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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ 
FACULDADE DE EDUCAÇÃO FÍSICA 
CURSO DE LICENCIATURA EM EDUCAÇAO FÍSICA 
PLANO NACIONAL DE FORMAÇÃO DE PROFESSORES DA EDUCAÇÃO BÁSICA 
– PARFOR 
POLO TUCURUÍ 
 
 
 
 
PERCEPÇÃO DOS PROFESSORES DE EDUCAÇÃO FÍSICA EM RELAÇÃO AO 
BULLYING NAS AULAS: análise em projeto de assentamento no interior do Pará 
 
 
 
 
Adriel Cardoso Freitas 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Tucuruí – PA 
2020 
 
 
 
 
 
 
 
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ 
FACULDADE DE EDUCAÇÃO FÍSICA 
CURSO DE LICENCIATURA EM EDUCAÇAO FÍSICA 
PLANO NACIONAL DE FORMAÇÃO DE PROFESSORES DA EDUCAÇÃO BÁSICA 
– PARFOR 
POLO TUCURUÍ 
 
 
Adriel Cardoso Freitas 
 
 
 
PERCEPÇÃO DOS PROFESSORES DE EDUCAÇÃO FÍSICA EM RELAÇÃO AO 
BULLYING NAS AULAS: análise em projeto de assentamento no interior do Pará 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso 
apresentado ao colegiado de Educação 
Física, da Universidade Federal do Pará 
(UFPA), Plano Nacional de Formação de 
Professores, como requisito obrigatório para 
obtenção de grau de Lincenciado em 
Educação Física. 
 
Orientador: Prof. Ms. Flavius Augusto Pinto 
Cunha. 
 
Tucuruí – PA 
2020
 
 
 
 
Adriel Cardoso Freitas 
 
 
 
 
PERCEPÇÃO DOS PROFESSORES DE EDUCAÇÃO FÍSICA EM RELAÇÃO AO 
BULLYING NAS AULAS: análise em projeto de assentamento no interior do Pará 
 
 
 
 
 
 
 
Data de aprovação: 
_____/_____/______ 
 
 
 BANCA EXAMINADORA 
 
____________________________________ 
Prof. Ms. Flavius Augusto Pinto Cunha 
Orientador (UFPA) 
 
 
____________________________________ 
Profa: Fátima de Souza Moreira 
Banca avaliadora 
 
 
 
 
 
Dedicatória 
 
A Deus, qυе com sua grandiosa sabedoria e criatividade, colocou seu fôlego de vida 
em mіm, mе sustentou е mе dеυ coragem para questionar realidades е propor sempre 
υm novo mundo dе possibilidades. 
Com muito orgulho e satisfação que dedico esse trabalho a minha mãe, Anna Claudia 
Cardoso Silva, a minha avó Antônia Cardoso Silva ao meu avô Aldenor Cardoso Silva 
e, minha tia Raimunda Claudia Cardoso Silva. Pessoas que foram peça fundamental 
para a minha formação acadêmica, hoje posso dizer que estou realizado e realizei 
sonhos de pessoas que só me querem bem. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
“Sonho que se sonha só, é só um sonho que se sonha só, mas sonho que se sonha 
junto é realidade” 
 
 (Raul Seixas) 
 
 
 
 
 
 
 
AGRADECIMENTOS 
 
Quero agradecer primeiramente a Deus, por ter me proporcionado forças e 
saúde para chegar aonde eu cheguei, por sustentar a minha fé e aumentar dia após 
dia minha vontade de alcançar meus objetivos. 
Em segundo lugar, quero agradecer a minha família pelo o apoio, pelas 
palavras de incentivo, pela paciência que tiveram comigo. Em seguida agradeço 
gradativamente aos meus amigos que de forma direita ou indireta participaram e me 
ajudaram dessa árdua luta. 
Meus agradecimentos аоs/as amigos/as Girlãndia Holanda, Cleane 
Amorim, Janison Pereira, Leiliane Ferreira e Regiane Frazão, companheiros dе 
trabalhos е irmãos nа amizade qυе fizeram parte dа minha formação е qυе vão 
continuar presentes еm minha vida cоm certeza. 
Na oportunidade, agradeço ao meu orientador, Professor Ms. Flavius 
Augusto Pinto Cunha pela paciência e determinação para ofertar de maneira clara e 
objetiva informações para a conclusão do nosso trabalho de conclusão de curso. 
A esta universidade, sеυ corpo docente, direção е administração qυе 
oportunizaram а janela qυе hoje vislumbro υm horizonte superior, eivado pеlа 
acendrada confiança nо mérito е ética aqui presentes. 
Agradeço а todos os professores pоr mе proporcionar о conhecimento nãо 
apenas racional, mаs а manifestação dо caráter е afetividade dа educação nо 
processo dе formação profissional, pоr tanto qυе sе dedicaram а mim, nãо somente 
pоr terem mе ensinado, mаs por terem mе feito aprender. А palavra mestre, nunca 
fará justiça аоs professores dedicados аоs quais sеm nominar terão оs meus eternos 
agradecimentos. 
A Prof. Dr. Lilian Sales na qual de todos os professores, foi a que mais me 
identifiquei grande profissional e uma pessoa humilde e amiga. 
Obrigado mais que especial, a pessoa que me acolheu em sua residência 
provisória, minha querida Lucimara Alves Neves, peça fundamental para minha 
estadia no município no qual conclui o curso. 
De forma geral, quero agradecer todos que direta ou indiretamente me 
ajudaram. 
 
 
 
 
LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS 
 
ABRAPI - Programa de Redução do Comportamento Agressivo entre Estudante. 
BR - Rodovia Belém a Brasília. 
CDC - Código de Defesa do Consumidor. 
GETAT - Grupo Executivo das Terras do Araguaia Tocantins. 
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas. 
INCRA - Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária. 
MST - Movimento Sem Terra. 
OMS - Organização Mundial da Saúde. 
PCNs - Parâmetros Curriculares Nacionais. 
SAVE - Programa Sevilla Antiviolência Escolar. 
SMS - Short Message Service (Serviço de Mensagens Curtas). 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE FIGURAS 
 
Figura 01: Localização geográfica do município de Novo Repartimento..........22 
Figura 01: Localização geográfica do assentamento.........................................23 
Figura 02: Tempo de duração do bullying nas aulas.........................................27 
Figura 03: Bullying com meninos e meninas.....................................................28 
Figura 04: Motivo de Bullying com os meninos.................................................29 
 
 
 
 
 
RESUMO 
 
O problema do bullying tem acontecido com frequência no ambiente escolar, 
independentemente da localidade da escola, seja na zona urbana ou na zona rural. O 
nosso estudo teve por objetivo verificar a percepção dos professores de educação 
física sobre o bullying nas aulas realizadas em algumas escolas do maior projeto de 
assentamento de produtores rurais da América, conhecido como Tuerê, localizado no 
sudeste do estado do Pará. O projeto Tuerê é uma área de difícil acesso com estradas 
quase intrafegáveis os alunos têm transportes escolares que nem sempre consegue 
chegar nas casas dos alunos, as escolas são precária de pequeno porte, os 
professores dos quais participaram desta pesquisa de campo não tem nível superior 
em educação física, a grande maioria exerce a função pelo nível de Magistério. A 
pesquisa se caracteriza por uma abordagem quanti-qualitativa em um corte 
transversal. O instrumento utilizado foi um questionário semiestruturado abordando o 
tema, sendo aplicado para os professores de educação física do ensino fundamental 
das séries finais. De acordo com as vivências dos professores nas aulas e os 
resultados do questionário mostraram que, o bullying de fato acontece, normalmente 
através de pejorativos ou por cultura, gênero e padrões físicos, fatos constantes e 
recorrentes. Dessa forma, concluímos que existe a necessidade de se trabalhar a 
consciência dessas crianças no sentido de evitar essa violência no ambiente escolar, 
propondo ações que estimulem a relação cooperativa e a boa convivência entre os 
estudantes. 
 
