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HUMANAS 2 - SOF - Semana 7 Conteúdo: Trabalho & Sociedade Próxima aula: Os valores e agrupamentos sociais (semana 11) TRABALHO & SOCIEDADE Pontos centrais 1. Concepções do Trabalho; 2. A História segundo Marx; 3. Etapas do Capitalismo; 4. Organização Racional do Trabalho; 5. A Mais valia; 6. O Exército de reserva; 7. O Socialismo; 8. A Ideologia segundo Marx; 9. O Fetichismo da Mercadoria. 1. Concepções de trabalho Entendemos por trabalho toda a atividade na qual o ser humano utiliza sua energia para satisfazer suas necessidades ou atingir determinado objetivo. Por intermédio do trabalho, o homem acrescenta um mundo novo da cultura, ao mundo natural já existente. Por isso, trabalho é elemento essencial no entendimento da relação “homem & natureza”; saber fazer, teoria e prática. Pode-se dizer que o ser humano se realiza pelo trabalho, porque ao mesmo tempo em que produz coisas, torna-se humano, constrói a própria subjetividade. Desenvolve a imaginação, aprende a se relacionar com os demais, a enfrentar conflitos, a exigir de si mesmo a superação de dificuldades. Enfim, com o trabalho o indivíduo não permanece o mesmo e enriquece a percepção do mundo e de si próprio. 2. A História segundo Karl Marx Para Karl Marx, a infraestrutura (forças produtivas + relações de produção) e a superestrutura (Estado + Ideologia) constituem os modos de produção. O modo de produção é a maneira pela qual a sociedade produz seus bens e serviços, como os utiliza e os distribui. Portanto, o conceito de modo de produção resume o fato das relações de produção, como o centro organizador de todos os aspectos da sociedade. Segundo Marx, seriam seis os principais modos de produção: Com essa teoria, Marx criou uma nova forma de interpretar a história: “as sociedades se transformam quando os homens alteram o modo de produzir”. É por esta razão que a teoria sociológica de Marx é chamada: materialismo histórico. Lembrando sempre que a grande crítica do pensamento marxista é ao Capitalismo. 3. Etapas do Capitalismo Para ajudar na compreensão do desenvolvimento do sistema político-econômico capitalista, de maneira geral, cientistas sociais o dividiram em quatro etapas: Pré-capitalismo: o modo de produção feudal ainda predomina, mas já se desenvolvem relações capitalistas. Capitalismo comercial: a maior parte dos lucros concentra-se nas mãos dos comerciantes, que constituem a camada hegemônica da sociedade; o trabalho assalariado torna-se mais comum (também conhecido por Mercantilismo ou Fase de Acumulação primitiva do capital). Capitalismo industrial: com a revolução industrial, o capital passa a ser investido basicamente nas indústrias, que se tornam à atividade econômica mais importante; o trabalho assalariado firma-se definitivamente. Capitalismo financeiro: os bancos e outras instituições financeiras passam a controlar as demais atividades econômicas, através de financiamentos à agricultura, a indústria, à pecuária, e ao comércio. 4. Organização Racional do Trabalho Pela constante busca da maximização da produção e minimização de custos desta, os pensadores capitalistas desenvolveram o que chamaram de “Organização Racional do Trabalho”, eis os pontos básicos desta concepção: Análise do trabalho e estudo dos tempos e movimentos; Estudo da fadiga humana; Divisão do trabalho e especialização do operário; Desenho de cargos e tarefas; Incentivos salariais e prêmios por produtividade; Padronização; Supervisão. 5. A Mais valia Marx foi o principal pensador econômico que criticou a dinâmica do modelo capitalista. Escreveu um tratado de três volumes sobre todos os economistas existentes, que foi publicado como Teoria da Mais-Valia e, posteriormente, incorporado à obra O Capital, obra mais importante do autor. A teoria marxista da mais-valia pode ser compreendida da seguinte forma: suponhamos que um funcionário leve 2 horas para fabricar um par de calçados. Nesse período ele produz o suficiente para pagar todo o seu trabalho. Mas, ele permanece mais tempo na fábrica, produzindo mais de um par de calçados e recebendo o equivalente à confecção de apenas um. Em uma jornada de 8 horas, por exemplo, são produzidos 4 pares de calçados. O custo de cada par continua o mesmo, assim também como o salário do proletário. Com isso, conclui-se que ele trabalha 6 horas de graça, reduzindo o custo do produto e aumentando os lucros do patrão. A exemplo: Esse valor a mais (mais-valia) é apropriado pelo capitalista e constitui o que Karl Marx chama de "Mais-Valia Absoluta". Além de o operário permanecer mais tempo na fábrica o patrão pode aumentar a produtividade com a aplicação de tecnologia. Dessa forma, o funcionário produz ainda mais. Porém o seu salário não aumenta na mesma proporção. Surge assim, a "Mais-Valia Relativa". 