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O Trabalho na Sociedade Capitalista

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TRABALHO E SOCIABILIDADE
CAPÍTULO 3 - O TRABALHO NA SOCIEDADE
CAPITALISTA
Juliene Tenório e Marina Gondim
Introdução
Nesta unidade, vamos abordar o trabalho na sociedade capitalista, a partir da crítica realizada por Karl
Marx. Para entender os fundamentos metodológicos marxistas com relação ao tema, você precisa
entender o materialismo dialético e o materialismo histórico estudado e utilizado por Marx na sua
pesquisa sobre a sociedade capitalista. 
O materialismo dialético parte do princípio que nenhum fenômeno da natureza pode ser compreendido,
se focalizado isoladamente, sem conexão com os fenômenos que o cercam, pois todo fenômeno,
tomado de qualquer campo da natureza, pode se converter em um absurdo, se examinado sem conexão
com as condições que o cercam, desligado delas; e pelo contrário, todo fenômeno pode ser
compreendido e explicado, se examinado em sua conexão indissolúvel com os fenômenos circundantes
e condicionados por eles. E, nesse sentido, fica claro que Marx defende e realiza o estudo da realidade a
partir da análise das suas múltiplas determinações.    
A partir do materialismo histórico, Marx e Engels, no “Manifesto Comunista”, buscaram estudar cada
época histórica e explicar cada modo de produção. Você deve ter percebido que ao analisar toda a
história da sociedade, desde a dissolução do regime primitivo da propriedade coletiva, todo esse
caminho percorrido tem demonstrado a história de lutas de classe, de lutas entre classes exploradoras e
exploradas, dominantes e dominadas, segundo as diversas fases do progresso social.
A luta de classes chegou, na história da sociedade em que vivemos, a uma fase em que a classe
explorada e oprimida (o proletariado) já não  pode se emancipar da classe que a explora e a oprime (a
burguesia) sem emancipar, para sempre, a sociedade inteira da opressão, da exploração e da luta de
classes. Essa, na perspectiva de Marx e Engels, é um dos fundamentos da sociedade capitalista em que
vivemos. 
 Então, para entender a sociedade capitalista e a luta de classe, é necessário estudar sobre a natureza
do trabalho no modo de produção capitalista, que servirá como base para que você compreenda as
transformações contemporâneas no mundo do trabalho e analise sua inserção como integrante da
classe trabalhadora.
No cotidiano é comum o debate sobre o capitalismo. Há quem se posicione sobre a defesa e outros que
se posicionam contrários ao sistema capitalista. Na maioria das vezes, motivados por juízo de valor, se é
bom ou ruim. Pense sobre o que você já ouviu a respeito do capitalismo. Quais são os argumentos
utilizados para defendê-lo? Você concorda com eles? Por quê? Quais os argumentos contrários? O que
você já leu e estudou a respeito?
Estudar sobre o modo de produção capitalista e o trabalho é compreender seus fundamentos, o que lhe
sustenta, pois esse conhecimento é fundamental para que você tenha, enquanto estudante de Serviço
Social, os elementos teóricos necessários para analisar o cotidiano, as mudanças e os desafios do
trabalho na contemporaneidade.
Para muito além de classificar em bom ou ruim, você terá a oportunidade de conhecer as características
do trabalho na sociedade capitalista, a partir dos estudos desenvolvidos no âmbito da teoria marxista.
Bom estudo!
3.1 Organização do trabalho na sociedade capitalista:
taylorismo, fordismo e toyotismo
A erosão do feudalismo, sob influência da ação dos “burgueses”, comerciantes que se desenvolveram a
partir da atividade mercantil, a partir do século XVI, possibilitou o estabelecimento de um novo modo de
produção denominado de capitalismo.
Esse modo de produção, que vamos estudar detalhadamente nesta unidade, se mantém
contemporâneo, prevalecendo em países mais e menos desenvolvidos, configurando-se, no século XXI,
como um “sistema planetário” (NETTO; BRAZ, 2011).
Neste item, você compreenderá as características do modo de produção capitalista e a forma como
esse modelo econômico organizou o trabalho, a partir da criação e adoção dos modelos de produção
propostos pelo taylorismo, fordismo e toyotismo, que provocaram mudanças na sociabilidade e nas
relações sociais.  
3.1.1 O trabalho no modo de produção capitalista
Com o fim do feudalismo, um novo modo de produção foi gestado e se desenvolveu. Vamos entender
como isso aconteceu e que mudanças produziram com relação ao trabalho?
Com a expansão marítimo-comercial na Europa, na época do modo de produção feudalista, para lugares
cada vez mais distantes, a atividade mercantil de comerciantes e mercadores movidos pelo lucro foi
impulsionada, contribuindo, a partir do século XVI, para o surgimento da burguesia que, ao se
desenvolver enquanto classe, aliou-se aos reis para ampliar suas atividades econômicas e se fortalecer
diante dos senhores feudais. Assim, iniciaram-se os Estados Nacionais Absolutistas, em que a
centralização do poder foi fundamental para a padronização monetária, a formação de exércitos
nacionais, a criação de leis que favorecessem a burguesia na conquista militar de outros mercados para
expansão do comércio e domínio das colônias. Para os reis, a burguesia contribuiu para o financiamento
dos exércitos nacionais, para aumento na arrecadação de impostos e fortalecimento de seu poder
(VIEIRA et al., 2015). 
É dessa forma que na Europa Ocidental, a unificação monárquica de Estados-nações e a expansão
marítimo-comercial, nos séculos XV e XVI, contribuíram para o enfraquecimento do feudalismo, a
ascensão da burguesia e a colonização da América.
Figura 1 - Expansão marítimo-comercial na Europa e o fortalecimento da atividade mercantil.
Fonte: Kostyantyn Ivanyshen, Shutterstock, 2020.
De acordo com Vieira et al. (2015), o capitalismo concorrencial inaugurou o comércio em escala larga e
intercontinental, integrando América, África e Ásia com a nova ordem econômica europeia. A dominação
pelo uso da força transformava em mercadorias as formas de produção das comunidades nativas ou
faziam com que os produtos das mesmas mercadorias circulassem na economia capitalista, extraindo o
excedente para a produção da acumulação primitiva do capital.