 
Palavras-chave: bullying, educação física, escola, educação. 
 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
1. INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 11 
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ............................................................................. 13 
2.1. Aspectos conceituais do bullying .................................................................... 13 
2.2. Aspectos negativos associados ao bullying .................................................... 14 
2.3. Bullyingno ambiente escolar. ......................................................................... 17 
2.4. O Bullying nas aulas de educação física ........................................................ 19 
2.5. Estratégias pedagógicas contra o bullying na escola ..................................... 21 
3. MÉTODOS ............................................................................................................ 23 
3.1. Descrição ........................................................................................................ 23 
3.2. Local ............................................................................................................... 23 
3.3. Participantes ................................................................................................... 25 
3.4. Procedimentos ................................................................................................ 26 
3.5. Análise dos dados .......................................................................................... 26 
4. RESULTADOS E DISCUSSÕES .......................................................................... 27 
5. CONCLUSÕES ..................................................................................................... 34 
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 35 
ANEXOS ................................................................................................................... 38 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
11 
 
 
 
1. INTRODUÇÃO 
 No ambiente escolar, as aulas de Educação Física são consideradas 
atraentes e prazerosas para os alunos. No entanto, existem casos em que os alunos 
resistem em participar das atividades propostas. Autores acreditam que as aulas 
mistas são um amplo espaço para a aceitação e o desenvolvimento da pluralidade 
cultural das aulas de Educação Física em que se defende o direito de todos os alunos 
participarem das aulas, independentemente de cor, etnia, religião, gênero, idade, 
entre outros (CHARLES, 2010). 
 Estudos demonstraram que a falta de interesse das meninas em participar de 
aulas mistas de Educação Física pode ser devido ao bullying por parte do gênero 
masculino. No entanto, a Educação Física faz com que a escola seja para o aluno um 
espaço educativo privilegiado para promover as relações interpessoais, a autoestima 
e a autoconfiança, valorizando-se aquilo que cada indivíduo é capaz de fazer em 
função de suas possibilidades e limitações pessoais (COSTA, 2008). 
 A Educação Física é uma disciplina curricular de enriquecimento cultural, 
fundamental à formação da cidadania dos alunos, baseada num processo de 
socialização de valores morais, éticos e estéticos, que consubstancia princípios 
humanistas e democráticos (CHAVES, 2006). Na escola temos obrigação de repassar 
conhecimentos voltados para a formação de uma identidade individual e coletiva, 
repassando valores como a solidariedade, cooperação e união para que sejam 
compartilhados entre as pessoas. Por meio das aulas de Educação Física, sugestão 
para substituir trecho em vermelho pelo texto seguinte: utilizando os diferentes 
conteúdos da educação física oportunizando o convívio coletivo respeito e 
solidariedade entre alunos, é que se vê a possibilidade de atividades que 
proporcionam aos alunos o prazer de jogar juntos de uma maneira saudável, sem 
utilizar a competição, respeitando a individualidade de cada um. 
Contudo, o texto que se segue apresenta conceitos de bullying, para que 
assim possamos compreender e esclarecer o que ele verdadeiramente é em si, como 
surgiu, como chegou a ser conceitualizado, e algumas formas como costuma a ser 
apresentar, ou seja, como normalmente o classificamos, dependendo da maneira 
como é praticado sejam elas físicas, psicológica, moral, verbal, sexual, social, material 
ou virtual. Na sequência, abordamos sobre o bullying nas escolas, a violência e a 
12 
 
 
 
sociedade, uma vez que, a mesma sempre esteve presente em toda a nossa história, 
e segundo Lopes Neto (2011), “o bullying é mais observado nas relações com crianças 
e adolescentes, que precisam de atenção e cuidados”. 
Mesmo considerando que o tema bullying é recorrente na literatura, a 
justificativa para esse estudo é que se busca identificar essa realidade em escolas de 
assentamentos, necessitando mais investigações com a temática bullying nas aulas 
de Educação Física. Acredita-se que esse tipo de violência ainda é muito comum no 
ambiente escolar, em especial, nas aulas de Educação física. Nessa perspectiva, de 
que forma professores que atuam nessas práticas pedagógicas percebem o bullying 
desenvolvido durante as atividades do seu cotidiano e como isso pode ser 
transformado? A referida pesquisa busca fazer um levantamento acerca do bullying 
nas aulas de Educação Física, tendo como objetivo geral: 
- Analisar a percepção dos professores de Educação Física em relação ao 
bullying durante as aulas. Além disso, buscamos também: 
- Caracterizar o conhecimento dos professores acerca do bullying entre os 
alunos; 
- Identificar a compreensão dos professores quanto ao processo de 
interação dos alunos durante as aulas de Educação Física; 
- Relacionar os tipos de bullying percebidos durante as aulas de Educação 
Física. 
 
 
13 
 
 
 
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 
2.1. Aspectos conceituais do bullying 
 O bullying acontece em toda parte em nossa volta, podemos vivenciar por 
toda parte, nas ruas, supermercados, escolas, academias e até mesmo dentro de 
casa. O bullying, segundo Silva (2009), é um termo de origem inglesa, que atualmente 
vem sendo adotado por muitos países para denominar, ou seja, nomear, ações 
deliberadas de maus tratos contra outra pessoa, colocando-a em situações sob tensão 
constantemente, seja fisicamente, psicologicamente ou as duas possibilidades de 
uma única vez. 
 Fante (2005) afirma que o bullying é uma palavra de origem inglesa, que pode 
ser entendida como o conjunto de atitudes agressivas, intencionais e repetitivas que 
ocorrem sem motivação evidente, adotado por um ou mais alunos contra outro(s), 
causando dor, angústia e sofrimentos. O mesmo autor considera ainda que o 
fenômeno bullying é definido como uma conduta cruel intrínseca nas relações 
interpessoais, em que os mais fortes convertem os mais fracos, constituindo assim 
muitas vezes em objeto de diversão e prazer, através de “brincadeiras” com o objetivo 
de maltratar e intimidar. Como relata o mesmo autor, quando os maiores ou os mais 
velhos causam sofrimento e constrangimento aos menores, eles consideram ser uma 
brincadeira que traz felicidade para os mesmos, acreditamos na hipótese de que uma 
brincadeira sadia é somente quando os dois lados estão felizes e satisfeitos, caso não 
haja essa sintonia, não podemos considera uma brincadeira alegre. 
Vale ainda destacar que o primeiro a relacionar o termo para o fenômeno foi 
Dan Olweus, segundo Raymundo (2007), especializado no assunto ao estudar as 
tendências suicidas entre os adolescentes, descobrindo então que a maioria desses 
jovens tinha sofrido algum tipo de ameaça, e com isso, em 1988, o mesmo lançou 
seus primeiros critérios para detectar o problema do bullying escolar de forma 
específica. Segundo Lopes Neto (2011), existem elementos fundamentais que o 
bullying apresenta, sendo eles os atos repetitivos, os comportamentos danosos e 
deliberados, de modo que existe sempre uma simetria imprópria entre o agressor e 
sua vítima, ou seja, não consideram suas semelhanças, mas sim diferenças extremas. 
O bullying não é um fenômeno recente, mas sim muito mais antiga e praticada, 
e que segundo Hayeck (2009), há conhecimentos que a mesma já foi muito usada na 
14 
 
