teve o apoio do seu partido o PPS. 
 Os resultados formam favoráveis a chapa FHC e Marcos Maciel. Cardoso recebeu 53,06% dos 
votos, sendo eleito dessa forma, já no primeiro turno. Luiz Inácio Lula da Silva recebeu 31,71% de 
votos e Ciro Gomes obteve 10,97%. Enéias Carneiro conseguiu 2,14% dos votos e os demais 
candidatos obtiveram porcentagens irrisórias. FHC passava a ser então, o primeiro Presidente do Brasil 
a se eleger para dois mandatos consecutivos. Vejamos como foi seu segundo mandato. 
 
SEGUNDO GOVERNO FHC (1999-2003) 
 FHC terminou seu primeiro governo com a popularidade em alta, no entanto, o mesmo não se 
repetiria no segundo mandato. Reeleito presidente em 1998 pôde se manter no poder e manter uma 
equipe ministerial que refletisse a sua base de apoio nas eleições. O cargo de Ministro da Fazenda 
permaneceu nas mãos de Pedro Malan, a pasta de Orçamento e Planejamento ficou com Paulo Paiva, 
sendo que José Serra passou para o Ministério da Saúde. 
 Diferentemente do primeiro mandato, FHC teve que enfrentar alguns problemas em sua base 
de apoio. O primeiro caso colocou em xeque até mesmo a aliança PSDB-PFL. Vejamos melhor: Aberta 
CURSO: HISTÓRIA, GESTÃO PÚBLICA E DIREITO 
DISCIPLINA: HISTÓRIA DO BRASIL CONTEMPORÂNEO 
RESUMO 10 – GOVERNOS FERNANDO HENRIQUE CARDOSO (1995-2003) 
 
Alexandre Alves 
a campanha para presidência do Senado no ano de 2000, iniciou-se uma violenta disputa entre Antônio 
Carlos Magalhães (PFL-BA) e Jader Barbalho (PMDB-PA). Os senadores trocaram farpas e acusações 
durante todo o processo que acabou sendo vencido pelo candidato do PMDB, Antônio Carlos, no 
entanto, se sentiu traído pelo PSDB e se lançou em uma empreitada de críticas ao Governo FHC e ao 
seu partido, sugerindo inclusive que fosse aberta uma CPI para investigar a corrupção do governo. A 
situação ficou tensa a ponto de Cardoso demitir dois ministros indicados por Magalhães, Rodolfo 
Tourinho (Minas e Energia) e Waldeck Ornelas (Previdência Social). O segundo caso de problema na 
base de apoio mais uma vez envolveu Antônio Carlos Magalhães. Ele e Roberto Arruda (PSDB-DF) se 
envolveram em um processo de quebra de sigilo na votação para cassação do Senador Luís Estevão. 
Sem condições de negar o ocorrido e temendo a perda dos direitos políticos, ambos renunciaram aos 
seuscargos. 
 Como já mencionado anteriormente, FHC foi o primeiro homem perseguido pelo regime militar 
a se tornar Presidente da República. Em seu segundo mandato, essa característica parece ter se 
sobressaído, quando o presidente fez questão de realizar uma reforma ministerial que pôs fim aos 
Ministérios Militares. Esses passariam a se tornar Comandos vinculados ao novo Ministério da Defesa. 
Era uma postura esperada de vinculação do poder militar ao poder civil. FHC, no entanto, enfrentou 
oposição nos meios militares gerando um impasse. O problema foi resolvido com o acordo que 
estabeleceu a necessidade de o Ministro da Defesa não ser um político. Essa postura de Cardoso 
enquanto perseguido pelo regime também ficou evidente no primeiro mandato, quando na época 
encaminhou um projeto que visava indenizar as famílias de desaparecidos por conta da perseguição 
do regime. 
 
IMAGEM 04 – José Serra, então Ministro da Saúde, cumprimenta o Presidente Fernando Henrique Cardoso. Fonte: 
Revista Veja. Disponível em: https://veja.abril.com.br/blog/radar/serra-o-alvo-preferencial-das-piadas-de-fhc/ 
Acesso em 15 de outubro de 2021. 
https://veja.abril.com.br/blog/radar/serra-o-alvo-preferencial-das-piadas-de-fhc/
CURSO: HISTÓRIA, GESTÃO PÚBLICA E DIREITO 
DISCIPLINA: HISTÓRIA DO BRASIL CONTEMPORÂNEO 
RESUMO 10 – GOVERNOS FERNANDO HENRIQUE CARDOSO (1995-2003) 
 