A acumulação primitiva do capital consistiu no processo histórico, realizado entre o final do século XV
ao século XVIII, que propiciou, de acordo com Netto e Braz (2011), o surgimento e desenvolvimento do
modo de produção capitalista a partir da existência e do confronto entre aqueles que possuem recursos
para comprar a força de trabalho de outras pessoas como mercadoria e dos que dispõem apenas da sua
força de trabalho como única mercadoria para vender, ou seja, a existência de duas classes sociais. 
Importante entender que não foi apenas o acúmulo do capital mercantil que contribuiu com a formação
dos burgueses. Este foi um lado do processo. O outro lado foi a expropriação dos camponeses de suas
terras e seu deslocamento para as cidades, dispondo apenas de sua capacidade de trabalhar, assim
como a expansão ampliada do capital a partir do saqueamento, extermínio, escravização dos povos e
das riquezas da América, África e Ásia (NETTO; BRAZ, 2011). 
Então, observe a complexidade do processo e a importância de compreender que a constituição da
burguesia, enquanto classe social, foi resultado da expansão das atividades mercantis em larga escala e
de forma intercontinental, utilizando a dominação, a escravidão e o saqueamento das riquezas dos
povos originais daquelas terras, como aconteceu com o Brasil, mas também por meio do
empobrecimento e expulsão dos camponeses das terras, resultando na migração para as cidades
desses trabalhadores, que passaram a deter apenas a capacidade de trabalhar, da criação de leis de
apoio à burguesia, dentre outros fatores.
Por isso, Marx (1982) explica que dinheiro, mercadoria, meios de produção e de vida não são por si só o
início do capital, eles passam pela transformação em capital, e isso ocorre sob circunstâncias bem
determinadas que se condensam em duas classes bem diferentes, quais sejam:  
VOCÊ QUER LER?
Para aprofundar a compreensão do capitalismo moderno e as transformaçõesque
o atingiram, desde o fordismo e a crise da sociabilidade, passando pela
globalização e pela emergência da problemática ecológica, o livro “Da grande noite
à alternativa: o movimento operário europeu em crise” (1998), de Alain Bihr, é uma
excelente indicação. 
[...] possuidores de mercadorias têm de se pôr frente a frente e entrar em contato, de um lado
proprietários de dinheiro, de meios de produção e de vida, aos quais o que interessa é
valorizar a soma de valor por eles possuída por meio da compra de força de trabalho alheia;
do outro lado trabalhadores livres, vendedores da força de trabalho própria e por isso
vendedores de trabalho. (MARX, 1982, [s. p.])
É essa polarização entre quem dispõe dos meios de produção e de vida dos que dispõem da força de
trabalho que produz as condições para o surgimento e desenvolvimento do modo de produção
capitalista, que para se fortalecer, amplia essa polarização. É, dessa forma, que a acumulação primitiva
ou original do capital consistiu no processo historicamente desenvolvido de separação dos
trabalhadores dos meios de produção (MARX, 1982).
Vamos entender melhor sobre capital e a relação que ele estabelece com o trabalho? O que você
conhece sobre isso? O que é capital? Será que é apenas sinônimo de dinheiro? 
Apesar de muito usado no dia a dia como sinônimo de dinheiro, o sentido original do termo “capital”
ainda parece desconhecido para muitas pessoas. Enquanto uma das categorias centrais do capitalismo,
capital “[…] é uma categoria peculiar, específica do sistema capitalista, e, portanto, o qualifica, o define, o
determina” (MONTAÑO; DURIGUETTO, 2011, p. 77), e deve ser entendido com base em duas dimensões: 
determinação econômica-política e relação social determinada.
Com relação à primeira dimensão, a determinação econômico-política do capital, Montaño e Duriguetto
(2011) explicam que o capital não se resume a dinheiro, maquinária, salário, bens, dinheiro guardado, ele
se constitui a partir de um processo de valorização do dinheiro. Que processo é este? 
É essa polarização entre quem dispõe dos meios de produção e de vida dos que dispõem da força de
trabalho que produz as condições para o surgimento e desenvolvimento do modo de produção
capitalista, que para se fortalecer, amplia essa polarização. É, dessa forma, que a acumulação primitiva
ou original do capital consistiu no processo historicamente desenvolvido de separação dos
trabalhadores dos meios de produção (MARX, 1982).
Vamos entender melhor sobre capital e a relação que ele estabelece com o trabalho? O que você
conhece sobre isso? O que é capital? Será que é apenas sinônimo de dinheiro? 
Apesar de muito usado no dia a dia como sinônimo de dinheiro, o sentido original do termo “capital”
ainda parece desconhecido para muitas pessoas. Enquanto uma das categorias centrais do capitalismo,
capital “[…] é uma categoria peculiar, específica do sistema capitalista, e, portanto, o qualifica, o define, o
determina” (MONTAÑO; DURIGUETTO, 2011, p. 77), e deve ser entendido com base em duas dimensões: 
determinação econômica-política e relação social determinada.
Com relação à primeira dimensão, a determinação econômico-política do capital, Montaño e Duriguetto
(2011) explicam que o capital não se resume a dinheiro, maquinária, salário, bens, dinheiro guardado, ele
se constitui a partir de um processo de valorização do dinheiro. Que processo é este? 
É um processo de produção da mais-valia pelo trabalhador, que possibilita a valorização do dinheiro e
sua transformação em capital. Essa mais-valia, no entanto, é apropriada pelo capitalista, sujeito que
possui o dinheiro e os meios de produção (maquinário, estrutura etc.). Mas é um processo que só existe
no modo de produção capitalista, sendo sua principal característica a separação do produtor direto, o
trabalhador, dos meios de produção, sob propriedade do capitalista. O que faz com que os trabalhadores
tenham como única alternativa vender sua força de trabalho ao capitalista (MONTAÑO; DURIGUETTO,
2011).
A segunda dimensão do capital  corresponde à relação social que existe na medida em que tanto o
capitalista quanto o trabalhador precisam estabelecer uma relação, pois o capitalista só consegue
acumular incorporando a força de trabalho de outros e o trabalhador, por sua vez, só produz se estiver
vinculado ao capital,  “[…] assim, capital e trabalho, capitalistas e trabalhadores, precisam estabelecer
uma relação (necessária e ineliminável no MPC)” (MONTAÑO; DURIGUETTO, 2011, p. 78). 