 
 
Antiguidade, mas que somente a partir do século XIX é que se começou a discuti-la e 
caracteriza-la como um fenômeno que requer atenção, compreensão eestudo. Como 
também algumas das práticas de violência, muito já usadas, que segundo Hayeck 
(2009), variam desde a torturas, psicológicas, sexuais, físicas, negligencias ou até 
mesmo abandonos e trabalhos infantil. 
Percebido como epidemia, o bullying tem sido investigado por diversas áreas 
do conhecimento e têm se debruçado sobre esse fenômeno em diferentes espaços, 
inclusive no ambiente do trabalho (PALÁCIOS; REGO, 2006). Acreditamos que o 
bullying passe de geração para geração, pois ele não tem faixa etária definida, podem 
acontecer com crianças, adolescentes e até mesmo com adultos, onde a maioria das 
vezes, o mais velho é o agressor e o mais novo o agredido. Já no caso dos adultos, 
creio que é uma falta de respeito e caráter muito grande uns para com outros, pois 
são pessoas amadurecidas que, de certa forma, conhecem a realidade do cotidiano, 
e se submetem a essa falta de ética. 
 
2.2. Aspectos negativos associados ao bullying 
Atualmente pode-se dizer que há um consenso sobre a definição de bullying, 
o qual é caracterizado como qualquer comportamento agressivo constituído por três 
elementos centrais: a intenção de prejudicar a vítima; a natureza repetitiva das 
agressões; e o desequilíbrio de poder entre o agressor e a vítima, de acordo com o 
código de Defesa do Consumidor (CDC). O bullying é um fenômeno social e de grupo, 
no qual os comportamentos dos estudantes envolvidos, bem como dos demais 
membros da comunidade escolar, exercem efeitos sobre a sua gênese, manutenção 
e/ ou interrupção, sendo também uma estratégia coercitiva que visa alcançar e manter 
posições mais elevadas na hierarquia social do grupo (PRONK, 2013). 
Segundo Smith et al. (1999), existem vários tipos de bullying que podem 
definidos como: 
• Direto e físico – que inclui bater ou ameaçar fazê-lo, roubar ou 
estragar os objetos dos colegas; forçar comportamentos sexuais; obrigar os 
colegas a realizar tarefas servis contra a sua vontade; 
15 
 
 
 
• Direto e verbal – engloba insultar, pôr alcunhas desagradáveis; 
gozar ou fazer reparos racistas ou que salientam alguma deficiência ou defeito 
dos colegas; 
• Indireto ou relacional – que inclui excluir alguém do grupo de 
pares, espalhar boatos sobre os atributos dos colegas com vista a destruir a 
sua reputação, e de um modo geral, manipular a vida social dos companheiros. 
 
 Diante da constante globalização e dos grandes aparatos tecnológicos, o que 
está em alta quando se refere à prática do bullying, segundo Barbosa (2016), são 
agressões virtuais denominadas de cyberbullying, que ocorrem através das 
ferramentas tecnológicas, são elas: redes sociais (Instagram, Facebook, Twitter), e-
mail, blogs, salas de bate-papo, aplicativos de comunicação (Whatsapp, Viber, Skype, 
Telegram), SMS, jogos on-line. No entanto, nossa linha de investigação buscou 
interpretar essa ação nas aulas de educação Física. 
Recentemente, vários autores começaram a constatar a utilização, por parte 
de um grupo de indivíduos, das novas tecnologias de informação e comunicação, 
como o tele móvel e os recursos da Internet, para enviar mensagens e criar web sites 
de carácter difamatório e hostil, de forma deliberada e intencional para magoar os 
outros (LI, 2007). Segundo Lopes Neto (2011), esta prática pode causar nas vítimas 
os seguintes possíveis efeitos: 
• Depressão - pode aparecer como sintoma, atuando entre os quadros de 
transtorno de estresse pós-traumático, demência, alcoolismo, entre outros, como 
síndro me, que inclui não apenas alterações de humor, mas também alterações 
cognitivas, no sono e apetite, ou como doença que pode ser classificada de diversas 
formas, como, por exemplo, melancolia e depressão integrante do transtorno bipolar. 
• Estresse de desordem pós-traumáticos - é um distúrbio de ansiedade 
que ocorre em vítimas ou testemunhas de atos violentos ou de situações traumáticas, 
que normalmente apresentam ameaça a sua vida ou a de terceiros. 
• Sentimento de agressão - pode acabar fazendo com que a vítima torne-
se assim um agressor e, com isso, começa a agredir outro ser mais fraco que ela, ou 
que, após um tempo, vire um agressor radicalista por vingança, em que cansada de 
apenas receber estes maus atos, a vítima começa também a praticá-lo com outras 
16 
 
 
 
pessoas, normalmente com os menores que ele, e também considerados “diferentes”, 
fazendo assim exatamente o que já fazem com ela, pois a mesma neste momento já 
não possui mais o discernimento que a distingue de seu agressor, tornando assim 
esta nova prática como a sua única saída ou até mesmo uma demonstração real pela 
que vem passando há um determinado tempo. 
• Dores – são as dores que normalmente não são especificadas, ou seja, 
que não possuem um diagnóstico, referentes a uma determinada especificação para 
que ocorra, mas sim algo relacionado mais ao aspecto emocional da pessoa que se 
encontra desregulado/afetado, como por exemplo, dores no corpo, aparecimento de 
manchas na pele, queixas de dores de estomago como as gastrintestinais, e outros 
tipos de intolerâncias, que não são possíveis de serem diagnosticadas pelo médico 
através de exames, uma vez que, o indivíduo está “bem de saúde”, mas tem apenas 
seu psicológico afetado diante das situações de bullying às quais vêm sendo 
submetido constantemente. 
• Perda de autoestima - a vítima não se valoriza mais e sucumbi então 
cada vez mais as provocações, considerando-se inútil, incapaz e até mesmo um peso 
na vida dos demais, de modo que ela começa então a acreditar no que vem dizendo 
a ela, que sua aparência não é boa, desejável, que é então realmente “feia”, que sua 
presença já não é algo importante, que seria melhor se não existisse mais. 
 
 Essas cracterísticas mostram que o bullying vem sendo considerado um forte 
fator de interferência negativa, pois desorganiza as referências pessoais e 
institucionais, fazendo com que os individuos desacreditem no papel da escola 
enquanto local de aprendizagem e segurança (LOURENÇO et al, 2009). Assim, a 
escola deixa de ser considerada espaço de socialização e produção, para ocupar o 
espaço de um dos principais territórios de produção e reprodução de violências, 
indisciplinas, agressões e conflitos, nas mais variadas formas ( PINHEIRO et al, 2010; 
SILVA; PEREIRA 2008). Além disso, muitas crianças e adolescentes não se sentem 
seguros ou pertecentes a escola por encontrarem essas agressões no seu cotidiano 
de estudante (GLEW et al, 2008). 
 Diante das referidas problemáticas, estudiosos querem dizer que muitos alunos 
deixam de frequentar a escola para não passar pelo constrangimento de sofrer o 
17 
 
 
 
bullying de seus colegas, ou até mesmo, os pais por não conseguirem entender sobre 
o assunto, evitam levar seus filhos a escola por medo que eles tenham problemas 
futuros. 
 Da mesma forma, Idalgo (2009) afirma que muitas crianças e adolescentes são 
vítimas constantes de bullying, mas não apresentam denuncia por medo. Muitas vezes 
não voltam mais para a escola, sem dar explicações nem mesmo para a família. Como 
resultado, escolas em muitos países têm desenvolvido programas para promover a 
cooperação ente os alunos, incentivando o diálogo através do treinamento de 
“moderadores” que passam a intervir na resolução das disputas (uma provável 
espécie de mediação), dando suporte as partes, para promover a redução das 
consequências, geralmente caracterizadas pelo baixo aprendizado, medo da própria 
escola e traumas psicológicos. 
 