6. Exército de reserva A mais-valia consiste basicamente no lucro do empresário, que é fundamental para manter saudável a economia do país, a sua expansão e a livre concorrência. Pois só com lucro os empresários podem fazer novos investimentos, como abertura de novas empresas e expansão das que já tem, gastar com interesses pessoais consumindo produtos de outras empresas e além de tudo manter sua empresa viva e saudável. Mas para que exista o lucro, ou a acumulação burguesa (termo usado por Marx), é necessário o que ele chama de exército de reserva, que consiste no proletariado que é composto pelos desempregados. Esse excedente de mão-de-obra é essencial para o funcionamento do capitalismo, pois é ele que garante os baixos salários e, consequentemente, a acumulação burguesa. O termo 'baixos salários' não significa que o salário seja injusto ou abaixo do necessário ao trabalhador, mas sim suficiente para que o empresário mantenha a empresa lucrativa. Sem o exército de reserva, ou simplesmente a massa de desempregados, os salários sobem desenfreadamente, pois as empresas procuram trabalhadores e como consequência, os preços dos produtos também sobem, gerando inflação. Sem citar que muitas empresas podem fechar por não conseguir pagar os salários inflacionados pela falta de mão-de-obra. Para manter o capitalismo da nossa economia funcionando corretamente é necessário criar um exército de reserva. Isso é facilmente atingido através de um aumento populacional do país, que deve ser obrigatoriamente maior que a expansão econômica. 7. O Socialismo O Socialismo é um sistema político-econômico ou uma linha de pensamento criado no século XIX para confrontar o liberalismo e o capitalismo. A ideia foi desenvolvida a partir da realidade na qual o trabalhador era subordinado naquele momento, como baixos salários e enorme jornada de trabalho. Nesse sentido, o socialismo propõe a extinção da propriedade privada dos meios de produção, a tomada do poder por parte do proletariado, controle do Estado e divisão igualitária da renda. Os precursores dessa corrente de pensamento foram Saint-Simon (1760-1825), Charles Fourier (1772-1837), Louis Blanc (1811-1882) e Robert Owen (1771-1858), conhecidos como criadores do socialismo utópico. Os principais pensadores do que se enquadrou como “socialismo científico” são os conhecidos Karl Marx (já apresentando aqui) e Friedrich Engels. Apesar das ideias socialistas terem sido criadas ainda no século XIX, foram somente no século XX colocadas em vigor. O primeiro país a implantar esse regime político foi a Rússia, a partir de 1917, quando ocorreu a Revolução Russa, momento em que o governo monarquista-czarista foi retirado do poder e instaurado o socialismo. Após a Segunda Guerra Mundial, esse regime foi introduzido em países do leste europeu, nesse mesmo momento outras nações aderiram ao socialismo em diferentes lugares do mundo, a China, Cuba, alguns países africanos e outros do sudeste asiático. Diante de todas as considerações, aseguir os principais aspectos do socialismo que deixam claro a disparidade com o sistema capitalista: • Socialização dos meios de produção: todas as formas produtivas, como indústrias, fazendas entre outros, passam a pertencer à sociedade e são controladas pelo Estado, não concentrando a riqueza nas mãos de uma minoria. • Não existem classes, ou seja, existe somente a classe trabalhadora e todos possuem os mesmos rendimentos e oportunidades. • Economia planificada: corresponde a todo controle dos setores econômicos, dirigidos pelo Estado, determinando os preços, os estoques, salários, regulando o mercado como um todo. O socialismo que foi desenvolvido no decorrer do século XX e que permanece em alguns países até os dias atuais é conhecido por socialismo real, em outras palavras foi executado de forma prática. Por outro lado, o socialismo ideal é aquele desenvolvido no século XIX, que pregava