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EXPOENTE12 MATEMÁTICA A Daniela Raposo Luzia Gomes Cláudia Mendes Araújo (Universidade do Minho) DE ACORDO COM NOVO PROGRAMA E METAS CURRICULARES VOL. 1 MANUAL DO PROFESSOR APRESENTAÇÃO NOTAS SÍNTESES do essencial a reter, acompanhadas de exemplos e remissões para a teoria. Desafio – Festa no campo de futebol Estamos a ver um importante jogo de futebol. No campo estão 11 jogadores de uma equipa, mais 11 jogadores da outra e ainda o árbitro. Qual será a probabilidade de, nesse grupo de 23 pessoas, haver pelo menos duas a fazer anos no mesmo dia? Primeiro, faz uma estimativa de qual será esta probabilidade. Depois, tenta determinar o seu valor. José Paulo Viana 1. Revisões 2. Propriedades das operações sobre conjuntos 3. Introdução ao cálculo combinatório 4. Triângulo de Pascal e binómio de Newton TEMA I Cálculo Combinatório 38 TEMA I Cálculo Combinatório 11. Resolve a equação = 21, n ≥ 4. n + 1C5 n – 1C3 Exercícios resolvidos Sugestão de resolução = 21 (observa que a expressão só tem significado se n + 1 ≥ 5 ∧ n – 1 ≥ 3 ⇔ n ≥ 4) ⇔ = 21 ⇔ = 21 ⇔ = 21 ⇔ = 21 ⇔ = 21 ⇔ (n + 1) ¥ n = 420 ⇔ n2 + n – 420 = 0 ⇔ n = ⇔ n = ⇔ n = 20 ∨ n = –21 n = 20, pois n ≥ 4. n + 1C5 n – 1C3 (n + 1)! 5!(n – 4)! (n – 1)! 3!(n – 4)! (n + 1)! ¥ (n – 4)! ¥ 3! (n – 4)! ¥ 5! ¥ (n – 1)! (n + 1)! ¥ 3! 5! ¥ (n – 1)! (n + 1) ¥ n ¥ (n – 1)! ¥ 3! 5! ¥ (n – 1)! (n + 1) ¥ n ¥ 6 120 –1 ± √∫1∫ ∫– ∫ ∫4∫ ∫¥∫ ∫(∫– ∫4∫2∫0∫) 2 –1 ± 41 2 De quantas maneiras é possível selecionar cinco cartas de um baralho de 52 cartas de forma que: a) quatro sejam figuras e uma seja ás? b) (*) duas sejam figuras e três sejam cartas de espadas? (*) Grau de dificuldade elevado Caderno de Apoio às Metas Curriculares, 12.º ano 61 Resolve a equação. n + 1A4 = 4A4 ¥ nC2, n ≥ 3 62 3 2 Numa gelataria podem confecionar-se 78 taças diferentes com dois sabores distintos em cada taça. Quantos sabores distintos existem nessa gelataria? 63 Soluções 61. a) 1980 b) 53 820 62. n = 5 63. 13 PROFESSOR (*) Os graus de dificuldade elevados correspondem a desempenhos que não serão exigíveis à totalidade dos alunos. CC12_2.10 Nos problemas de contagem há dois aspetos que deves ter em conta: • se a ordem pela qual consideras os elementos influencia ou não a contagem; • se é possível ou não que os elementos se repitam. Esquematizando / Resumindo nA’p = nP nAp = n! (n – p)! nAn = n! nCp = n! p!(n – p)! Interessa a ordem? Sim Arranjos Com repetição Caso particular: (Arranjos com repetição) (Arranjos sem repetição) (n = p) (Permutações) Não Combinações Sem repetição Sem repetição Págs. 54, 55, 59, 60, 62, 63 e 64 Exercícios 11, 12, 18, 37, 40, 42, 43, 44, 52, 53, 54, 55, 56, 57, 58, 59, 60 e 61 APRENDE FAZENDO Págs. 11 e 12 Exercícios 7, 8, 9, 10, 11, 12, 13, 14, 15, 16 e 17 CADERNO DE EXERCÍCIOS E TESTES Apresentação “Introdução ao cálculo combinatório” Teste interativo “Introdução ao cálculo combinatório” UNIDADE 4 Triângulo de Pascal e binómio de Newton UNIDADE 4 Triângulo de Pascal e binómio de Newton 4.1. Triângulo de Pascal Considera a experiência que consiste em repartir um baralho de 52 cartas pelo João e pela Joana. O João fica com dez cartas e a Joana fica com as restantes. Sabemos que 52C10 é o número de conjuntos diferentes, de dez cartas, que o João pode receber. Como restam 52 – 10 = 42 cartas, 52C42 é o número de conjuntos diferentes que a Joana pode receber. Por um lado, repara que: 52C10 = = e 52C42 = = ou seja, 52C10 = 52C42. Por outro lado, se pensarmos em 52C10 como o número de maneiras distintas de escolher dez cartas de entre 52 e em 52C42 como o número de maneiras distintas de escolher 42 cartas de entre 52, facilmente se percebe que são iguais, pois por cada subconjunto de dez cartas fica automaticamente definido um outro subconjunto de 42 cartas. Destes raciocínios decorre a seguinte propriedade: 52! 10! ¥ (52 – 10)! 52! 10! ¥ 42! 52! 42! ¥ (52 – 42)! 52! 42! ¥ 10! Demonstração Em geral, sejam n e p números naturais, com p ≤ n: nCp = nCn – p = = = = = Logo, nCp = nCn – p. Justifiquemos, agora, esta propriedade utilizando um argumento combinatório: Seja A um conjunto com n elementos. A cada escolha de p elementos, para formar um subconjunto de A, corresponde um outro subconjunto, com n – p elementos, formado pelos elementos de A que não foram escolhidos. Existem, assim, tantos subconjuntos de A com p elementos (nCp) como com n – p elementos (nCn – p). n! p! ¥ (n – p)! n! (n – p)! ¥ (n – (n – p))! n! (n – p)! ¥ (n – n + p)! n! (n – p)! ¥ p! n! p! ¥ (n – p)! 39 Propriedade Dados dois números naturais n e p, com p ≤ n, tem-se que: nCp = nCn – p Determina m tal que: a) 20C5 = 20Cm b) 30Cm + 2 = 30C2m + 4 64 CC12_3.1 Soluções 64. a) m = 5 ∨ m = 15 b) m = –2 ∨ m = 8 PROFESSOR Resolução Todos os exemplos de triângulo de Pascal e binómio de Newton Simulador GeoGebra: Propriedades do triângulo de Pascal 24 TEMA I Cálculo Combinatório Soluções 31. a) 362 880 b) 2880 c) 5760 d) 17 280 e) 100 800 PROFESSOR Como calcular 5! na máquina de calcular? Casio fx-CG 10/20 “RUN MAT” " ”OPTN” (no teclado) " ”PROB” " ”5” " ”x!” " ”EXE” Texas TI-nspire “Calculator” " “MENU” " “5: Probabilidade” " ”1: Fatorial (!)” Texas TI-84 Plus Na opção “MATH”: Observa alguns erros comuns na utilização da definição anterior: • 4! + 5! = 9! Erro! Repara que: 4! + 5! = 4 ¥ 3 ¥ 2 ¥ 1 + 5 ¥ 4 ¥ 3 ¥ 2 ¥ 1 = 24 + 120 = 144 é diferente de: 9! = 9 ¥ 8 ¥ 7 ¥ 6 ¥ 5 ¥ 4 ¥ 3 ¥ 2 ¥ 1 = 362 880 • 4! ¥ 5! = 20! Erro! Repara que: 4! ¥ 5! = 4 ¥ 3 ¥ 2 ¥ 1 ¥ 5 ¥ 4 ¥ 3 ¥ 2 ¥ 1 = 24 ¥ 120 = 2880 é diferente de: 20! = 20 ¥ 19 ¥ … ¥ 3 ¥ 2 ¥ 1 = 2 432 902 008 176 640 000 • = ! Erro! Repara que = = 5 e ! não está definido… ����� ����� 5! 4! 5 4 ����� h i j h i j 5! 4! 5 ¥ 4! 4! h i j 5 4 h i j ERRO TÍPICOCinco raparigas e quatro rapazes vão colocar-se lado a lado para tirarem uma fotografia. Determina de quantas maneiras diferentes se podem dispor os nove amigos se: a) não houver restrições; b) se cada rapaz ficar entre duas raparigas; c) se os jovens do mesmo sexo ficarem juntos; d) se os rapazes ficarem juntos; e) se estiver uma rapariga em cada uma das extremidades. 31 Resolução Essencial para o Exame – exercício 31 Síntese 3. Introdução ao cálculo combinatório Princípios fundamentais de contagem Cardinal da união de conjuntos disjuntos Dados dois conjuntos A e B, tais que A ∩ B = ∅, tem-se que #(A ∪ B) = #A + #B. Princípio geral da adição Se para realizar um processo existirem duas alternativas que se excluem mutuamente, e se existirem n1 maneiras de realizar a primeira alternativa e n2 maneiras de reali- zar a segunda, então o processo pode ser realizado de n1 + n2 maneiras. Cardinal do produto cartesiano de conjuntos finitos #(A ¥ B) = #A ¥ #B Princípio geral da multiplicação Consideremos um processo constituído por duas etapas. Se existirem n1 maneiras de realizar a primeira etapa e se, para cada uma destas, existirem n2 maneiras de rea- lizar a segunda etapa, então todo o processo pode ser realizado de n1 ¥ n2 maneiras diferentes. Págs. 13 a 18 Exemplos #(A ∪ B) = #A + #B = 4 + 3 = 7 Quantos são os números naturais entre 1 e 22 que são múltiplos de 3 ou de 10? Existem sete números naturais entre 1 e 22 que são múltiplos de 3: 3, 6, 9, 12, 15, 18 e 21 Existem dois números naturais entre 1 e 22 que são múltiplos de 10: 10 e 20 Assim, existem nove números naturais entre 1 e 22 que são múltiplos de 3 ou de 10. Note-se que, entre 1 e 22, não existem nú- meros que são simultaneamente múltiplos de 3 e de 10 e que temos 9 = 7 + 2 núme- ros naturais nessas condições. #(A ¥ B) = #A ¥ #B = 4 ¥ 3 = 12 Lança-se uma moeda de 1 euro e um dado equilibrado com as faces numera- das de 1 a 6. Quantas configurações dife- rentes podem surgir? Moeda Dado 2 ¥ 6 = 12 configurações A ∪ BA B ⇒ A ¥ BA B (❋, ●)● ❋ (❋, ●)● (❋, ●)● (❋, ●)● ❋ (❋, ●)● (❋, ●)● (❋, ●)● ❋ (❋, ●)● (❋, ●)●(❋, ●)● ❋ (❋, ●)● (❋, ●)● 49 CALCULADORA apresentam-se explicações de procedimentos com calculadoras gráficas dos seguintes modelos: Texas TI-84 Plus; Texas TI-nspire e Casio fx-CG 10/20. ESQUEMATIZANDO/ RESUMINDO sínteses intercalares. ERRO TÍPICO alerta para erros que são frequentemente cometidos e que se devem evitar. SEPARADOR DE TEMA com referência às unidades que o compõem. O Manual Expoente 12 é constituído por três volumes. No 1.o volume apresentam-se os temas Cálculo Combinatório e Probabilidades. O 2.o volume inclui os temas Funções Reais de Variável Real e Trigonometria e Funções Trigonométricas. No 3.o volume encontram-se os temas Funções Exponenciais e Funções Logarítmicas, Primitivas e Cálculo Integral e Números Complexos. EXERCÍCIOS RESOLVIDOS exemplos de aplicação dos conteúdos que estão a ser estudados. São um auxiliar útil para a resolução dos exercícios propostos na margem. DESAFIOS motivadores da autoria de José Paulo Viana. As resoluções destes desafios são apresentados no final do tema. Nas atividades assinaladas com este símbolo não escrevas no manual. REMISSÕES PARA O “APRENDE FAZENDO” E PARA O CADERNO DE EXERCÍCIOS E TESTES 60 Aprende Fazendo Itens de construção TEMA I Cálculo Combinatório O jogo da sueca joga-se com um baralho de 40 cartas: a um conjunto de dez cartas chama-se mão. Determina o número de mãos distintas com: a) seis figuras; b) quatro ases; c) pelo menos duas damas. 