2.3. Bullying no ambiente escolar 
 A violência escolar é uma realidade que atinge uma parcela significativa de 
crianças e adolescentes, transformando as instituições educacionais em territórios 
pouco seguros, e as relações que nelas se desenvolvem vão sendo esboçadas a partir 
de novas configurações assinaladas muitas vezes por angústia, sofrimento e medo 
(SKRZYPIEC et al, 2011). Nesse cenário, o bullying temse destacado como um 
problema importante a ser investigado e enfrentado. 
 A escola para os alunos e como se fosse a sua segunda casa, onde o professor 
seria a peça fundamental onde se mostra respeito, afeto e admiração, assim como 
respeitam os pais em casa. Muitas das vezes, o filho por algum motivo não gosta de 
ficar em casa, fica muito tempo na casa do coleguinha, às vezes passeando pela rua, 
e assim vai passando seu tempo. Da mesma forma é o aluno na escola, pois quando 
começam as agressões verbais, físicas, entre outras ações agressivas, o aluno não 
quer mais saber de ir à escola e, quando vai, passa a maior parte do seu tempo pelos 
cantos escondido. 
 Segundo Chrispino e Santos (2011), o conflito escolar é decorrente da 
democratização da escola, que passou a receber indivíduos de diferentes origens, 
valores e culturas. No caso específico da educação física, essa disciplina possui 
18 
 
 
 
objetivos específicos, que contemplam a pluralidade e a diversidade, ou seja, de certo 
modo, privilegiam-se as aulas nas quais meninos e meninas participam juntos. 
 Cabe destacar que intimidações, humilhações, ameaças, difamações, 
opressões, discriminações, xingamentos, chacotas e tiranias não são exclusividades 
do ambiente escolar. Possivelmente, o bullying que ocorre no meio social extrapola 
para o meio escolar. Williams (2009) verificou que existe associação entre a violência 
intrafamiliar e o bullying no contexto escolar. 
 O ambiente escolar pode estar sujeito à reprodução da violência, traduzida 
em práticas efetivadas pelos próprios alunos, tais como agressões morais, físicas e 
psicológicas, e discriminações de gênero, raciais, políticas e de orientação sexual 
(OLIVEIRA; VOTRE, 2006; MALTA et al. 2010). Acreditamos que nosso país 
realmente tem muitas culturas diferentes, que possa possibilitar o alcance de vários 
tipos de descriminação, as pessoas seguem um padrão familiar que enquadra 
somente pessoas da mesma raça, aqueles que não se enquadram nesse padrão, vira 
fruto da agressividade desnecessária de certos indivíduos. 
 Temos plena certeza que os bullying acontecidos nas escolas são decadência 
da realidade fora da escola, até porque dentro da escola todos os alunos tornam-se 
uma única raça, uma única família. Através dos dados do nosso estudo, afirmarmos 
que realmente é numerosa a quantidade de bullying na escola e principalmente nas 
aulas de educação física. A violência se manifesta de diversas formas no ambiente 
escolar, algumas afetam os professores, outras aos funcionários e, na sua maioria, 
aos alunos em diversas faixas etárias. 
 O bullying é uma prática de violência, aparentemente sem motivo que, 
segundo Fante (2005), é um fenômeno complexo, de difícil identificação, 
principalmente por manifestar-se muitas vezes de maneira sutil e velada pelos 
envolvidos nesse fenômeno. Além disso, as vítimas do bullying, segundo as 
pesquisas de Ferreira e Tavares (2009), acostumadas com essa situação acabam 
sofrendo caladas e se recolhendo em todas as atividades, com medo de serem 
expostas e ridicularizadas. Já os agressores, possuem em sua personalidade, traços 
de desrespeito e maldade e, na maioria das vezes, essas características estão 
associadas a um perigoso poder de liderança adquirido por meio da força física ou de 
intenso assédio psicológico (SILVA, 2015). 
19 
 
 
 
2.4. O Bullying nas aulas de educação física 
A Educação Física é o componente curricular que tematiza as práticas 
corporais em suas diversas formas de codificação e significação social, entendidas 
como manifestações das possibilidades expressivas dos sujeitos, produzidas por 
diversos grupos sociais no decorrer da história (BNCC, 2018). Nesse ponto de vista, 
a mobilidade humano está a todo momento inserido no contexto da cultura e não se 
limita a um deslocamento espaço-temporal de um segmento corporal ou de um corpo. 
A educação física tem como função aprimorar as habilidades adquridas pelo indivíduo 
desde a infância, formando um homem adulto com grandes abilidade coprporais e 
intelectuais. 
É fundamental frisar que a Educação Física oferece inúmeras possibilidades 
de desenvolvimento físico e intelectual ao indivíduo, proporcionando um bom convívio 
com todos a sua volta, ajudando na maneira de comunicação com a sociedade. Esse 
universo compreende saberes corporais, experiências estéticas, emotivas, lúdicas e 
agonistas, que se inscrevem, mas não se restringem, à racionalidade típica dos 
saberes científicos que, comumente, orienta as práticas pedagógicas na escola 
(BNCC, 2018). Portanto, a Educação Física é essencial e indispensável para o ser 
humano em todas as fases de sua vida. Experimentar e analisar as diferentes formas 
de expressão que não se alicerçam apenas nessa racionalidade é uma das 
potencialidades desse componente na Educação Básica. Para além da vivência, a 
experiência efetiva das práticas corporais oportuniza aos alunos participar, de forma 
autônoma, em contextos de lazer e saúde. (BNCC, 2018) 
A educação é um instrumento fundamental para o desenvolvimento de 
pessoas e da sociedade, tornando a escola um órgão de formação de caráter e 
conceitos na formação de um indivíduo, cidadão. A Educação Física no ensino 
fundamental é de suma importância para a formação do aluno e, desta maneira, ela 
deve ser tratada com muito interesse pelos profissionais da área. Estudos de Betti e 
Zuliani (2002) destacam que nos tempos de rápidas transformações sociais que 
repercutem nas escolas, os professores necessitam se fundamentarem teoricamente 
a fim de se justificarem perante a escola e a sociedade no que se refere ao bullying. 
 É importante estreitar as relações entre teoria e prática pedagógica, buscando 
novos modelos e métodos para que a Educação Física siga formando os alunos de 
20 
 