O que é essa força de trabalho ou capacidade de trabalho? Consiste no “[…] complexo das capacidades
físicas e mentais que existem na corporeidade, na personalidade viva de um homem e que ele põe em
movimento sempre que produz valores de uso de qualquer tipo” (MARX, 2013, p. 242). Isto é, trata-se da
nossa capacidade humana de pensar, planejar, elaborar, construir e usar o corpo e a mente para produzir,
criar e executar uma ação.
Essa força de trabalho, no modo de produção capitalista, se transformou em mercadoria, sendo
colocada à venda pelo seu próprio possuidor para quem possui os meios de produção e o dinheiro para
comprar a força de trabalho de outra pessoa. Nesse caso, ambos “[…] se encontram no mercado e
estabelecem uma relação mútua como iguais possuidores de mercadorias, com a única diferença de
que um é comprador e o outro, vendedor” (MARX, 2013, p. 242).
Vejamos um exemplo. Você já conversou com alguém que é agricultor? Agricultores conhecem as
sementes, a melhor terra, o período do plantio e da colheita, sabem as técnicas de manejo do solo, têm
força e disposição para o trabalho na agricultura. Mas agricultores que não têm terra, matéria-prima,
Figura 2 - Processo de valorização do dinheiro constitui a determinação econômico-política do capital.
Fonte: Artem Samokhvalov, Shutterstock, 2020.
maquinários, ou seja, os meios de produção, não têm como comercializar produtos. Nesse caso, eles
precisam vender sua força de trabalho, como mercadoria, para quem detém os meios de produção, em
troca de um salário.
Por isso, é fundamental que você entenda que a existência, no modo de produção capitalista, da
separação e relação entre quem possui dinheiro e mercadorias, de um lado, e quem possui apenas sua
força de trabalho, de outro, não é obra da natureza, nem mesmo existiu em outros períodos históricos.
Ela é fundamentalmente “[…] resultado de um desenvolvimento histórico anterior, o produto de muitas
revoluções econômicas, de destruição de toda uma série de formas anteriores de produção social”
(MARX, 2013, p. 244).
Figura 3 - Venda da força de trabalho como mercadoria.
Fonte: Blaj Gabriel, Shutterstock, 2020.
Mas e o trabalho? O trabalho consiste em um processo de que participam indivíduos e natureza, sendo
os indivíduos aqueles que impulsionam, regulam e controlam essa relação, como também é uma
atividade essencialmente humana, criadora teleologicamente orientada e que sua natureza se altera em
cada modo de produção (MARX, 2013).
No modo de produção capitalista, o trabalho se realiza de forma subordinada ao capital e seus
interesses, a partir da venda da força de trabalho do trabalhador ao capitalista, estabelecendo uma
relação de emprego e salário.
O importante de entender, neste momento, é que no modo de produção capitalista o capital comanda,
subordina, sujeita o processo de trabalho na perspectiva de extrair o máximo de excedente possível da
atividade do trabalhador. Dessa forma, o processo de trabalho constitui o processo de criação de valor e
um processo de valorização do capital. Assim explicam Netto e Braz (2011, p. 121):
No processo de trabalho, o que interessa ao capitalista é justamente o processo de
valorização: é nele que se produz a mais-valia (o excedente). Compreende-se, portanto, que o
controle do processo de trabalho seja de fundamental importância para o capitalista, uma
vez que é esse controle que lhe permite incrementar o excedente.
O controle sobre o processo de trabalho, entretanto, não ocorreu de forma homogênea e em seguida à
construçãodo capitalismo como modo de produção. Netto e Braz (2011) explicam que foi preciso mais
de dois séculos (XVI ao XIX) para que o capital conseguisse instaurar a produção capitalista, tendo
realizado os seguintes passos.
Capitalistas reuniram trabalhadores assalariados num mesmo espaço físico sob sua supervisão.
Trabalhadores atuavam sob forma de cooperação, como controlavam as técnicas produtivas e detinham
o conhecimento, nesse momento, o controle do capitalista sobre o processo de trabalho era apenas
formal, o que Marx chamou da “[…] subsunção formal do trabalho ao capital” (NETTO; BRAZ, 2011, p.
121).
Figura 4 - Trabalhadores atuando sob forma de cooperação.
Fonte: Jeffrey B. Banke, Shutterstock, 2020.
Na segunda metade do século XVIII, o capital adota a manufatura no processo de trabalho, reunindo
trabalhadores num espaço físico e especializando suas atividades, destruindo a importância dos
saberes de ofício e transformando trabalhadores em meros executores de tarefas. Ao introduzir a
divisão capitalista do trabalho no interior das unidades de produção, ocorrerá uma diferenciação da
força de trabalho: de um lado, uma pequena parcela de trabalhadores especializados e, do outro, a
desqualificação dos demais trabalhadores, ao multiplicar atividades simples e abrir espaço para o
trabalho feminino e infantil.
Com a Revolução Industrial, iniciada no final do século XVIII, o capital instaura a grande indústria,
subordinando por inteiro o trabalho pelo processo de trabalho, fazendo com que o trabalhador seja mero
apêndice das máquinas, o que agrava sua desqualificação e se aprofunda a divisão do trabalho entre
quem pensa e administra os processos produtivos daqueles que executam. 
Figura 5 - Divisão capitalista do trabalho a partir da manufatura marcou o período da segunda metade do
século XVIII.
Fonte: Pete Niesen, Shutterstock, 2020.
A consolidação do capitalismo, impulsionada pela Revolução Industrial do século XVIII, que se iniciou na
Inglaterra e expandiu para outros países, resultou em transformações importantes nos processos de
trabalho diante da industrialização e urbanização, assim como contribuiu para a passagem do
capitalismo concorrencial para o capitalismo monopolista, sustentada pela lógica imperialista do
capitalismo, cujo processo de acumulação se baseia “[…] na proteção da propriedade privada e no
aumento do poder político, sempre pensados em escala expansiva de forma a garantir hegemonia e
valorização do capital” (GUIRALDELLI, 2014, p. 104).
Ao final do século XIX, as atividades produtivas se complexificam cada vez mais provocando a
necessidade de sistematização, administração e gerenciamento dos processos de trabalho no interior
das indústrias, tendo destaque para a organização do trabalho nos modelos do taylorismo, fordismo e
toyotismo, com impactos importantes na forma de sociabilidade e nas relações sociais, como veremos
a seguir.
