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CANAIS HIDRÁULICOS – UM ESTUDO DA ESTAÇÃO DE BOMBEAMENTO DO CANAL DA COSTA EM VILA VELHA HYDRAULIC CHANNELS - A STUDY OF THE COSTA CANAL PUMPING STATION IN VILA VELHA Carlos Alberto Borba Ferreira* Marcia Ribeiro Martins* Resumo: Nota-se que os escoamentos em canais são caracterizados por apresentar uma superfície livre que reina a pressão atmosférica. Esses escoamentos possuem um grande número de aplicabilidade prática na engenharia, sendo presente em áreas de saneamento, drenagem urbana, irrigação, hidroeletricidade, navegação, e até na área de conservação ao meio ambiente. Diante de tais peculiaridades e especificações próprias, o problema deste conclui-se em: Quais os componentes de um circuito hidráulico básico associado à área de canais hidráulicos? Os circuitos hidráulicos consistem no comando avançado e recuo de cilindros de dupla ação, através de bombas, válvulas e de inúmeros componentes que visam atender à necessidade desse circuito, atribuindo a função específica de cada qual, o que se justifica em compreender todo o sistema com o intuito de atender e responder a problemática, servindo de cunho informacional a sociedade e fonte de pesquisa acadêmica, além de auxiliar no reabastecimento de água para todos, pois compreendendo o processo é possível haver melhorias. Para compreender todo o sistema de canais de hidráulica, é preciso adentrar as teorias e conceitos hidráulicos de uma forma geral, sendo assim tendo como o objetivo geral do estudo, compreender a hidráulica, com ênfase em seus canais, abrindo margem a pesquisa para os objetivos específicos em abordar a hidráulica, os seus circuitos e suas classificações; compreender o sistema hidráulico e suas tecnologias e abordar os canais hidráulicos. A metodologia foi de cunho bibliográfico teórico, tendo os locais da busca diversificados, usando das mais diversas fontes como livros e artigos publicados na internet de fontes seguras, excluindo temas que não convém à abordagem do tema. Concluindo assim, a importância da abordagem e do estudo dos canais hidráulicos e de toda sua área, para que haja uma projeção e construção perfeita e funcional. Palavras-chave: Hidráulica; Circuitos Hidráulicos; tecnologia Hidráulica; Canais; Canais Hidráulicos Abstract: As we can notice, the flows in channels are characterized by presenting a free surface that reigns the atmospheric pressure. These flows have a large number of practical applications in engineering, being present in areas of sanitation, urban drainage, irrigation, hydroelectricity, navigation and even in the area of environmental conservation. Faced with such peculiarities and their self-specifications, the problem of it ends with: What are the components of a basic hydraulic circuit associated with the area of hydraulic channels? The hydraulic circuits consist of the advanced control and recoil of double-acting cylinders, through pumps and valves, plus numerous components that aims to meet the need of this circuit, assigning the specific function of each one, which is justified in understanding the entire system in order to meet and answer the problem, serving society as an informational source and academic research, in addition to helping to replenish water for all, as understanding the process it is possible to make improvements. To understand the entire system of hydraulic channels, it is necessary to go into hydraulic theories and concepts in general, thus having the general objective of the study in understanding hydraulics, with an emphasis on hydraulic channels, opening the scope for research to the specific objectives to address in hydraulics, hydraulic * Carlos Alberto Borba Ferreira. borbaengenharia@hotmail.com * Marcia Ribeiro Martins. marcia.fisica06@gmail.com circuits and their classifications, understanding its hydraulic system and its technologies and addressing hydraulic channels. The methodology was of a theoretical bibliographic nature, with the search in diversified websites, used from the most diverse sources such as books and articles published on the internet from safe sources, excluding the ones that aren’t convenient to approach the theme. In conclusion, the importance of approaching and studying hydraulic channels and their entire area of approach, so we can have a perfect and functional projection and construction. Keywords: Hydraulics; Hydraulic Circuits; Hydraulic technology; Channels; Hydraulic Channels. 