 
 
forma integral, sempre levando em conta a moral e a ética, onde o respeito e a 
consciência caminham juntos e, sempre que possível, levando em conta os 
conhecimentos que os alunos trazem de suas experiências de vida. As aulas de 
Educação Física, por sua natureza, podem criar situações de competitividade, 
agressividade e até discriminação. Essas características estão naturalmente 
presentes em diversos jogos e esportes, ferramentas muito utilizadas em aulas. Mas 
se tornam aspectos negativos na ausência de planejamento ou quando são inseridas 
em momento inoportuno. 
 Nas aulas de Educação Física, atitudes de agressões muitas vezes banais 
são manifestadas, levando a discussões ofensivas em simples jogos recreacionais. 
Essas atitudes começam a fazer parte de um cotidiano do educando de maneira a 
perturbar os menos favorecidos. De acordo com Silva (2010), o papel do professor é 
fundamental para diagnosticar precocemente os casos de bullying, pois em geral, são 
eles que estão em maior contato com os alunos na sala de aula. 
 Mas qual é o papel do profissional de Educação Física a fim de impedir que 
isso aconteça? O relato de alguns professores mostra que não existe uma fórmula 
pronta, mas a solução está no diálogo entre docentes, discentes e equipe 
administrativa. Esse trabalho, por mais que envolva toda a comunidade escolar, as 
aulas de Educação Física apresentam suas particularidades. Segundo Rodrigo, em 
qualquer atividade coletiva, só é possível alcançar os objetivos se todos apresentarem 
habilidades diferentes que, unidas, formarão uma equipe. 
 Os professores devem incentivar os alunos a atitudes fundamentais para a 
vida como: cooperação, ação positiva na resolução de conflitos, estando atentos a 
atitudes de agressões, pois com tais atitudes acabam prejudicando o desenvolvimento 
daquele que está sendo vítima, essa passa a desenvolver posturas menos ativas 
diante dos problemas (MELLO, 2005). Sendo assim, os professores de Educação 
Física que estão em contato com esses casos de bullying, podem contribuir, e muito, 
no desenvolvimento de atividadesque estimulem a cooperação, o respeito às 
diferenças presente no ambiente escolar. 
 
21 
 
 
 
2.5. Estratégias pedagógicas contra o bullying na escola 
 Com o incentivo do Ministério da Educação da Espanha, algumas 
universidades desenvolveram ações de prevenção contra o bullying. Entre elas, está 
o da Universidade de Sevilha, o Programa SAVE, criado em 1996 e coordenado por 
Rosário Ortega Ruis, cujo objetivo é desenvolver a educação de sentimentos e de 
valores, além de melhorar as relações interpessoais (FANTE, 2005). 
Nessa perspectiva, no Brasil, um dos programas mais divulgados é o da 
ABRAPIA, “Programa de Redução do Comportamento Agressivo entre Estudantes”, 
realizado entre 2002 e 2003. Este programa, que contou com o patrocínio da 
Petrobrás, diagnosticou e implementou ações efetivas para a redução do 
comportamento agressivo entre estudantes de escolas localizadas no município de 
Rio de Janeiro (LOPES NETO; SAAVEDRA, 2003). 
Vejamos o que diz a ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente) no capitulo 
II do direito à liberdade, ao respeito e à dignidade. 
Art. 15. A criança e o adolescente têm direito à liberdade, ao respeito e à 
dignidade como pessoas humanas em processo de desenvolvimento e como sujeitos 
de direitos civis, humanos e sociais garantidos na Constituição e nas leis. 
Art. 16. O direito à liberdade compreende os seguintes aspectos: I - ir, vir e 
estar nos logradouros públicos e espaços comunitários, ressalvadas as restrições 
legais; II - opinião e expressão; III - crença e culto religioso; IV - brincar, praticar 
esportes e divertir-se; V - participar da vida familiar e comunitária, sem discriminação; 
VI - participar da vida política, na forma da lei; VII - buscar refúgio, auxílio e orientação. 
Art. 17. O direito ao respeito consiste na inviolabilidade da integridade física, 
psíquica e moral da criança e do adolescente, abrangendo a preservação da imagem, 
da identidade, da autonomia, dos valores, ideias e crenças, dos espaços e objetos 
pessoais. 
Art. 18. É dever de todos velar pela dignidade da criança e do adolescente, 
pondo-os a salvo de qualquer tratamento desumano, violento, aterrorizante, vexatório 
ou constrangedor. 
 
 Em 2005, a Organização Mundial da saúde - OMS, num documento 
denominado “Aliança na prevenção da violência - construindo um compromisso global 
22 
 
 
 
para a prevenção da violência” propõe: a tipologia de violência proposta no relatório 
de 2002; a abordagem de saúde pública; e o modelo ecológico, para que orientem a 
compreensão, a investigação e ação no âmbito da prevenção da violência (OMS, 
2005). 
 
23 
 
 
 
3. MÉTODOS 
3.1. Descrição 
A referente pesquisa parte do paradigma positivista, na modalidade empírica 
e documental. Caracterizado por uma pesquisa de campo, de cunho exploratório que 
utiliza uma abordagem quanti qualitativo na perspectiva transversal. Embasado em 
fatos teóricos. 
 
3.2. Local 
Esse estudo foi realizado nas escolas do Projeto de assentamento de 
produtores rurais Tuerê, localizado no município de Novo Repartimento, sudeste do 
estado do Pará. O município de Novo Repartimento faz fronteira com os municípios 
de Tucuruí ao Norte; Itupiranga ao Sul; Jacundá ao Leste e Pacajá a Oeste. Foi 
fundado em 2005, pelo desmembramento dos municípios de Tucuruí, Jacundá e 
Pacajá, sendo constituído de 4 distritos: Novo Repartimento, Belo Monte do Pará, 
Maracajá e Vitória da Conquista. A figura 1 abaixo apresenta a localização do 
município de Novo Repartimento no estado do Pará. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 1: Localização geográfica do município de Novo Repartimento. 
Fonte: Google Maps, 2020. 
 
A origem do município está relacionada à tribo indígena Parakanã, à 
construção da Rodovia Transamazônica e à construção da Usina Hidrelétrica de 
Tucuruí. O nome Repartimento, segundo os historiadores, teve origem com os índios 
Parakanãs, os quais denominaram de Repartimento um rio que fazia a divisão de suas 
terras (IBGE, 2010). A vila de Repartimento foi à denominação dada ao local onde se 
24 
 
 
 
fixou o povo oriundo do acampamento da empresa que construiu a Rodovia 
Transamazônica. E o município surgiu a partir da mudança obrigatória da vila de 
Repartimento Velho, em decorrência da inundação da área pelas águas da represa 
da barragem da Usina Hidrelétrica de Tucuruí (IBGE, 2010). 
O povoado foi iniciado em um vilarejo, situado à margem do rio Repartimento, 
iniciado nos anos 70, próximo ao alojamento da Construtora Mendes Júnior, empresa 
responsável. Pela terraplanagem da Rodovia BR-422, que ligaria a Rodovia BR-230 
ou Transamazônica à Hidrelétrica de Tucuruí (IBGE, 2010). Na sequência, na figura 
2, apresentamos o mapa do assentamento que foi participante desse estudo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 02: Localização geográfica do Projeto de assentamento Tuerê. 
Fonte: Google Maps, 2020. 
 