41 Soluções: a) 18 918 900 b) 1 947 792 c) 216 900 552 A Alexandra, que é uma grande apreciadora de café, tem em casa doze cápsulas de café, todas com o mesmo tamanho e forma. Dessas doze cápsulas, quatro são de cores diferentes (vermelho, verde, azul e amarelo) e as restantes oito são pretas. a) Uma amiga ofereceu à Alexandra uma caixa com vinte compartimentos para ela colocar as cápsulas, como mostra a figura. Em cada compartimento cabe apenas uma cápsula. Considera que a caixa está vazia e que a Alexandra pretende lá colocar as doze cápsulas. Quantas configurações visualmente diferentes se podem obter, quando se colocam as doze cápsulas na caixa? b) Supõe agora que as doze cápsulas estão numeradas de 1 a 12. i) Se as cápsulas se encontrarem todas misturadas num frasco e se a Alexandra retirar, simultanea- mente, quatro, ao acaso, em quantos casos poderá retirar exatamente três cápsulas pretas? ii) Se se dispuserem as doze cápsulas em fila, em quantas dessas disposições as cápsulas pretas ficam todas juntas? 43 O João está a tentar adivinhar em que mês fazem anos cinco dos seus novos amigos. a) Quantas são essas possibilidades? b) Em quantas dessas possibilidades todos os amigos fazem anos no mesmo mês? c) Em quantas dessas possibilidades os amigos fazem todos anos, em meses diferentes? d) Em quantas dessas possibilidades três e só três amigos fazem anos no mesmo mês? 42 Soluções: a) 248 832 b) 12 c) 95 040 d) 13 200 Considera o seguinte problema: Durante as férias de verão, a Patrícia comprou quatro colares e três pulseiras diferentes para oferecer às suas amigas. No entanto, ela tem nove amigas e não comprou presentes para todas. De quantas maneiras diferentes pode a Patrícia presentear as amigas? 9A4 ¥ 5A3 e 9C7 ¥ 7A4 ¥ 3! são duas respostas corretas para o problema. Numa pequena composição, explica o raciocínio que te permite chegar a cada uma delas. 44 Soluções: a) 1 496 523 600 b) i) 224 ii) 4 838 400 Teste Final Grupo I Para qualquer universo U e quaisquer subconjuntos A e B de U, A ∩ [√A ∪ (A –∪ √–B )] é igual a: (A) U (B) ∅ (C) √A ∪ B (D) A ∩ √B 1 Solução: Opção (B) Um código é constituído por seis algarismos. Quantos códigos diferentes existem em que o alga- rismo 5 aparece exatamente três vezes e os restantes algarismos são diferentes? (A) 504 (B) 14 580 (C) 10 080 (D) 14 400 2 Solução: Opção (C) Na figura está representado um tabuleiro com nove casas, dispostas em três filas horizontais e três filas verticais. Pretende-se dispor cinco fichas (numeradas de 1 a 5) no tabuleiro, de modo que cada ficha ocupe uma única casa e que cada casa não seja ocupada por mais do que uma ficha. De quantas maneiras diferentes é possível dispor as cinco fichas, de tal forma que as que têm número primo ocupem uma fila horizontal? (A) 90 (B) 180 (C) 270 (D) 540 3 Solução: Opção (D) Sejam a e b dois números naturais tais que a = 2018C20 e b = 2018C21. Qual é o valor de a + 2b? (A) 2019C20 + 2019C21 (B) 2018C20 + 2018C21 (C) 2019C21 + 2018C21 (D) 2019C21 + 2018C20 4 Solução: Opção (C) Sabe-se que nCi = 4096 (n ∈N). Considera as seguintes proposições: (I) n – 1C4 = 330 (II) n + 2Ci = 16 384 Em relação às proposições anteriores, pode afirmar-se que: (A) são ambas verdadeiras. (B) são ambas falsas. (C) (I) é verdadeira e (II) é falsa. (D) (I) é falsa e (II) é verdadeira. Adaptado de Caderno de Apoio às Metas Curriculares, 12.º ano ∑ n i = 0 ∑ n + 2 i = 0 5 Solução: Opção (A) 66 Resolução Exercícios do Teste Final PROFESSOR APRENDE FAZENDO conjunto de exercícios de aplicação e de consolidação; organizados em itens de seleção e itens de construção e com grau de dificuldade identificado. 12 TEMA I Cálculo Combinatório PROFESSOR CC12_1.5 Sejam A, B e C conjuntos de um universo U. Prova que: a) B–\–A = A ∪ √B b) (A ∪ √B) ∩ √A = A –∪ – B c) (A –∪ – B) ∪ B = √A ∪ B d) A ∩ (B ∪ √A) = A ∩ B e) √B –∪ (√ –A ∩ – B) = A ∩ B f) (√B –∪ √C)– ∪ –(√A ∩– B) = = A ∩ B ∩ C g) √A –∪ (–A ∩– B) = A\B h) (A –∩– B) –∪ (√A– ∪– √B) = ∅ 7 Prova que se A ∩ B = ∅, então (A ∪ C) ∩ (B ∪ C) = C. 5 Sejam A, B e C conjuntos de um universo U. Prova que se A ∪ B = U, então (A ∩ C) ∪ (B ∩ C) = C. 6 Demonstração (A ∪ B) ¥ C = {(x, y): x ∈A ∪ B ∧ y ∈C} = = {(x, y): (x ∈A ∨ x ∈B) ∧ y ∈C} = = {(x, y): (x ∈A ∧ y ∈C) ∨ (x ∈B ∧ y ∈C)} = = {(x, y): x ∈A ∧ y ∈C} ∪ {(x, y): x ∈B ∧ y ∈C} = = (A ¥ C) ∪ (B ¥ C) De forma análoga se prova que C ¥ (A ∪ B) = (C ¥ A) ∪ (C ¥ B). Teorema Dados três conjuntos A, B e C, tem-se que: • (A ∪ B) ¥ C = (A ¥ C) ∪ (B ¥ C) • C ¥ (A ∪ B) = (C ¥ A) ∪ (C ¥ B) Sejam A e B dois conjuntos de um universo U. Prova que: a) A ∪ (B ∩ √A ) = A ∪ B b) (A– ∩ –B) ∪ A = U c) (A– ∪ –√B ) ∩ √B = ∅ d) (A ∪ B) ∩ (A ∪ √B ) = A Exercício resolvido Sugestão de resolução a) A ∪ (B ∩ √A ) = (A ∪ B) ∩ (A ∪ √A ) (distributividade da reunião em relação à interseção) = (A ∪ B) ∩ U (acontecimento contrário de A) = A ∪ B (elemento neutro da interseção) b) (A– ∩ –B) ∪ A = (√A ∪ √B ) ∪ A (lei de De Morgan) = (√A ∪ A) ∪ √B (associatividade e comutatividade) = U ∪ √B (acontecimento contrário de A) = U (elemento absorvente da reunião) c) (A– ∪ –√B ) ∩ √B = (√A ∩ √√B ) ∩ √B (lei de De Morgan) = (√A ∩ B) ∩ √B (acontecimento contrário de √B) = √A ∩ (B ∩ √B ) (associatividade) = √A ∩ ∅ (acontecimento contrário de B) = ∅ (elemento absorvente da interseção) d) (A ∪ B) ∩ (A ∪ √B ) = A ∪ (B ∩ √B ) (distributividade da reunião em relação à interseção) = A ∪ ∅ (acontecimento contrário de B) = A (elemento absorvente da reunião) Recorda Dados dois conjuntos A e B, chama-se produto cartesiano de A por B ao conjunto {(a, b): a ∈A ∧ b ∈B} dos pares ordenados (a, b) tais que a e b pertencem, respetivamente, a A e a B. Representa-se por A ¥ B. Exemplo Sejam A = {�, �, ☺} e B = {�, �} dois conjuntos. Então: A ¥ B = {(�, �), (�, �), (�, �), (�, �), (☺, �), (☺, �)} Pág. 9 Exercícios 1, 2, 3 e 4 CADERNO DE EXERCÍCIOS E TESTES Págs. 56 e 58 Exercícios 22 e 34 APRENDE FAZENDO 19 UNIDADE 3 Introdução ao cálculo combinatório 3.2. Arranjos com repetição Dado o conjunto {1, 2, 3, 4, 5}, quantas sequências de três elementos desse conjunto, não necessariamente distintos, se podem formar? (1, 2, 5), (2, 5, 1), (2, 2, 3), … são alguns exemplos do tipo de sequências que preten- demos contar. Utilizando o princípio geral da multiplicação, já estudado, sabemos que: 1.º elemento 2.º elemento 3.º elemento 5 ¥ 5 ¥ 5 = 53 = 125 sequências 125 é o número totalde sequências de três elementos, não necessariamente distintos, escolhidos de entre cinco elementos dados. Diz-se que existem 125 arranjos com repe- tição de 5 elementos 3 a 3. Simbolicamente, escreve-se 5A’3, que é igual a 53 = 125. Este exemplo ilustra o conceito e a propriedade seguintes: Vejamos agora um outro problema, que, apesar de ter um enunciado diferente, é igual ao exemplo que acabámos de estudar. Considerando uma caixa com cinco bolas numeradas de 1 a 5, indistinguíveis ao tato, averiguemos de quantas maneiras distintas podemos extrair, sucessivamente e com repo- sição, três dessas bolas. Utilizando o princípio fundamental de contagem já estudado, tem-se: 1.ª extração 2.ª extração 3.ª extração 5 ¥ 5 ¥ 5 = 53 = 125 maneiras 53 é o número de formas distintas de, dadas cinco bolas, se efetuarem três extrações sucessivas de uma dessas bolas, repondo a bola escolhida após cada uma das extrações. 53 é igual, como já vimos, a arranjos com repetição de 5 elementos 3 a 3. 5 4 31 2 Propriedade nA’p = np Definição Chama-se arranjos com repetição de n elementos p a p ao número de sequências de p ∈N0 elementos, não necessariamente distintos, escolhidos num conjunto de cardinal n ∈N. Representa-se por nA’p. Com as 26 letras do alfabeto, quantas sequências constituídas por três letras se podem formar? 21 Um teste é composto por dez questões de escolha múltipla, sendo que, para cada uma delas, existem cinco alternativas de resposta. Quantas são as chaves possíveis? 22 CC12_2.4 Soluções 21. 17 576 22. 9 765 625 PROFESSOR Propriedade Dados n objetos, existem exatamente nA’p formas distintas de efetuar p extrações suces- sivas de um desses objetos, repondo o objeto escolhido após cada uma das extrações. TESTE FINAL para consolidação das aprendizagens. SOLUÇÕES exclusivas da Edição do Professor, surgem no fim de cada página. NO FINAL DO MANUAL • Soluções RECORDA DEFINIÇÕES destacadas para uma mais fácil identificação. EXERCÍCIOS de aplicação direta dos conteúdos trabalhados na página. CONTEXTUALIZAÇÃO HISTÓRICA enquadramento histórico dos conteúdos tratados. Apresentação ................................................................................................................................................ 2 TEMA I Cálculo Combinatório 1. Revisões ...................................................................................................................................................... 8 2. Propriedades das operações sobre conjuntos ................................................................................. 10 2.1. Inclusão .................................................................................................................................................. 10 2.2. Interseção e reunião ............................................................................................................................... 11 3. Introdução ao cálculo combinatório..................................................................................................... 13 3.1. Princípios fundamentais de contagem .................................................................................................... 13 3.2. Arranjos com repetição ......................................................................................................................... 19 3.3. Permutações ........................................................................................................................................ 23 3.4. Arranjos sem repetição ......................................................................................................................... 27 3.5. Combinações ........................................................................................................................................ 