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FUNDAMENTOS HISTÓRICOS 
E FILOSÓFICOS 
DA EDUCAÇÃO
PROFESSOR
Me. Vinícius Adriano de Freitas
ACESSE AQUI 
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NA VERSÃO 
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EXPEDIENTE
C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ. 
Núcleo de Educação a Distância. FREITAS, Vinícius Adriano.
Fundamentos Históricos e Filosóficos da Educação. 
Vinícius Adriano de Freitas.
Maringá - PR.: UniCesumar, 2021. 
200 p.
“Graduação - EaD”. 
1. Fundamentos 2. Filosóficos 3. Históricos. EaD. I. Título. 
FICHA CATALOGRÁFICA
NEAD - Núcleo de Educação a Distância
Av. Guedner, 1610, Bloco 4Jd. Aclimação - Cep 87050-900 | Maringá - Paraná
www.unicesumar.edu.br | 0800 600 6360 
Coordenador(a) de Conteúdo 
Roney de Carvalho Luiz
Projeto Gráfico e Capa
Arthur Cantareli, Jhonny Coelho
e Thayla Guimarães
Editoração
André Morais de Freitas
Design Educacional
Giovana Vieira Cardoso
Revisão Textual
Meyre Barbosa e Cintia Prezoto 
Ferreira
Ilustração
Andre Luis Azevedo da Silva
Fotos
Shutterstock
CDD - 22 ed. 370.9 
CIP - NBR 12899 - AACR/2
ISBN 978-65-5615-321-6
Impresso por: 
Bibliotecário: João Vivaldo de Souza CRB- 9-1679
DIREÇÃO UNICESUMAR
NEAD - NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
Diretoria Executiva Chrystiano Mincoff, James Prestes, Tiago Stachon Diretoria de Design Educacional Débora 
Leite Diretoria de Graduação e Pós-graduação Kátia Coelho Diretoria de Cursos Híbridos Fabricio Ricardo 
Lazilha Diretoria de Permanência Leonardo Spaine Head de Curadoria e Inovação Tania Cristiane Yoshie 
Fukushima Head de Produção de Conteúdo Franklin Portela Correia Gerência de Contratos e Operações 
Jislaine Cristina da Silva Gerência de Produção de Conteúdo Diogo Ribeiro Garcia Gerência de Projetos 
Especiais Daniel Fuverki Hey Supervisora de Projetos Especiais Yasminn Talyta Tavares Zagonel Supervisora 
de Produção de Conteúdo Daniele C. Correia
Reitor Wilson de Matos Silva Vice-Reitor Wilson de Matos Silva Filho Pró-Reitor de Administração Wilson de 
Matos Silva Filho Pró-Reitor Executivo de EAD William Victor Kendrick de Matos Silva Pró-Reitor de Ensino 
de EAD Janes Fidélis Tomelin Presidente da Mantenedora Cláudio Ferdinandi
BOAS-VINDAS
Neste mundo globalizado e dinâmico, nós tra-
balhamos com princípios éticos e profissiona-
lismo, não somente para oferecer educação de 
qualidade, como, acima de tudo, gerar a con-
versão integral das pessoas ao conhecimento. 
Baseamo-nos em 4 pilares: intelectual, profis-
sional, emocional e espiritual.
Assim, iniciamos a Unicesumar em 1990, com 
dois cursos de graduação e 180 alunos. Hoje, 
temos mais de 100 mil estudantes espalhados 
em todo o Brasil, nos quatro campi presenciais 
(Maringá, Londrina, Curitiba e Ponta Grossa) e 
em mais de 500 polos de educação a distância 
espalhados por todos os estados do Brasil e, 
também, no exterior, com dezenas de cursos 
de graduação e pós-graduação. Por ano, pro-
duzimos e revisamos 500 livros e distribuímos 
mais de 500 mil exemplares. Somos reconhe-
cidos pelo MEC como uma instituição de exce-
lência, com IGC 4 por sete anos consecutivos 
e estamos entre os 10 maiores grupos educa-
cionais do Brasil.
A rapidez do mundo moderno exige dos edu-
cadores soluções inteligentes para as neces-
sidades de todos. Para continuar relevante, a 
instituição de educação precisa ter, pelo menos, 
três virtudes: inovação, coragem e compromis-
so com a qualidade. Por isso, desenvolvemos, 
para os cursos de Engenharia, metodologias ati-
vas, as quais visam reunir o melhor do ensino 
presencial e a distância.
Reitor 
Wilson de Matos Silva
Tudo isso para honrarmos a nossa mis-
são, que é promover a educação de qua-
lidade nas diferentes áreas do conheci-
mento, formando profissionais cidadãos 
que contribuam para o desenvolvimento 
de uma sociedade justa e solidária.
P R O F I S S I O N A LT R A J E T Ó R I A
Me. Vinícius Adriano de Freitas
Sou o Professor Vinícius Adriano de Freitas, mestre em Educação pela Universi-
dade Estadual de Maringá (2016). Cursei Especialização em Filosofia: Teorias do 
Conhecimento pela Universidade Estadual de Maringá (UEM) (2011), instituição na 
qual também me graduei em Pedagogia (2008) e em Filosofia (2015). Estou cursan-
do o Doutorado em Educação (iniciado em 2018) pela UEM. Sou docente da rede 
municipal de ensino da cidade de Cianorte-PR e professor Assistente do Curso de 
Pedagogia da UEM, Campus Regional de Cianorte (CRC). Atuo principalmente com 
os seguintes temas: Ensino, Aprendizagem, Formação de Professores, Psicologia 
do Desenvolvimento e da Aprendizagem, Alfabetização, Linguística, Metodologia da 
Pesquisa, Filosofia Moderna, Filosofia Contemporânea e Teoria Crítica da Sociedade.
Para maiores informações, consulte na Plataforma Lattes o meu currículo: http://
lattes.cnpq.br/5865292371225852. Você também pode consultar o Orcid: https://
orcid.org/0000-0002-4922-9565.
https://orcid.org/0000-0002-4922-9565
https://orcid.org/0000-0002-4922-9565
A P R E S E N TA Ç Ã O D A D I S C I P L I N A
FUNDAMENTOS HISTÓRICOS E 
FILOSÓFICOS DA EDUCAÇÃO
Caro(a) leitor(a), este livro objetiva levar você a refletir sobre os fundamentos históricos e 
filosóficos da educação. 
Ser professor é ter profissionalismo para atingir um objetivo maior: tornar possível que o edu-
cando se desenvolva e aprenda. Contudo, desenvolvimento e aprendizagem são processos 
complexos. A epistemologia – também chamada ‘teoria do conhecimento’-, ao longo da história 
da filosofia, buscou estudar, entre outras questões, como é que o ser humano aprende e, a partir 
disso, construiu-se aquilo que atualmente chamamos de educação. A disciplina “Fundamentos 
históricos e filosóficos da educação” vem oferecer encaminhamentos para que você, docente 
em formação, construa as bases para sua reflexão durante o exercício da profissão docente. 
Questionamentos como: (i) o que ensino, (ii) para quem ensino, (iii) para que eu ensino, (iv) como 
facilitar o processo de aprendizagem, (v) quais estratégias de ensino posso utilizar etc. fazem 
parte do processo de construção da identidade profissional para a docência.
Trataremos a educação a partir de seus fundamentos históricos e filosóficos por meio da 
exposição de filósofos, historiadores e pensadores que, com suas teorias, buscaram proble-
matizar acerca da educação no Ocidente. Contudo, não se trata apenas da educação escolar. 
Quando se aborda a educação com base em concepções teóricas e filosóficas, estar-se-á a 
lidar com questões mais amplas. 
“Fundamentos históricos e filosóficos da educação” vem propor que, constantemente, o docen-
te, um profissional em constante formação, coloque em questão suas crenças, valores, opiniões, 
conhecimentos sobre os processos de ensino e de aprendizagem em sala de aula. Direta ou 
indiretamente, a educação está sempre lidando com questões mais amplas como: sociedade, 
políticas educacionais, concepções de desenvolvimento e aprendizagem, abordagens históricas 
e concepções filosóficas. Pensando nisso, o livro está organizado em cinco unidades.
Na Unidade 1, intitulada “História, Filosofia e Educação”, analisa-se os princípios da filosofia e 
a periodização usual (filosofia antiga, filosofia medieval, filosofia moderna e filosofia contem-
porânea), buscando relacionar esses saberes com a identidade do ‘ser’ professor. 
Na Unidade 2, “Fundamentos históricos e filosóficos da educação nos períodos antigo e me-
dieval”, o enfoque é compreender como se organizou a formação humana tanto do ponto de 
vista filosófico quanto pedagógico nas épocas ‘antiga’ e ‘medieval’. Para a educação, o fato mais 
importante desse período foi o surgimento da universidade, no século XIII.
D A D I S C I P L I N AA P R E S E N TA Ç Ã O
Na Unidade 3, “Fundamentos históricos e filosóficos da educação no período moderno”, o 
objetivo principal é compreender como se construíram as bases para a pedagogia moderna: 
racionalismo, empirismo e criticismo. Buscaremos ver como se deu o surgimento da escola nos 
moldes que conhecemos hoje, tendo comoprincipais representantes no campo da educação: 
(i) Rousseau, como filósofo da educação e (ii) Comenius, como ‘fundador’ da didática moderna.
A Unidade 4 busca analisar o dilema atual: época contemporânea ou pós-moderna? Intitulada 
“Fundamentos históricos e filosóficos da educação no período contemporâneo”, tem como 
objetivo refletir sobre os fundamentos históricos e filosóficos da educação do século XX e 
até os dias atuais.
A Unidade 5, “Fundamentos históricos e filosóficos da educação no Brasil”, tem o propósito de 
explicitar os fundamentos das ideias pedagógicas que têm tido destaque ao longo da história 
da educação em nosso país: (i) a Pedagogia Jesuítica; (ii) a Pedagogia Nova; (iii) a Pedagogia Tec-
nicista; (iv) a Pedagogia Histórico-Crítica; e (v) Paulo Freire como teórico brasileiro que trouxe 
importantes reflexões acerca da função da educação em nosso país e no mundo, buscando 
propor que educandos e educadores reflitam sobre si (autorreflexão) e sobre os fundamen-
tos históricos e filosóficos da educação de sua concepção de mundo, sociedade, escola etc.