Alexandre Alves 
 Essa série de eventos que abalaram a relação entre a antiga aliança PSDB-PFL acabou por 
afastar de vez o segundo da arena governista. Quando se aproximou as eleições de 2002, a tendência 
do partido de FHC era apoiar um nome do PMDB para a vice-presidência e não mais um nome do PFL. 
O partido então, se afastou e acabou por lançar o nome de Roseana Sarney para presidente, 
candidatura que foi retirada logo depois por denúncias de corrupção. O PSDB, por sua vez, lançou o 
nome de José Serra. Serra não conseguiu captar o apoio necessário dentro de seu partido, nem formar 
as alianças necessárias, o que culminou em sua derrota para Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Contudo, 
a eleição de 2002 para presidência é assunto a ser tratado na próxima aula. 
 Em termos econômicos, o segundo mandato já se inicia com a Crise Financeira que eclodiu na 
Rússia em 1999 e que teve efeitos em todo o mundo, incluindo no Brasil. Em caso de crises, é normal 
que investidores retirem seus recursos de países com maior risco e movam suas aplicações para 
economias mais consistentes. Nesse sentido, com a crise russa, houve uma fuga de capitais do nosso 
país. FHC e sua equipe precisou alterar a política econômica no sentido de enfrentar a crise. O câmbio 
passou de fixo para flutuante e o sistema de metas inflacionárias substituiu o antigo sistema de bandas 
cambiais. 
 Dado o cenário de crise e a saída de recursos do país, o Real foi fortemente desvalorizado. Para 
enfrentar a situação, a postura assumida foi de aumento da taxa de juros. Quando se aumenta os juros 
em uma economia, a tendência é que investidores busquem manter uma parte do capital no país, 
mesmo com risco elevado, pois a possibilidade de ganhou é maior. Contudo, o custo para manter essa 
política é muito elevado. O resultado foi uma grave crise econômica que afetou fortemente o Brasil. 
Fernando Henrique Cardoso, nesse contexto, acentuou sua postura neoliberal, reduzindo os 
investimentos na área social (sobretudo educação e saúde) para manter um superávit na balança. 
Além disso, aprovou a chamada Lei do Fator Previdenciário que introduziu fatores redutores que 
rebaixavam as perspectivas pecuniárias dos aposentados. Lembrando que a previdência era 
considerada a área mais problemática e que necessitava de mudanças. A reforma previdenciária 
tentada anos antes não havia avançado como previsto pelo governo. 
 A situação se tornou mais complicada por eventos ocorridos no cenário externo e interno: 
 “No front externo, problemas com as economias norte-americana e argentina, bem como os atentados 
ocorridos nos Estados Unidos em 11 de setembro de 2001, resultaram em perturbações no mercado 
cambial e na redução da disponibilidade de capitais externos para investimentos produtivos. A proximidade 
das eleições em 2002 complicou o quadro de insegurança dos investidores externos, contribuindo para a 
queda dos investimentos e para o agravamento das pressões inflacionárias. A situação preocupou 
seriamente as autoridades da área econômico-financeira, bem como os investidores, diante da 
possibilidade de eleição de um candidato oposicionista que reorientasse radicalmente a política monetária. 
Um compromisso dos candidatos e, no ano seguinte, as primeiras declarações do novo presidente, Luís 
Inácio Lula da Silva, desanuviariam, contudo, expectativas.” (Verbete biográfico “Fernando Henrique 
Cardoso”. FGV CPDOC, 2021. Disponível em: http://www.fgv.br/cpdoc/acervo/dicionarios/verbete-
biografico/cardoso-fernando-henrique Acesso em 15 de outubro de 2021.) 
FHC entregou um país mais estabilizado do que quando assumiu em 1995. Contudo, os 
números de seu segundo mandato contrastam com os números do primeiro. A inflação, por exemplo, 
principal interesse de Cardoso quando assumiu, reduziu de 22,41% em 1995 para 7,61% em meados 
de 2002, ou seja, em patamares bem mais civilizados. No entanto, outros indicadores como o 
desemprego apresentou piora com relação aos números de 1995. 
http://www.fgv.br/cpdoc/acervo/dicionarios/verbete-biografico/cardoso-fernando-henrique
http://www.fgv.br/cpdoc/acervo/dicionarios/verbete-biografico/cardoso-fernando-henrique
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DISCIPLINA: HISTÓRIA DO BRASIL CONTEMPORÂNEO 
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Alexandre Alves 
A tensão aumentou no segundo mandato também por conta do chamado “Apagão”, ocorrido 
entre 2001 e 2002. Ainda em 2000, o Governo FHC estabeleceu um racionamento de energia elétrica 
para evitar que ocorresse uma suspensão total do fornecimento. Além disso, ocorreram alguns 
blecautes pontuais que ajudaram na definição do nome “Apagão” para esse evento. As causas 
estavam centradas em uma mescla de ausência de investimento, ausência de chuvas e falta de 
planejamento. Baixo investimento no setor, a Eletrobrás já havia assinalado em seus relatórios que seria 
necessário expandir o investimento no setor para acompanhar o crescimento do consumo; Baixo nível 
dos reservatórios, a falta de chuvas prejudicava a produção de energia. Como a principal fonte 
geradora era a hidrelétrica, o Brasil precisou racionar; E falta de planejamento, mesmo com a Eletrobrás 
avisando sobre a necessidade de atuação para produzir energia, o Governo não agiu. 
Pouco se comenta sobre as políticas sociais introduzidas por Fernando Henrique Cardoso, uma 
vez que será no governo de seu sucessor, Luiz Inácio Lula da Silva, que essas políticas atingirão seu 
auge e se tornarão um dos pontos prioritários do governo petista. Anos mais tarde, nos debates 
presidenciais entre Dilma Rousseff (PT) e Aécio Neves (PSDB) ambos debaterão sobre quem de fato 
iniciou as políticas sociais de combate a desigualdade. Cardoso esperava solucionar, ou pelo menos 
atenuar os problemas da desigualdade sob uma ótica neoliberal. A expectativa era que a estabilização 
da moeda fosse capaz de gerar um incremento real no poder de consumo das famílias mais pobres. 
No entanto, também estabeleceu uma atuação mais direta através da Rede de Proteção Social. 
Buscou-se através da Rede introduzir mecanismos de redistribuição de renda como Bolsa Escola, 
Auxílio Gás e o PETI – Programa de Erradicação do Trabalho Infantil. 
Na área cultural, FHC também atuou com uma perspectiva neoliberal, transferindo para a 
iniciativa privada parte da responsabilidade do Estado. Isso ocorreu através de dispositivos legais como 
a Lei Rouanet e a Lei do Audiovisual. Para a Educação, utilizou-se o assistencialismo para a infância e 
manutenção da mesma na escola. Contudo,ficou evidente o aumento da frequência associado a baixa 
qualidade das instituições. Para educação superior ocorreu um incentivo ao aumento do número de 
vagas, sem, contudo, ampliar muito os investimentos na área. Na Saúde ganhou destaque as 
campanhas de combate a AIDS que se tornariam referência importante e o estabelecimento da política 
do medicamento genérico que ajudou a baixar o preço dos remédios no Brasil. Por fim, na questão 
agrária foi criado do Ministério do Desenvolvimento Agrário que possuía competência para atuar na 
reforma agrária e promover o desenvolvimento sustentável e a agricultura familiar. 
 