Destacamos, entretanto, que a divisão em subtópicos do taylorismo, fordismo e toyotismo foi feita para
facilitar seu entendimento a respeito desses três modelos de organização do trabalho na sociedade
capitalista. Não significa que eles se desenvolveram e foram implementados em uma sequência, em
etapas e de forma estática, pelo contrário, os três modelos se relacionam e têm reflexos ainda nos dias
de hoje. 
3.1.2 Organização do trabalho na sociedade capitalista: taylorismo
Você já trabalhou ou observou um local de trabalho onde existem diferenciação de valor e importância
do trabalho, a partir da divisão entre gerentes e demais funcionários? Um trabalho em que os gerentes
decidem e aos demais trabalhadores cabem apenas a execução, sem participar das decisões a respeito
Figura 6 - Aprofundamento da divisão capitalista do trabalho com a grande indústria.
Fonte: Minerva Studio, Shutterstock, 2020.
das metas e da rotina de trabalho? Você sabia que é uma divisão criada pelo taylorismo?
Enquanto modelo de organização do trabalho da Escola da Administração Científica, o taylorismo foi
desenvolvido nos Estados Unidos, a partir dos trabalhos do engenheiro mecânico Frederick Winslow
Taylor (1856-1915) buscando responder ao desafio de aumentar a produtividade das empresas por meio
do aumento da eficiência dos operários, voltando a atenção para os métodos de trabalho, os
movimentos que eram necessários para executar determinada tarefa, o tempo determinado para sua
execução, criando a organização racional do trabalho (ORT), conforme explica Chiavenato (2008).
No que consiste essa organização racional do trabalho? Ao estudar, observar, analisar o trabalho e seu
cotidiano nas fábricas, Taylor (1990) identificou que os operários aprendiam suas tarefas a partir do
repasse de informações e observação da dinâmica de trabalho de seus companheiros de trabalho,
resultando numa diversidade de métodos de execução das atividades e processos de trabalho. Para ele,
isso atrapalhava a produção, pois as atividades eram executadas de diferentes formas, ritmos e
tempos. 
Por isso, Taylor buscou organizar de forma racional e científica o trabalho, fundamentando-se nos
seguintes aspectos: 
1)Análise do trabalho e do estudo dos tempos e movimentos; 2) Estudo da fadiga humana; 3)
Divisão do trabalho e especialização do operário; 4) Desenho de cargas e tarefas; 5)
Incentivos salariais e prêmios de produção; 6) Conceito de homos economicus; 7) Condições
Figura 7 - A organização racional do trabalho na indústria propunha estabelecer o trabalho de forma
racional e científica.
Fonte: VoodooDot, Shutterstock, 2020.
ambientais de trabalho; 8) Padronização de métodos e máquinas; 9) Supervisão funcional.
(CHIAVENATO, 2008, p. 6, grifos do autor)
Você percebeu qual foi o caminho de Taylor? Ele fez uma análise e observação sobre o trabalho,
identificando a realidade, as dificuldades e construindo uma proposta que resolvesse o desafio que as
indústrias tinham na época, de aumento da produtividade, ou seja, da produção da mais-valia.
Ao analisar esses aspectos, Taylor desenvolveu então a ORT com quatro alicerces. Vamos ver quais
foram? O primeiro diz respeito ao comando e controle, cuja inspiração foi no modelo militar, para definir
que a gerência funciona como uma ditadura ao pensar e mandar, cabendo ao trabalhador apenas
executar. O segundo alicerce consiste em definir uma única maneira certa, sendo definida pelo gerente,
devendo os operários executar sem qualquer objeção. O terceiro alicerce se voltou para a defesa de que
a indústria tem mão de obra, não recursos humanos, por isso não lhe deve nada, embora exija lealdade
dos trabalhadores à empresa. Por último, a defesa da segurança e a sensação de estabilidade
dominando seus mercados (CHIAVENATO, 2008).
Os alicerces do taylorismo focam, dessa forma, na diferenciação e hierarquização entre o trabalho
intelectual e o trabalho manual, ou seja, entre quem pensa e quem executa a atividade de trabalho.
Fizeram parte da organização racional taylorista do trabalho: definição de tarefas fragmentadas,
movimentos repetitivos, controle do tempo, rotinização na relação dos trabalhadores com as máquinas,
sendo enfatizada a disciplina no ambiente de trabalho e o adestramento aos princípios institucionais da
indústria (GUILDARELLI, 2014).
Conforme temos aprendido, desde o início desta disciplina, o trabalho é central para a sociabilidade
humana, para a forma como nos organizamos e nos relacionamos em sociedade. O que essas
mudanças na forma de gerir o processo de trabalho, conforme o taylorismo, impactam para os
trabalhadores? Destacamos duas questões, acompanhe.
VOCÊ QUER VER?
O filme “Daens: Um Grito de Justiça”, de 1993, com direção de Stjin Coninx, se
passa no final do século XIX, em Aalst, na Bélgica, e permite entender muitos
aspectos da teoria marxista, e faz referência a temáticas como: desigualdades da
sociedade capitalista, exploração do proletariado pela burguesia, exploração das
mulheres e crianças nas fábricas, entre outras.
A primeira consiste na diminuição do poder de negociação dos trabalhadores. Antunes (2017) chamaatenção de que o objetivo fundamental do taylorismo, ao estudar os processos de trabalho restritos à
classe dos proprietários dos meios de produção, alienando o trabalhador desse processo.
Fazendo isso, o taylorismo minimiza a importância dos saberes-fazeres elaborados historicamente pela
classe trabalhadora, reformulando-os e impondo-os como normas aos trabalhadores, de forma abstrata
e alienada, quando limitou a atividade produtiva dos trabalhadores à execução de tarefas rotineiras e
configurou uma “[…] educação puramente parcelar, hierarquizada e perpetuadora da nefasta divisão
social entre trabalho intelectual e trabalho manual” (ANTUNES, 2017, p. 3).
Você se lembra das capacidades humanas com relação ao trabalho: teleologia, reflexiva, comunicação,
escolha entre alternativas concretas, universalização, socialização? Imagine ter que trabalhar sem poder
utilizar e desenvolver essas capacidades, limitando-se a atividades rotineiras, o quão nefasto pode ser
na vida de um ser humano essa divisão entre o trabalho intelectual e o trabalho manual, estabelecida
pelo taylorismo.