ÍCONES
Sabe aquela palavra ou aquele termo que você não conhece? Este ele-
mento ajudará você a conceituá-la(o) melhor da maneira mais simples.
conceituando
No fim da unidade, o tema em estudo aparecerá de forma resumida 
para ajudar você a fixar e a memorizar melhor os conceitos aprendidos. 
quadro-resumo
Neste elemento, você fará uma pausa para conhecer um pouco 
mais sobre o assunto em estudo e aprenderá novos conceitos. 
explorando ideias
Ao longo do livro, você será convidado(a) a refletir, questionar e 
transformar. Aproveite este momento! 
pensando juntos
Enquanto estuda, você encontrará conteúdos relevantes 
online e aprenderá de maneira interativa usando a tecno-
logia a seu favor. 
conecte-se
Quando identificar o ícone de QR-CODE, utilize o aplicativo Unicesumar 
Experience para ter acesso aos conteúdos online. O download do aplicativo 
está disponível nas plataformas: Google Play App Store
CONTEÚDO
PROGRAMÁTICO
UNIDADE 01 UNIDADE 02
UNIDADE 03
UNIDADE 05
UNIDADE 04
FECHAMENTO
HISTÓRIA, FILOSOFIA E 
EDUCAÇÃO
10
FUNDAMENTOS 
HISTÓRICOS 
FILOSÓFICOS DA 
EDUCAÇÃO NOS 
PERÍODOS ANTIGO E 
MEDIEVAL
50
80
FUNDAMENTOS 
HISTÓRICOS E 
FILOSÓFICOS DA 
EDUCAÇÃO NA 
MODERNIDADE
112
FUNDAMENTOS 
HISTÓRICOS E 
FILOSÓFICOS 
DA EDUCAÇÃO 
NO PERÍODO 
CONTEMPORÂNEO
150
FUNDAMENTOS 
HISTÓRICOS E 
FILOSÓFICOS DA 
EDUCAÇÃO NO 
BRASIL
186
CONCLUSÃO GERAL
1
HISTÓRIA, FILOSOFIA
E EDUCAÇÃO
PLANO DE ESTUDO 
A seguir, apresentam-se as aulas que você estudará nesta unidade: • Fundamentos históricos e filo-
sóficos na formação de professores, para quê? • Principais áreas de estudo da filosofia: epistemologia, 
metafísica, ética, estética e filosofia política • Períodos na História Geral: Pré-história, Idade Antiga, 
Idade Média, Idade Moderna e Idade Contemporânea • Períodos da História da Filosofia: Filosofia 
Antiga, Filosofia Medieval, Filosofia Moderna e Filosofia Contemporânea • Platão: um marco para a 
história da educação.
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM 
Compreender a importância dos fundamentos históricos e filosóficos da educação. • Identificar as prin-
cipais áreas de estudo da filosofia e seus respectivos objetos de estudo. • Compreender a periodização 
como estratégia de compreensão dos diferentes períodos da história geral. • Distinguir os diferentes 
períodos da História da Filosofia. • Compreender Platão como marco para a história da educação no 
mundo ocidental.
PROFESSOR
Me. Vinícius Adriano de Freitas
INTRODUÇÃO
Olá, estudante, seja bem-vindo(a)! Este estudo tem como objetivo principal 
formar professores com qualidade. O(a) estudante de cursos de licencia-
tura tem como um dos fundamentos de sua formação a compreensão da 
interdisciplinaridade que há entre história, filosofia e educação. Este enten-
dimento nos permite refletir sobre a função social da escola na época atual.
A filosofia se consolidou como área do conhecimento na Grécia ainda 
na Antiguidade. Ela teve momentos altos e baixos, mas, afinal, como ela 
surgiu? Para que a presença da história e da filosofia em cursos de formação 
de professores?
Diante das questões levantadas, nesta unidade, buscaremos: (i) escla-
recer o porquê de estudar os fundamentos históricos e filosóficos da edu-
cação em cursos de licenciatura; (ii) evidenciar que a filosofia tem objetos 
específicos de conhecimento; (iii) compreender, em caráter introdutório, 
os períodos na História Geral; (iv) compreender, também em caráter in-
trodutório, os períodos da História da Filosofia e (v) evidenciar o projeto 
de Platão em relação à educação.
Ao longo da história, a filosofia teve diferentes significados. Diante dis-
so, nesta primeira unidade (Unidade 1), concentramo-nos na compreensão 
do seu surgimento, ou seja, uma introdução à filosofia; sempre buscando: 
(i) por um lado, explicitar a história e a filosofia como áreas do conheci-
mento; (ii) por outro lado, integrar as três áreas do conhecimento: história, 
filosofia e educação.
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FUNDAMENTOS HISTÓRICOS E
FILOSÓFICOS NA
formação de professores, 
para quê?
Olá, estudante! Ao longo desta aula, o objetivo é compreender o porquê da 
presença (i) da história, (ii) da filosofia e (iii) da educação no curso de formação 
de professores.
Vamos conversar um pouco sobre os elementos da figura acima: o professor 
está em pé em uma sala de aula que dispõe de um quadro-negro. Ele está com 
um livro na mão esquerda e um giz branco na mão direita. Provavelmente irá 
iniciar a exposição de um conteúdo de uma aula aos estudantes. De certa forma, 
os quatro elementos descritos – professor, quadro-negro, giz e livro – formam um 
ícone que representa a ação do docente e a sala de aula nos dias atuais.
Vamos pensar: há outras formas de organizar a sala de aula que se distingue do que ve-
mos na imagem?
pensando juntos
A figura que abre este capítulo será objeto de nossa reflexão histórica e filosófica: 
(i) por que ensinar?, (ii) qual o melhor ambiente para o ensino?, (iii) quem é o 
educando?, (iv) por que a aula expositiva?, (v) o que o professor ensina?, (vi) como 
ensinar?, (vii) por que escrever na lousa?, (viii) como avaliar a aprendizagem?, 
(ix) o livro didático é necessário para uma aprendizagem de qualidade?, (x) qual 
a relação entre forma e conteúdo nos processos de ensino e de aprendizagem 
durante a escolarização?
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O conteúdo programático deste tópico busca efetivar que você, futuro pro-
fessor, tenha a oportunidade de se familiarizar com as principais vertentes da 
educação, situadas em determinados momentos histórico-filosóficos. Esses 
conhecimentos são importantes para a formação docente e para a posterior 
atuação profissional, pois contribuem para ampliar e complementar o pensar 
e o agir do professor.
Direta ou indiretamente, questões filosóficas fazem parte do cotidiano huma-
no. Estamos realizando o exercício filosófico quando paramos para refletir sobre 
o que é melhor para nossa vida. Assim sendo, o ato de filosofar decorre do fato 
de que sujeitos racionais e sensíveis (o ser humano) são capazes de dar sentido 
às coisas (filosofia da vida, da existência). Contudo, a filosofia do especialista 
em filosofia é diferente: ocupa-se com o rigor de conceitos filosóficos (o que 
pressupõe intimidade com a história da filosofia). No entanto, é necessário fazer 
uma observação: o pensar do filósofo não é melhor nem superior ao dos “cidadãos 
comuns”; apenas é diferente.
A experiência filosófica está presente no dia a dia da profissão docente, porque 
problemas filosóficos fazem parte dos processos de ensino e de aprendizagem, 
ou seja, no seu dia a dia, o docente se questiona: (i) o que é conhecer?, (ii) tudo é 
passível de conhecimento?, (iii) por que alguns educandos têm mais facilidade 
para aprender?, (iv) para que é necessário aprender? etc.
O estudo da filosofia é essencial, porque não se pode pensar em nenhum ser humano que 
não sejasolicitado a refletir e agir (ARANHA; MARTINS, 1993). Quer dizer, cada ser humano 
tem uma concepção de mundo, uma linha de conduta moral e política e, então, tende a 
atuar filosoficamente em todos os contextos, seja (i) no sentido de manter ou (ii) modificar 
as maneiras de pensar e agir.
explorando Ideias
A filosofia oferece condições teóricas para a superação da consciência ingênua 
e o desenvolvimento da consciência crítica. Assim, mediante à filosofia, a “expe-
riência vivida” é transformada em “experiência compreendida”, isto é, em um saber 
a respeito dessa experiência. Em última análise, cabe à filosofia fazer a crítica da 
cultura. Conforme argumentam Aranha e Martins (1993, p.28), “só assim será 
possível desvelar as formas de dominação que se ocultam sob o convencionalis-
mo, a alienação e a ideologia”.
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Conforme Stigar (2010), a palavra “filosofia” acaba dando origem ao “filósofo”.
 “ Em sua origem na Grécia antiga a palavra ‘filósofo’ designava uma pessoa que sempre está em busca da sabedoria, ou seja, ‘amante da sabedoria’ [...](STIGAR, 2010, p. 29).
Dessa forma, em sua origem, a filosofia
 “ [...] era a atividade do homem sábio, ou seja, do amigo do saber (filo + sophia = amor à sabedoria). O filósofo é um conhecedor de tudo, de todas as coisas, o sophós, o sábio (STIGAR, 2010, p. 29).
Por que, então, o trabalho docente é filosófico? Porque o trabalho docente é episte-
mológico, isto é, lida diretamente com o saber, o conhecimento humano. Envolve 
constante reflexão sobre o agir didático-metodológico, que, por sua vez, tem três 
processos que envolvem aspectos históricos e filosóficos: (i) o ensino, (ii) a aprendi-
zagem e (iii) o desenvolvimento humano.
Epistemologia ou teoria do conhecimento é uma área da filosofia que busca ex-
plicar: “o que é conhecimento?” e “como ocorre o processo de conhecer?”. Atualmente, 
além da filosofia, a psicologia e a pedagogia trabalham com a epistemologia.
A Filosofia da Educação é um campo que direciona e, ao mesmo tempo, pro-
blematiza sobre a prática pedagógica e a formação humana. Vejamos a explicação 
dada por Luckesi (1994, p. 21) a respeito da relação entre a educação e a filosofia da 
educação:
 “ A educação é uma prática humana direcionada por uma determi-nada concepção teórica. A prática pedagógica está articulada com uma pedagogia, que nada mais é que uma concepção filosófica da 
educação. Tal concepção ordena os elementos que direcionam a 
prática educacional.
Filosofia, do grego “Φιλοσοφία”, “filosofia”, é uma palavra que, traduzindo para a língua 
portuguesa, significa “amor à sabedoria”.
conceituando
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É importante ficar claro que, historicamente, a educação “[...] não se manifesta 
como um fim em si mesma, mas sim como um instrumento de manutenção ou 
transformação social” (LUCKESI, 1994, p. 30-31), ou seja, a educação sempre 
tem uma finalidade específica, de acordo com o momento histórico no qual está 
situada. Os problemas abordados pela filosofia da educação estão ligados aos 
sujeitos (professor, estudante, tutor, pedagogo, padre etc.) e aos objetos (lápis, 
livro didático, caderno, computador etc.), bem como a relação entre eles dentro 
do sistema educacional. 
Conforme Luckesi (1994, p. 32), nas relações entre filosofia e educação só há 
duas alternativas: 
 “ [...] ou se pensa e se reflete sobre o que se faz e assim se realiza uma ação educativa consciente; ou não se reflete criticamente e se executa uma ação pedagógica a partir de uma concepção mais ou menos 
obscura e opaca existente na cultura vivida do dia-a-dia – e assim 
se realiza uma ação educativa com baixo nível de consciência.