30 4. Triângulo de Pascal e binómio de Newton .......................................................................................... 39 4.1. Triângulo de Pascal ................................................................................................................................ 39 4.2. Binómio de Newton ............................................................................................................................... 45 Síntese ............................................................................................................................................................. 48 Aprende Fazendo .............................................................................................................................................. 52 Desafio ............................................................................................................................................................. 65 Teste Final ........................................................................................................................................................ 66 TEMA II Probabilidades 1. Revisões .................................................................................................................................................... 70 1.1. Experiência aleatória e espaço amostral.................................................................................................. 70 1.2. Acontecimentos...................................................................................................................................... 72 1.3. Operações com acontecimentos ............................................................................................................ 73 1.4. Lei de Laplace ......................................................................................................................................... 74 ÍNDICE 2. Espaços de probabilidade...................................................................................................................... 75 2.1. Probabilidade no conjunto P(E) e espaço de probabilidade ..................................................................... 75 2.2. Acontecimentos e regra de Laplace ....................................................................................................... 77 2.3. Propriedades das probabilidades .......................................................................................................... 87 3. Probabilidade condicionada.................................................................................................................. 94 3.1. Conceito de probabilidade condicionada ................................................................................................ 94 3.2. A probabilidade condicionada como uma probabilidade em P(E) ........................................................... 96 3.3. Acontecimentos independentes ........................................................................................................... 107 3.4. Teorema da probabilidade total ............................................................................................................. 112 Síntese ............................................................................................................................................................ 113 Aprende Fazendo ............................................................................................................................................. 116 Desafio ........................................................................................................................................................... 133 Teste Final ....................................................................................................................................................... 134 Soluções ...................................................................................................................................................... 140 TEMA V – Funções Exponenciais e Funções Logarítmicas TEMA VI – Primitivas e Cálculo Integral TEMA VII –Números Complexos VOL. 3 TEMA III – Funções Reais de Variável Real TEMA IV – Trigonometria e Funções Trigonométricas VOL. 2 Desafio – Festa no campo de futebol Estamos a ver um importante jogo de futebol. No campo estão 11 jogadores de uma equipa, mais 11 jogadores da outra e ainda o árbitro. Qual será a probabilidade de, nesse grupo de 23 pessoas, haver pelo menos duas a fazer anos no mesmo dia? Primeiro, faz uma estimativa de qual será esta probabilidade. Depois, tenta determinar o seu valor. José Paulo Viana 1. Revisões 2. Propriedades das operações sobre conjuntos 3. Introdução ao cálculo combinatório 4. Triângulo de Pascal e binómio de Newton TEMA I Cálculo Combinatório UNIDADE 1 Revisões O cálculo combinatório é a área da matemática que estuda métodos de contagem. Comecemos por rever os conceitos de conjuntos já estudados no 10.º ano de escolaridade. Os conjuntos representam-se, geralmente, por letras maiúsculas, A, B, C, …, X, Y, Z e os seus elementos por letras minúsculas, a, b, c, …, x, y, z. Sejam A um conjunto e x um objeto: • se x é um dos elementos de A, dizemos que x pertence a A e escrevemos x ∈A; • se x não é um dos elementos de A, dizemos que x não pertence a A e escrevemos x ∉A. Os conjuntos A e B dizem-se iguais, e escreve-se A = B, se e somente se: ∀x, x ∈A ⇔ x ∈B Ao único conjunto que não tem qualquer elemento chamamos conjunto vazio e repre- sentamos por { } ou por ∅. Um conjunto pode ser definido enumerando explicitamente os elementos que o cons- tituem; diz-se, neste caso, que estamos a definir o conjunto por extensão. Por exemplo, o conjunto A, com um número reduzido de elementos, 0, 1 e 2, pode ser representado por: A = {0, 1, 2} Um conjunto pode também ser definido por uma condição que é verificada por todos os seus elementos. Por exemplo, B = {x ∈N: x é primo} descreve o conjunto dos números naturais primos. Diz-se que estamos a definir o conjunto por compreensão. Se todo o elemento de um conjunto A é também elemento de um conjunto B, diz-se que A é um subconjunto de B e escreve-se A ⊂ B se: ∀ x, x ∈A ⇒ x ∈B A B TEMA I Cálculo Combinatório 8 Resolução Todos os exercícios de “Revisões” PROFESSOR 9 UNIDADE 1 Revisões Dados um universo U e dois conjuntos A e B desse universo: Operações com conjuntos Complementar de um conjunto A √A ou CA é o conjunto de todos os elementos de U que não pertencem a A. √A = {x: x ∉A} A U A Interseção de A com B A ∩ B é o conjunto de todos os objetos que satisfazem a condição de pertencer simultaneamente a A e a B. A ∩ B = {x: x ∈A ∧ x ∈B} A U B A∩B Reunião de A com B A ∪ B é o conjunto de todos os objetos que satisfazem a condição de pertencer a pelo menos um dos conjuntos A e B. A ∪ B = {x: x ∈A ∨ x ∈B} B U A A ∪ B Diferença entre A e B A\B é o conjunto de todos os objetos de A que não pertencem a B. A\B = {x ∈A: x ∉B} A\B BA U Soluções 1. a) [8, +∞[ b) ]–∞, 5[ ∪ ]9, +∞[ c) [5, 8[ d) [5, +∞[ e) ]–∞, 5[ f) [8, 9] g) [5, √∫3∫0[ ∪ [8, 9] PROFESSOR Considera, no universo R, os conjuntos A = ]–∞, 8[, B = [5, 9] e C = [√∫3∫0, +∞[. Determina: a) √A b) √B c) A ∩ B d) B ∪ C e) A\B f) B\A g) B\(A ∩ C) 1 Nota Decorre naturalmente da definição de complementar de um conjunto A que: • √A ∩ A = ∅ • √A ∪ A = U • √√A = A Apresentação “Revisões” Teste interativo “Revisões” 10 UNIDADE 2 Propriedades das operações sobre conjuntos Vejamos algumas das propriedades mais importantes que envolvem operações com conjuntos. Estas propriedades facilmente se compreendem obser- vando o diagrama de Venn ao lado: Assim, se A ⊂ B, então A ∩ B = A e se A ∩ B = A, então A ⊂ B. As propriedades acima, que facilmente reconheces por observação de um elementar diagrama de Venn, podem ser demonstradas através da definição de inclusão de conjuntos e das propriedades das operações lógicas que estudaste em anos anteriores. Provemos que A ⊂ B se e somente se A ∩ B = A. Analogamente, provaríamos que A ⊂ B se e somente se A ∪ B = B. Demonstração Comecemos por provar que p ⇒ q é equivalente a (p ∧ q) ⇔ p, utilizando uma tabela de verdade: Observa-se que as colunas correspondentes às proposições p ⇒ q e (p ∧ q) ⇔ p são iguais. Logo, p ⇒ q é equivalente a (p ∧ q) ⇔ p. Sejam A e B conjuntos tais que A ⊂ B, ou seja, por definição, ∀x, x ∈A ⇒ x ∈B, o que vimos ser equivalente a ∀x, x ∈A ∧ x ∈B ⇔ x ∈A. Pelas definições de interseção e de igualdade de conjuntos, vem que A ∩ B = A. TEMA I Cálculo Combinatório Considera, no universo R, os conjuntos A = ]–2, π[ e B = [–√∫5, 4]. Determina: a) A ∩ B b) A ∪ B c) √A d) √B e) √A ∩ √B f) √A ∪ √B 2 Soluções 2. a) A b) B c) ]–∞, –2] ∪ [π, +∞[ d) ]–∞, –√∫5[ ∪ ]4, +∞[ e) √B f) √A PROFESSOR CC12_1.1 2.1. Inclusão Teorema Dados dois conjuntos A e B: • A ⊂ B se e somente se A ∩ B = A. • A ⊂ B se e somente se A ∪ B = B. Nota Um caso particular dos teoremas ao lado acontece quando B = U. Nesse caso, porque A ⊂ U, obtemos A ∩ U = A e A ∪ U = U. p q p ⇒ q p ∧ q (p ∧ q) ⇔ p V V V V V V F F F F F V V F V F F V F V A B U Resolução Todos os exercícios de “Propriedades das operações sobre conjuntos” 11 UNIDADE 2 Propriedades das operações sobre conjuntos CC12_1.1 CC12_1.2 CC12_1.3 CC12_1.4 O resultado acima é facilmente ilustrado pelos seguintes diagramas de Venn: Consideremos A, B e C três conjuntos de um universo U. Tem-se: De facto, se tal não fosse verdade, existiria um elemento x ∈∅ tal que x ∉A, o que é impossível. Teorema O conjunto vazio está contido em qualquer conjunto A. Teorema Dados dois subconjuntos A e B de um conjunto U, A ⊂ B se e somente se √B ⊂ √A. Considera, no universo R, os conjuntos A = ]–2, 1[ e B = – , +∞ . Determina, por dois processos distintos: a) A –∩ –B b) A –∪ –B 3 2 3 ÈÍÎ ÈÍÎ 2.2. Interseção e reunião Soluções 3. a) –∞, – ∪ [1, +∞[ b) ]–∞, –2] 4. a) U b) U c) ∅ 2 3 ÈÍÎ ÈÍÎ PROFESSOR Augustus De Morgan (1806-1871) Matemático e lógico britânico, formulou as Leis de De Morgan e introduziu e tornou rigorosa a noção de “indução matemática”. O seu maior contributo para a ciência consistiu na reforma da lógica, abrindo o caminho para o nascimento da lógica simbólica. Contextualização histórica Propriedades Interseção Reunião Comutatividade A ∩ B = B ∩ A A ∪ B = B ∪ A Associatividade (A ∩ B) ∩ C = A ∩ (B ∩ C) (A ∪ B) ∪ C = A ∪ (B ∪ C) Existência de elemento neutro U é o elemento neutro da interseção: U ∩ A = A ∩ U = A ∅ é o elemento neutro da reunião: ∅ ∪ A = A ∪ ∅ = A Existência de elemento absorvente ∅ é o elemento absorvente da interseção: ∅ ∩ A = A ∩ ∅ = ∅ U é o elemento absorvente da reunião: U ∪ A = A ∪ U = U Idempotência A ∩ A = A A ∪ A = A Distributividade da interseção em relação à reunião A ∩ (B ∪ C) = (A ∩ B) ∪ (A ∩ C) (A ∪ B) ∩ C = (A ∩ C) ∪ (B ∩ C) Distributividade da reunião em relação à interseção A ∪ (B ∩ C) = (A ∪ B) ∩ (A ∪ C) (A ∩ B) ∪ C = (A ∪ C) ∩ (B ∪ C) Leis de De Morgan para conjuntos A –∩ –B = √A ∪ √B A –∪ –B = √A ∩ √B Nota Repara que, conciliando os dois teoremas acima, como o conjunto vazio está contido em qualquer conjunto, obtemos ∅ ∩ B = ∅ e ∅ ∪ B = B. A B U A B U A ⊂ B B ⊂ A A B Apresentação “Propriedades das operações sobre conjuntos” Teste interativo “Propriedades das operações sobre conjuntos” Simplifica. a) √A – ∩ – A b) √B ∪ (A ∪ B) c) √B ∩ (A ∩ B) 4 12 TEMA I Cálculo Combinatório PROFESSOR CC12_1.5 Sejam A, B e C conjuntos de um universo U. Prova que: a) B–\–A = A ∪ √B b) (A ∪ √B) ∩ √A = A –∪ – B c) (A –∪ – B) ∪ B = √A ∪ B d) A ∩ (B ∪ √A) = A ∩ B e) √B –∪ (√ –A ∩ – B) = A ∩ B f) (√B –∪ √C)– ∪ –(√A ∩– B) = = A ∩ B ∩ C g) √A –∪ (–A ∩– B) = A\B h) (A –∩– B) –∪ (√A– ∪– √B) = ∅ 7 Prova que se A ∩ B = ∅, então (A ∪ C) ∩ (B ∪ C) = C. 5 Sejam A, B e C subconjuntos de um universo U. Prova que se A ∪ B = U, então (A ∩ C) ∪ (B ∩ C) = C. 6 Demonstração (A ∪ B) ¥ C = {(x, y): x ∈A ∪ B ∧ y ∈C} = = {(x, y): (x ∈A ∨ x ∈B) ∧ y ∈C} = = {(x, y): (x ∈A ∧ y ∈C)∨ (x ∈B ∧ y ∈C)} = = {(x, y): x ∈A ∧ y ∈C} ∪ {(x, y): x ∈B ∧ y ∈C} = = (A ¥ C) ∪ (B ¥ C) De forma análoga se prova que C ¥ (A ∪ B) = (C ¥ A) ∪ (C ¥ B). Teorema Dados três conjuntos A, B e C, tem-se que: • (A ∪ B) ¥ C = (A ¥ C) ∪ (B ¥ C) • C ¥ (A ∪ B) = (C ¥ A) ∪ (C ¥ B) Sejam A e B dois conjuntos de um universo U. Prova que: a) A ∪ (B ∩ √A ) = A ∪ B b) (A– ∩ –B) ∪ A = U c) (A– ∪ –√B ) ∩ √B = ∅ d) (A ∪ B) ∩ (A ∪ √B ) = A Exercício resolvido Sugestão de resolução a) A ∪ (B ∩ √A ) = (A ∪ B) ∩ (A ∪ √A ) (distributividade da reunião em relação à interseção) = (A ∪ B) ∩ U (acontecimento contrário de A) = A ∪ B (elemento neutro da interseção) b) (A– ∩ –B) ∪ A = (√A ∪ √B ) ∪ A (lei de De Morgan) = (√A ∪ A) ∪ √B (associatividade e comutatividade) = U ∪ √B (acontecimento contrário de A) = U (elemento absorvente da reunião) c) (A– ∪ –√B ) ∩ √B = (√A ∩ √√B ) ∩ √B (lei de De Morgan) = (√A ∩ B) ∩ √B (acontecimento contrário de √B) = √A ∩ (B ∩ √B ) (associatividade) = √A ∩ ∅ (acontecimento contrário de B) = ∅ (elemento absorvente da interseção) d) (A ∪ B) ∩ (A ∪ √B ) = A ∪ (B ∩ √B ) (distributividade da reunião em relação à interseção) = A ∪ ∅ (acontecimento contrário de B) = A (elemento absorvente da reunião) Recorda Dados dois conjuntos A e B, chama-se produto cartesiano de A por B ao conjunto {(a, b): a ∈A ∧ b ∈B} dos pares ordenados (a, b) tais que a e b pertencem, respetivamente, a A e a B. Representa-se por A ¥ B. Exemplo Sejam A = {�, �, ☺} e B = {�, �} dois conjuntos. Então: A ¥ B = {(�, �), (�, �), (�, �), (�, �), (☺, �), (☺, �)} Pág. 9 Exercícios 1, 2, 3 e 4 CADERNO DE EXERCÍCIOS E TESTES Págs. 56 e 58 Exercícios 22 e 34 APRENDE FAZENDO UNIDADE 3 Introdução ao cálculo combinatório UNIDADE 3 Introdução ao cálculo combinatório 3.1. Princípios fundamentais de contagem Nesta unidade vais aprofundar o conhecimento de técnicas de contagem que te permi- tirão determinar o número de elementos de conjuntos formados de acordo com certas regras, sem que seja necessário especificar os seus elementos. Na verdade, o primeiro contacto que qualquer criança tem com a matemática é “con- tar”, ou seja, enumerar os elementos de um conjunto, de maneira a determinar o seu nú- mero. Quando nas suas atividades de contagem (contar objetos, pessoas, …) a criança utiliza, por exemplo, os dedos das mãos ou a lista “um, dois, três, …”, ela está a estabe- lecer uma correspondência biunívoca entre o conjunto cujos elementos se pretende con- tar e um conjunto cujo cardinal já é conhecido. Estes processos elementares de contagem baseiam-se no seguinte princípio: Dois conjuntos A e B têm o mesmo cardinal se e somente se existir uma bijeção de A sobre B. Exemplo Conjuntos com o mesmo cardinal dizem-se equipotentes. Um outro princípio básico de contagem é o princípio geral da adição: Este princípio pode ser ilustrado de acordo com a figura ao lado: Assim: Este princípio pode ser generalizado a um qualquer número de alternativas. PROFESSOR CC12_2.1 CC12_2.2 13 Nota O número de elementos do conjunto A pode representar-se por #A e lê-se cardinal de A. Dados dois conjuntos A e B tais que A ∩ B = ∅, tem-se que #(A ∪ B) = #A + #B. Se para realizar um processo existirem duas alternativas que se excluem mutuamente, e se existirem n1 maneiras de realizar a primeira alternativa e n2 maneiras de realizar a segunda, então o processo pode ser realizado de n1 + n2 maneiras. A ∪ BA B ⇒ A B #A = #B Resolução “Introdução ao cálculo combinatório” 14 TEMA I Cálculo Combinatório Apresentamos agora o cardinal do produto cartesiano: O cardinal do produto cartesiano conduz ao seguinte princípio, designado por princípio geral da multiplicação: Este princípio pode ser generalizado a um processo com um qualquer número de etapas. Analisemos os seguintes exercícios, onde se aplicam os princípios que acabámos de estudar e que são ferramentas essenciais para resolver problemas de contagem. Consideremos um processo constituído por duas etapas. Se existirem n1 maneiras de realizar a primeira etapa e se, para cada uma destas, existirem n2 maneiras de realizar a segunda etapa, então todo o processo pode ser realizado de n1 ¥ n2 maneiras dife- rentes. Dados dois conjuntos A e B de cardinais respetivamente iguais a n ∈N e a m ∈N, tem-se que o cardinal do produto cartesiano A ¥ B é igual a n ¥ m. Soluções 8. a) 12 b) 4 9. 132 10. 240 PROFESSOR CC12_2.3 A Ana está a almoçar na Taberna do Manuel e o empregado de mesa informa-a de que o menu do dia tem as seguintes opções: duas escolhas para a sopa (canja ou sopa de legumes), três escolhas para o prato principal (pescada, frango ou tofu) e duas escolhas para a sobremesa (ananás ou mousse). A Ana tem de escolher uma sopa, um prato principal e uma sobremesa. a) Quantos são os menus possíveis? b) Quantos são os menus possíveis cujo prato principal seja frango? 8 De um conjunto de 12 pessoas, de quantas maneiras diferentes podem ser escolhidas duas, uma para presidente e outra para secretária de um clube de futebol? 9 Cinco casais sentam-se ao acaso à mesa, como a da figura. De quantas maneiras distintas o podem fazer de modo que cada rapaz fique à frente da sua namorada e todas as raparigas fiquem do mesmo lado? 10 1. Para fazer uma viagem Porto-Lisboa-Porto podemos usar como meios de transporte o comboio, o automóvel ou o avião. De quantos modos distintos podemos esco- lher fazer esse trajeto, se não pretendermos usar no regresso o mesmo meio de transporte usado na ida? Exercícios resolvidos Sugestão de resolução Podemos representar o problema através de um diagrama de árvore, que es- quematiza as várias possibilidades e que permite contá-las: Há, assim, três modos distintos de escolher o transporte de ida. Por cada uma dessas opções, há duas alternativas para o regresso, uma vez que não preten- demos usar o mesmo transporte que na ida. A resposta é, então, 3 ¥ 2 = 6 modos distintos de realizar a viagem. Ida Volta 3 ¥ 2 = 6 Ida Comboio Volta Automóvel Avião Comboio Avião Comboio Automóvel Resultados possíveis (Comboio, Automóvel) (Comboio, Avião) (Automóvel, Comboio) (Automóvel, Avião) (Avião, Comboio) (Avião, Automóvel) Automóvel Avião Elon Lages Lima nasceu a 9 de julho de 1929, em Maceió. Foi presidente da Sociedade Brasileira de Matemática. Escreveu 25 livros, alguns dos quais dedicados ao ensino da Matemática. Em 2011, foi membro titular da Academia Brasileira de Ciências e pesquisador titular do Instituto Nacional de Matemática Pura e Aplicada (IMPA), instituição da qual foi diretor. Contextualização histórica 15 UNIDADE 3 Introdução ao cálculo combinatório De quantos modos distintos se podem sentar três pessoas: a) num banco de três lugares? b) num banco de cinco lugares? 11 A Ana, a Berta, os respetivos namorados (Carlos e Duarte) e o amigo Eduardo vão passear de automóvel. Apenas as raparigas têm carta de condução. De quantas maneiras diferentes podem ocupar os cincos lugares, dois à frente e três atrás, de modo que ao lado da condutora viaje o respetivo namorado? 12 Soluções 11. a) 6 b) 60 12. 12 PROFESSOR (continua) 2. Quantos números naturais de três algarismos distintos (base decimal) existem? Sugestão de resolução O primeiro algarismo pode ser escolhido de nove maneiras distintas (repara que não podemos usar o zero, porque, fazendo-o, o número natural obtido passaria a ter dois algarismos e não três). Depois, para o segundo algarismo temos nove opções de escolha (podemos usar todos os algarismos, exceto o usado anteriormente). Depois de escolhidos os dois primeiros algarismos, temos oito modos distintos de escolher o terceiro algarismo (não podemos usar os dois algarismos já utilizados anteriormente). Assim, existem 9 ¥ 9 ¥ 8 = 648 números naturais nas condições pretendidas. 