uma sociedade sem distinção e igualitária, que acabava com o capitalismo. Os pensadores dessa vertente socialista eram em sua maioria anarquistas. Para Karl Marx, o socialismo surgiu a partir do capitalismo e seus meios de produção, tendo seu controle desempenhado pelo proletário, assim como o Estado, que posteriormente seria extinto, dando origem ao comunismo que corresponde a uma sociedade sem governo, polícia, forças armadas entre outros, além de não possuir classes sociais e economia de mercado. Após o declínio do socialismo, a partir de 1991 com a queda da União Soviética, o sistema perdeu força no mundo, atualmente poucos países são socialistas, é o caso da China, Vietnã, Coréia do Norte e Cuba. 8. A ideologia segundo Marx A referência de Karl Marx, é muito importante para qualquer estudo sobre os significados do termo ideologia. O estudo mais relevante de Marx sobre o tema é o texto chamado de "A Ideologia Alemã". Para Marx, a produção das ideias não pode ser analisada separadamente das condições sociais e históricas nas quais elas surgem. Em "A Ideologia Alemã", o fundador do marxismo dirige inúmeras críticas a vários filósofos e ideólogos alemães justamente para demonstrar que o pensamento, as ideias e as doutrinas produzidas por eles não são neutras. Muito pelo contrário, elas estão impregnadas de noções, isto é, de ideologias provenientes das condições sociais particulares da Alemanha daquele período. Marx também distingue tipos de ideologias que são produzidas: política, jurídica, econômica e filosófica. Com base nos pressupostos teóricos do materialismo histórico, o pensador alemão demonstra que a ideologia é determinada pelas relações de dominação entre as classes sociais. Ao se referir à ideologia burguesa, Marx entende que as ideias e representações sociais predominantes numa sociedade capitalista são produtos da dominação de uma classe social (a burguesia) sobre a classe social dominada (o proletariado). A existência da propriedade privada e as diferenças entre proprietários e não- proprietários aparecem, por exemplo, nas representações sociais dos indivíduos como algo que sempre existiu e que faz parte da "ordem natural" das coisas. Essas representações sociais, porém, servem aos interesses da burguesia, classe social que controla os meios de produção numa sociedade capitalista. Por último, para Karl Marx, a função da ideologia é a de ocultar a verdadeira realidade, ou seja, condições reais de existência dos homens, mostrando, ilusoriamente, as ideias como motor da vida real. Os homens são produtores de suas ideias. Entretanto, como a ideologia exerce uma função de ocultamento da realidade, ela mostra um mundo ideal, válido, o qual deve ser preservado por todos. Sendo assim, as crenças, valores e opiniões são interiorizados como se fossem verdadeiros e universais. Com frequência, ouvimos ou repetimos frases, como: “todos os homens são iguais”; “o trabalho dignifica o homem e produz riquezas”. Ora, são afirmações verdadeiras, difíceis de serem contestadas; e seus termos, isoladamente, não apresentam contradições. Porém, o sentido dessas frases torna-se uma abstração e um mascaramento da realidade se não for considerado o contexto histórico concreto em que os homens vivem e se relacionam. 9. O Fetichismo da mercadoria na obra de Marx Segundo o Minidicionário da Língua Portuguesa Aurélio, o termo fetiche significa “objeto animado ou inanimado, feito pelo homem ou produzido pela natureza, ao qual se atribui poder sobrenatural e se presta culto” foi este significado conferido ao fenômeno da atribuição de valor simbólico aos produtos (manufaturas) que Marx observou em meio aos seus estudos sobre o mundo do trabalho na modernidade. Marx em sua obra máxima intitulada “O Capital”, nota que a mercadoria (manufatura) quando finalizada, não mantinha o seu valor real de venda, que segundo ele era determinado pela quantidade de trabalho materializado no artigo, mas sim, que esta, por sua vez adquiria uma valoração de venda irreal e infundada, como se não fosse fruto do trabalho humano e nem pudesse ser mensurado, o que ele queria denunciar com isto é que a mercadoria parecia perder sua relação com o trabalho e ganhava vida própria. Karl Marx denomina este fenômeno como sendo um “Fetiche da mercadoria”. QUESTÕES TRADICIONAIS 01) Falava-se, antes, de autonomia da produção