Retomando a questão, o que induz o educador a filosofar é a sua constante refle-
xão acerca dos sujeitos e dos objetos com os quais lida profissionalmente. Dito 
de outro forma, o que leva o educador a filosofar
 “ [...] são os problemas (entendido esse termo com o significado que lhe foi consignado) que ele encontra ao realizar a tarefa educativa. E como a educação visa o homem, é conveniente começar por uma 
reflexão sobre a realidade humana, procurando descobrir quais os 
aspectos que ele comporta, quais as suas exigências referindo-as 
sempre à situação existencial concreta do homem brasileiro, pois é 
aí (ou pelo menos a partir daí) que se desenvolverá o nosso trabalho 
(SAVIANI, 2000, p. 23).
Dessa forma, o exercício filosófico possibilita que as pessoas, diante dos proble-
mas, respondam com reflexão e não com ideias prontas. E, diante dos problemas 
que a realidade educacional apresenta ao educador, a reflexão filosófica se faz 
necessária.
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PRINCIPAIS ÁREAS DE
ESTUDO DA FILOSOFIA: 
epistemologia, metafísica, ética, 
estética e filosofia política
Há um consenso entre nós, humanos, que aquilo que traz influência sobre nós – 
(i) os sujeitos e (ii) os objetos – dispõe de características tão complexas que, para 
nos apropriarmos disso, passou-se a categorizar que se exige diferentes tipos de 
conhecimento. Observe o quadro a seguir:
Conhecimento 
Popular
Conhecimento 
Científico
Conhecimento 
Filosófico
Conhecimento 
Religioso 
(Teológico)
Valorativo Real (factual) Valorativo Valorativo
 Reflexivo Contingente Racional Inspiracional
 Assistemático Sistemático Sistemático Sistemático
 Verificável Verificável Não verificável Não verificável
 Falível Falível Infalível Infalível
 Inexato
Aproximadamente 
exato
Exato Exato
Quadro 1 – Os tipos de conhecimento
Fonte: adaptado de Ferrari (1974).
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Figura 1 - A morte de Sócrates
Descrição da Imagem: “A morte de Sócrates” por Jacques Louis David de 1787. Pintura neoclássica 
francesa, óleo sobre tela. Sócrates, filósofo grego clássico, prestes a beber cicuta venenosa como 
o preço de manter a defesa de suas ideias. A imagem é um dos símbolos da filosofia ocidental.
Afinal, o que distingue estes níveis de conhecimento? Vejamos.
O conhecimento empírico diz respeito ao conhecimento imediato, àquilo 
que nossos sentidos nos repassam imediatamente. Contudo, ao longo da história 
da filosofia, houve um problema levantado: até que ponto podemos confiar no 
conhecimento imediato?
Um exemplo: por meio da visão, observando o céu, vemos o Sol girando em 
torno da Terra. Entretanto, por meio do conhecimento científico, sabe-se atual-
mente que, ao contrário, é a Terra que gira em torno do Sol. Em outras palavras, às 
vezes, o conhecimento imediato (empírico) nos engana. No entanto, não se pode 
desprezar o conhecimento empírico. Apesar de ele ser o imediato, muitas vezes, é 
verdadeiro e, de certa forma, uma das maneiras de se obter conhecimento é por 
meio da empiria, ou seja, da experiência imediata.
O conhecimento científico diz respeito aos saberes obtidos por meio da 
ciência. Utiliza-se o método científico para a obtenção de conhecimentos confiá-
veis e exatos. Por meio da ciência, certos saberes foram contestados. Por exemplo, 
atualmente, sabe-se que a saúde não é apenas uma questão de “sorte”, mas de ques-
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tões referentes à genética, do acesso ao sistema de saúde (enfermagem, medicina, 
farmácia, fisioterapia etc.), da alimentação, da prática de exercícios físicos entre 
outros. Assim sendo, de certa forma, o conhecimento científico é muito mais 
sistematizado e exato que o conhecimento empírico. 
O conhecimento filosófico tem origem em reflexões que o ser humano 
faz a partir de questões que levanta no ato de pensar. Contudo, o pensamento 
filosófico exige um certo rigor. Dito de outra forma, o conhecimento filosófico 
fica ao nível da linguagem, da lógica, da argumentação e da escrita, mas não é 
testável, ou seja, não é empírico.
Quanto ao conhecimento teológico ou religioso, este também se baseia 
em questões estritamente relacionadas à crença em entidades que, no geral, não 
se pode ter experiência (no sentido científico). Assim, tem por base a fé religiosa 
para dar fundamentos ao conhecimento. 
Por exemplo, para analisaraquilo que chamamos de “vida”, há quatro formas diferentes 
de a conhecermos: (i) popular, isto é, diz respeito ao conceito de “vida” que ouvimos no 
dia a dia (empírico); (ii) científico, refere-se aos conhecimentos que uma ciência como a 
“biologia” busca documentar de maneira clara e objetiva a definição de “o que é vida”; (iii) 
o filosófico, por não ser verificável, resume-se à palavra e ao diálogo, ou seja, diz respeito 
à sabedoria que se busca expressar por meio do raciocínio lógico acerca do conceito de 
“vida”; por fim, o conhecimento mais aprofundado diz respeito aos estudos de ordem (iv) 
religiosa, isto é, refere-se à definição atribuída a seres e entidades sobrenaturais – com as 
quais não se pode ter um contato imediato, porque estão para além da experiência pos-
sível – à vida (por exemplo, no cristianismo se diz que a origem da vida veio de um sopro 
dado por um ser semelhante a nós humanos).
quadro-resumo
Em outras palavras, a questão não é qual tipo de conhecimento é mais importan-
te. O que está em evidência são os níveis de conhecimento diferentes: empírico, 
científico, filosófico e teológico. A figura a seguir busca sistematizar a discussão 
desenvolvida até aqui.
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Figura 2 - Níveis de conhecimento
Fonte: adaptada de Cervo, Bervian e Silva (2007).
Ao longo da história, estes diferentes tipos e/ou níveis de conhecimento tiveram 
diferentes graus de importância: na Antiguidade, valorizava-se o conhecimento 
filosófico; na Era Medieval, priorizou-se o conhecimento teológico; na Moderni-
dade, o conhecimento científico ganhou status; na Contemporaneidade, tem-se 
oscilado entre o conhecimento científico e o empírico.
A partir do que foi teorizado até aqui, você também já deve ter percebido 
que, além de cada tipo de conhecimento lidar com características específicas do 
objeto de conhecimento, cada tipo de conhecimento apresenta limitações quan-
do é posto em prática. Em outras palavras, cada tipo de conhecimento tem seus 
métodos e áreas de estudo que lhe são próprios.
Apesar da particularidade dos diferentes níveis de conhecimento, pode-se 
dizer que os quatro níveis de conhecimento têm suas fronteiras. Estes limites 
acabam definindo as áreas de estudo. 
Descrição da Imagem: O conhecimento tem origem na relação do sujeito com o objeto em diferentes níveis.
O CONHECIMENTO E SEUS NÍVEIS 
• Níveis do Conhecimento
Sujeito Conhecimento Objeto
Empírico
Cientí�co 
Filosó�co
Teológico
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A epistemologia, do grego “episteme” (conhecimento) + “logia” (estudo), ou seja, 
“estudo do conhecimento” ou “teoria do conhecimento” lida com a crença, a justi-
ficação e o conhecimento. Segundo Losee (2001), os próprios filósofos praticantes 
da ciência frequentemente discordam sobre seu objeto de estudo. Losee (2001) 
adota a posição que distingue fazer ciência de pensar sobre como se faz ciência. 
A epistemologia é, então, “[...] uma disciplina [...] que se debruça sobre o pensar 
sobre como se faz ciência (a realidade ou a natureza estaria no plano zero e a 
Física, como ciência, seria o plano 1 – uma descrição da realidade)” (OSTER-
MANN; CAVALCANTI, 2011, p. 9, grifo dos autores).
Nessa posição, a epistemologia procura respostas a questões do tipo:
 ■ Como é obtido e validado o conhecimento científico?
 ■ Existe um método da Ciência? Se afirmativo, qual é esse método?
 ■ Em que circunstâncias se dá o abandono de uma teoria e a sua substitui-
ção por outra?
 ■ Qual é o estado cognitivo das leis e princípios científicos?
 ■ É possível se estabelecer um critério de demarcação? (OSTERMANN; 
CAVALCANTI, 2011, p. 9).
Para os racionalistas, o paradigma de conhecimento é a matemática e a lógica. 
Dessa forma, 
 “ o pensamento racionalista defenderá como princípio inquestioná-vel da verdade científica e da formação da inteligência do homem, a evidência racional, não derivada da experiência ou contato com os 
objetos, mas de conteúdos mentais, manifestados no homem desde 
sua origem no mundo (PEREIRA; LIMA, 2017, p. 68).
Ao focarmos no conhecimento filosófico, verifica-se que, na relação sujeito-objeto, ele lida 
com cinco áreas: epistemologia, metafísica, ética, estética e filosofia política.
pensando juntos
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Para os empiristas, é a ciência que depende da experiência. Defende, portanto, 
que a “experiência sensível” é o “[...] ponto de partida para a construção de con-
clusões legítimas, abstrações e generalizações” (PEREIRA; LIMA, 2017, p. 68).
A metafísica ou “ontologia” trata da realidade, do ser, do nada e da verdade. 
A palavra vem do grego antigo “μετα”, ou seja, “metà”, que significa “depois de”, 
“além de tudo”; e “Φυσις”, isto é, “physis”, “natureza” ou “físic”, quer dizer, examina 
a natureza fundamental da realidade.
Esta área da filosofia pressupõe um “mundo transcendente”, isto é, a existência 
de seres (manifestados ou não) “[...] que não podem ser apreendidos por nossos sen-
tidos, pelo raciocínio lógico ou por qualquer dos métodos disponibilizados por nossas 
ciências” (SECCO, 2013, p. 64).
Por exemplo, a alma, enquanto objeto de estudo da metafísica, jamais será 
objeto de estudo do conhecimento científico, porque carece de existência, ou seja, 
não se faz presente no espaço nem no tempo; está para além do mundo físico 
(por isso metafísica, para além da física). 
A ética trata do certo e do errado; do bem e do mal. Pode-se dizer que a ética 
diz respeito a uma teoria da moral, sendo, então, a “filosofia da moral”, ou seja, o 
estudo racional sobre a experiência moral dos seres humanos. Ética é, portanto, 
o campo da filosofia que se preocupa com a definição de o que é bom e o que é 
mau. Por outro lado, a moral, embora tenha certa relação com a ética, é um campo 
diferente. Conforme escreve Foucault (1984, p. 26), moral
 “ [...] é um conjunto de valores e regras de ação propostas aos indivíduos e aos grupos por intermédio de aparelhos pres-critivos diversos, como podem ser a família, as instituições 
educativas, as Igrejas, etc.