A segunda questão diz respeito ao controle sobre a vida dos trabalhadores e suas famílias. A regulação,
o controle e a dominação dos industriais não se detinham ao espaço de trabalho, se ampliava para o
controle sobre a vida privada dos trabalhadores. Guildarelli (2014) afirma que uma das estratégias para
isso foi a criação das vilas operárias que possibilitavam a coerção, o consenso e a persuasão dos
trabalhadores e familiares do controle sobre suas vidas.
Os trabalhadores, ao receberem a chave da casa e a possibilidade de morar nela com sua família,
enquanto trabalhavam na fábrica, eram submetidos a um processo de disciplinamento de suas vidas,
rotinas, dinâmicas e valores em função do aumento de sua capacidade de produção.
Por exemplo, ao analisar as vilas operárias no Brasil na Primeira República (1908-1909), Coutinho e
Scheinvar (2015), a partir da rotina de um grupo de operários cariocas do setor têxtil que moravam em
vilas operárias, evidenciaram uma lógica patronal e governamental de repressão e controle sobre o
trabalho e a vida privada dos trabalhadores. Esse controle se materializava a partir do controle sobre o
tempo e o caminho feito pelo trabalhador para chegar ao local de trabalho, o controle sobre que animais
podiam ou não criar, assim como a proibição da comercialização de produtos nas vilas enquanto
Figura 8 - Vilas operárias foi uma das formas de controle sobre a vida dos trabalhadores.
Fonte: Alexander Raths, Shutterstock, 2020.
estratégia dos trabalhadores no aumento da renda familiar. As autoras concluem que os trabalhadores
não recebiam apenas a moradia, recebiam também “[…] todo um ‘way of life’ baseado em padrões
burgueses de ser e estar no mundo, considerados mais sofisticados e adequados para aqueles que
cumprem a função de produzir a mercadoria” (COUTINHO; SCHEINVAR, 2015, p. 12, grifos dos autores).
Isto é, um controle que se ampliava para além do corpo físico, ao trabalho, atingindo subjetividades,
relações sociais, processos educativos.
O desenvolvimento do taylorismo, com suas estratégias de organização racional do trabalho, para
aumento da produção industrial, foi fortalecido a partir da associação a outra proposta de organização
do processo de trabalho, denominada fordismo, no início do século XX, como veremos a seguir.
3.1.3 Fordismo
Você já parou para pensar sobre a quantidade de coisas que são produzidas, comercializadas e
consumidas todos os dias? Já observou como essas mercadorias se tornam obsoletas de forma rápida?
Por exemplo, ao comprar o último lançamento de uma TV, parcelada em 12 vezes no cartão de crédito,
antes mesmo de concluir o pagamento das parcelas, ela já foi substituída por outro modelo de TV muito
mais inovadora? Você sabia que isso consiste na proposta de produção e consumo em massa e
apresenta relação com o fordismo? Vamos explicar.
Como falamos anteriormente, a padronização e organização das formas e processos de trabalho pelo
taylorismo foram incorporadas ao fordismo, no início do século XX. Idealizado por Henry Ford (1863-
1947), o fordismo foi elaborado como um modelo de produção em massa, com padronização dos
produtos, redução do tempo e custos gastos na produção, bem como na disponibilização deles para
consumo em massa.
Antunes (2017) explica que o fordismo possui quatro pontos centrais, quais sejam:    fixação dos
trabalhadores nos postos, racionalizando processos e reduzindo desperdícios;  configuração da linha de
montagem, integrando as atividades de cada trabalhador, conforme a definição da gerência da empresa; 
descrição das tarefas com tempo e modo de execução, com exercícios repetitivos e padronizado;
especialização das atividades com diferenciação entre trabalho intelectual de trabalho manual.
A divisão do trabalho, no modelo fordista/taylorista, foi estabelecida da seguinte forma: em cada parte
da produção, um grupo de operários executava determinada tarefa, sendo a interligação entre as partes
da tarefa realizada por meio da esteira e o ritmo de trabalho definido pela gerência. Dessa forma, a
divisão parcelar do trabalho proposta pelo fordismo se combinava ao ritmo de trabalho cronometrado
definido pelo taylorismo, com separação entre a dimensão intelectual, responsável pela elaboração, e
dimensão manual do trabalho, a quem cabia a execução (CUNHA, 2016). Assim como da manutenção
da divisão sexual do trabalho, ou seja, a desigualdade entre homens e mulheres no ambiente de trabalho,
sendo o trabalho feminino mais desvalorizado, precarizado e inferiormente remunerado (GUILDARELLI,
2014).
O padrão de produção fordista/taylorista encontrou ressonância e foi amplamente difundido nas
economias capitalistas centrais, após a Segunda Guerra Mundial, agregando-se ao liberalismo de John
Maynard Keynes, que ficou conhecido como keynesianismo, enquanto expressão intelectual para a saída
da crise dos anos 1929-1932, com a criação da proposta do Estado de bem-estar social, fundado nos
pilares do pleno emprego e igualdade social, por meio da ação do Estado em duas vias: geração de
emprego dos fatores de produção, através dos serviços públicos e privados; aumento da renda e
promoção de igualdade, a partir do investimento em políticas sociais (BEHRING; BOSCHETTI, 2011).
Mas como essa relação acontece entre o fordismo/taylorismo com o Estado de bem-estar social e as
estratégias do capital para enfrentamento e saída da crise, após a Segunda Guerra Mundial? 
Behring e Boschetti (2011) explicam que a combinação entre produção em massa e consumo de massa
não exigia apenas um novo sistema de reprodução da força de trabalho, mas também a produção de um
novo indivíduo, cujo modo de vida e consumo precisava ser articulado à nova proposta da sociedade
capitalista.
Significa que produzir em larga escala necessitava de que os produtos fossem comercializados e
consumidos também em larga escala. Para isso, um novo modo de vida e consumo na sociedade
precisava ser criado e estimulado. No que a educação, a ética, a disseminação de valores, legislação,
organização e relações sociais passam a ser utilizadas como estratégias para esse fim.
Figura 9 -
Produção em massa era a proposta do fordismo.
Fonte: Rainer Plendl, Shutterstock, 2020.
Importante registrar que tais mudanças não foram aceitas sem questionamentos, greves e protestos
protagonizados pelo movimento operário, contribuindo também para alterações nas relações sociais
entre burguesia e trabalhadores.