significar que uma empresa, ao assegurar uma produção, buscava também manipular a opinião pela via da publicidade. Nesse caso, o fato gerador do consumo seria a produção. Mas, atualmente, as empresas hegemônicas produzem o consumidor antes mesmo de produzirem os produtos. Um dado essencial do entendimento do consumo é que a produção do consumidor, hoje, precede a produção dos bens e dos serviços. SANTOS, M. Por uma outra globalização: do pensamento único à consciência universal. O tipo de relação entre produção e consumo discutido no texto pressupõe o(a) a) aumento do poder aquisitivo. b) estímulo à livre concorrência. c) criação de novas necessidades. d) formação de grandes estoques. e) implantação de linhas de montagem. 02) Sempre teceremos panos de seda E nem por isso vestiremos melhor Seremos sempre pobres e nuas E teremos sempre fome e sede Nunca seremos capazes de ganhar tanto Que possamos ter melhor comida. MACEDO, J. R. A mulher na Idade Média. O tema do trabalho feminino vem sendo abordado pelos estudos históricos mais recentes. Algumas fontes são importantes para essa abordagem, tal como o poema apresentado, que alude à a) inserção das mulheres em atividades tradicionalmente masculinas. b) ambição das mulheres em ocupar lugar preponderante na sociedade. c) possibilidade de mobilidade social das mulheres na indústria têxtil medieval. d) exploração das mulheres nas manufaturas têxteis no mundo urbano medieval. e) servidão feminina como tipo de mão de obra vigente nas tecelagens europeias. 03) Considerando-se a dinâmica entre tecnologia e organização do trabalho, a representação contida no cartum é caracterizada pelo pessimismo em relação à a) ideia de progresso. b) concentração do capital. c) noção de sustentabilidade. d) organização dos sindicatos. e) obsolescência dos equipamentos. http://educacao.uol.com.br/biografias/ult1789u149.jhtm 04) Na imagem, estão representados dois modelos de produção. A possibilidade de uma crise de superprodução é distinta entre eles em função do seguinte fator: a) Origem da matéria-prima. b) Qualificação da mão de obra. c) Velocidade de processamento. d) Necessidade de armazenamento. e) Amplitude do mercado consumidor. 05) Considerando-se as reflexões a respeito de subemprego e informalidade, é correto afirmar que a) O desemprego temporário é a falta de emprego que resulta de grandes mudanças na economia. b) A economia informal, também conhecida como economia subterrânea, deve o seu crescimento à reduçãode tributos e da burocracia no país. c) Uma professora particular de línguas não pode ser considerada uma trabalhadora informal, porque sua atividade não envolve mercadorias piratas e produção de bens. d) O termo economia informal refere-se às transações que ocorrem fora da esfera do emprego formal, as quais podem envolver a troca de dinheiro ou mercadoria por serviços. e) O não pagamento de impostos, a possibilidade de grandes investimentos e a redução de juros na aquisição de crédito são vantagens da informalidade para o trabalhador. QUESTÕES CONTEXTUALIZADAS 01) Na produção social que os homens realizam, eles entram em determinadas relações indispensáveis e independentes de sua vontade; tais relações de produção correspondem a um estágio definido de desenvolvimento das suas forças materiais de produção. A totalidade dessas relações constitui a estrutura econômica da sociedade — fundamento real, sobre o qual se erguem as superestruturas política e jurídica, e ao qual correspondem determinadas formas de consciência social. MARX, K. “Prefácio à Crítica da economia política.” Para o autor, a relação entre economia e política estabelecida no sistema capitalista faz com que a) o proletariado seja contemplado pelo processo de mais-valia. b) o trabalho se constitua como o fundamento real da produção material. c) a consolidação das forças produtivas seja compatível com o progresso humano. d) a autonomia da sociedade civil seja proporcional ao desenvolvimento econômico. e) a burguesia revolucione o processo social de formação da consciência de classe. 