A estética, ou “filosofia da arte”, trata do belo. Na língua grega, aesthesis diz respei-
to à nossa capacidade de receber impressões sensíveis dos objetos que nos cercam, 
nossa capacidade de sermos afetados, através dos sentidos, por esses objetos. 
A filosofia política trata da vida em sociedade. O termo política é derivado 
da língua grega antiga “πολιτεία”, isto é, “politeía”, é a área que, quando estudada 
pela filosofia, refere-se ao campo do conhecimento que tem como objeto princi-
pal a pólis, ou seja, na língua portuguesa, a cidade. “Como conduzir a vida cole-
tiva?” e “como melhorar a convivência com os outros na cidade?” são as questões 
centrais da política enquanto campo de estudos da filosofia.
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Neste quadro de áreas de estudo da filosofia, como surge a “filosofia da educação”? 
Assim, no que diz respeito aos níveis de conhecimento, tanto a “filosofia da 
educação” e como a “pedagogia” lidam com os quatro níveis – o conhecimento 
popular, o científico, o filosófico e o religioso. Quanto aos campos de estudo da 
filosofia, tanto a “filosofia da educação” como a “pedagogia” trabalham com eles: 
epistemologia, metafísica, ética, estética e filosofia política.
Áreas de estudo da filosofia e seus objetos de estudo
Epistemologia: questões sobre conhecimento.
Metafísica: tempo, espaço, Deus, causa e realidade.
Ética: bom e mau.
Estética: arte e beleza.
Filosofia política: liberdade, justiça e poder.
Fonte: adaptado de Robinson e Groves (2012, p. 4).
quadro-resumo
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
anotações
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PERÍODOS NA HISTÓRIA GERAL: 
PRÉ-HISTÓRIA, IDADE ANTIGA, 
Idade Média, Idade Moderna
e Idade Contemporânea
Você já se perguntou: qual o motivo da divisão da história em períodos? A gros-
so modo, as divisões têm origens metodológicas e pedagógicas, ou seja, buscam 
facilitar o estudo da história.
A divisão da história em três períodos– (i) antigo, (ii) medieval e (iii) mo-
derno – foi consagrada pelo pedagogo alemão Christoph Keller, chamado em 
latim de “Cellarius” (nascimento em 22 de novembro de 1638 e falecimento em 
4 de junho 1707). Embora a divisão “antiga-medieval-moderna” da história tenha 
sido usada anteriormente por estudiosos italianos renascentistas, Cellarius, por 
meio de sua obra História Universal dividido em um período antigo, medieval e 
Nova ajudou a popularizar estes três períodos. Depois dele, essa divisão tripartite 
se tornou padrão.
A Pré-História diz respeito ao período anterior à invenção da escrita. Trata-
-se de uma época na qual o ser humano começa a viver em comunidade. Contudo, 
a questão de ser a escrita o “divisor de águas” entre pré-história e história, confor-
me afirmam Rosa e Zingano (2013, p. 33), atualmente é uma ideia questionável:
 “ Por muito tempo a Pré-História foi definida como o período que vai desde o aparecimento do homem (mais ou menos três milhões de anos a.C.) até a invenção da escrita (mais ou menos quatro mil 
anos a.C.). Atualmente, os historiadores discutem este conceito, pois, 
ainda que uma civilização não tenha desenvolvido a escrita, não 
significa que ela não tenha sua própria história.
http://en.wikipedia.org/wiki/Renaissance
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No que diz respeito à formação (educação) na Pré-História, de certa forma ela 
estava diretamente ligada à sobrevivência humana. Como não havia distinção 
entre ciência e magia, as pessoas agiam por instinto e, então, os saberes que iam 
sendo internalizados eram, depois, transmitidos dos mais velhos para os mais 
jovens sobretudo por meio da oralidade (diálogo).
A Idade Antiga ou Antiguidade é o primeiro período da história propria-
mente dita. Tem como marco inicial o desenvolvimento da escrita, fato ocorrido 
cerca de 4000 anos a.C. Tradicionalmente, considera-se que a Idade Antiga se 
encerra com a queda do Império Romano do Ocidente, no ano 476 d.C.
A Idade Média é o período que tem início em 476 d.C. e vai até a tomada 
de Constantinopla pelos turcos otomanos (1453 d.C.). São destaques da Idade 
Média: (i) Alta Idade Média; (ii) Feudalismo (iii) Baixa Idade Média; (iv) Cultu-
ra Medieval e (v) Formação das Monarquias Nacionais. O Período Medieval é 
marcado pelo domínio da religião, sobretudo pela Igreja Católica. 
A Idade Moderna é o período da História que vai de 1453 até 1789 (ano 
no qual ocorre a Revolução Francesa). Nesse período, podemos destacar: (i) ex-
pansão marítima europeia; (ii) revolução comercial e o mercantilismo; (iii) co-
lonialismo europeu na América; (iv) périplo africano; (v) renascimento cultural; 
(vi) reforma protestante e contrarreforma; (vii) absolutismo e (viii) iluminismo. 
Conforme indica Araújo (2007, p. 25), a modernidade se caracteriza 
 “ [...] pela antitradição, pela derrubada das convenções, dos costumes e das crenças, pela saída dos particularismos e entrada no universa-lismo, ou ainda pela entrada da idade da razão. Mas, muitas combi-
nações do moderno e do tradicional podem ainda ser encontradas 
nos cenários sociais concretos.
Como afirma Habermas (2002, p. 5), a modernidade, que faz jus ao conceito de 
“modernização”, se refere
 “ [...] a um conjunto de processos cumulativos e de reforço mútuo: à formação de capital e mobilização de recursos; ao desenvolvimento das forças produtivas e ao aumento da produtividade do trabalho; 
ao estabelecimento do poder político centralizado e à formação 
de identidades nacionais; à expansão dos direitos de participação 
político, das formas urbanas de vida e da formação escolar formal; 
à secularização de valores e normas etc.
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Modernidade é, portanto, “sinônimo de sociedade moderna ou civilização indus-
trial e está associada a um conjunto de atitudes perante o mundo [...]” (ARAÚJO, 
2007, p. 26), como a predominância da ideia de que o mundo
 “ [...] é passível de transformação pela intervenção humana; um com-plexo de instituições econômicas, em especial a produção industrial e a economia de mercado; toda uma gama de instituições políticas, 
como o Estado nacional e a democracia de massa; a primazia e a 
centralidade do indivíduo e não, do grupo como sujeito de direitos 
e de decisões; o primado da subjetividade; o pluralismo e a ideo-
logia; a concepção linear de história; a realimentação mútua entre 
ciência e tecnologia, com a hegemonia de sua racionalidade própria; 
o predomínio cada vez maior do simbolismo formal de cunho nu-
mérico-matemático (informática); a pesquisa e industrialização em 
níveis diversos de qualidade técnica (transformadora, inovadora, 
criadora); a burocratização e a organização política da sociedade 
(ARAÚJO, 2007, p. 26-27).
A Idade Contemporânea diz respeito ao período que tem início em 1789 e 
chega até os dias atuais. O termo “contemporâneo” vem do latim contemporaneus 
e quer dizer “o que coincide com o tempo”. O conceito contemporâneo é usado 
como sinônimo de “atual”, “atualidade”. 
A época contemporânea se refere ao período de consolidação do capitalismo 
como modo de produção. Refere-se também à globalização da economia, con-
forme Moreira e Kramer (2007):
 “ A expressão [globalização] refere-se à maciça presença, no mundo de hoje, de instituições transnacionais, cujas decisões interferem nas opções políticas que se fazem no âmbito de qualquer Estado-nação. 
Designa também o efeito de processos econômicos, entre os quais 
se incluem processos de produção, consumo, comércio, fluxo de 
capitais e interdependência monetária. Em outros momentos, a pa-
lavra corresponde à difusão do discurso neoliberal, crescentemente 
hegemônico e visto como inevitável. Ainda em outros, associa-se ao 
surgimento de novas tecnologias da informação e da comunicação 
que socializam saberes e, em certo grau, padronizam os significados 
atribuídos ao mundo, à vida, à sociedade, à natureza. Finalmente, 
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em muitos casos, o termo corresponde às mudanças decorrentes de 
regras globais, formuladas por organismos como o Fundo Monetá-
rio Internacional (FMI) e o Banco Mundial (BURBULES; TORRES, 
2000 apud MOREIRA; KRAMER, 2007, p. 1039).
Contudo, há uma problemática com relação à denominação da época atual: con-
temporaneidade ou pós-modernidade? Embora ambos os termos se refiram à 
época atual, a pós-modernidade tem uma perspectiva bem distinta em relação 
ao tempo presente. Conforme indica Adelman (2009, p. 187), o “pós-moderno” 
diz respeito à 
 “ [...] fase histórica do capitalismo tardio e seu ‘reflexo’ no pensamen-to - também é representado como deterioração [...], triunfo final de uma sociedade capitalista, sem mais capacidade de manter uma 
oposição política e cultural autêntica.
Pré-história: do surgimento do ser humano ao ano 4000 a.C. 
1. Idade Antiga: do ano 4000 a.C. ao ano 476 d.C.
2. Idade Média: do ano 476 ao ano 1453.
3. Idade Moderna: do ano 1453 ao ano 1789.
4. Idade Contemporânea: do ano 1789 aos dias atuais.
quadro-resumo
Diante do exposto, a seguir buscaremos relacionar os períodos da história geral 
com os períodos da história da filosofia.
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PERÍODOS DA
HISTÓRIA DA FILOSOFIA:
filosofia antiga, filosofia medieval, 
filosofia moderna e filosofia 
contemporânea
Geralmente a periodização da história da filosofia é feita a partir de uma corre-
lação com os períodos da história: (i) filosofia antiga; (ii) filosofia medieval; (iii) 
filosofia moderna e (iv) filosofia contemporânea.
Tradicionalmente, a Filosofia Antiga é dividida em três épocas: (1) período 
pré-socrático ou cosmológico, (2) período socrático ou antropológico e (3) 
período helenístico ou greco-romano. Estas três fases na história da filosofia 
antiga aconteceram, sobretudo, em Atenas e, depois, em Roma. Vejamos as ca-
racterísticas deste período de acordo com
 “ o período pré-socrático ou cosmológico, em que a filosofia se ocupa principalmente com a origem do mundo e as causas das transfor-mações da natureza;
o período socrático ou antropológico,ocorrido entre o final do Sé-
culo V até o final do Século IV a.C., cujas figuras principais são 
Sócrates, Platão e Aristóteles, em que o objeto de estudo da filosofia 
passa a ser o homem, sua vida política e moral, e sua capacidade de 
conhecer as coisas; e
o período helenístico ou greco-romano, entre o final do Século III a. 