1.º algarismo 2.º algarismo 3.º algarismo 9 ¥ 9 ¥ 8 = 648 Observa um dos erros mais comuns na resolução do exercício anterior: 1.º algarismo2.º algarismo 3.º algarismo 8 ¥ 9 ¥ 10 = 720 # Erro! Se começarmos pelo último algarismo, temos 10 opções de escolha. Para o pe- núltimo restam nove possibilidades (não podemos usar o algarismo utilizado anteriormente), mas para o primeiro algarismo… depende! • se o algarismo zero já tiver sido usado num dos dois últimos lugares, a res- posta é oito (pois não podemos usar esses dois algarismos); • se o algarismo zero não tiver sido usado, então restam sete hipóteses (não podemos usar os dois algarismos utilizados anteriormente nem o zero). A contagem, começando pelo último algarismo, seria: • se o último algarismo é zero, temos nove escolhas para o segundo e oito esco- lhas para o primeiro (8 ¥ 9 casos); • se o último algarismo não é zero, mas o segundo é zero, temos nove possibi- lidades para o último e oito possibilidades para o primeiro (mais 8 ¥ 9 casos); • se nenhum algarismo é zero, temos nove possibilidades para o último, oito pos- sibilidades para o segundo e sete possibilidades para o primeiro (7 ¥ 8 ¥ 9 casos). O número total de casos é 8 ¥ 9 + 8 ¥ 9 + 7 ¥ 8 ¥ 9 = 9 ¥ 8 ¥ 9 = 648, como quando contamos pela outra ordem… Repara que este impasse não surgiu na resolução por nós apresentada, pois co- meçamos por escolher o algarismo mais “problemático” – o único que apre- senta uma restrição e que não pode ser zero. Daí a sugestão do matemático Elon Lages Lima: Pequenas dificuldades adiadas costumam transformar-se em grandes dificuldades. Se alguma de- cisão é mais complicada que as demais, ela deve ser tomada em primeiro lugar. ERRO TÍPICO 16 TEMA I Cálculo Combinatório Exercícios resolvidos 5. Considerando as 26 letras do alfabeto, quantas sequências de três letras todas dis- tintas se podem formar, começando com uma vogal e acabando numa consoante? 6. Considera todos os números naturais entre 2000 e 3999, inclusive. Quantos deles são capicuas? Nota que capicua é uma sequência de algarismos cuja leitura da es- querda para a direita ou da direita para a esquerda dá o mesmo número natural. Sugestão de resolução Para a primeira letra temos cinco opções (vogais) e para a última temos 21 (21 consoantes). Para a segunda letra restam-nos 24 opções (pois das 26 letras já utilizamos duas). Assim, existem 5 ¥ 24 ¥ 21 = 2520 sequências. Vogal 2.ª letra Consoante 5 ¥ 24 ¥ 21 = 2520 Um código é composto por seis carateres, dos quais três são vogais e três são algarismos. As vogais e os algarismos encontram-se alternados. Quantos códigos existem nestas condições? 13 Os códigos dos cofres fabricados por uma determinada empresa consistem numa sequência de quatro algarismos, como, por exemplo, 0141. Um cliente vai comprar um cofre a essa empresa e pede que o respetivo código satisfaça as seguintes condições: • tenha exatamente três algarismos 8; • a soma dos seus quatro algarismos seja inferior a 27. Quantos códigos diferentes existem satisfazendo estas condições? 14 Soluções 13. 250 000 14. 12 PROFESSOR 3. A Margarida tem dez livros distintos: cinco de romances, dois de banda desenhada e três de aventura. Ela pretende escolher dois desses livros, de géneros diferentes, para ler nas férias. Quantas escolhas diferentes pode a Margarida fazer? Sugestão de resolução Para que a Margarida escolha dois livros de géneros diferentes, existem três hipóteses mutuamente exclusivas: um romance e um livro de banda desenhada, ou um romance e um livro de aventura, ou um livro de banda desenhada e um livro de aventura. Existem, assim, 5 ¥ 2 + 5 ¥ 3 + 2 ¥ 3 = 31 possibilidades de escolha diferentes. 4. Quantos números naturais de quatro algarismos (base decimal) menores que 5000 e divisíveis por 5 podem ser formados, usando-se apenas alguns ou todos os alga- rismos 2, 3, 4 e 5? Sugestão de resolução Para ser divisível por 5, o último algarismo só admite uma possibilidade – o 5; para o primeiro algarismo existem três hipóteses – qualquer algarismo exceto o 5, uma vez que o número tem que ser menor que 5000; o segundo e o ter- ceiro algarismos admitem quatro hipóteses. Logo, existem 3 ¥ 4 ¥ 4 ¥ 1 = 48 números naturais nas condições pretendidas. 1.º algarismo 2.º algarismo 3.º algarismo 4.º algarismo 3 ¥ 4 ¥ 4 ¥ 1 = 48 17 UNIDADE 3 Introdução ao cálculo combinatório 8. Quantos são os números naturais pares que se podem escrever (na base decimal) com quatro algarismos distintos? Sugestão de resolução • Número de maneiras diferentes de pintar o círculo com duas cores: 5 ¥ 4 ¥ 1 ¥ 1 = 20 • Número de maneiras diferentes de pintar o círculo com quatro cores: 5 ¥ 4 ¥ 3 ¥ 2 = 120 Assim, existem 20 + 120 = 140 maneiras diferentes de pintar o círculo. A opção correta é a (A). Sugestão de resolução O último algarismo pode ser um de entre cinco opções (0, 2, 4, 6 ou 8) – repara que começámos pelo algarismo com mais restrições. Pretende-se fazer uma bandeira com três faixas horizontais, como a que se apresenta na figura abaixo. Estão disponíveis dez cores diferentes para pintar a bandeira, incluindo a cor vermelha. Pretende-se que sejam respeitadas as seguintes condições: • todas as faixas devem ser pintadas; • cada faixa é pintada com uma única cor; • duas faixas adjacentes não podem ser da mesma cor; • só pode haver repetição de cor se houver pelo menos uma faixa vermelha. Quantas bandeiras diferentes se podem fazer? 15 Com quatro algarismos diferentes, quantos números naturais compreendidos entre 1000 e 4600 podemos formar? 16 Soluções 15. 738 16. 1792 17. 650 PROFESSOR (continua) De um baralho completo, extraem-se, sucessivamente e sem reposição, três cartas. Quantas extrações são possíveis, de forma que a primeira carta seja de copas, a segunda seja um rei e a terceira seja de espadas. 17 Sugestão de resolução Todos os números naturais entre 2000 e 3999, inclusive, são números que co- meçam no 2 ou no 3. Assim, temos duas possibilidades para o primeiro alga- rismo e uma possibilidade para o último algarismo. Por cada uma destas possibilidades, temos dez hipóteses para escolher o se- gundo algarismo e uma hipótese para o terceiro algarismo, pois este tem que ser igual ao escolhido para segundo algarismo. 1.º algarismo 2.º algarismo 3.º algarismo 4.º algarismo 2 ¥ 10 ¥ 1 ¥ 1 = 20 Assim, existem 2 ¥ 10 ¥ 1 ¥ 1 = 20 capicuas entre 2000 e 3999. 7. Na figura está representado um círculo dividido em quatro setores circulares diferentes, numerados de 1 a 4. Estão disponíveis cinco cores para pintar este círculo. Pretende-se que sejam respeitadas as seguintes condições: • todos os setores devem ser pintados; • cada setor é pintado com uma única cor; • setores com um raio em comum não podem ficar pintados com a mesma cor; • o círculo deve ficar pintado com duas cores ou com quatro cores. De quantas maneiras diferentes pode o círculo ser pintado? (A) 140 (B) 230 (C) 310 (D) 390 Adaptado de Teste Intermédio, dezembro de 2008 1 4 3 2 18 TEMA I Cálculo Combinatório Exercícios resolvidos Em seguida, de quantas maneiras se pode escolher o primeiro algarismo? A resposta vai depender do algarismo escolhido para último lugar: • se o zero foi usado como último algarismo, para o primeiro algarismo exis- tem nove possibilidades (só não podemos usar o zero); • se o zero não foi usado como último algarismo, então, para o primeiro alga- rismo existem oito opções (não podemos usar o zero nem o algarismo esco- lhido para a última casa). 1.º algarismo 2.º algarismo 3.º algarismo 4.º algarismo 9 ou 8 5 De modo a resolver este impasse, vamos contar separadamente: • Números que têm zero como último algarismo: Neste caso, só existe uma forma de escolher o último algarismo, nove de es- colher o primeiro, oito de escolher o segundo e sete maneiras de escolhero terceiro. 1.º algarismo 2.º algarismo 3.º algarismo zero 9 ¥ 8 ¥ 7 ¥ 1 = 504 • Números cujo último algarismo é diferente de zero: Neste caso, temos quatro possibilidades de escolher o último algarismo (2, 4, 6 ou 8), oito de escolher o primeiro, oito de escolher o segundo (dos dez algarismos já utilizámos dois) e sete de escolher o terceiro (dos dez algaris- mos já utilizámos três). 1.º algarismo 2.º algarismo 3.º algarismo 2, 4, 6 ou 8 8 ¥ 8 ¥ 7 ¥ 4 = 1792 Assim, o total pretendido é 504 + 1792 = 2296 números. Sugestão de resolução Por exemplo, 30 = 21 ¥ 31 ¥ 51, 20 = 22 ¥ 30 ¥ 51, 1 = 20 ¥ 30 ¥ 50, 2400 = = 25 ¥ 3 ¥ 52, … são alguns dos divisores de 2400. Repara que, cada divisor do número 2400 é do tipo 2a ¥ 3b ¥ 5c, onde a ∈{0, 1, 2, 3, 4, 5}, b ∈{0, 1} e c ∈{0, 1, 2}. Portanto, o número de divisores é o número de ternos ordenados (a, b, c), com a ∈{0, 1, 2, 3, 4, 5}, b ∈{0, 1} e c ∈{0, 1, 2}. Logo, pelo princípio geral da multiplicação, o número de divisores de 2400 é: 6 ¥ 2 ¥ 3 = 36 9. Quantos divisores naturais tem o número 2400 = 25 ¥ 3 ¥ 52? Caderno de Apoio às Metas Curriculares, 12.º ano Soluções 18. a) 18 b) 49 c) 279 19. a) 3864 b) 1567 c) 560 20. a) 16 b) 24 c) 120 PROFESSOR Utilizando os algarismos do conjunto A = {1, 2, 3, 4, 5, 8, 9}, quantos números de três algarismos é possível formar de modo que: a) tenham exatamente dois algarismos iguais a 3? b) os números sejam múltiplos de 5? c) (*) o produto dos algarismos seja um número par? (*) grau de dificuldade elevado Caderno de Apoio às Metas Curriculares, 12.º ano 18 Quantos números naturais de quatro algarismos são maiores que 2400 e: a) têm os algarismos todos diferentes? b) não têm os algarismos 3, 5 nem 6? c) satisfazem simultaneamente as condições das alíneas anteriores? 19 Quantos divisores naturais tem o número: a) 210? b) 1716? c) 75 600? 