No caso da burguesia, as altas taxas de lucro, como resultado da superexploração dos trabalhadores,
pressionaram por concessões e acordos. Os trabalhadores, por sua vez, organizados no movimento
operário, ainda que tendo atitudes mais corporativistas, contentando-se com acordos coletivos, ganhos
relacionados ao aumento da produtividade e da expansão das políticas sociais (BEHRING; BOSCHETTI,
2011).
Nesse contexto, o Estado tem papel fundamental para manutenção da produtividade e taxas de lucro,
segundo padrões fordistas,assumindo uma série de obrigações, como controle dos ciclos econômicos
e combinação de políticas fiscais e monetárias, dirigidas para áreas de investimento público, como
transporte e equipamentos públicos, como também complementação aos salários dos trabalhadores
com gastos referentes à assistência médica, habitação, educação, dentre outros, e participação nos
acordos salariais e direitos na produção dos trabalhadores (HARVEY, 2008).
Por volta dos anos 1970, uma nova crise capitalista coloca em xeque a proposta keynesiana do Estado
de bem-estar social e dos modelos de produção fordista/taylorista, abrindo para a criação de outras
formas de gestão e organização do trabalho, a partir da experiência do modelo produtivo toyotista, que
vamos apresentar a seguir.              
3.1.4 Toyotismo
Você já ouviu falar sobre a exigência de um trabalhador polivalente, multifuncional? Já leu reportagens
sobre vagas de emprego que apresentam como uma das exigências o candidato ser um trabalhador
polivalente? Sabia que essa exigência apresenta relação com a proposta do toyotismo? Vamos à
explicação.
Por volta dos anos 1960, uma série de acontecimentos contribuem para apresentar problemas sérios no
fordismo. De acordo com Harvey (2008), alguns dos acontecimentos foram a recuperação no pós
Segunda Guerra Mundial e a necessidade de expandir os mercados de exportação da Europa Ocidental e
Japão; a queda da produtividade e lucratividade nos Estados Unidos a partir de 1966; a formação do
mercado euro-dólar; as políticas de substituição de importação nos países chamados, na época, do
VOCÊ SABIA?
Existem registros que, em 1916, Henry Ford contratou assistentes sociais para
atuar no controle sobre o modo de vida e consumo dos trabalhadores inseridos
em sua fábrica, com objetivo de promover padrões de consumo entre os
trabalhadores de acordo com os interesses da empresa (BEHRING;
BOSCHETTI, 2011).
Terceiro Mundo, especialmente na América Latina; o desafio à hegemonia dos Estados Unidos pelos
países recém-industrializados, dentre outros, tornaram explícita a incapacidade do fordismo/taylorismo
de conter contradições que são próprias do capitalismo, contribuindo com a profunda recessão de 1973,
fortalecida pelo choque do petróleo.
Novas experiências referentes à organização do trabalho e da vida foram gestadas, na perspectiva de
recuperar os padrões de acumulação capitalista. Harvey (2008) denomina essa experiência de
acumulação flexível, sendo marcada pelo confronto com a rigidez apresentada pelo fordismo, apoiando-
se na flexibilidade dos processos e mercados de trabalho, dos produtos e padrões de consumo da
sociedade, bem como investindo na criação de novos setores produtivos e inovação comercial,
tecnológica e organizacional.
De acordo com Guildarelli (2014), o toyotismo apresenta a proposta de organização do trabalho,
baseada na filosofia de uma empresa enxuta e flexível, conforme foi adotado na Itália e no Japão. Nesse
modelo, estão presentes os círculos de controle de qualidade (CCQs), que agrupam trabalhadores para
discussão sobre a qualidade do trabalho e gerar sentimento de pertencimento à empresa a qual estão
vinculados; o desenho assistido por computador (CAD) e a manufatura assistida por computador (CAM),
contribuindo para que parte da produção seja externa à fábrica; o sindicalismo por empresa, fragilizando
o movimento operário de forma geral; a redução dos postos de trabalho; a terceirização; a dispersão da
produção pelo mundo, dentre outros.
Sem romper com a base taylorista/fordista, o toyotismo buscou responder às demandas de
acumulação, reprodução e valorização do capital deflagradas por período de crise de superprodução,
provocada pelas metas do fordismo (HARVEY, 2008). Você se lembra que a proposta do fordismo foi de
produção e consumo em massa? Pois bem, a partir da crise deflagrada entre os anos 1960 e 1970, os
trabalhadores vivenciam altas taxas de desemprego e o consequente enfraquecimento do poder dos
sindicatos, o aumento da competição por uma vaga de trabalho, enquanto os patrões obtêm a redução
das margens de lucro.
Figura 10 - Círculos de controle de qualidade levam trabalhadores a discutir melhorias e gerar sentimento
de pertencimento às empresas.
Fonte: Fizkes, Shutterstock, 2020.
Diante dessa conjuntura, a partir da acumulação flexível, explica Harvey (2008), o capital investe na
reestruturação do mercado de trabalho impondo contratos flexíveis, trabalho em tempo parcial,
temporário e subcontratado, podendo o trabalhador ser demitido sem ou com poucos custos quando
consideram necessário, como também fortaleceu a vulnerabilidade dos grupos desprivilegiados pelas
questões de gênero e raciais, como mulheres e população negra.
A transformação da estrutura de mercado do trabalho ocasionou outras mudanças, como a formação de
pequenos negócios, reavive-se o trabalho doméstico, familiar, paternalista, crescem as economias
informais, aproveitamento da força de trabalho pouco remunerada dos países mais pobres, dentre
outros (HARVEY, 2008).
Ocorre, nesse período e se prolongando na atualidade, a substituição do trabalho contratado e
regulamentado da era taylorista e fordista, resultado da luta histórica dos trabalhadores por direitos
sociais, pelo empreendedorismo, trabalho intermitente, trabalho voluntário, capital humano, salários
flexíveis, trabalho polivalente, trabalho digital etc. Tais formas de trabalho materializam a
superexploração do trabalho, configurando “[…] a tendência crescente a precarização estrutural da força
de trabalho em escala global” (ANTUNES, 2017, p. 5), impulsionados por metas e competências.
Qual o resultado disso para a classe trabalhadora? De acordo com Antunes (2015, p. 6), “[…]
terceirização, informalidade, flexibilidade, desemprego, desemprego por desalento (que não entra nas
estatísticas) e pauperização amplificada”, assim como a demanda por uma série de qualificações
comportamentais, educacionais e profissionais. No entanto, essas consequências são legitimadas e
justificadas sob o discurso da culpabilização dos trabalhadores.