C até o Século II d. C, quando começa a consolidar-se a supremacia 
da visão cristã, sobretudo com o pensamento de Santo Agostinho. 
Neste período, deixa-se de acreditar em soluções mais coletivas 
para a vida humana e se começa a introduzir uma saída individual, 
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consolidando-se uma nova ética e uma política que deixa de ser 
vista como boa. É o período em que predominam as doutrinas dos 
estoicos, dos epicuristas e dos céticos. Neste período, as doutrinas 
filosóficas helenísticas deixaram de ter sua sede em Atenas, e Roma 
passara a ser o lugar em que tais doutrinas continuaram consoli-
dando-se e modificando-se (ASSMANN, 2014, p. 35, grifo do autor).
Do ponto de vista epistemológico – da teoria conhecimento –, no período pré-
-socrático, já se investigava a natureza de maneira racional, ou seja, a filosofia 
surge por meio de um “desligamento” entre o mítico (fundamentado em deuses) 
e o filosófico (fundamentado na racionalidade humana). Neste sentido, os dois 
principais filósofos pré-socráticos são Heráclito e Parmênides.
Heráclito (544-484 a.C.) nasceu em Éfeso, na Jônia. Seu principal propósito 
foi compreender a multiplicidade do real. Para ele, o ser é múltiplo, não apenas 
no sentido de multiplicidade das coisas, mas também no sentido de oposições 
internas. Aranha e Martins (2009, p. 150) explicam o pensamento de Heráclito 
explicitando que, para ele, o que mantém o 
 “ [...] fluxo do movimento não é o simples aparecer de novos seres, mas a luta dos contrários, pois ‘a guerra é pai de todos, rei de todos’. É da luta que nasce a harmonia, como síntese dos contrários. O 
dinamismo de todas as coisas pode ser representado pela metáfora 
do fogo, expresso visível da instabilidade, símbolo da eterna agitação 
do devir: ‘o fogo eterno e vivo, que ora acende e ora se apaga,
Com relação a Parmênides (540-470 a.C.), que viveu em Eleia, cidade do sul da 
Magna Grécia, Aranha e Martins (2009) conceituam que sua teoria filosófica 
influenciou de maneira decisiva no pensamento ocidental.
Para Parmênides, o ser é único, imutável, infinito e imóvel. Dessa forma, cabe 
explicitar que sua teoria se contrapõe à filosofia de Heráclito, de que uma coisa 
poder ser e não ser ao mesmo tempo. Todavia, Parmênides não nega a existência 
do movimento, porém, considera que este processo existe apenas no mundo sen-
sível, mas a percepção deste movimento pelos sentidos é ilusória, sendo apenas 
o mundo inteligível o verdadeiro.
No período socrático ou antropológico, investigam-se as questões hu-
manas, tais como a ética, os comportamentos e conhecimentos humanos. Este 
período se estende do final do século V a.C. ao final do século IV a.C.
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No período helenístico ou greco-romano, acompanham-se as transforma-
ções da cultura grega, que passa a fazer parte do Império Romano. Mais tarde, 
surge o cristianismo, que influencia no desenvolvimento posterior. Este período 
se estende do final do século III a.C. até o século VI depois de Cristo.
Na transição da antiguidade para o período medieval, na época da chamada 
“filosofia patrística” – elaborada por padres da Igreja, por isso a palavra “patrísti-
ca” –, é um período em que a preocupação principal é com as questões religiosas, 
tais como (a) a criação do mundo, (b) o pecado original, (c) a ressurreição dos 
mortos, avançando, assim, para temas mais complexos de caráter moral como 
(d) consciência, (e) livre-arbítrio e (f) as relações entre fé e razão. Este período se 
estende do século I até o século VII d.C.
A Filosofia Medieval foi fortemente influenciada pelos pensamentos de 
Platão e Aristóteles, abrangendo também pensadores árabes, judeus e europeus. 
Este período se estende entre o século VIII e o século XIV. 
Na maior parte da Europa, a Idade Média durou mil anos. É um período 
muito longo se comparado com a Antiguidade (cinco a seis séculos, dependendo 
da região), que o precedeu, e a Idade Moderna (três séculos).
Uma ideia que causou intenso debate durante o desenvolvimento da Filosofia 
Medieval foi a questão dos universais. O universal é a ideia e a essência comum a 
todas as coisas. Esta problemática teve início com as questões formuladas por Por-
fírio de Tiro (234-305). O questionamento deste pensador acerca dos “predicáveis” 
geralmente é sistematizado da seguinte forma: (a) são os predicáveis realidades 
subsistentes em si mesmas? Ou (b) consistem apenas em simples conceitos men-
tais? Se são os predicáveis realidades subsistentes em si mesmas (a), são corpóreas? 
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Descrição da Imagem: A Acrópole de Atenas, Grécia, com o Templo Parthenon no topo da colina 
durante um pôr-do-sol de verão, é um dos símbolos mais conhecidos da capital grega.
Figura 3 - Acrópole de Atenas
(x) ou incorpóreas? (y). Se a resposta entre (x) e (y) for a de que são corpóreas (a), 
são separadas das coisas sensíveis (I) ou subsistem nas coisas corpóreas e delas 
dependem (II)? As principais soluções apresentadas para estas perguntas foram (i) 
o realismo, (ii) o realismo moderado, (iii) o nominalismo e (iv) o conceptualismo.
 “ Para os realistas, como Santo Anselmo (séc. XI) e Guilherme de Champeaux (séc. XIII), o universal tem realidade objetiva (são res, ou seja, “coisa”). Essa posição é claramente influenciada pela teoria 
das ideias de Platão.
O realismo moderado é representado no século XIII por Tomás de 
Aquino. Como aristotélico, afirma que os universais só existem formal-
mente no espírito, embora tenham fundamento nas coisas.
Para os nominalistas, como Roscelino (séc. XI), o universal é apenas 
o que é expresso em um nome. Ou seja, os universais são palavras, 
sem nenhuma realidade específica correspondente. A tendência no-
minalista reapareceu com algumas nuanças diferentes no século 
XIV com o inglês Guilherme de Ockam, franciscano que representa 
a reação à filosofia aristotélico-tomista.
A posição conceptualista é intermediária entre o realismo e o nomina-
lismo e teve como principal defensor Pedro Abelardo (séc. XII), grande 
mestre da polêmica. Para ele, os universais são conceitos, entidades 
mentais, que existem somente no espírito (ARANHA; MARTINS, 
2009, p. 162, grifo das autoras).
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A Filosofia Moderna valoriza principalmente a reflexão como ponto de partida 
do raciocínio filosófico. Na Filosofia Moderna, defende-se que tudo o que deseja-
mos conhecer pode ser transformado em uma ideia clara, formulada pelo intelecto. 
Neste período, que se estende do século XVII até o século XVIII, a percepção 
de realidade dá origem à ciência moderna, a qual tem início com René Descartes. 
“Pai da filosofia moderna” e matemático, de fato, Descartes merece o lugar de 
destaque. Primeiro, “[...] por ter buscado com afinco um método em todos os 
ramos da investigação humana [...]” (SCRUTON, 1981, p. 35), segundo, “[...] por 
ter introduzido na filosofia [...], muitos dos conceitos e argumentos que desde 
então têm servido de fundamento”, argumenta Scruton (1981, p. 35). Contudo, 
o teórico adverte que, a tradição de dizer que Descartes deu início à filosofia 
moderna, “[...] não deve induzir-nos a erigir uma barreira intransponível [...]” 
(SCRUTON, 1981, p. 20). 
 “ Embora o pensamento de Descartes tenha mudado de forma radical o método filosófico, grande parte de seu conteúdo não mudou. Por-tanto, não deveríamos surpreender-nos caso se possa demonstrar 
que algum argumento filosófico moderno foi antecipado pelos pen-
sadores medievais, nas diversas tentativas que eles empreenderam 
no sentido de reconciliar a religião e a filosofia ou de separá-las. 
Por fim, a filosofia nos dias atuais, a chamada Filosofia Contemporânea,vol-
ta-se para os problemas referentes ao avanço técnico-científico. Devemos nos 
lembrar de uma sociedade que nos últimos 200 anos sofreu uma série de mudan-
ças radicais como, por exemplo, a ascensão da burguesia ao poder, duas Guerras 
Mundiais e ameaças de extinção da vida na Terra. Este período se estende de 
meados do século XIX aos dias atuais.
Nietzsche, filósofo alemão, é considerado o pensador que deu início à Filoso-
fia Contemporânea. Crítico da modernidade, Nietzsche representa, na verdade, 
uma crítica à filosofia e à sua história.
Com base em outros critérios, é possível elaborar outras formas de perio-
dização da filosofia. González Porta (2003), por exemplo, organiza a história da 
filosofia conforme quadro a seguir :
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Período 
filosófico
Correspondência 
ao período 
histórico
Grandes 
nomes
Disciplina-
chave
Conceito-
chave
1. Período 
metafísico
Época antiga, me-
dieval e início da 
moderna
Platão, 
Aristóteles, 
São Tomás 
de Aquino
Metafísica 
(ontologia)
Ser
2. Período 
epistemo-
lógico (ou 
transcen-
dental)
Época moderna
Descartes, 
Kant
Episte-
mologia, 
Teoria 
transcen-
dental
Verdade, 
objetivida-
de, validez
3. Período 
semântico-
-hermenêu-
tico
Época contempo-
rânea
Husserl, 
Dilthey, 
Heidegger, 
Frege, Wit-
tgenstein
Teoria da 
significa-
ção, Feno-
menologia, 
Herme-
nêutica, 
Semântica 
(análise 
lógica da 
linguagem)
Signi-
ficado, 
semânti-
ca: análise 
lógica da 
linguagem
Quadro 2 – A história da filosofia a partir de seus problemas
Fonte: adaptado de Porta (2003).
Diante do exposto no decorrer desta unidade, fica evidente a importância da pe-
riodização da história da filosofia. Contudo, como mostra o quadro apresentado, 
existem outras formas de organizá-la. Assim sendo, a periodização não pode ser 
usada como critério determinante para compreender a filosofia, a filosofia da 
educação, os filósofos, os problemas filosóficos, a pedagogia etc.