O assentamento Tuerê é considerado o maior assentamento da América 
latina, com 51.500 km². Constituído originalmente, por famílias organizadas pelo 
movimento dos trabalhadores rurais, Movimento dos Sem Terra (MST), pelos 
25 
 
 
 
sindicatos e pela comissão pastoral da terra. As primeiras famílias que formaram o 
assentamento foram sobreviventes do massacre da Curva do “S” na BR 155, em 
Eldorado dos Carajás, em 1996, sendo que 21 trabalhadores foram tombados pela 
Polícia Militar, marcando para sempre a história do local (IBGE, 2010). As famílias 
sobreviventes foram remanejadas pela pastoral da terra para beira do Rio Pacajá, 
localizado no Projeto de Assentamento Tuerê, inscrito na gleba (Parte do terreno que 
ainda não foi judicialmente dividida) no município de Novo Repartimento em área da 
União Federal, à 100 km de distância da sede do município de Novo Repartimento. 
As famílias permaneceram acampadas por algum tempo, até o INCRA 
(Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) do município de Tucuruí 
demarcar o assentamento e inserir as famílias na Relação de Beneficiários - RB. O 
Projeto de Assentamento Tuerê, com 151.500 ha e capacidade para atender a 3.000 
famílias foram criados através da Portaria nº 628/87 de 04 de agosto de 1987, 
objetivando atender aos trabalhadores rurais sem terra da região, bem como as 
duzentos e sessenta famílias expropriadas em consequência da construção da Usina 
Hidrelétrica de Tucuruí. Em contrapartida, a Eletronorte em convênio com o ex-GETAT 
(Grupo Executivo das Terras do Araguaia Tocantins) fez parte da infraestrutura do 
Projeto de Assentamento, com abertura de 111,07 Km de estrada, construção de uma 
escola, um posto de saúde e um poço amazonas. 
Durante implantação do Projeto de Assentamento Tuerê, ocorreram 
sucessivas invasões sob o comando de lideranças político-partidárias. Outro fato 
gerador de invasões foi à existência de madeira nobre no Projeto de assentamento 
que atraiu vários exploradores e possibilitou assim a abertura de estradas provisórias, 
o que facilitou a ocupação em área não demarcada por aproximadamente 300 
(trezentas) famílias, as quais em sua maioria já se encontram cadastradas. 
 
3.3. Participantes 
Os voluntários para esse estudo foram Cinco professores de Educação de 
Física três homens e duas mulheres que atuam nas séries finais do ensino 
fundamental das escolas do Projeto de Assentamento citado acima. Todos os 
envolvidos assinaram um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (Anexo 1) 
autorizando a participação no estudo que atende as solicitações da Resolução 
26 
 
 
 
466/2012 do Conselho Nacional de Saúde, Conselho que rege as normas para 
pesquisas com seres humanos. 
 
3.4. Procedimentos 
Os professores foram submetidos à aplicação de um questionário 
semiestruturado acerca do bullying e suas implicações na escola, em especial, nasaulas de educação física. Esse instrumento contém 6 questões, sendo 5 objetivas e 1 
discursiva abordando o tema (anexo 2). 
 
3.5. Análise dos dados 
Os dados foram interpretados a partir de estatística descritiva e da análise de 
conteúdo abordando a categorização que, segundo Bardin (1977), classifica os 
elementos em categorias, impondo a investigação do que cada um deles tem em 
comum com os outros. Sendo que, o que for comum é justamente o argumento que 
lhes fará pertencer ao mesmo grupo. A categorização tem como primeiro objetivo 
fornecer uma simplificação dos dados brutos. Deve-se atentar para o fato de que a 
análise de conteúdo aponta que a categorização não introduz desvios no material, 
mas traz a luz do conhecimento, índices invisíveis, do observado nos dados brutos. 
Para Minayo (2000, p. 74), a análise de conteúdo é “compreendida muito mais 
como um conjunto de técnicas”. Na visão da autora, constitui-se na análise de 
informações sobre o comportamento humano, possibilitando uma aplicação bastante 
variada, e tem duas funções: verificação de hipóteses e/ou questões e descoberta do 
que está por trás dos conteúdos manifestados. Tais funções podem ser 
complementares, com aplicação tanto em pesquisas qualitativas como quantitativas. 
 
27 
 
 
 
4. RESULTADOS E DISCUSSÕES 
Considerando que o objetivo do nosso estudo foi analisar a percepção dos 
professores em relação ao bullying durante as aulas de Educação Física, a partir da 
aplicação do questionário, a questão 01 que tratava de como o professor compreende 
o aspecto conceitual do bullying, 100% dos entrevistados afirmaram que é uma forma 
de violência. Nessa mesma perspectiva, relataram que a violência escolar vem sendo 
uma das principais causas da grande insegurança entre os estudantes, pois no Brasil, 
apenas 33% dos estudantes relataram sentirem-se seguros, enquanto que em um 
grande estudo realizado no Canada, 21% dos alunos do ensino fundamental e 17% 
do ensino médio, também relataram sentirem-se seguros em suas escolas (CUNHA, 
WEBER e STEINER, 2009). Onde podemos notar que a maioria dos alunos de escolas 
públicas sofre com medo. 
Na questão 2, onde é perguntado aos professores se eles já haviam 
presenciado algum tipo de bullying nas suas aulas, 100% dos professores afirmaram 
que sim e os apelidos é a forma constante apresentada nas escolas. Segundo Olweus, 
(1983) em um estudo clássico sobre o tema, foi observado que os apelidos pejorativos 
são percentualmente os eventos de bullying mais frequentes entre jovens, 
correspondendo a 52% do universo total dessas ações intimidatórias. 
O apelido pode surgir com ou sem conhecimento da pessoa. Quando ele 
“pega”, ou seja, solidifica-se, passa a fazer parte do indivíduo como um rótulo colocado 
de fora para dentro (VEREDA, 2008). O mesmo autor revela que apelidos são os que 
mais prejudicam os alunos, tanto de forma direta quanto indireta, pois acabam 
ofendendo as pessoas, assim, muitos dos alunos se recusam a voltarem para a 
escola, pois ficam intimidadas. 
Segundo Szymansky (2008), alguns professores não atribuem o uso de 
apelidos como um aspecto relevante relacionado ao bullying, sendo que eles próprios 
afirmam que muitas vezes referem-se aos alunos dessa forma e também aceitam 
apelidos que os alunos lhes colocam. Alguns pais também concordam com essa 
postura alegando que jovens, como num ritual de passagem, colocam mesmo 
apelidos nos outros. Da mesma forma, introduzem-se na vida social adulta que inclui 
comportamentos transgressores. 
28 
 
 
 
60%20%
20%
Tempo de duração do Bullying nas 
aulas
Na 3ª questão, foi perguntado quanto tempo durava a situação de bullying 
entre os alunos, 60% dos professores afirmaram que, de uma semana até um mês os 
alunos sofriam esse tipo de constrangimento. 20% disseram que os alunos sofriam 
bullying de um mês a um ano. 20% afirmam que o caso não foi resolvido que continua 
a imprudência dentro da escola. A figura 3 mostra os valores alcançados. 
 
 
 
 
➢ Uma semana até um mês. 
➢ De um mês até um ano. 
➢ O caso não foi resolvido. 
 
 
 Figura 3: Tempo de duração do Bullying nas aulas de Educação Física 
 
Devemos ressaltar que para a maioria dos problemas relacionados ao 
bullying, a solução foi alcançada em curto prazo, ou seja, entre uma semana e um 
mês. Porém, existem 40% que duram mais de um mês ou nem solução é encontrada. 
De acordo com Szymansky (2008), vem em mente a seguinte pergunta: será mesmo 
que a forma agressora transparecida pelo bullying é de fato criada dentro do ambiente 
escola? Ou até mesmo criada durante a participação nas aulas de Educação Física? 
Ao meu pensar, uma das formas para acabar com o bullying é o respeito entre 
familiares, corpo discente e docente entre outros. 
Na 4ª questão foi perguntada aos professores de Educação Física quem sofre 
mais com o bullying, se os meninos ou as meninas. Os resultados mostraram que 40% 
acreditam ser os meninos que mais sofrem porque são os que mais praticam esportes 
nas aulas, e, 40% disseram que os dois gêneros (masculino e feminino) sofrem 
29 
 
 
 
20%
40%
40%
Bullying com meninos e meninas
igualmente esse desconforto, enquanto que 20% afirmam que são as meninas. Esses 
valores estão descritos na figura 4. 
 