No plano da subjetividade dos trabalhadores, as consequências vão desde a transformação em sujeito-
objeto, que funciona para a autoafirmação e a reprodução de uma força estranha, a autoalienação
quando vende sua força de trabalho sob condições que lhe são impostas pela lei de mercado
(ANTUNES, 2015).
Você percebeu que a exploração faz parte do trabalho da classe trabalhadora no modo de produção
capitalista, seja nos modelos de produção do taylorismo, fordismo ou toyotismo? Entendeu a
configuração do trabalho no modo de produção capitalista? Então, vamos ao próximo item, tratar do que
Figura 11 - Trabalho digital, uma das tendências da precarização estrutural da força de trabalho.
Fonte: Scyter5, iStock, 2020.
significa a exploração e compreender a alienação como causa e resultado desse processo.   
3.2 Trabalho na sociedade capitalista: exploração e
alienação
Como você pôde observar, no modo de produção capitalista, o trabalho sofre e promove alterações com
relação a sua organização e execução, as relações sociais, as condições de vida das pessoas, a
sociabilidade. Nesse modo de produção, o trabalho é subordinado ao capital para extração do
excedente, criação de valor e valorização do capital, conforme explicamos anteriormente, o que
caracteriza a exploração do trabalho. Vejamos como isso acontece.
O capitalista, ao contratar o trabalhador para uma determinada jornada de trabalho, paga um salário que
corresponde ao valor da força de trabalho. Durante essa jornada, a força de trabalho produz mais valor
que o valor que se necessita para a reprodução, sendo esse valor excedente, denominado por Marx
(2013) de mais-valia, que o capitalista se apropria sem qualquer despesa ou custo adicional (NETTO;
BRAZ, 2011).
Dessa forma, na jornada de trabalho, o tempo de trabalho dos trabalhadores se desdobra em duas
partes. Na primeira parte, há o tempo de trabalho necessário, em que os trabalhadores produzem o valor
que corresponde aos seus salários,cobrindo sua reprodução. Esse tempo de trabalho é necessário tanto
para  trabalhadores quanto para  capitalistas, visto que “[…] ele é necessário ao trabalhador, porquanto é
independente da forma social de seu trabalho, e é necessário ao capital e seu mundo, porquanto a
existência contínua do trabalhador forma sua base” (MARX, 2013, p. 293).
Na segunda parte, há o tempo de trabalho excedente, que significa a produção pelos trabalhadores do
valor excedente (mais-valia), ou seja, “[…] o trabalhador trabalha além dos limites do trabalho necessário,
custa-lhe, de certo, trabalho, dispêndio da força de trabalho, porém não cria valor algum para o próprio
trabalhador” (MARX, 2013, p. 293), visto que lhe é extraído pelo capitalista.
Isso ocorre porque a força de trabalho possui um traço que a torna única e diferente de outras
mercadorias: “[…] ela cria valor ao ser utilizada, ela produz mais valor que o necessário para reproduzi-la,
ela gera um valor superior ao que custa” (NETTO; BRAZ, 2011, p. 110). Dessa forma, a marca da
produção capitalista é a seguinte: “[…] o capitalista paga ao trabalhador o equivalente ao valor de troca
de sua força de trabalho e não o valor criado por ela na sua utilização (uso) — e este último é maior que
o primeiro” (NETTO; BRAZ, 2011, p. 110).
Vamos assistir à uma videoaula para entendermos melhor sobre a mais-valia?
Vejamos um exemplo. Imagine um padeiro contratado para uma jornada de trabalho de 8 horas diárias
que devem ser executadas de segunda a sábado. Mensalmente, esse trabalhador totaliza, em média,
192 horas trabalhadas na produção de pães, bolachas, bolos etc. Conforme explicamos acima, parte
dessa jornada consiste em tempo de trabalho necessário, cuja venda dos produtos produzidos subsidia
o salário desse trabalhador e os custos da produção; e o restante da jornada produz o valor excedente
que fica para o dono da padaria. Entendeu? 
É essa relação entre trabalho necessário e trabalho excedente que resulta, segundo Netto e Braz (2011),
na taxa de mais-valia e, consequentemente, na taxa de exploração do trabalho pelo capital. A relação
capital/trabalho, personalizada na relação capitalista/proletário, que tratamos anteriormente, consiste
basicamente “[…] na expropriação (ou extração, ou extorsão) do excedente devido ao produtor direto (o
trabalhador)” (NETTO; BRAZ, 2011, p. 111), sendo essa relação de exploração o fundamento do modo de
produção capitalista.
Ou seja, a extração da mais-valia é a forma específica que assume a exploração no capitalismo, como
afirma Bottomore (1988), em que o excedente assume a forma de lucro e a exploração se materializa
quando os trabalhadores produzem mercadorias que são vendidas por valores maiores que seus
salários.
Figura 12 - Na jornada de trabalho, há o tempo de trabalho necessário e o tempo de trabalho excedente.
Fonte: Kheng Guan Toh, Shutterstock, 2020.
Essa extração da mais-valia apresenta duas formas: absoluta e relativa. Para produção da mais-valia
absoluta existem as estratégias da ampliação da jornada de trabalho sem alteração do salário e/ou da
intensificação do ritmo de trabalho. Ao ampliar para 10, 12 ou mesmo 14 horas a jornada de trabalho ou
mesmo intensificar o ritmo da produção de mercadorias, preserva-se o tempo de trabalho necessário e
se amplia o tempo de trabalho excedente, o que resulta em crescimento da produção do excedente, ou
seja, da mais-valia. Já a mais-valia relativa é obtida através da introdução de inovações tecnológicas e
conquistas científicas, potencializando a produtividade sem alterar a jornada de trabalho (NETTO; BRAZ,
2011).
Dedicar parte significativa de seu dia à jornada de trabalho implica que o trabalhador tenha
comprometido a maior parte do tempo do seu cotidiano com o tempo de trabalho, restando
pouquíssimo tempo para o ócio, o tempo livre, o tempo de produção da arte, do belo, do afeto, do sono,
do descanso. No caso das mulheres, por exemplo, que vivenciam o acúmulo do trabalho externo com o
trabalho doméstico, se agrava mais ainda provocando adoecimento, estresse, ansiedade, dentre tantos
outros. 