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PLATÃO: UM MARCO PARA A 
HISTÓRIA DA
educação
Ao longo da história da humanidade, o processo educativo passou (e tem passa-
do) por constantes mudanças. Neste contexto, evidenciam-se “pedaços” de cultu-
ras antigas em nossa educação contemporânea. Como afirma Marrou (2015, p. 4), 
“a história da educação na Antiguidade não pode deixar indiferente nossa cultura 
moderna; ela retraça as origens diretas de nossa própria tradição pedagógica”. De 
fato, muito do que ocorre na educação aqui no Brasil, desde o “descobrimento” 
até os dias atuais, é uma herança das culturas europeias. “Somos grego-latinos; o 
essencial da nossa civilização veio da deles; isto é verdadeiro, em um grau emi-
nente, para nosso sistema de educação”, diz Marrou (2015, p. 4).
Antes dos gregos e dos romanos, diversos povos já haviam se preocupado com 
educação. Contudo, não se tratava de uma escolarização institucionalizada, isto 
é, de uma formação organizada por uma instituição ou pelo Estado, tampouco 
situada em prédios próprios e/ou coordenada por profissionais especializados 
(os docentes). Conforme indica Mariano (2012, p. 62), nas sociedades primitivas, 
“[...] os mais velhos eram os responsáveis por transmitir para os mais novos os 
ensinamentos necessários para a sobrevivência em suas sociedades [...]”, isto é, 
os conhecimentos “[...] de caça e pesca; as artes da guerra; os rituais religiosos; 
lendas e histórias de seu povo”. 
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Academia de Atenas
“Em geral as fontes indicam que a Academia foi fundada por ele [Platão] em 387 a.C., em 
Atenas, e subsistiu por mais de 9 séculos, até 529, fechada por um Editum do imperador 
Justiniano”.
Fonte: Wermann e Machado (2016, p. 8).
conceituando
 “ Tais formas de educação, no entanto, não se encaixam no que com-preendemos hoje por educação institucionalizada, e muito menos no que entendemos por sistema educacional ou ensino, que envolve 
hierarquias, normas, leis de regência e controle aplicadas às escolas, 
aos colégios, às universidades de um determinado país, estado ou 
cidade (MARIANO, 2012, p. 62, grifo da autora).
A educação, como conhecemos hoje, teve como marco o filósofo Platão – nas-
cimento em 427 a.C. em Atenas (Grécia) e falecimento em Atenas (Grécia) 347 
a.C. Foi ele o pensador que fundou a Academia de Atenas, escola que tinha o 
nome do herói Academos.
Descrição da Imagem: Na imagem, a Academia de Atenas e a Biblioteca Nacional de Atenas, Grécia. Da direita 
para a esquerda, a imagem apresenta sete prédios, com cores variando entre o bege e o cinza. O destaque é 
o primeiro prédio, no qual há, no telhado, uma bandeira da Grécia que tem as seguintes características: nove 
listras horizontais iguais alternando de azul com o branco. Na bandeira, há também um quadrado azul no canto 
superior esquerdo, contendo uma cruz branca. Na frente do prédio que tem a bandeira, há um gramado verde 
com uma passarela cercada de árvores pequenas (baixas).
Figura 4 - Academia de Atenas
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Há uma relação entre o conhecimento e a felicidade?
“A filosofia de Platão tem em seu cerne um projeto sistemático de esclarecimento dos 
homens e combate à ignorância, fonte de todos os males da humanidade. Para ele, não 
há felicidade sem sabedoria”.
(Vladimir Chaves dos Santos)
pensando juntos
Platão, ao problematizar sobre a educação e a pedagogia, nos fornece um im-
portante retrato do problema da educação na Grécia de seu tempo. Conforme 
Pagni ([2020], p. 13), o filósofo buscava uma pedagogia (Paideia) justa, isto é, uma 
educação “[...] que fosse capaz de corrigir as distorções produzidas por poetas e 
sofistas e de colocar os cidadãos no caminho reto”. Uma das questões que seria 
necessário era um lugar para os estudos - a Academia, propriamente dita.
Na Academia, Platão propõe que se ensine por meio do logos, isto é, da fala ou 
da palavra humana. São elas as fontes do conhecimento verdadeiro. Em outras 
palavras, em oposição aos mitos (mitologia grega), o filósofo propõe a razão, 
ou seja, a ciência. Ela surge como “[...] negação do mitos, enquanto fala sem 
justificativa e sem autoria, e da afirmação do logos, a fala que tem razão e autor” 
(SANTOS, 2009, p. 15, grifo do autor). Os conceitos, fonte do conhecimento 
universal e científico, não se obtêm de seres imaginários (mitos), mas por meio 
da própria lógica, da discussão, do discurso racional que nós humanos dispomos 
por meio de nossa linguagem. 
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Elaborado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Aní-
sio Teixeira (INEP), é um Glossário que a Diretoria de Estatísticas e Avaliação 
da Educação Superior do INEP disponibilizou aos professores, estudantes, 
gestores, dirigentes, pesquisadores e estudiosos da educação. Coordenado 
pela Professora Marília Morosini (PUCRS), o trabalho foi concebido e produ-
zido por integrantes da Rede Sulbrasileira de Investigadores da Educação 
Superior (RIES), ampliando e consolidando empreendimento anterior mate-
rializado na Enciclopédia de Pedagogia Universitária, publicada em 2003 pela 
Fundação de Apoio à Pesquisa do Rio Grande do Sul (FAPERGS) e pela Ries. 
conecte-se
Assim, Platão “[...] lançou as bases para a ideia de que a emancipação e a reali-
zação do homem se dão por meio do conhecimento; daí, a necessidade de uma 
educação pública, custeada pela sociedade” (SANTOS, 2009, p. 11), bases da 
pedagogia moderna. Estas reflexões platônicas influenciaram por séculos a edu-
cação e a cultura ocidental, conforme veremos nas próximas unidades.
“De acordo com o ideal pedagógico de Platão, a educação escolar deveria ser universal, 
pública e destinar-se a formar o carácter do indivíduo de harmonia com os valores tradi-
cionais e ideais da cidade. Concebeu por isso um modelo de educação dividido em duas 
etapas fundamentais: a primeira, consagrada à apropriação das virtudes morais básicas, 
por meio do exercício e da habituação mimética; a segunda, dedicada à aquisição das 
chamadas virtudes superiores da justiça e da sabedoria,mediante uma radical conversão 
da vida dos sentidos a dos valores ideais. Ciente de que educar é introduzir ordem e har-
monia na conduta humana, Platão não dispensou os valores tradicionais da [...] [paideia] 
arcaica, mas soube acrescentar-lhes algumas virtudes pedagógicas que a sua filosofia da 
educação teorizou”.
Fonte: Alexandre Júnior (1995, p. 491-492).
explorando Ideias
Para fechar esta unidade, apresenta-se, a seguir, um quadro no qual está sistema-
tizada uma síntese das características dos três primeiros períodos da história da 
filosofia: (i) Idade Antiga, (ii) Idade Média e (iii) Idade Moderna, com base em 
sete conceitos: (1) ideia básica, (2) seres humanos, (3) verdade, (4) saber mais 
importante, (5) trabalho, (6) política e ética e (7) história.
http://portal.inep.gov.br/informacao-da-publicacao/-/asset_publisher/6JYIsGMAMkW1/document/id/489875
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Períodos 
históricos
IDADE ANTIGA
 
(século V a.C. – IV d.C)
IDADE MÉDIA
 
(século V d.C – XVI)
IDADE 
MODERNA
 
(século XVI – XX)
Questões 
filosóficas
Ideia 
básica 
(razão 
última)
PHYSIS: razão da 
natureza
Agir é contemplação. 
Valem os princípios.
DEUS: razão de 
Deus
Agir é contempla-
ção.
Valem os princí-
pios.
HOMEM: razão 
do homem
Natureza a 
dominar.
Agir é fabrica-
ção. Prevale-
cem os resulta-
dos.
Seres 
humanos
Servos da natureza 
Livres e escravos.
Servos de Deus 
Iguais entre si e 
irmãos da natu-
reza.
Senhores de 
si (eu sou), da 
natureza e de 
Deus
Livres e iguais 
pela razão.
 Verdade
Adequação do sujeito 
ao objeto Objetivismo.
Adequação do 
sujeito ao objeto 
Objetivismo.
Construção 
(Kant) ou 
representação 
Subjetivismo.
Saber mais 
importante
Mito e Filosofia Con-
templação da nature-
za – Ócio.
Teologia Contem-
plação de Deus 
– Fé.
Ciência e 
Tecnologia 
Produção hu-
mana. Fruto do 
trabalho.
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Períodos 
históricos
IDADE ANTIGA
 
(século V a.C. – IV d.C)
IDADE MÉDIA
 
(século V d.C – XVI)
IDADE 
MODERNA
 
(século XVI – XX)
Questões 
filosóficas
 Trabalho
Atividade de escravos 
(negativo)
Castigo devido ao 
pecado (negativo)
Ação autocria-
dora Homem 
– senhor de si 
e da natureza 
(positivo).
Política e 
ética
Atividade natural
Só na pólis se realiza 
a ética.
Cidade dos ho-
mens
Separação entre 
política e moral. 
Política = mal.
Atividade artifi-
cial Política: mal 
necessário (e 
passageiro). Se-
paração entre 
ética e política.
 História
Fisiológica
Eterno retorno do 
mesmo.
Teológica
Início e fim em/
com Deus.
Antropológica
Início com ho-
mem. Progres-
so (processo).
Quadro 3 - Esquema da História da Racionalidade Ocidental
Fonte: adaptado de Assmann (2014, p. 56, grifo do autor).
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Ao longo desta unidade, buscou-se responder o porquê da presença dos funda-
mentos históricos e filosóficos da educação na formação de professores. Agora 
já se pode explicitar a justificativa: o trabalho docente é histórico, filosófico, edu-
cativo e pedagógico.
Abordou-se os diferentes níveis/tipos de conhecimento. Vale relembrar: o 
conhecimento empírico (popular), o conhecimento científico, o conhecimento 
filosófico e o conhecimento religioso (teológico) têm similaridades e diferenças. 
Buscou-se trazer à tona o problema de que é possível analisar um mesmo objeto 
ou fenômeno sob diferentes questões, métodos e perspectivas.
Diante do problema do conhecimento, definiu-se que a pedagogia é a ciência 
da educação. De certa forma, todo professor é um “especialista em pedagogia” em 
uma determinada área do saber. Mediante a união entre “história”, “filosofia” e 
“educação”, estamos a construir os fundamentos históricos e filosóficos da educa-
ção. Ficou claro que o campo da filosofia que mais contribuições traz à educação 
é a epistemologia, pois lida diretamente com o problema do conhecimento.
Ao longo de duas seções, o nosso enfoque foi o estudo da periodização: pri-
meiramente, a periodização da história; depois, vimos a periodização da filosofia. 
Por meio da cronologia, busca-se facilitar a compreensão de ciclos presentes ao 
longo da história.
Por fim, encerramos esta unidade com exposição de Platão como um marco 
na história da educação. Platão defende que todo o conhecimento está presente 
no próprio sujeito, mas, para realizar plenamente o potencial que o sujeito tem, 
é necessário o acesso à educação pública.