20 (*) Os graus de dificuldade elevados correspondem a desempenhos que não serão exigíveis à totalidade dos alunos. Págs. 52, 55, 56, 58 e 59 Exercícios 1, 2, 4, 17, 23, 24, 25, 35 e 36 APRENDE FAZENDO 19 UNIDADE 3 Introdução ao cálculo combinatório 3.2. Arranjos com repetição Dado o conjunto {1, 2, 3, 4, 5}, quantas sequências de três elementos desse conjunto, não necessariamente distintos, se podem formar? (1, 2, 5), (2, 5, 1), (2, 2, 3), … são alguns exemplos do tipo de sequências que preten- demos contar. Utilizando o princípio geral da multiplicação, já estudado, sabemos que: 1.º elemento 2.º elemento 3.º elemento 5 ¥ 5 ¥ 5 = 53 = 125 sequências 125 é o número total de sequências de três elementos, não necessariamente distintos, escolhidos de entre cinco elementos dados. Diz-se que existem 125 arranjos com repe- tição de 5 elementos 3 a 3. Simbolicamente, escreve-se 5A’3, que é igual a 53 = 125. Este exemplo ilustra o conceito e a propriedade seguintes: Vejamos agora um outro problema, que, apesar de ter um enunciado diferente, é igual ao exemplo que acabámos de estudar. Considerando uma caixa com cinco bolas numeradas de 1 a 5, indistinguíveis ao tato, averiguemos de quantas maneiras distintas podemos extrair, sucessivamente e com repo- sição, três dessas bolas. Utilizando o princípio fundamental de contagem já estudado, tem-se: 1.ª extração 2.ª extração 3.ª extração 5 ¥ 5 ¥ 5 = 53 = 125 maneiras 53 é o número de formas distintas de, dadas cinco bolas, se efetuarem três extrações sucessivas de uma dessas bolas, repondo a bola escolhida após cada uma das extrações. 53 é igual, como já vimos, a arranjos com repetição de 5 elementos 3 a 3. 5 4 31 2 Propriedade nA’p = np Definição Chama-se arranjos com repetição de n elementos p a p ao número de sequências de p ∈N0 elementos, não necessariamente distintos, escolhidos num conjunto de cardinal n ∈N. Representa-se por nA’p. Com as 26 letras do alfabeto, quantas sequências constituídas por três letras se podem formar? 21 Um teste é composto por dez questões de escolha múltipla, sendo que, para cada uma delas, existem cinco alternativas de resposta. Quantas são as chaves possíveis? 22 CC12_2.4 Soluções 21. 17 576 22. 9 765 625 PROFESSOR Propriedade Dados n objetos, existem exatamente nA’p formas distintas de efetuar p extrações suces- sivas de um desses objetos, repondo o objeto escolhido após cada uma das extrações. 20 TEMA I Cálculo Combinatório O código morse utilizava sequências constituídas por um até quatro símbolos. Os símbolos são um ponto e um traço. Quantas sequências existem no código morse? 23 Num determinado concurso há quatro candidatos e cinco examinadores, devendo cada examinador votar num dos candidatos. De quantas maneiras distintas podem os votos ser distribuídos? 24 Soluções 23. 30 24. 1024 25. 81 PROFESSOR 1. Quantos códigos distintos de multibanco é possível formar, sabendo que cada um é formado por uma sequência de quatro algarismos? Exercícios resolvidos Sugestão de resolução Sabendo que cada código é formado por uma sequência de quatro algarismos, admitindo repetição e podendo o zero ser o primeiro dígito, temos que 10A’4 = 104 = 10 000 é o número total de códigos de multibanco. Podias ter optado por resolver o exercício utilizando o princípio fundamental de contagem já estudado: 1.º dígito 2.º dígito 3.º dígito 4.º dígito 10 ¥ 10 ¥ 10 ¥ 10 = 104 = 10 000 2. Os números de telefone de uma certa região são formados por uma sequência de nove algarismos, sendo os três primeiros 321 (por esta ordem). Quantos números de telefone podem existir nessa região? Sugestão de resolução Sabendo que cada número é constituído por uma sequência de nove algaris- mos, admitindo repetição, e que os três primeiros dígitos são 321, resta-nos ter em conta os últimos seis algarismos da sequência. Assim, temos que 10A’6 = 106 = 1 000 000 é o número total de números de te- lefone. Podias ter optado por resolver o exercício utilizando o princípio fundamental de contagem já estudado: 3 2 1 4.º dígito 5.º dígito 6.º dígito 7.º dígito 8.º dígito 9.º dígito 1 ¥ 1 ¥ 1 ¥ 10 ¥ 10 ¥ 10 ¥ 10 ¥ 10 ¥ 10 = = 106 = 1 000 000 Sugestão de resolução Sabendo que, em cada um dos cinco dias úteis da semana, o Joaquim tem quatro hipóteses diferentes de se deslocar para o trabalho, podendo haver obviamente repetição, temos que 4A’5 = 45 = 1024 é o número total de tabelas diferentes que o Joaquim pode fazer. Conte quantas sequências diferentes se podem formar inserindo quatro missangas num fio, sabendo que as missangas têm três cores possíveis: vermelho, verde e azul. Caderno de Apoio às Metas Curriculares, 12.º ano 25 3. O Joaquim tem várias possibilidades de se deslocar até ao emprego: a pé, de metro, de autocarro ou de carro. No final de cada semana, o Joaquim faz uma ta- bela com a forma como se deve deslocar para o emprego em cada dia da semana (de segunda a sexta-feira). Quantas tabelas diferentes pode o Joaquim fazer? 21 UNIDADE 3 Introdução ao cálculo combinatório Repara que, mais uma vez podias ter optado por resolver o exercício utilizando o princípio fundamental de contagem já estudado: 2.ª feira 3.ª feira 4.ª feira 5.ª feira 6.ª feira 4 ¥ 4 ¥ 4 ¥ 4 ¥ 4 = 45 = 1024 Nota que, neste exemplo, p > n. 4. Quantos subconjuntos tem o conjunto E = {a, b, c, d, e, f}? Sugestão de resolução Podemos associar a cada subconjunto do conjunto E um código formado por uma sequência de zeros e uns, com comprimento 6. Por exemplo, ao subconjunto {a, c, d} associamos o código 101100, em que o 1 significa que o elemento pertence ao subconjunto e 0 significa que o ele- mento não pertence ao subconjunto, como ilustrado no esquema abaixo: a b c d e f U U U U U U 1 0 1 1 0 0 Vejamos outros exemplos: • {a, b, c} corresponde a 111000; • {f, d} corresponde a 000101; • ∅ corresponde a 000000; • {a, b, c, d, e, f} correspondea 111111. Por outro lado, por exemplo, ao código 101010 corresponde o subconjunto {a, c, e}. Atendendo que a cada subconjunto do conjunto E corresponde um e um só código, e que, dada uma sequência de zeros e uns, com comprimento 6, existe um e um só subconjunto de E que tem essa sequência como código, então o número de subconjuntos de E é igual ao número de sequências de zeros e uns, com comprimento 6. Assim, o número de subconjuntos do conjunto E é 2A’6 = 26 = 64. Solução 26. 128 PROFESSOR Quantos subconjuntos tem o conjunto E = {–2, –1, 0, 1, 2, 3, 10}? 26 22 TEMA I Cálculo Combinatório O processo de resolução do exercício anterior pode ser aplicado a qualquer conjunto com um número finito de elementos. Assim, dado um conjunto com p elementos, o nú- mero de subconjuntos desse conjunto é dado por 2A’p = 2p. Ou seja, #P(E) = 2#E. Nos dois exemplos anteriores, temos que: • #P(A) = 2#A = 23 = 8 • #P(B) = 2#B = 24 = 16 Propriedade Seja E um conjunto. Se E tiver p ∈N0 elementos, então P(E) tem 2p elementos. Definição Seja E um conjunto. Designa-se por conjunto das partes de E o conjunto formado pelos subconjuntos de E e representa-se por P(E). Exemplos 1. Seja A = {♣, ♦, ♠}. ∅ " Único conjunto constituído por zero elementos. {♣}, {♦}, {♠} " Todos os conjuntos constituídos por um elemento. {♣, ♦}, {♣, ♠}, {♦, ♠} " Todos os conjuntos constituídos por dois elementos. {♣, ♦, ♠} = A " Único conjunto constituído por todos os elementos. Então, P(A) = {∅, {♣}, {♦}, {♠}, {♣, ♦}, {♣, ♠}, {♦, ♠}, {♣, ♦, ♠}}. 2. Seja B = {1, 2, 3, 4}. Então: P(B) = {∅, {1}, {2}, {3}, {4}, {1, 2}, {1, 3}, {1, 4}, {2, 3}, {2, 4}, {3, 4}, {1, 2, 3}, {1, 2, 4}, {1, 3, 4}, {2, 3, 4}, {1, 2, 3, 4}} Numa sala existem cinco lâmpadas iguais. Cada lâmpada pode ser acesa sem que as outras o sejam. Quantas possibilidades existem de iluminar a sala? Exercício resolvido Sugestão de resolução A sala pode ser iluminada utilizando apenas uma ou duas ou três ou quatro ou cinco lâmpadas. Portanto, pretendemos determinar o número de subcon- juntos de um elemento, de dois elementos, de três elementos, de quatro ele- mentos e de cinco elementos do conjunto das cinco lâmpadas da sala. Sabemos que 25 é o número total de subconjuntos de um conjunto com cinco elementos. Como não interessa contabilizar o conjunto vazio (que corresponde a zero lâmpadas acesas), o número de possibilidades de iluminar a sala é 25 – 1 = 31. Um bar possui 12 bebidas diferentes para preparar cocktails. Sabendo que cada cocktail é uma mistura de duas ou mais bebidas, quantos cocktails diferentes podem ser servidos nesse bar? 27 O casal Raposo tem sete cães de raças distintas. O casal vai passear ao parque da cidade e quer levar pelo menos dois desses cães. De quantas maneiras diferentes pode o casal escolher os cães que os vão acompanhar? 28 Soluções 27. 4083 28. 120 PROFESSOR CC12_2.5 23 UNIDADE 3 Introdução ao cálculo combinatório 3.3. Permutações De quantas maneiras é possível ordenar os três elementos 1, 2, 3? Facilmente enumeramos as seis diferentes ordenações dos elementos 1, 2, 3: 1, 2, 3; 1, 3, 2; 2, 1, 3; 2, 3, 1; 3, 1, 2; 3, 2, 1 Utilizando o princípio geral da multiplicação já estudado, sabemos que: 1.º elemento 2.º elemento 3.º elemento 3 ¥ 2 ¥ 1 = 6 ordenações 6 é o número total de permutações de 3 elementos. De um modo geral, se pretendermos ordenar n elementos de um dado conjunto, temos n formas distintas de escolher o elemento que ocupará o primeiro lugar, n – 1 formas de es- colher o elemento que ocupará o segundo lugar, n – 2 formas de escolher o elemento que ocupará o terceiro lugar, …, 1 forma de escolher o elemento que ocupará o último lugar. Assim, n ¥ (n – 1) ¥ (n – 2) ¥ … ¥ 2 ¥ 1 é o número de formas de ordenar os elementos de um conjunto de cardinal n ≥ 1. Propriedade O número de permutações de n elementos de um conjunto de cardinal n ≥ 1 é igual a n ¥ (n – 1) ¥ (n – 2) ¥ … ¥ 2 ¥ 1 e representa-se por n! (lê-se n fatorial). Definição A uma maneira de ordenar n elementos distintos dá-se o nome de permutação dos n elementos. De quantas formas diferentes se podem arrumar: a) quatro carros num parque de quatro lugares? b) oito carros num parque de oito lugares? 