02) Um banco inglês decidiu cobrar de seus clientes cinco libras toda vez que recorressem aos funcionários de suas agências. E o motivo disso é que, na verdade, não querem clientes em suas agências; o que querem é reduzir o número de agências, fazendo com que os clientes usem as máquinas automáticas em todo o tipo de transações. Em suma, eles querem se livrar de seus funcionários. HOBSBAWM, E. O novo século. O exemplo mencionado permite identificar um aspecto da adoção de novas tecnologias na economia capitalista contemporânea. Um argumento utilizado pelas empresas e uma consequência social de tal aspecto estão em a) qualidade total e estabilidade no trabalho. b) pleno emprego e enfraquecimento dos sindicatos. c) diminuição dos custos e insegurança no emprego. d) responsabilidade social e redução do desemprego. e) maximização dos lucros e aparecimento de empregos. 03) Estamos testemunhando o reverso da tendência histórica da assalariação do trabalho e socialização da produção, que foi característica predominante na era industrial. A nova organização social e econômica baseada nas tecnologias da informação visa à administração descentralizadora, ao trabalho individualizante e aos mercados personalizados. As novas tecnologias da informação possibilitam, ao mesmo tempo, a descentralização das tarefas e sua coordenação em uma rede interativa de comunicação em tempo real, seja entre continentes, seja entre os andares de um mesmo edifício. CASTELLS, M. A sociedade em rede. No contexto descrito, as sociedades vivenciam mudanças constantes nas ferramentas de comunicação que afetam os processos produtivos nas empresas. Na esfera do trabalho, tais mudanças têm provocado a) o aprofundamento dos vínculos dos operários com as linhas de montagem sob influência dos modelos orientais de gestão. b) o aumento das formas de teletrabalho como solução de larga escala para o problema do desemprego crônico. c) o avanço do trabalho flexível e da terceirização como respostas às demandas por inovação e com vistas à mobilidade dos investimentos. d) a autonomização crescente das máquinas e computadores em substituição ao trabalho dos especialistas técnicos e gestores. e) o fortalecimento do diálogo entre operários, gerentes, executivos e clientes com a garantia de harmonização das relações de trabalho. 04) TEXTO I O aparecimento da máquina movida a vapor foi o nascimento do sistema fabril em grande escala, representando um aumento tremendo na produção, abrindo caminho na direção dos lucros, resultado do aumento da procura. Eram forças abrindo um novo mundo. HUBERMAN, L. História da riqueza do homem. TEXTO II Os edifícios das fábricas adaptavam-se mal à concentração de numerosa mão de obra, reunida para longos dias de trabalho, numa situação árdua e insalubre. O trabalho nas fábricas destruiu o sistema doméstico de produção. Homens, mulheres e crianças deixavam os lugares onde moravam para trabalhar em diferentes fábricas. LEITE, M. M. Iniciação à história social contemporânea. As estratégias empregadas pelos textos para abordar o impacto da Revolução Industrial sobre as sociedades que se industrializavam são, respectivamente: a) Ressaltar a expansão tecnológica e deter-se no trabalho doméstico. b) Acentuar as inovações tecnológicas e priorizar as mudanças no mundo do trabalho. c) Debater as consequências sociais e valorizar a reorganização do trabalho. d) Indicar os ganhos sociais e realçar as perdas culturais. e) Minimizar as transformações sociais e criticar os avanços tecnológicos. 05) Ninguém vive sem ocupar espaço, sem respirar, sem alimentar-se, sem ter um teto para abrigar-se e, na Modernidade, sem o que se incorporou na vida cotidiana: luz, telefone, televisão, rádio, refrigeração dos alimentos etc. A humanidade não vive sem ocupar espaço, sem utilizar-se cada vez mais intensamente das riquezas naturais que são apropriadas privadamente. RODRIGUES, A. M. Desenvolvimento sustentável: dos conflitos de classes para os conflitos de gerações. O texto defende que duas mudanças provocadas pela ação humana na Modernidade são o(a) a) alteração no modo de vida das comunidades e a delimitação dos problemas ambientais em escala local. b) surgimento de novas formas de apropriação dos territórios e a utilização pública dos recursos naturais. c) incorporação de novas tecnologias no processo produtivo e a aceleração dos problemas ambientais. d) aumento do consumo de bens e mercadorias e a utilização de mão de obra nas unidades produtivas. e) esgotamento das reservas naturais e a desaceleração da produção de bens de consumo humano. QUESTÕES ESPECÍFICAS 01) O trabalho como dimensão das relações sociais sempre