1 INTRODUÇÃO Compreende-se que os canais de hidráulica, vistos como uma fonte essencial para a irrigação e abastecimento da água com vários métodos de uso e localidades, possuem uma dificuldade relacionada à sua condução e caminho. Para que haja a distribuição correta a todos os lotes e espaços determinados, é necessário que os canais de hidráulica sejam considerados fontes de abastecimento por igual a todos. Mareels et al. (2005) adentra que haja essa distribuição por igual, ou até a redução da sensibilidade e manejo da água. Pesquisadores vêm desenvolvendo e aprimorando os sistemas automáticos hidráulicos operacionais de redes de canais de forma automatizada usada em eletromecânicos com funções de vazões fornecidas e ajustadas para medir níveis de água, o que além de facilitar o manejo da água nos canais, regula as perdas. Diante de tais peculiaridades e especificações próprias, o problema deste resume-se em: Quais os componentes de um circuito hidráulico básico associado à área de canais hidráulicos? Os circuitos hidráulicos consistem no comando de avanço e recuo de cilindros de dupla ação, através de bombas, válvulas e inúmeros componentes que visam atender à necessidade desse circuito, atribuindo a função específica de cada qual, o que se justifica em compreender todo o sistema afim de atender e responder a problemática, servindo de cunho informacional a sociedade e fonte de pesquisa acadêmica, além de auxiliar no reabastecimento de água para todos, pois compreendendo o processo é possível haver melhorias. De Negri (1996) afirma que cada circuito hidráulico atende uma composição, sendo o básico composto por válvulas, bomba de vazão, comandos e cilindros, assim o tipo de bomba escolhida é que irá determinar o uso da válvula limitadora de pressão evitando assim danos no sistema. Perante a essa diversidade e amplitude do tema constituiu-se a importância de abordar o circuito hidráulico básico, seus tipos e componentes para finalidade de conhecimento informativo, tipologia e sistemas, funções de cada tipo de circuito e de todo sistema tecnológico que envolve um circuito hidráulico, bem como todo o sistema e o processo de transformação voltado aos canais hidráulicos. Para compreender todo o sistema de canais de hidráulica, é preciso adentrar as teorias e conceitos hidráulicos de uma forma geral, sendo assim tendo como objetivo geral do estudo, compreender a hidráulica, com ênfase em seus canais, abrindo margem a pesquisa para os objetivos específicos em abordar a hidráulica, seus circuitos e suas classificações, compreender seus sistemas, suas tecnologias e seus canais. A metodologia foi de cunho bibliográfico teórico, tendo os locais da busca diversificados, usando das mais diversas fontes como livros e artigos publicados na internet das fontes seguras, excluindo temas que não convém a abordagem do tema. 2 CONCEITUALIZAÇÃO TEÓRICA 2.1. OS CIRCUITOS HIDRÁULICOS O circuito hidráulico de uma forma básica consiste no comando do avanço e recuo de cilindros de dupla ação apropriando-se de uma bomba de vazão constante e uma válvula que direciona para a ação manual. Conforme o tipo de bomba escolhida é preciso que haja o uso de uma válvula que limite a pressão, evitando danos no sistema (DE NEGRI, 1996). Os circuitos hidráulicos são aqueles que visam transformar a energia hidráulica em mecânica, tendo os modelos básicos compostos por bomba, válvulas, reservatórios e atuadores,que podem ser tanto lineares quanto rotativos (PEREIRA FILHO e RODRIGUES, 2003). A figura 1 aborda um exemplo de