29 Seis jovens, a Ana, a Beatriz, o Carlos, a Dália, o Eduardo e a Filipa, vão concorrer a um sorteio de seis viagens: Barcelona, Berlim, Londres, Madrid, Paris e Roma. Supondo que cada jovem vai ganhar uma viagem, de quantas maneiras diferentes pode resultar este sorteio? Caderno de Apoio às Metas Curriculares, 12.º ano 30 Exemplos 1. 1! = 1 2. 2! = 2 ¥ 1 = 2 3. 3! = 3 ¥ 2 ¥ 1 = 6 4. 4! = 4 ¥ 3 ¥ 2 ¥ 1 = 24 5. 5! = 5 ¥ 4 ¥ 3 ¥ 2 ¥ 1 = 120 6. 6! = 6 ¥ 5 ¥ 4 ¥ 3 ¥ 2 ¥ 1 = 720 Repara que 6! = 6 ¥ 5 ¥ 4 ¥ 3 ¥ 2 ¥ 1 = 6 ¥ 5! 5! ������� Em geral, para qualquer n ∈N, tem-se: n! = n ¥ (n – 1)! Por convenção, tem-se que 0! = 1, sendo esta definição a única para a qual a igualdade n! = n ¥ (n – 1)! é válida para n = 1. CC12_2.6 CC12_2.7 Soluções 29. a) 24 b) 40 320 30. 720 PROFESSOR 24 TEMA I Cálculo Combinatório Soluções 31. a) 362 880 b) 2880 c) 5760 d) 17 280 e) 100 800 PROFESSOR Como calcular 5! na máquina de calcular? Casio fx-CG 10/20 “RUN MAT” " ”OPTN” (no teclado) " ”PROB” " ”5” " ”x!” " ”EXE” Texas TI-nspire “Calculator” " “MENU” " “5: Probabilidade” " ”1: Fatorial (!)” Texas TI-84 Plus Na opção “MATH”: Observa alguns erros comuns na utilização da definição anterior: • 4! + 5! = 9! Erro! Repara que: 4! + 5! = 4 ¥ 3 ¥ 2 ¥ 1 + 5 ¥ 4 ¥ 3 ¥ 2 ¥ 1 = 24 + 120 = 144 é diferente de: 9! = 9 ¥ 8 ¥ 7 ¥ 6 ¥ 5 ¥ 4 ¥ 3 ¥ 2 ¥ 1 = 362 880 • 4! ¥ 5! = 20! Erro! Repara que: 4! ¥ 5! = 4 ¥ 3 ¥ 2 ¥ 1 ¥ 5 ¥ 4 ¥ 3 ¥ 2 ¥ 1 = 24 ¥ 120 = 2880 é diferente de: 20! = 20 ¥ 19 ¥ … ¥ 3 ¥ 2 ¥ 1 = 2 432 902 008 176 640 000 • = ! Erro! Repara que = = 5 e ! não está definido… ����� ����� 5! 4! 5 4 ����� h i j h i j 5! 4! 5 ¥ 4! 4! h i j 5 4 h i j ERRO TÍPICOCinco raparigas e quatro rapazes vão colocar-se lado a lado para tirarem uma fotografia. Determina de quantas maneiras diferentes se podem dispor os nove amigos se: a) não houver restrições; b) se cada rapaz ficar entre duas raparigas; c) se os jovens do mesmo sexo ficarem juntos; d) se os rapazes ficarem juntos; e) se estiver uma rapariga em cada uma das extremidades. 31 Resolução Essencial para o Exame – exercício 31 25 UNIDADE 3 Introdução ao cálculo combinatório 1. De quantas maneiras diferentes se podem sentar nove pessoas numa fila de nove lugares? Exercícios resolvidos Sugestão de resolução Pretendemos sentar nove pessoas em nove lugares, isto é, pretendemos deter- minar o número de permutações de nove elementos. Assim, 9! = 362 880 é o número de maneiras diferentes de se sentarem nove pessoas numa fila de nove lugares. 2. Quantos são os anagramas da palavra LINDA? Sugestão de resolução Cada anagrama de LINDA é uma sequência formada pelas cinco letras distintas L, I, N, D e A. Assim, o número de anagramas da palavra LINDA é 5! = 120. Quantos anagramas tem a palavra: a) LOBA; b) XADREZ. 32 Soluções 32. a) 24 b) 720 33. 86 400 34. a) 479 001 600 b) 414 720 c) 207 360 PROFESSOR Nota Anagramas de uma palavra são as diferentes sequências que se podem formar com as letras dessa palavra. (continua) 3. A Margarida tem dez livros distintos para colocar numa estante: seis são de Fernando Pessoa e quatro são de José Saramago. Dispondo todos os livros ao acaso, de quantas formas distintas podem ficar juntos todos os livros do mesmo autor? Sugestão de resolução Pretende-se que os seis livros de Fernando Pessoa fiquem juntos e os quatro li- vros de José Saramago também. Podemos pensar nos seis livros de Fernando Pessoa como um bloco, dentro do qual existem 6! maneiras distintas de os dis- por. Da mesma forma, os quatro livros de José Saramago constituem outro bloco, dentro do qual existem 4! maneiras distintas de os dispor.Existem, ainda, duas maneiras distintas de colocar estes blocos, uma vez que podemos permutar a ordem dos blocos, ou seja, colocar o bloco José Saramago seguido de bloco Fernando Pessoa ou vice-versa. P P P P P P S S S S 6! ¥ 4! ou: S S S S P P P P P P 4! ¥ 6! Assim, o número pretendido é 2 ¥ 6! ¥ 4! = 34 560. De quantas maneiras distintas se podem colocar em fila quatro rapazes e seis raparigas de modo que as raparigas fiquem sempre juntas? 33 De quantas formas é possível colocar numa prateleira seis livros de Matemática, quatro livros de Física e dois livros de Biologia, todos diferentes entre si, se: a) não houver restrições? b) os livros de Matemática ficarem todos juntos, bem como todos os de Física? c) todos os livros da mesma disciplina ficarem juntos? 34 ����������� ������� ������������������ 26 TEMA I Cálculo Combinatório Exercícios resolvidos 4. Calcula, sem recurso ao fatorial da calculadora. a) 10 ¥ 3! + 4! b) c) d) e) – 8! 7! 50! 45! 10! + 8! 8! 100! 99! 99! 98! Sugestão de resolução a) 10 ¥ 3! + 4! = 10 ¥ (3 ¥ 2 ¥ 1) + 4 ¥ 3 ¥ 2 ¥ 1 = 10 ¥ 6 + 24 = 60 + 24 = 84 b) = = 8 c) = = 50 ¥ 49 ¥ 48 ¥ 47 ¥ 46 = 254 251 200 d) = + = + 1 = 10 ¥ 9 + 1 = 91 e) – = – = 100 – 99 = 1 8! 7! 8 ¥ 7! 7! 50! 45! 50 ¥ 49 ¥ 48 ¥ 47 ¥ 46 ¥ 45! 45! 10! + 8! 8! 10! 8! 8! 8! 10 ¥ 9 ¥ 8! 8! 100! 99! 99! 98! 100 ¥ 99! 99! 99 ¥ 98! 98! 6. Escreve os seguintes produtos na forma , com a e b números naturais. a) 7 ¥ 6 ¥ 5 b) 1000 ¥ 999 ¥ 998 ¥ 997 c) 17 ¥ 18 ¥ 19 ¥ 20 d) n ¥ (n – 1) ¥ (n – 2), n ≥ 3 a! b! Sugestão de resolução a) 7 ¥ 6 ¥ 5 = = b) 1000 ¥ 999 ¥ 998 ¥ 997 = = c) 17 ¥ 18 ¥ 19 ¥ 20 = = d) n ¥ (n – 1) ¥ (n – 2) = = 7 ¥ 6 ¥ 5 ¥ 4! 4! 7! 4! 1000 ¥ 999 ¥ 998 ¥ 997 ¥ 996! 996! 1000! 996! 20 ¥ 19 ¥ 18 ¥ 17 ¥ 16! 16! 20! 16! n ¥ (n – 1) ¥ (n – 2) ¥ (n – 3)! (n – 3)! n! (n – 3)! Determina, sem recurso ao fatorial da calculadora. a) b) b) 35 10! 7! 2017! 2016! 20! + 18! 17! Soluções 35. a) 720 b) 2017 c) 6858 36. a) n b) c) 37. 5 38. a) b) c) d) e) 1 n3 + 3n2 + 2nn2 + n + 1 n 12! 8! 2017! 2014! (n + 2)! (n – 1)! n! (n – 5)! n! (n – p)! PROFESSOR CC12_2.10 Determina n, número inteiro não negativo, tal que: 12n! + 5(n + 1)! = (n + 2)! 37 Considerando n um número natural, simplifica: a) b) c) 36 n! (n – 1)! (n – 1)! (n + 2)! (n + 1)! + (n – 1)! n! Escreve os seguintes produtos na forma , com a e b números naturais. a) 12 ¥ 11 ¥ 10 ¥ 9 b) 2015 ¥ 2016 ¥ 2017 c) (n + 2) ¥ (n + 1) ¥ n, n ≥ 1 d) n ¥ (n – 1) ¥ (n – 2) ¥ ¥ (n – 3) ¥ (n – 4), n ≥ 5 e) n ¥ (n – 1) ¥ (n – 2) ¥ … × (n – p + 1), n ≥ p 38 a! b! 5. Simplifica. a) , n ≥ 2 b)n! (n – 2)! n! (n + 2)! Sugestão de resolução a) = = n ¥ (n – 1) = n2 – n b) = = = n! (n – 2)! n ¥ (n – 1) ¥ (n – 2)! (n – 2)! n! (n + 2)! n! (n + 2) ¥ (n + 1) ¥ n! 1 (n + 2) ¥ (n + 1) 1 n2 + 3n + 2 Pág. 57 Exercício 26 APRENDE FAZENDO 27 UNIDADE 3 Introdução ao cálculo combinatório CC12_2.8 Soluções 39. 15 600 40. 132 PROFESSOR 3.4. Arranjos sem repetição Dado o conjunto {1, 2, 3, 4, 5}, quantas sequências de três elementos distintos desse conjunto podemos formar? (1, 2, 5), (2, 5, 1), (1, 2, 3), … são alguns exemplos do tipo de sequências que preten- demos contar. Utilizando o princípio geral da multiplicação já estudado, sabemos que: 1.º elemento 2.º elemento 3.º elemento 5 ¥ 4 ¥ 3 = 60 sequências 60 é o número total de sequências de três elementos distintos, escolhidos de entre os cinco elementos dados. Diz-se que existem 60 arranjos (sem repetição) de 5 elementos 3 a 3. Simbolicamente, escreve-se 5A3, que é igual a 5 ¥ 4 ¥ 3 = = 60. Este exemplo ilustra o conceito e as propriedades seguintes: 5! 2! O número de arranjos (sem repetição) de n elementos p a p representa-se por nAp. De um modo geral, o primeiro termo de uma sucessão particular de p elementos distintos de um determinado conjunto, com n ≥ p elementos, pode ser escolhido de n maneiras distintas. Em seguida, sobram apenas n – 1 objetos para escolher como segundo elemento e para terceiro elemento já só há n – 2 objetos, ou seja, há no total n(n – 1)(n – 2) maneiras distintas de escolher os três primeiros elementos da sucessão. Reproduzindo este raciocínio até se chegar ao termo de ordem p da sucessão haverá, no total, n ¥ (n – 1) ¥ (n – 2) ¥ … ¥ (n – (p – 1)) = n ¥ (n – 1) ¥ (n – 2) ¥ … ¥ (n – p + 1) maneiras de escolher todos os termos de uma tal sucessão (quando se vai fazer a p-ésima escolha já só sobram n – (p – 1) elementos no conjunto, já que se fizeram previamente p – 1 escolhas), número que, como já viste na alínea e) do exercício 38, pode ser representado por . 1.º elemento 2.º elemento 3.º elemento … p-ésimo elemento n ¥ (n – 1) ¥ (n – 2) ¥ … ¥ (n – (p – 1)) (p – 1) extrações n! (n – p)! ������������������� Definição Chama-se (número de) arranjos (sem repetição) de n elementos p a p ao número de sequências de p ∈N0 elementos distintos, escolhidos num conjunto de cardinal n ∈N, com n ≥ p. Com as 26 letras do alfabeto, quantas sequências constituídas por três letras diferentes se podem formar? 39 Propriedades • nAp = n ¥ (n – 1) ¥ … ¥ (n – p + 1), com 0 ≤ p ≤ n. • nAp = , com 0 ≤ p ≤ n. n! (n – p)! Uma associação é composta por 12 membros. De quantos modos diferentes podem ser escolhidos um presidente e um secretário? 40 28 TEMA I Cálculo Combinatório Solução 41. 720 42. 360 PROFESSOR CC12_2.8 Propriedade Dados n objetos, existem exatamente nAp formas distintas de efetuar p extrações su- cessivas de um desses objetos, sem repor o objeto escolhido após cada uma das ex- trações. Texas TI-84 Plus Na opção “MATH”: Vejamos agora um outro problema, que, apesar de ter um enunciado diferente, é igual ao exemplo que acabámos de estudar. Consideremos uma caixa com cinco bolas numeradas de 1 a 5, indistinguíveis ao tato, e averiguemos de quantas maneiras distintas podemos extrair sucessivamente e sem re- posição três dessas bolas. Utilizando o princípio geral da multiplicação já estudado, tem-se: 1.