existiu para satisfazer as necessidades da humanidade por meio da interação dos indivíduos com a natureza. Ao longo da história das sociedades, o trabalho teve o mesmo valor para os diferentes grupos. Com a complexificação das relações sociais, as características que diferenciam o trabalho de uma sociedade para outra foram ficando mais visíveis. Com base nas informações contidas na imagem e nas características do trabalho na sociedade moderna, é incorreto afirmar que a) a cooperação simples caracteriza um período de transição entre o trabalho feudal e o trabalho nas sociedades modernas. b) no processo de manufatura, a cooperação é do tipo avançada, pois o produto final era o resultado de linha de montagem manual. c) a manufatura foi um processo importante para a inserção da maquinofatura, pois o aumento da demanda social por produtos impulsionou a criação de máquinas; estas substituíram os muitos trabalhadores da manufatura. d) as máquinas, substituindo a mão de obra artesanal, permitiram uma produção em larga escala. Isso tornou o trabalho, nas sociedades modernas, um fator de desigualdade social ainda maior entre os que tinham condições de financiar o processo fabril e os operários das máquinas, que só possuíam a força de trabalho. e) o trabalhador era livre, tinha uma jornada alta de trabalho e ótimas condições sociais, com direitos trabalhistas e civis que o tornavam um elemento importante para os empresários financiadores das fábricas. 02) A partir dos anos 1970, o sistema de produção fordista começou a entrar em crise, pois a superproduçãogerou uma diminuição acentuada da lucratividade. Como alternativa, surge, no Japão, um novo sistema de trabalho capitalista, que possui como modelo produtivo a flexibilização da produção. Além de reordenar as relações de trabalho, esse novo sistema produtivo permitiu o avanço tecnológico em muitas áreas. A imagem ao lado representa um novo tipo de trabalhador exigido por esse sistema de produção capitalista das sociedades modernas. Sobre as características desse sistema de produção, é correto afirmar que a) a consequência dessa organização do trabalho permitiu a inserção de taxas de lucro com a superexploração da força de trabalho. b) o trabalhador é especializado em uma única função, deixando-o limitado a uma atividade repetitiva, sem nenhuma visão global do produto final. c) o controle de qualidade da produção é feito no final do processo, em um setor específico da fábrica. d) o salário é uniforme, pois todos os trabalhadores produzem o mesmo produto; ainda assim os prêmios e as bonificações ficam restritos a empresários e capitalistas. e) o aumento das tecnologias robóticas e de automação nesse processo de produção capitalista possibilitou a ampliação do número de vagas de emprego, criando um mercado de trabalho para profissões e funções cada vez mais específicas. 03) Observe a charge a seguir A imagem apresenta, de forma crítica, a relação entre empregado e patrão acerca da divisão de lucros entre ambos. Por causa de diversos aspectos, o trabalho fixo assalariado na sociedade moderna capitalista está desaparecendo e, com isso, vem provocando transformações nas relações sociais e individuais. Com base nesses comentários e no conteúdo da charge, assinale a alternativa incorreta. a) A falta de qualificação profissional tem provocado o aumento de subempregos. b) A desestabilização de trabalhador é um fenômeno crescente e tem como fatores a invalidez do trabalhador, o crescimento da população idosa, a precária qualificação em áreas específicas e a falta de experiência profissional. c) A demissão é uma forma de coesão praticada pelo empregador para manter a ordem e a posição social no processo de produção. d) As Agências do Trabalho criadas pelos Estados brasileiros funcionam como intermediárias na relação entre empregado e empregador. Elas são responsáveis pelo aumento das vagas ociosas e pela diminuição do número de desempregados. e) Os aspectos da precariedade do trabalho são os empregos de curta duração, instáveis e que só são oferecidos em certos períodos do ano. 04) A relação de produção existente no modo de produção capitalista é bastante criticada por alguns sociólogos, pois torna o trabalhador a) crítico. b) alienado. c) produtivo. d) socialista. e) não transformador. 