41
na prática
1. A respeito da filosofia e da “experiência filosófica”, analise as sentenças a seguir:
I - A experiência filosófica está presente no dia a dia da profissão docente porque 
problemas filosóficos fazem parte dos processos de ensino e de aprendizagem.
II - A filosofia oferece condições teóricas para a superação da consciência ingênua 
e o desenvolvimento da consciência crítica.
III - O conhecimento filosófico tem origem em reflexões que o ser humano faz a par-
tir de questões que levanta no simples ato de pensar. Contudo, o pensamento 
filosófico exige um certo rigor.
IV - Filosofia, do grego “Φιλοσοφία”, “filosofia”, é uma palavra que, traduzindo para a 
língua portuguesa, significa “amor à sabedoria”.
Assinale a única alternativa que contempla todas as alternativas que estão corretas.
a) I, II, III e IV.
b) I, II e III, apenas.
c) I e II, apenas.
d) I e IV, apenas.
e) II e III, apenas. 
2. A divisão da história em três períodos foi consagrada pelo pedagogo alemão Chris-
toph Keller, chamado em latim de “Cellarius” (nascimento em 22 de novembro de 
1638 e falecimento em 4 de junho 1707). Depois dele, essa divisão se tornou pa-
drão. Contudo, na época atual, incluiu-se um quarto período. Assim, hoje, divide-se 
a história em quatro períodos. 
Assinale a única alternativa que contempla a ordem correta de periodização da história.
a) 1°) Era Medieval, 2°) Antiguidade, 3°) Época Contemporânea e 4°) Era Moderna.
b) 1°) Idade Contemporânea, 2°) Idade Antiga, 3°) Idade Média e 4°) Idade Moderna.
c) 1°) Idade Antiga, 2°) Idade Média, 3°) Idade Moderna e 4°) Idade Contemporânea.
d) 1°) Idade Média, 2°) Idade Moderna, 3°) Idade Contemporânea e 4°) Idade Antiga.
e) 1°) Idade Antiga, 2°) Época Contemporânea, 3°) Era Antiga e 4°) Época Moderna.
42
na prática
3. Leia o texto que tem como tema central a periodização da história da filosofia:
“A História da Filosofia, como toda divisão cronológica, é uma opção arbitrária de quem 
estabelece os pontos de ruptura para justificar as separações entre um período e ou-
tro. É claro que esta ‘arbitrariedade’ está sustentada em algum princípio que permite 
aproximações entre temas, características e proposições dos autores. Neste caso, as 
periodizações da História da Filosofia devem ser buscadas nos critérios de quem as 
fez, mais do que nas relações dos próprios filósofos, que ao escreverem e muitas vezes 
dialogando com textos de antepassados não estavam preocupados em pertencer a um 
período específico. As caracterizações de um determinado período são úteis para uma 
sistematização didática, mas como toda caracterização, ao mesmo tempo em que dá 
identidade e especificidade ao período que está sendo caracterizado, também serve para 
simplificar e reduzir um determinado pensamento ao período em que ele surge. Falar de 
características do pensamento filosófico de uma época é uma forma de encobrimento 
das diversidades que existem, mas ao mesmo tempo, a procura por estas características 
nos auxiliam na identificação da abordagem filosófica. Dialogando entre uma caracteri-
zação geral e as particularidades de cada filósofo, a periodização que fazemos a seguir 
parte de algumas das principais obras de História da Filosofia e se aproxima das divisões 
clássicas da própria História [...]” (FREITAS NETO, J. A; KARNAL, L. O ensino de filosofia 
na escola pública do Estado de São Paulo. São Paulo: SEE, s/d, p. 24-27).
Tradicionalmente, divide-se a história da filosofia em quatro períodos. Assinale a única 
alternativa que contempla a ordem correta de periodização da história da filosofia:
a) 1°) FilosofiaMedieval, 2°) Filosofia Antiga, 3°) Filosofia Contemporânea e 4°) 
Filosofia Moderna.
b) 1°) Filosofia Contemporânea, 2°) Filosofia Antiga, 3°) Filosofia Medieval e 4°) 
Filosofia Moderna.
c) 1°) Filosofia Antiga, 2°) Filosofia Medieval, 3°) Filosofia Moderna e 4°) Filosofia 
Contemporânea.
d) 1°) Filosofia Moderna, 2°) Filosofia Medieval, 3°) Filosofia Contemporânea e 
4°) Filosofia Antiga.
e) 1°) Filosofia Antiga, 2°) Filosofia Contemporânea, 3°) Filosofia Antiga e 4°) 
Filosofia Moderna.
43
na prática
4. Observe o quadro que busca sistematizar os níveis/tipos de conhecimento:
1. Conhecimento 
_____________
2. Conhecimento 
_____________
3. Conhecimento 
_____________
4. Conhecimento 
_____________
Valorativo Real (factual) Valorativo Valorativo
Reflexivo Contingente Racional Inspiracional
Assistemático Sistemático Sistemático Sistemático
Verificável Verificável Não verificável Não verificável
Falível Falível Infalível Infalível
Inexato
Aproximadamen-
te exato
Exato Exato
Fonte: adaptado de Ferrari (1974).
Observe que o quadro está incompleto (linha 1). Com base nas características dos di-
ferentes tipos/níveis de conhecimento, complete-o na linha abaixo da palavra “conhe-
cimento”. Assinale a única alternativa que apresenta as palavras que contemplam os 
diferentes níveis/tipos de conhecimento.
a) 1. conhecimento histórico; 2. conhecimento evidente; 3. conhecimento contem-
plativo; 4. conhecimento espiritual.
b) 1. conhecimento teológico; 2. conhecimento metafísico; 3. conhecimento artís-
tico; 4. conhecimento histórico.
c) 1. conhecimento epistemológico; 2. conhecimento metafísico; 3. conhecimento 
positivo; 4. conhecimento evidente.
d) 1. conhecimento moderno; 2. conhecimento falso; 3. conhecimento verdadeiro; 
4. conhecimento duvidoso.
e) 1. conhecimento popular; 2. conhecimento empírico; 3. conhecimento filosófico; 
4. conhecimento teológico.
44
na prática
5. “[...] Qual a relação entre Filosofia e Educação? Afinal, a Filosofia é necessária para a 
Educação? Por que o educador deve filosofar? Vamos responder começando com 
outras perguntas: É importante refletir sobre qual ser humano se quer formar? É 
importante refletir para que educar? É importante analisar os valores que devem 
orientar a prática educativa? [...] [a filosofia da educação é importante] porque a 
reflexão filosófica não pode ser negligenciada pelo educador. E o que induz o edu-
cador a filosofar? Segundo Saviani (2000, p. 23): ‘O que leva o educador a filosofar 
são os problemas (entendido esse termo com o significado que lhe foi consignado) 
que ele encontra ao realizar a tarefa educativa. E como a educação visa o homem, 
é conveniente começar por uma reflexão sobre a realidade humana, procurando 
descobrir quais os aspectos que ele comporta, quais as suas exigências referindo-as 
sempre à situação existencial concreta do homem brasileiro, pois é aí (ou pelo menos 
a partir daí) que se desenvolverá o nosso trabalho’. (SAVIANI, D. Educação: do senso 
comum à consciência filosófica. 13. ed. Campinas: Autores Associados, 2000. p. 23). 
Assim, o exercício filosófico possibilita que as pessoas diante dos problemas respondam 
com reflexão e não com ideias prontas. E, diante dos problemas que a realidade educa-
cional apresenta ao educador, este não deve abrir mão da reflexão filosófica.” (Disponí-
vel em: http://unipvirtual.com.br/material/RECUPERACAO/EAD/FILOSOFIA_EDUCACAO/
geral_pdf.pdf. Acesso em: 11 fev. 2020).
Considerando que o texto acima tem caráter unicamente motivador, REDIJA um texto 
dissertativo-argumentativo sobre a Filosofia da Educação, contemplando os seguintes 
aspectos:
a) A conceituação do termo “Filosofia da Educação”.
b) A caracterização dos problemas abordados pela Filosofia da Educação.
45
aprimore-se
Vamos acompanhar o trecho de um diálogo, autoria de Platão, no qual Sócrates 
e Teeteto dialogam sobre “o que é conhecimento”. Durante a conversa, Sócrates 
compara sua função à de sua mãe, uma parteira: a parteira faz nascer filhos; o mes-
tre (o filósofo) faz “nascer” ideias. Desde ponto de vista, Sócrates dá início à proble-
mática: a função do professor não é fornecer o conhecimento pronto e acabado, 
mas conduzir o educando à descoberta. 
[...].
Sócrates — E nunca ouviste falar, meu gracejador, que eu sou filho de 
uma parteira famosa e imponente, Fanerete? 
Teeteto — Sim, já ouvi. 
Sócrates — Então, já te contaram também que eu exerço essa mesma 
arte? 
Teeteto — Isso, nunca. 
Sócrates — Pois fica sabendo que é verdade; porém não me traias; 
ninguém sabe que eu conheço semelhante arte, e por não o saberem, 
em suas referências à minha pessoa não aludem a esse ponto; dizem 
apenas que eu sou o homem mais esquisito, do mundo e que faço 
confusão no espírito dos outros. A esse respeito já ouviste dizerem 
alguma coisa? 
Teeteto — Ouvi. 
Sócrates — Queres que te aponte a razão disso? 
Teeteto — Por que não? 
Sócrates — Basta refletires no que se passa com as parteiras, para 
apanhares facilmente o que desejo assinalar. Como muito bem sa-
46
aprimore-se
bes, não servem para exercer o ofício de parteira as mulheres que 
ainda concebem e dão à luz, mas apenas as que se tornaram incapa-
zes de procriar. 
Teeteto — Perfeitamente. 
[...].
Sócrates — Eis aí a função das parteiras; muito inferior à minha, Em 
verdade, não acontece às mulheres parirem algumas vezes falsos fi-
lhos e outras vezes verdadeiros, de difícil distinção. Se fosse o caso, o 
mais importante e belo trabalho das parteiras consistiria em decidir 
entre o verdadeiro e o falso, não te parece? 
Teeteto — Sem dúvida. 
VII 
Sócrates — A minha arte obstétrica tem atribuições iguais às das par-
teiras, com a diferença de eu não partejar mulher, porém homens, e 
de acompanhar as almas, não os corpos, em seu trabalho de parto. 
Porém a grande superioridade da minha arte consiste na faculdade 
de conhecer de pronto se o que a alma dos jovens está na iminência 
de conceber é alguma quimera e falsidade ou fruto legítimo e verda-
deiro. 