ª extração 2.ª extração 3.ª extração 5 ¥ 4 ¥ 3 = 60 maneiras 60 é o número de formas distintas de, dadas cinco bolas, efetuar três extrações suces- sivas de uma delas, não havendo reposição da bola escolhida após cada uma das extra- ções, que é igual, como já vimos, a arranjos sem repetição de 5 elementos 3 a 3. 3 4 51 2 Como calcular 5A3 na máquina de calcular? Casio fx-CG 10/20 “RUN MAT” " ”OPTN” " ”PROB” " ”5” " ”nPr” " ”3” " ”EXE” Texas TI-nspire “Calculator” " “MENU” " “5: Probabilidade” " “2: Permutações” Dez atletas vão fazer uma corrida. Conta de quantas maneiras diferentes se poderão colocar três deles no pódio. Caderno de Apoio às Metas Curriculares, 12.º ano 41 Numa fila com seis cadeiras, de quantas formas distintas é que se podem sentar quatro pessoas? 42 29 UNIDADE 3 Introdução ao cálculo combinatório Soluções 43. 57 600 44. a) 11 520 b) 114 244 c) 281 216 PROFESSOR Uma carruagem de metro tem dez bancos individuais, estando cinco deles virados para a frente e os outros cinco virados para a traseira do veículo. De dez passageiros, quatro preferem sentar-se de frente, dois preferem sentar-se de costas e os restantes não têm preferência. De quantas formas distintas se podem sentar os passageiros, respeitando as preferências de cada um? 43 Foram extraídas, sucessivamente e com reposição, quatro cartas de um baralho de 52 cartas. Determina de quantas maneiras diferentes é possível obter: a) por esta ordem, um ás, duas figuras e um número superior a 5; b) primeiro duas cartas vermelhas e depois duas cartas de espadas; c) um rei e três cartas pretas, não necessariamente por esta ordem. Caderno de Apoio às Metas Curriculares, 12.º ano 44 1. Numa corrida participaram seis pessoas. Não havendo empates, de quantas formas distintas se podem distribuir as três medalhas (ouro, pratae bronze)? 2. De um baralho completo extraem-se, ao acaso, sucessivamente e sem reposição, quatro cartas e dispõem-se em fila. Determina o número de disposições de forma que as quatro cartas retiradas sejam figuras. Exercícios resolvidos Sugestão de resolução Destas seis pessoas interessa-nos escolher, ordenadamente (dado que é dife- rente receber medalha de ouro, prata ou bronze) e sem repetição, três delas (uma vez que a mesma pessoa não pode receber mais do que uma medalha). Assim, 6A3 = 120 é o número de maneiras distintas de distribuir as três medalhas. Podias ter optado por resolver o exercício utilizando o princípio geral da mul- tiplicação já estudado: Ouro Prata Bronze 6 ¥ 5 ¥ 4 = 120 Sugestão de resolução Pretende-se saber o número de maneiras distintas de escolher, ordenadamente e sem repetição, quatro cartas de entre as 12 figuras existentes no baralho. Assim, 12A4 = 11 880 é o número pretendido. Sugestão de resolução a) nA2 = 30 ⇔ = 30 ⇔ = 30 ⇔ n2 – n – 30 = 0 ⇔ n = ⇔ n = ⇔ n = 6 ∨ n = –5 n = 6, pois n ≥ 2. n! (n – 2)! n ¥ (n – 1) ¥ (n – 2)! (n – 2)! 1 ± √∫1∫ ∫–∫ ∫4∫ ∫¥∫ ∫(∫–∫3∫0∫) 2 1 ± √∫1∫2∫1 2 3. Resolve, em N, as seguintes equações. a) nA2 = 30 b) nA2 = 15 – 3n b) nA2 = 15 – 3n ⇔ = 15 – 3n ⇔ = 15 – 3n ⇔ n2 + 2n – 15 = 0 ⇔ n = ⇔ n = ⇔ n = 3 ∨ n = –5 n = 3, pois n ≥ 2. n! (n – 2)! n ¥ (n – 1) ¥ (n – 2)! (n – 2)! –2 ± √∫4∫ ∫–∫ ∫4∫ ∫¥ ∫ ∫(∫–∫1∫5∫) 2 –2 ± √∫6∫4 2 Nota Um baralho de cartas completo é constituído por 52 cartas, repartidas por quatro naipes (espadas, copas, ouros e paus). Em cada naipe há 13 cartas: um ás, três figuras (rei, dama e valete) e mais nove cartas (do 2 ao 10). (1, 2, 3) (1, 2, 4) (1, 2, 5) (1, 3, 4) (1, 3, 5) (1, 4, 5) (2, 3, 4) (2, 3, 5) (2, 4, 5) (3, 4, 5) (1, 3, 2) (1, 4, 2) (1, 5, 2) (1, 4, 3) (1, 5, 3) (1, 5, 4) (2, 4, 3) (2, 5, 3) (2, 5, 4) (3, 5, 4) (2, 1, 3) (2, 1, 4) (2, 1, 5) (3, 1, 4) (3, 1, 5) (4, 1, 5) (3, 2, 4) (3, 2, 5) (4, 2, 5) (4, 3, 5) (2, 3, 1) (2, 4, 1) (2, 5, 1) (3, 4, 1) (3, 5, 1) (4, 5, 1) (3, 4, 2) (3, 5, 2) (4, 5, 2) (4, 5, 3) (3, 1, 2) (4, 1, 2) (5, 1, 2) (4, 1, 3) (5, 1, 3) (5, 1, 4) (4, 2, 3) (5, 2, 3) (5, 2, 4) (5, 3, 4) (3, 2, 1) (4, 2, 1) (5, 2, 1) (4, 3, 1) (5, 3, 1) (5, 4, 1) (4, 3, 2) (5, 3, 2) (5, 4, 2) (3, 4, 5) {1, 2, 3}{1, 2, 4}{1, 2, 5}{1, 3, 4}{1, 3, 5}{1, 4, 5}{2, 3, 4}{2, 3, 5}{2, 4, 5}{3, 4, 5} 30 TEMA I Cálculo Combinatório Considera o conjunto {a, e, i, o, u}. Quantos subconjuntos constituídos por dois elementos podem ser formados? 45 Um conjunto tem oito elementos. Determina o número de subconjuntos diferentes que se podem definir a partir deste conjunto e que tenham: a) dois elementos; b) seis elementos; c) oito elementos. Caderno de Apoio às Metas Curriculares, 12.º ano 46 Soluções 45. 10 46. a) 28 b) 28 c) 1 PROFESSOR CC12_2.9 3.5. Combinações Dado o conjunto {1, 2, 3, 4, 5}, quantos subconjuntos de três elementos desse conjunto podemos formar? Procuramos, então, determinar o número de subconjuntos de três elementos escolhidos de entre cinco elementos dados. A cada um desses conjuntos chama-se combinação de 5 elementos 3 a 3. Para o fazer, comecemos por listar todas as sequências (arranjos) de três elementos dis- tintos: Definição Chama-se (número de) combinações de n elementos p a p ao número de subcon- juntos de p elementos (0 ≤ p ≤ n) de um conjunto de n ∈N0 elementos. Cada coluna diz respeito a uma única combinação, para a qual existem seis sequências distintas, uma vez que as sequências diferem apenas na ordem pela qual os números estão escritos, dando origem apenas a uma combinação. Assim, a última linha do quadro apresenta todas as combinações possíveis. Repara que o número de arranjos é seis vezes superior ao número de combinações, o que significa que podemos obter o número de combinações de 5, 3 a 3, dividindo o número de arranjos de 5, 3 a 3, por 6 (número de permutações de três elementos): 5C3 = = = 10 Logo, 10 é o número de subconjuntos de três elementos de um conjunto de cinco ele- mentos. Este exemplo ilustra o conceito e a propriedade seguintes: 5A3 6 5A3 3! O número de combinações de n elementos p a p representa-se por nCp, Cnp ou . n p h i j h i j Recorda • {1, 2} = {2, 1} • (1, 2) ≠ (2, 1) combinações de 5 elementos, 3 a 3 5A3 � � � � � � � � � � � � � � � � 31 UNIDADE 3 Introdução ao cálculo combinatório De um modo geral, o número de subconjuntos de p elementos de um conjunto A, com n elementos, pode obter-se dividindo o número total de sequências de elementos de A e comprimento p por p!, isto é, nCp = = = . nAp p! n! p!(n – p)! n! (n – p)! p! Vejamos agora um outro problema, que, apesar de ter um enunciado diferente, é igual ao exemplo que acabámos de estudar. Considerando uma caixa com cinco bolas numeradas de 1 a 5, indistinguíveis ao tato, averiguemos de quantas maneiras distintas poderemos extrair simultaneamente três dessas bolas. Por se tratar de uma extração simultânea, não interessa considerar a ordem das bolas, mas sim quais as três bolas escolhidas. Assim, o número de formas distintas de, dadas cinco bolas, escolher três é igual ao número de subconjuntos de três elementos de um conjunto com cinco elementos, que é igual a 5C3 = 10 . 3 1 25 4 Propriedade nCp = = , com 0 ≤ p ≤ n. nAp p! n! p!(n – p)! Propriedade Dados n objetos, existem exatamente nCp formas distintas de escolher p (p ≤ n) desses objetos. Notas 1. nC0 = 1, pois, se p = 0, então nC0 representa o conjunto vazio, que é o único subconjunto de zero elementos de um qualquer conjunto. Tem-se ainda que nC0 = = = 1. 2. nCn = 1, pois, se p = n, então nCn representa o próprio conjunto, já que, dado um conjunto com n elementos, só existe um seu subconjunto com n elementos. Tem-se ainda que nCn = = = = 1. 3. O quociente é um número natural, pois representa o número de sub- conjuntos de p elementos de um conjunto com n elementos. n! 0!(n – 0)! n! 1 ¥ n! n! n!(n – n)! n! n! ¥ 0! n! n! ¥ 1 n! p!(n – p)! Justifica que é um número natural. Caderno de Apoio às Metas Curriculares, 12.º ano 47 180 ¥ 179 ¥ … ¥ 142 ¥ 141 40! CC12_2.9 Soluções 47. = = = = , que é igual a 180C40 (ou 180C140), que é um número natural, pois representa o número de subconjuntos de 40 elementos de um conjunto com 180 elementos (ou o número de subconjuntos de 140 elementos de um conjunto com 180 elementos). 180 ¥ 179 ¥ … ¥ 142 ¥ 141 40! 180 ¥ 179 ¥ … ¥ 142 ¥ 141 ¥ 140! 40! ¥ 140! 180! 40! ¥ 140! PROFESSOR Pág. 10 Exercícios 5 e 6 CADERNO DE EXERCÍCIOS E TESTES 32 TEMA I Cálculo Combinatório Os 25 alunos de uma turma vão participar num torneio de andebol de cinco, sendo distribuídos por cinco equipas, identificadas pelas letras A, B, C, D e E. De quantas maneiras diferentes poderá ser feita a distribuição dos alunos pelas equipas? Caderno de Apoio às Metas Curriculares, 12.º ano 49 Num jogo da sueca, quantas mãos de dez cartas se podem obter a partir de um baralho com 40 cartas? 48 Soluções 48. 847 660 528 49. 25C5 ¥ 20C5 ¥ 15C5 ¥ 10C5 PROFESSOR Texas TI-84 Plus Na opção “MATH”: Como calcular 5C3 na máquina de calcular? Casio fx-CG 10/20 “RUN MAT” " “OPTN” " “PROB” " “5” " “nCr” " “3” " “EXE” Texas TI-nspire “Calculator” " “MENU” " “5: Probabilidade” " “3: Combinações” 1. Quantas saladas de fruta distintas, contendo exatamente quatro variedades de fru- tas, podemos fazer dispondo de 11 variedades de frutas diferentes? Exercícios resolvidos Sugestão de resolução Para fazer esta salada basta escolher, de entre as 11 variedades de fruta dispo- níveis, quatro. Repara que a ordem pela qual são escolhidas não é importante. Assim, existem 11C4 = 330 saladas de fruta diferentes. 2. De entre os 20 alunos de uma turma, de quantas maneiras diferentes podemos escolher: a) um delegado, um subdelegado e um secretário? b) uma comissão de três elementos? c) um delegado, um subdelegado e três relações públicas? Sugestão de resolução a) Pretendemos escolher
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