POLÍTICA EXTERNA – BREVES CONSIDERAÇÕES 
 A autonomia pela inserção foi a tônica da política externa durante o Governo Cardoso. FHC 
iniciou uma nova política pensada para inserir o Brasil nos fluxos internacionais e se mostrar um 
parceiro confiável nas decisões em nível global. Até então, o Brasil vivia um certo isolamento do mundo 
externo com o intuito de manter sua autonomia viva. Contudo, a mudança das relações entre países, 
a mudança de orientação econômica do Brasil e a própria vigência de um regime democrático davam 
sinais que era necessário repensar o posicionamento do Brasil frente as demais nações do planeta. Em 
termos globais, também merece destaque o compromisso do país ao assinar o Tratado de Não 
Proliferação de Armas Nucleares (TNP). 
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Alexandre Alves 
Em termos regionais, a consolidação do Tratado de Assunção de 1991 ditou o principal foco do 
Brasil na América do Sul. O documento constituiu um Bloco Econômico envolvendo algumas nações 
sul-americanas, sendo os principais Brasil e Argentina. A partir de 1994 deveriam ser derrubadas uma 
série de barreiras a circulação de produtos e a aplicação de tarifas únicas aos produtos importados 
pelo bloco. Para o Brasil era interessante ter a Argentina como um mercado complementar ao seu e 
os números positivos do comércio no Mercosul representou bem isso. No entanto, nem tudo ocorreu 
como o previsto e uma série de contenciosos entre os dois principais membros vão desestabilizar as 
relações no Bloco. 
Outra possibilidade de formação de Bloco Econômico se apresentou ao Brasil com o projeto da 
Área de Livre Comércio das Américas - Alca, um grande bloco envolvendo todo o continente 
americano. A proposta inicial e a liderança estavam com os Estados Unidos da América. Muito criticado 
internamente, a proposta parecia colocar o Brasil em uma área de dominação, bem diferente da sua 
posição de liderança que era exercida no Mercosul. A ideia, contudo, ficou em segundo Plano na virada 
do século devido as crises na Rússia e Argentina, a eleição de Hugo Chávez na Venezuela e os 
Atentados de 11 de Setembro, que alteraram radicalmente a política externa dos EUA. 
 