Compreendendo que a exploração do trabalho está presente no modo de produção capitalista, com as
devidas particularidades, Marx (2013) chama atenção para o fato de que a diferença entre o trabalho no
modo de produção escravista e o trabalho assalariado do capitalismo está na forma como a mais-valia é
CASO
Em reportagem do Fantástico (2014), intitulada “Funcionários do setor de
telemarketing relatam uma série de abusos” fica evidente a relação de exploração
no trabalho, por meio do relato de assédio moral, de humilhações por não cumprir
metas (inalcançáveis), a definição de escala para as funcionárias engravidarem.
A profissão de operador de telemarketing está entre as mais insalubres na
atualidade. A reportagem demonstra que o trabalhador de call center está sujeito a
vários problemas de saúde, como laringite, perda de audição, tendinites e danos
psicológicos causados por uma atividade estressante. O grande estresse, a
pressão de atingir metas e intervalo para comer só de 15 minutos leva a muitos
casos de gastrite.
Esse processo de adoecimento se amplia no contexto de acumulação flexível, em
virtude do alto índice de desemprego, das exigências e metas inalcançáveis, do
enfraquecimento dos sindicatos, das perdas dos direitos trabalhistas,
materializando a superexploração do trabalho (ANTUNES, 2017).  
extraída. Para os escravos, a compreensão da exploração era imediata e baseada na violência, visto que
tudo que produziam e, até mesmo a sua vida, era subtraída, roubada, expropriada.
No caso do trabalhador assalariado e denominado de livre, no entanto, a compreensão sobre a
exploração é menos perceptível, visto que no cotidiano há essa divisão entre tempo de trabalho
necessário e tempo de trabalho excedente e a ideia de que o salário remunera todo o seu trabalho
reforçada pela continuidade da jornada de trabalho, do fato de que os meios de produção e o espaço
físico pertencem ao capitalista. Por isso, os trabalhadores de forma geral, sentem a exploração, mas
nem sempre alcançam a sua compreensão (NETTO; BRAZ, 2011).
Relacionada à exploração, reside outra questão importante a respeito do trabalho no modo de produção
capitalista: a alienação, sendo esta uma ação na qual indivíduos, grupos, instituições ou sociedade se
tornam estranhos, alheios, alienados ao produto ou resultado de sua atividade, ou à natureza na qual
vivem, ou a outros seres humanos (BOTTOMORE, 1988). 
Figura 13 - Exploração e alienação fundamentam o modo de produção capitalista, inclusive a exploração
do trabalho infantil.
Fonte: Paul Prescott, Dreamstime, 2020.
Em “Manuscritos Econômicos-Filosóficos”, Marx (2017) explica a relação que existe da alienação com o
modo de produção capitalista, partindo sua análise da realidade econômica concreta, identificando que
a alienação do trabalhador se manifesta da seguinte forma:
quanto mais o trabalhador produz, tanto menos ele tem para consumir; quanto mais valor ele
cria, tanto mais ele se torna sem valor e indigno; quanto mais seus produto é elaborado, tanto
mais ele deforma-se; quanto mais seu produto é civilizado, tanto mais bárbaro torna-se o
trabalhador; quanto mais poderoso o trabalho, tanto menor poder tem o trabalhador; quanto
mais engenhoso o trabalho, mais pobre de espírito e servo da natureza torna-se o
trabalhador. (MARX, 2017, p. 194-195)
E como ocorre essa alienação? Marx (2017) explica que o capitalismo oculta o fato de que a alienação
se encontra na essência do trabalho quando não considera que existe uma relação imediata entre
trabalhador, trabalho e produção. Ele afirma que ao produzir obras maravilhosas para os ricos, o trabalho
produz privação para o trabalhador, ao produzir palácios para os ricos, produz cavernas para os
trabalhadores, produz beleza, por um lado, e mutilação, por outro, ao inserir as máquinas, coloca
trabalhadores na barbaridade.
Para facilitar o entendimento, você conhece a música “Cidadão”, cantada por Zé Ramalho?  Na música,um trabalhador relata que participou da construção de um edifício, todo o sofrimento da locomoção, da
rotina de trabalho e que, após construído, nem tem o direito de ficar parado na frente do edifício olhando,
porque, logo, alguém pergunta se ele quer roubar. Também menciona que trabalhou na construção de
uma escola, na qual a filha nem pode estudar. Essa música se relaciona diretamente com a alienação no
modo de produção capitalista.  
O fato de não possuir os produtos de seu trabalho e nem autonomia com relação à atividade produtiva é
o que gera a alienação, ou seja, o que o trabalhador produz, a forma como produz, os instrumentos e
máquinas com os quais produz não lhe pertencem, lhe são estranhos, pois pertencem ao capitalista. É
VOCÊ O CONHECE?
O filósofo alemão Georg Wilhelm Friedrich Hegel, filosoficamente, tratou pela
primeira vez o conceito de alienação. Os hegelianos de esquerda, chamados jovens
hegelianos, interpretaram Hegel em um sentido revolucionário, o que os levou a se
aterem ao ateísmo na religião e ao socialismo na política. Entre os hegelianos de
esquerda, encontram-se Ludwig Feuerbach, David Friedrich Strauss, Max Stirner e, o
mais famoso, Karl Marx.
nessa perspectiva que Marx (2017) trata sobre alienação e justifica que a propriedade privada só existe
por ser produto e consequência desse trabalho estranhado, alienado, sendo a alienação causa e
resultado do processo de exploração que o trabalho sofre no modo de produção capitalista.
Conclusão
Chegamos ao final desta unidade, que abordou o tema do trabalho na sociedade capitalista,
oportunizando que você aprendesse a natureza do trabalho no modo de produção capitalista, diante das
transformações contemporâneas. 
Nesta unidade, você teve a oportunidade de:
compreender as características do modo de produção capitalista
e a forma como organizou o trabalho, a partir da criação e adoção
dos modelos de produção: taylorismo, fordismo, toyotismo, que
provocaram mudanças na sociabilidade e nas relações sociais;  
entender o que é e como se dá a exploração do trabalhador da
sociedade capitalista através da expropriação do excedente de seu
trabalho;
identificar a alienação na ação na qual indivíduos, grupos,
instituições ou sociedade se tornam estranhos, alheios, alienados
ao produto ou resultado de sua atividade, ou à natureza na qual
vivem.
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