 
 
 
 
➢ Os meninos 
➢ Os dois gêneros 
➢ As meninas 
 
 
Figura 4: Bullying com meninos e meninas 
 
Na percepção dos professores, as meninas são as menos prejudicadas pelo 
bullying. Como na maioria das vezes, as meninas ficam pelos cantos e não participam 
das atividades desenvolvidas pelo professor, dessa forma, elas não teriam motivos 
para serem criticadas, apelidadas, ou sofrerem algum tipo de violência verbal. Porém, 
essas meninas não participam de nenhuma atividade física e acabam fazendo 
trabalhos extraclasses para compensar as atividades não realizadas nas aulas. 
De acordo com BANDEIRA (2009), o bullying apresenta diferentes 
implicações na autoestima de meninas e meninos envolvidos nos diferentes papéis 
para o mesmo sexo. Meninas que são vítimas/agressoras apresentam uma 
autoestima mais baixa do que meninos que são vítimas/agressores. Entre as meninas, 
baixos níveis de autoestima estão relacionados com o papel de vítima/agressor, o que 
não ocorre entre os meninos. O grupo de agressoras apresenta média mais alta de 
autoestima que o grupo de vítimas/agressoras. 
Em relação aos meninos, baixos níveis de autoestima estão relacionados ao 
papel de vítima. O grupo de testemunhas apresenta maior média de autoestima que 
30 
 
 
 
20%
80%
Bullying nas aulas de Educação Física
o grupo das vítimas. De certa forma acredito que está questão só pode ser notada de 
acordo com a observação do professor, às vezes ele foca mais nos meninos e deixa 
as meninas de lado, ou vice-versa. Meninos e meninas sofrem sim bullying 
constantemente, seja entre o mesmo gênero, ou seja, gênero oposto. 
Na 5ª questão foi perguntado por que os alunos sofrem bullying nas aulas de 
Educação Física, 80% disseram que é porque os alunos não têm um preparo físico 
dentro dos padrões exigidos pela sociedade, enquanto 20% afirmaram que é por estar 
acima do peso adequado. A figura 5 descreve os valores alcançados. 
 
 
 
 
 
 
➢ Por não ter um preparo físico adequado 
 
➢ Por estar acima do peso 
 
 
 
 Figura 5: Motivo de bullying com os meninos nas aulas de Educação Física. 
 
Esta exigência da sociedade em relação à beleza é mais forte no universo 
feminino, enquanto que no universo masculino o desvio com relação ao padrão de 
beleza está vinculado à falta de tempo, em função do ritmo atribulado da vida 
profissional, para as mulheres, não cultivar a beleza é falta de vaidade – um qualitativo 
depreciativo da moral (NOVAES; VILHENA, 2003). De fato, na maioria das vezes, o 
bullying relacionado ao aspecto corporal acontece pelo fato de as crianças não terem 
o padrão físico parecidocomo o de um atleta esportivo. 
Muitas das vezes, vai depender da modalidade ou esporte praticado para que 
esses indivíduos possam desenvolver e definir o padrão físico adequado. Um dos 
exemplos mais práticos é a modalidade do futebol, para começar, no pensamento dos 
alunos, só pode jogar bola com os pés os meninos, depois eles reparam o corpo do 
31 
 
 
 
colega, e na hora de escolher os participantes do time, os gordinhos vão para o banco 
de reservas, assim como os mais altos também, porque são mais lentos. 
Com base na pesquisa, notamos que os professores têm consciência da 
situação do bullying nas aulas de educação física, observando que os professores 
entrevistados tinham vivências e visões parecidas. No entanto, a última pergunta 
queria saber se a Educação Física é uma das disciplinas que presenciam os principais 
tipos de bullying do ambiente escolar e de qual forma você acha que poderia mudar 
essa realidade. 
 
Para mim, não existe algo pronto para o professor de Educação Física quanto 
as providências necessárias a serem tomadas, a forma que eu encontrei foi 
chamar os discentes envolvidos e o corpo administrativo. Para assim 
incentiva-los a entender que o diferente é normal, ou seja, que todos os 
indivíduos têm peculiaridades. Logo após realizar o planejamento, com 
atividades igualitárias de cooperação e com equipes, fazendo com que 
nenhum se destaque mais que o outro e sempre corrigir o uso de apelidos 
ofensivos (Professor 01). 
 
Para muitos professores, “chamar a atenção” é visto como uma intervenção 
cabível diante do bullying, porém há várias formas de executar esta ação 
(CARVALHO, 2005). A forma como o professor se impõe em sala de aula pode servir 
de modelo educativo e, dessa maneira, transforma-se num exemplo para seus alunos. 
Para Neto (2004), o professor ao “adotar uma postura autoritária dará origem ao 
surgimento de condutas tiranas por parte de alguns alunos e outros poderão sentir 
medo e insegurança”. 
Como relata ainda o Professor 01, na maioria das vezes a forma mais fácil de 
resolver a questão do bullying nas aulas de educação física é pedindo a ajuda ao 
corpo administrativo, que com mais calma e cautela cuida do assunto, às vezes, 
dependendo do grau do bullying o professor resolve a situação ali mesmo, com 
diálogo. 
 
Então, é um tanto complicada essa questão de mudar certas atitudes dos 
alunos envolvidos no bullying, pois não temos uma orientação ou até mesmo 
material direcionado, para que possamos trabalhar de forma correta. Tudo 
bem, podem argumentar que o professor poderia estar buscando estratégias 
e ideias na internet e, as palestras, são ótima opção, porém não atende todos 
os problemas envolvidos, pois sabemos que em uma escola de médio porte 
como a que eu trabalho, onde existem diversos tipos de alunos, com diversos 
32 
 
 
 
estilos de vida, há qual pouco conhecemos, fica um tanto complicado, 
trabalhar sem uma orientação e materiais adequados. Então resta a nós, 
professores da área, encaminhar o aluno que está sofrendo o bullying e o 
aluno agressor para a administração da escola e tentar conscientiza-los da 
situação e resolver da melhor forma possível, creio que essa é a melhor 
opção. No entanto, volto a frisar que se tivéssemos materiais, orientação e 
suportes necessários, faríamos nosso trabalho com nível de excelência 
(Professor 02). 
 
 
Para Arroyo (1999, p. 25), “a escola tem que ser mais rica, tem que incorporar 
o saber, a cultura, o conhecimento socialmente construído”. Embora não se tenha uma 
educação diferenciada para a população que vive na zona rural, as escolas nesses 
setores possuem características diferenciadas. Os currículos das escolas básicas do 
campo não podem reproduzir o mesmo currículo adotado pelas escolas da zona 
urbana. O homem e a mulher do campo e da cidade têm outras necessidades a 
aprender e a dominar. Essa educação urbanista caracteriza-se como uma postura 
alienadora que reforça uma educação para privilegiados (ARROYO, 1999). 
O professor 02 destaca a falta de orientação e material para lhe dar com o 
bullying, e como esse trabalho de pesquisa foi desenvolvido em um projeto de 
assentamento, foi levantado por que essa falta de orientação e materiais é tão comum 
às escolas de zona rural? Provavelmente o material não chegue pelo difícil acesso a 
essas escolas, mas e a orientação? Ela pode sim ser desenvolvida através de cursos 
online, já que o mesmo afirma ter acesso à internet. O bullying vem acontecendo 
desde o início dos tempos, existem várias revistas e artigos relacionados a esse tema 
na escola. O provável é que os alunos sejam direcionados a orientação pedagógica 
já que muitas das vezes os professores não dominam a situação. 
 