IMAGEM 05 – Fernando Henrique Cardoso e Nelson Mandela em 1996. Fonte: Instituto FHC. Disponível em: 
https://fundacaofhc.org.br/arquivo-fernando-henrique-cardoso Acesso em 18 de outubro de 2021. 
 
https://fundacaofhc.org.br/arquivo-fernando-henrique-cardoso
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DISCIPLINA: HISTÓRIA DO BRASIL CONTEMPORÂNEO 
RESUMO 10 – GOVERNOS FERNANDO HENRIQUE CARDOSO (1995-2003) 
 
Alexandre A. 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
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Camponês pela Terra no Sul e Sudeste do Pará. 2016. 174 f. Dissertação (Mestrado em Dinâmicas 
Territoriais e Sociedade na Amazônia. Linha de pesquisa: Estado, Território e Dinâmicas 
Socioambientais na Amazônia) - Programa de Pós-Graduação em Dinâmicas Territoriais e Sociedade 
na Amazônia da Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará, Marabá, 2016. Disponível em: 
https://pdtsa.unifesspa.edu.br/images/finalBatista.pdf Acesso em 17 de outubro de 2021. 
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Trabalhadores Rurais sem Terra. Brasil, 17 de abril de 2021. Disponível em: 
https://mst.org.br/2021/04/17/ato-politico-cultural-e-marcado-pela-memoria-dos-martires-de-carajas/ 
Acesso em 15 de outubro de 2021. 
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Federal. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm 
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nacional. Brasília, 1996. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9394.htm Acesso em 
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CEZARINi, Victor. O Programa Nacional de Desestatização na década de 90. Jornal Terraço 
Econômico. 25 de maio de 2020. Disponível em: https://terracoeconomico.com.br/o-programa-
nacional-de-desestatizacao-na-decada-de-90/ Acesso em 06 de agosto de 2021. 
ABREU, Alzira Alves de et al (coords.). Dicionário Histórico-Biográfico Brasileiro – Pós-1930. Rio de 
Janeiro: CPDOC, 2010. 
FAUSTO, Boris. História do Brasil. 12 edição. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo – 
EdUSP, 2006. ISBN: 85-314-0240-9. 
MANFRINI, Sandra. FHC fechou três acordos com o FMI; confira o histórico. Jornal Folha de São Paulo. 
Brasília, 07 de agosto de 2002. Disponível em: 
https://www1.folha.uol.com.br/folha/dinheiro/ult91u53074.shtml Acesso em 14 de outubro de 2021. 
O que é neoliberalismo. Politize! 1 de julho de 2016. Disponível em: 
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PACIEVITCH, Thaís. Lei de Diretrizes e Bases da Educação. InfoEscola, 2021. Disponível em: 
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SCHWARCZ, Lilia Moritz e STARLING, Heloísa Murgel. Brasil: Uma Biografia. São Paulo: Companhia 
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DISCIPLINA: HISTÓRIA DO BRASIL CONTEMPORÂNEO 
RESUMO 10 – GOVERNOS FERNANDO HENRIQUE CARDOSO (1995-2003) 
 
Alexandre A. 
Verbete biográfico Fernando Henrique Cardoso. FGV CPDOC, 2021. Disponível em: 
http://www.fgv.br/cpdoc/acervo/dicionarios/verbete-biografico/cardoso-fernando-henrique Acesso em 
16 de outubro de 2021. 
Verbete biográfico Itamar Cautiero Franco. FGV CPDOC, 2021. Disponível em: 
http://www.fgv.br/cpdoc/acervo/dicionarios/verbete-biografico/itamar-augusto-cautiero-franco Acesso 
em 10 de setembro de 2021. 
Verbete Plano Real. FGV CPDOC, 2021. Disponível em: 
http://www.fgv.br/cpdoc/acervo/dicionarios/verbete-tematico/plano-real Acesso em 10 de setembro 
de 2021. 
 
http://www.fgv.br/cpdoc/acervo/dicionarios/verbete-biografico/cardoso-fernando-henrique
http://www.fgv.br/cpdoc/acervo/dicionarios/verbete-biografico/itamar-augusto-cautiero-franco
http://www.fgv.br/cpdoc/acervo/dicionarios/verbete-tematico/plano-real

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