Neste particular, sou igualzinho às parteiras: estéril em matéria de 
sabedoria, tendo grande fundo de verdade a censura que muitos me 
assacam, de só interrogar os outros, sem nunca apresentar opinião 
pessoal sobre nenhum assunto, por carecer, justamente, de sabedo-
ria. E a razão é a seguinte: a divindade me incita a partejar os outros, 
porém me impede de conceber. Por isso mesmo, não sou sábio não 
havendo um só pensamento que eu possa apresentar como tendo 
sido invenção de minha alma e por ela dado à luz.
Porém os que tratam comigo, suposto que alguns, no começo pa-
47
aprimore-se
reçam de todo ignorantes, com a continuação de nossa convivência, 
quantos a divindade favorece progridem admiravelmente, tanto no 
seu próprio julgamento como no de estranhos. O que é fora de dúvi-
da é que nunca aprenderam nada comigo; neles mesmos é que des-
cobrem as coisas belas que põem no mundo, servindo, nisso tudo, 
eu e a divindade como parteira. E a prova é o seguinte: Muitos desco-
nhecedores desse fato é que tudo atribuem a si próprios, ou por me 
desprezarem ou por injunções de terceiros, afastam-se de mim cedo 
demais. O resultado é alguns expelirem antes do tempo, em virtude 
das más companhias, os germes por mim semeados, e estragarem 
outros, por falta da alimentação adequada, os que eu ajudara a pôr 
no mundo, por darem mais importância aos produtos falsos e enga-
nosos do que aos verdadeiros, com o que acabam por parecerem 
ignorantes aos seus próprios olhos e aos de estranhos. [...].
Fonte: Platão ([2020], on-line)1.
48
eu recomendo!
Dicionário de Filosofia da Educação
Autor: Christopher Winch e John Gingell
Editora: Contexto
Sinopse: composto por 252 páginas, o “Dicionário de Filosofia 
da Educação” é um excelente instrumento de trabalho para es-
tudantes e professores se aproximarem de termos e temas do 
campo da Filosofia da Educação. Oferece um panorama claro e 
instigante que orienta o leitor por meio de termos e conceitos necessáriospara a 
“Filosofia da Educação”. Organiza e torna acessíveis os fundamentos, sempre em 
linguagem atraente e a partir de uma ótica atual. São mais de 150 conceitos des-
critos e analisados. Além disso, há referências cruzadas e um detalhado índice re-
missivo que servem como meio para levar mais a fundo a exploração do assunto.
livro
A República
Autor: Platão
Editora: La Fonte
Sinopse: um só livro não seria o suficiente para demonstrar os 
principais pensamentos do filósofo. Por isso, depois de sua cria-
ção, a obra foi dividida em 10 partes, sendo elas ainda subdividi-
das em capítulos.
Comentário: A República é o mais longo trabalho escrito por Platão e, certamente, 
o mais estudado. A República não é um tratado sobre a educação, mas a educação 
tem uma função fundamental na realização da cidade ideal ou justa. A proposta 
de Platão é: por meio da educação, alcançar-se-ia a república, na qual todos os ci-
dadãos teriam os mesmos direitos e deveres. A formação, por meio da educação, 
seria o meio para se alcançar a sociedade harmônica, enfim, a felicidade humana.
livro
49
eu recomendo!
Linha do tempo da História: Geral e do Brasil
Ano: 2019
Sinopse: vídeo no qual o Professor Colombo aborda a História Geral e do 
Brasil por periodização (linha do tempo): pré-história, Idade Antiga, Idade Mé-
dia, Idade Moderna e Idade Contemporânea. 
conecte-se
Web: https://www.youtube.com/watch?v=n1sw6IhKXQ0
2
FUNDAMENTOS HISTÓRICOS 
E FILOSÓFICOS DA 
educação nos períodos
antigo e medieval
PROFESSORES 
Me. Vinícius Adriano de Freitas
PLANO DE ESTUDO 
A seguir, apresentam-se as aulas que você estudará nesta unidade: • Platão e os princípios para a for-
mação humana na “Alegoria da Caverna” • Aristóteles e a formação humana • Agostinho e a filosofia 
cristã • Filosofia da Educação no Período Medieval: Tomás de Aquino.
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM 
• Reconhecer as contribuições de Platão aos fundamentos históricos e filosóficos da educação no mun-
do ocidental. • Reconhecer as contribuições de Aristóteles aos fundamentos históricos e filosóficos da 
educação no mundo ocidental. • Compreender os fundamentos históricos, filosóficos e pedagógicos 
da educação em Agostinho. • Compreender os fundamentos históricos, filosóficos e pedagógicos da 
educação em Tomás de Aquino.
INTRODUÇÃO
Caro(a) acadêmico(a), na Unidade 1, nossos estudos acerca dos Funda-
mentos Históricos e Filosóficos da Educação foram em caráter abrangente 
e introdutório. A partir desta seção – Unidade 2 –, passaremos a abordar 
e a problematizar com maior profundidade os fundamentos históricos 
e filosóficos da educação por períodos. O enfoque desta unidade são os 
períodos antigo e medieval.
No entanto, você pode questionar: mas já havíamos estudado filósofos 
do Período Antigo (Antiguidade). Sim, você tem razão: já havíamos intro-
duzido o estudo dos paradigmas da educação em Platão. Entretanto, con-
vém retomar porque, neste período, um fato importante ocorreu: a época 
posterior, isto é, o Período Medieval, manteve seus fundamentos nos dois 
principais pensadores gregos: Platão e Aristóteles. Mais especificamente, a 
Idade Média, período que vai de 476 d.C. a 1453 d.C., apesar dos avanços no 
campo da cultura, da arte, da ciência e da filosofia, manteve o platonismo 
e o aristotelismo como base, mas com uma diferença importante: as obras 
dos filósofos gregos foram reinterpretadas com base no cristianismo.
Por um lado, Agostinho formulou boa parte de sua filosofia cristã com 
base no estoicismo, no platonismo e no neoplatonismo. Por outro lado, To-
más de Aquino, embora tenha sido influenciado por Agostinho, construiu 
suas ideias e obras com base em Aristóteles. Unir a fé com a razão ou, em 
outras palavras, o cristianismo e com a filosofia aristotélica, foi o propósito 
de Tomás de Aquino.
Os fundamentos históricos e filosóficos do Período Medieval são mar-
cados pelo conhecimento religioso, sobretudo pela Igreja Católica.
Diante do exposto, a Unidade 2 dispõe de quatro planos de estudos: (i) 
Platão e os princípios para a formação humana na “alegoria da caverna”; 
(ii) Aristóteles e a formação humana, (iii) Agostinho e a filosofia cristã e 
(iv) Tomás de Aquino: a união entre fé e razão.
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1 PLATÃO E OS PRINCÍPIOS DA FORMAÇÃO HUMANA NA “ALEGORIA DA CAVERNA”
Ao buscarmos os fundamentos históricos e filosóficos da educação na Antigui-
dade, a primeira questão a esclarecer é que a educação escolar, em sociedades 
centradas em regimes de escravidão, predominantes na época, era um direito 
dos cidadãos, porém os escravos não faziam parte do grupo: cidadãos eram os 
sujeitos livres.
Os gregos têm sua origem a partir de três povos, a saber, os cretenses, os 
aqueus e os dóricos. Os poemas de Homero, principalmente a Ilíada e a Odisseia, 
e os de Hesíodo, a Teogonia e Os trabalhos e os dias, são considerados os escritos 
mais antigos, capazes de nos permitir compreender a vivência dos gregos no 
início de sua civilização.
 “ O mundo grego foi pródigo em tendências educacionais, mas os ensinamentos de Sócrates, Platão e Aristóteles prevaleceram, sem dúvida, sobre os demais pensadores daquela época. Duas cidades-
-estado rivalizavam-se: Esparta e Atenas. Elas representavam dois 
paradigmas de organização social, duas concepções de educação. 
Esparta, uma sociedade guerreira, glorificava, sobretudo, os heróis 
guerreiros. Defendia uma educação totalitária, uma educação mili-
tar e cívica repressiva, em que todos os interesses eram sacrificados à 
razão do Estado. Atenas, uma cidade-estado democrática, nos mol-
des daquela época, usava o processo educativo como um meio para 
que o indivíduo alcançasse o conhecimento da verdade, do belo e 
do bem (PALMA FILHO, [2020], p. 1, grifo do autor).
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53
Os pensadores anteriores a Sócrates, chamados de “filósofos da natureza” ou 
“pré-socráticos” – Tales (640-546 a.C.), Anaximandro (610-547 a.C.), Anaxímenes 
(585-528 a.C.), Pitágoras (580-497 a.C.), Xenófanes (580-475 a.C.), Parmênides 
(530-475 a.C.), Zenão (480-430 a.C.), Heráclito (540-470 a.C.), Empédocles (492-
432 a.C.), Leucipo (500-420 a.C.) e Demócrito (470-380 a.C.), por exemplo – em-
bora tenham sido importantes, são poucos estudados por dois motivos: primeiro, 
porque é denso (são muitas ideias diferentes); segundo porque são de difícil acesso, 
“[...] uma vez que restam, quando muito, fragmentos de suas obras e citações fei-
tas por aqueles que os sucederam” (COSTA, 2009a, p. 37). Além disso, como diz 
a própria terminologia, estes pensadores buscaram investigar a natureza, não o 
ser humano. O estudo da humanidade tem início de maneira filosófica somente a 
partir de Sócrates.
Sócrates é o primeiro grande pensador a influenciar no desenvolvimento do 
pensamento educacional na Antiguidade. Defende que o primeiro passo a ser dado 
para o conhecimento da verdade é ir em direção ao autoconhecimento, ou seja, 
conhecer a si próprio. De certa forma, o pensador propõe a nós humanos o “pensar 
por si próprio” como condição para uma verdadeira ciência, uma filosofia autêntica. 
Neste sentido, surgem os conhecidos ditos socráticos: “Conhece-te a ti mesmo” e 
“Sei que nada sei”. 
No entanto, a filosofia de Sócrates incomodou as autoridades de seu tempo, 
sendo, então, condenado à morte por envenenamento (morto em 399 a.C.). Então, 
vem o questionamento: qual é, porém, o “perigo” de seu método?
 “ Ele começa pela fase ‘destrutiva’, a ironia, termo que em grego significa ‘perguntar, fingindo ignorar’. Diante do oponente, que se diz conhece-dor de determinado assunto, Sócrates afirma inicialmente nada saber. 
Com hábeis perguntas, desmonta as certezas até que o outro reconhe-
ça a própria ignorância (ou desista da discussão).
A segunda etapa do método, a maiêutica (em grego, ‘parto’), foi assim 
denominada em homenagem à sua mãe, que era parteira. Segundo Só-
crates, enquanto ela fazia parto de corpos, ele ‘dava à luz’ ideias novas. 
Após destruir o saber meramente opinativo (a dóxa),

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