05) O processo de mecanização no capitalismo industrial revolucionou o modo de produzir mercadorias, pois a) não permitiu uma maior cooperação entre as pessoas e um cesso aos vários produtos de necessidade essencial para a vida em sociedade. b) possibilitou o controle da jornada de trabalho em todos os países onde não se podia passar de quatro horas por dia, em todas as ocupações e profissões. c) contribuiu para a socialização dos indivíduos por meio da divisão social do trabalho, uma vez que, nesse processo produtivo, a divisão das riquezas é igualitária. d) adotou o trabalho especializado, acelerando a produção e aumentando a quantidade de produtos no mercado consumidor, por meio do processo de exploração do trabalhador. e) transformou as fábricas em um lugar de produção acelerada e em massa, permitindo a consolidação do capitalismo por meio da mais-valia, que representa um trabalho lucrativo e igualitário quanto à distribuição dos excedentes. QUESTÕES APROFUNDADAS 01) Tomando como referência seus estudos de sociologia e os conceitos marxistas trabalhados em sala, Karl Marx concordaria ou discordaria do argumento da tirinha acima, de que é impossível parar o crescimento da globalização? Justifique sua resposta. 02) Na primeira imagem, uma cena do filme Tempos Modernos, com Charles Chaplin, retrata o trabalho nas fábricas fordistas no século XX, considerado o século da produção em massa. Na segunda imagem, observa-se a produção de automóveis realizada por robôs. Estabeleça uma comparação entre o fordismo e a robótica produtiva ressaltando os problemas tecnológicos, sociais e econômicos advindos da maneira de trabalhar e produzir no século XXI. 03) Conforme noticiado em muitos jornais, em maio de 2013, o governo brasileiro esteve negociando com Cuba a entrada de cerca de seis mil médicos cubanos para trabalhar em lugares onde essa oferta de vagas não é preenchida por profissionais brasileiros. Em geral, são regiões pobres e de difícil acesso. Em artigo na Folha de S. Paulo de 15 de maio de 2013, Hélio Schwartsman chamou essa iniciativa de “substituição de mão de obra local por um exército de reserva”. Segundo a sociologia e os conceitos marxistas, o que é um exército industrial de reserva? Quais são os efeitos de sua existência? 04) Um relatório da ONG britânica Oxfam divulgado nesta segunda-feira mostra que o patrimônio das 85 pessoas mais ricas do mundo equivale às posses de metade da população mundial. Segundo o documento Working for the Few ("Trabalhando Para Poucos"), as 85 pessoas mais ricas do mundo têm um patrimônio de US$ 1,7 trilhão, o que equivale ao patrimônio de 3,5 bilhões de pessoas, as mais pobres do mundo. O relatório ainda afirma que a riqueza do 1% das pessoas mais ricas do mundo equivale a um total de US$ 110 trilhões, 65 vezes a riqueza total da metade mais pobre da população mundial. A Oxfam observou em seu relatório que, nos últimos 25 anos, a riqueza ficou cada vez mais concentrada nas mãos de poucos. "É chocante que no século 21 metade da população do mundo - 3,5 bilhões de pessoas - não tenha mais do que a minúscula elite cujos números podem caber confortavelmente em um ônibus de dois andares", afirmou Winnie Byanyima, diretora- executiva da Oxfam. BBC Brasil. 20 jan. 2014. Adaptado. Segundo a teoria marxista, qual é a origem da desigualdade social? Relacione o texto à sua resposta. 05) Sempre fui sonhador, é isso que me mantém vivo. Quando pivete, meu sonho era ser jogador de futebol, vai vendo, mas o sistema limita nossa vida de tal forma que tive que fazer minha escolha, sonhar ou sobreviver. Os anos se passaram e eu fui me esquivando do ciclo vicioso. Porém, o capitalismo me obrigou a ser bem sucedido. Acredito que o sonho de todo pobre é ser rico. Em busca do meu sonho de consumo procurei dar uma solução rápida e fácil para os meus problemas: o crime. Mas é um dinheiro amaldiçoado, quanto mais eu ganhava, mais eu gastava. Logo fui cobrado pela lei da natureza: 14 anos de reclusão Barato é louco, barato é louco. Racionais Mc’s - A vida é um desafio A partir da música acima e de seus estudos de sociologia, escreva um texto explicando se há uma relação entre capitalismo, sociedade do consumo e criminalidade. GABARITO: QUESTÕES TRADICIONAIS 1) C 2) D 3) A 4) D 5) D QUESTÕES CONTEXTUALIZADAS 1) B 2) C 3) C 4) B 5) C QUESTÕES ESPECÍFICAS 1) E 2) A 3) D 4) B 5) D
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