O profissional da educação física tem que estar sempre atento em relação a 
esse tipo de violência, fazer com que todos se tratem com respeito e saber 
lidar com cada diferença (Professor 03). 
 
 
Conforme as ideias de Silva (2009), temos que buscar algumas formas de 
evitar o bullying, principalmente dentro e ao redor do ambiente escolar, pois o uso do 
diálogo, com muitas conversas para mostrar a vítima, principalmente, que ela não está 
sozinha. O professor deve saber ouvir e a se colocar numa situação como esta, criar 
vínculos verdadeiros para assim transmitir segurança, principalmente, às crianças 
33 
 
 
 
menores que possuem mais fragilidade e medo por estar em um local não tão 
conhecido como sua própria casa. 
É necessário incentivar a participação da família na escola, para que todos 
estejam presentes e caminhem juntos, evitando-se assim possíveis problemas de 
traumas posteriores. É possível até mesmo incentivar para uma recuperação, com 
orientação e responsabilidade, para que todos os envolvidos tenham conhecimentos 
verdadeiros. Além disso, criar regras e limites, para que os alunos estejam cientes do 
que eles podem ou não fazer, para conviverem melhor juntos e aproveitarem melhor 
as atividades propostas na escola.
34 
 
 
 
5. CONCLUSÕES 
 
O importante nesse estudo é que reconheçamos que o bullying é uma prática 
que acontece no dia-a-dia das escolas, nas aulas de educação física e em outros 
espaços também, e que seus efeitos, tanto para quem sofre como para quem pratica, 
devem ser levados em consideração. Em nosso estudo, podemos concluir que o 
bullying de fato afeta agressivamente vários alunos nas aulas de educação física, e 
em especial na zona rural, no desenvolvimento da educação do campo. Entretanto, 
essa realidade é mundial no espaço escolar. 
Às vezes, os professores têm o controle da situação, mas as vezes não 
conseguem resolver a situação que envolve outras pessoas, não apresentando 
soluções positivas quanto aos atos praticados pelos agressores. Alguns professores 
relatam que a falta da formação continuada, ou até mesmo de orientações básicas 
sobre o bullying, por parte da secretaria de educação do município, promove essa 
deficiência no atendimento em situações dessa natureza. Destacamos que existe a 
necessidade de se trabalhar a consciência dessas crianças no sentido de evitar essa 
violência no ambiente escolar, propondo ações que estimulem a relação cooperativa 
e a boa convivência entre os estudantes. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
35 
 
 
 
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38 
 
 
 
ANEXOS 
 
 UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ 
 FACULDADE DE EDUCAÇÃO FÍSICA 
 PROGRAMA NACIONAL DE FORMAÇÃO DE PROFESSORES - PARFOR 
 CURSO: LICENCIATURA EM EDUCAÇÃO FÍSICA 
 Tucuruí / PA 
 
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO 
Eu,_____________________________________________________, 
RG:___________________, e domiciliado a 
_________________________________________________________, nascido em 
___/___/___ no município de ________________________, responsável pelo/a 
menor______________________________________________: Declaro que 
autorizo a participação do/a menor ou Concordo com minha participação como 
voluntário ou como voluntário da pesquisa intitulada 
“___________________________________________________________________
___,” sob responsabilidade do/a pesquisador/a 
acadêmico/a:............................................................................ Declaro, ainda, que fui 
satisfatoriamente esclarecido que: 
A) o estudo será realizado a partir do informe aqui prestado antes do início do 
procedimento (coleta de dados, entrevista, aplicação de questionários); 
B) que não haverá riscos para minha saúde e que a pesquisa segue todos os cuidados 
dispostos na Resolução no. 466/2012 do Conselho Nacional de Saúde (CNS) no que 
se refere a pesquisas com seres humanos; 
C) que posso consultar os pesquisadores responsáveis em qualquer época, 
pessoalmente ou por telefone, para esclarecimento de qualquer dúvida; 
D) que estou livre para, a qualquer momento, deixar de participar da pesquisa e que 
não preciso apresentar justificativas para isso; 
E) que todas as informações por mim fornecidas e os resultados obtidos serão 
mantidos em sigilo e que, este último só será utilizado para divulgação em reuniões e 
revistas científicas sem a minha identificação; 
F) que serei informadode todos os resultados obtidos, independentemente do fato de 
mudar meu consentimento em participar da pesquisa; 
G) que não terei quaisquer benefícios ou direitos financeiros sobre os eventuais 
resultados decorrentes da pesquisa; 
H) que esta pesquisa é importante para a produção de novas informações para o 
universo da Educação Física. 
___________________, ____de _________________________de 20______. 
_______________________________ _______________________________ 
 Responsável (participante) Pesquisador 
OBS: Este termo deve apresentar duas vias, uma destinada ao usuário ou seu 
representante legal e a outra ao pesquisador. 
 
39 
 
 
 
 
 
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ 
FACULDADE DE EDUCAÇÃO FÍSICA 
CURSO DE LICENCIATURA EM EDUCAÇAO FÍSICA 
PLANO NACIONAL DE FORMAÇÃO DE PROFESSORES DA EDUCAÇÃO BÁSICA 
– PARFOR 
POLO TUCURUÍ 
 
 
Questionário 
 
 
PERCEPÇÃO DOS PROFESSORES DE EDUCAÇÃO FÍSICA EM RELAÇÃO AO 
BULLYING NAS AULAS: análise em projeto de assentamento no interior do 
Pará 
 
Participante nº:............ ( ) Masculino ( ) Feminino 
 
 
1 – O que você entende por 
Bullying? 
a) ( ) é uma forma de violência 
b) ( ) algo sem importância 
c) ( ) não sei do que se trata 
d) ( ) Outro:.............................. 
............................................... 
2 – Que tipo de Bullying já 
presenciou? 
a) ( ) apelidos 
b) ( ) agressão física 
c) ( ) agressão verbal 
d) ( ) Outro:.............................. 
............................................... 
e) 
3 – Quanto tempo durou a situação? 
a) ( ) uma semana até um mês 
b) ( ) de um mês até um ano 
c) ( ) O caso não foi resolvido. 
 
 
 
 
 
4 – Nas aulas de Educação Física, 
quem sofre mais com o Bullying as 
meninas ou meninos? 
a) ( ) meninas 
b) ( ) meninos 
c) ( ) os dois gêneros iguais 
d) ( ) Outro:.............................. 
5 – Por que os alunos sofrem 
Bullying nas aulas de Educação 
Física? 
a) ( ) por estarem acima do peso 
b) ( ) por não ter um preparo 
físico padronizado 
c) ( ) por já é instinto da criação 
d) ( ) Outro:.............................. 
............................................... 
 
6 – A Educação Física é uma das 
disciplinas que presenciam os 
principais tipos de Bullying. De qual 
forma você acha que poderia mudar 
isso?................................................

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