esquema hidráulico básico. A hidráulica se faz a partir de um conceito de se realizar por intermédio de esforços de fluídos. Figura 1 – Esquema Hidráulico Básico Fonte: De Negri (1996, p. 65) Por meio da compressão ou descompressão, os ambientes confinados possuem uma forma de mover ou imprimir a energia do sistema por parte da movimentação da ação com o diferencial de pressão no ambiente que se encontra o fluido, tendo essa técnica o princípio da conservação de energia que mostra que a energia, então, não pode ser criada ou destruída, e sim, transformada (LINSINGEN, 2001). Um sistema ideal hidráulico se encontra em um estado conservativo de energia em que não existem dissipações para o meio e toda a energia aplicada no início é transportada de modo integral no processo. Na maioria dos casos, existe uma dissipação de energia em forma de calor para o meio, que se deve ao atrito ocasionado pela viscosidade do fluido e do sistema que ele se encontra (DE NEGRI, 1996). Devido a essas e outras propriedades, considera-se que a hidráulica tem uma função importante na engenharia, permitindo a realização de trabalhos e atividades que decorrem dos avanços significativos na indústria, sendo responsável por inúmeros desenvolvimentos tecnológicos em maquinários e em demais processos, como mostra a Figura 2 (LINSINGEN, 2001). Figura 2 – Sistemas Hidráulicos e suas influências Fonte: Linsingen (2001, p. 23) Os circuitos hidráulicos possuem um papel essencial na engenharia, mostrando a conexão dos processos, especificando outros dados, úteis para avaliar processos de obra, servir como base de programa de controle, desenvolver diretrizes e padrões de operação, informar documentos ao funcionamento do processo e muitos outros (PEREIRA FILHO e RODRIGUES, 2003). Os circuitos hidráulicos podem ser classificados em abertos, que são quando a bomba succiona o óleo do reservatório e descarrega por meio das tubulações para o atuador hidráulico. Nesse atuador, o óleo transporta sua energia de pressão e retorna ao reservatório, como um ciclo (ZIMMERMANN, 2003). Figura 3 – Circuito Hidráulico Aberto Fonte: Fialho (2007, p. 76) Assim como oferta a figura 3, os circuitos hidráulicos abertos possuem características como as linhas de sucção, comprimento curto e diâmetro expandido, válvulas de controle direcional com tamanhos de fluxo relacionadas, filtros, expansão do tanque dimensionado com a vazão em grande escala da bomba, arranjo de bomba próxima do tanque, velocidades limitadas pela cabeça de sucção e carga mantida na troca de válvulas (FIALHO, 2007). Os circuitos fechados também fazem parte da classificação dos circuitos hidráulicos, sendo a alimentação do motor hidráulico de forma assegurada, por meios de condições de desaceleração ou movimento nulo, com vantagens de suprir as definições de sucção, fazer funções reversíveis da bomba e do motor hidráulico com foco nos efeitos de restituição de energia e efetuar manobras de inversão de movimentos (FIALHO, 2007). Figura 4 - Circuito Hidráulico Fechado Fonte: Fialho (2007, p. 77) Os circuitos semifechados possuem as mesmas definições e vantagens do circuito fechado, porém as montagens são usadas quando existe a necessidade de completar ou de descartar, pelo excesso de óleo. Ocorre quando se emprega um cilindro hidráulico diferencial, tendo os volumes de óleo de saída diferentes dos de movimentos de avanço e retorno (FIALHO, 2007). Figura 5 - Circuito Hidráulico Semifechado Fonte: Fialho (2007, p. 78) 2.2 SISTEMAS CONTROLE HIDRÁULICO Um sistema hidráulico abrange vantagens como fácil instalação de diversos elementos, maior flexibilidade em espaços menores, rapidez e inversão do movimento e autolubrificantes. Possui também ajustes de variação micrométrica na velocidade e uma boa condutividade térmica de óleo que, em contrapartida, são mais caros – podem ocorrer vazamentos internos, maiores riscos de incêndio por ser inflamável (MATTOS e DE FALCO, 1998). Um sistema de automação corresponde ao conjunto de elementos capazes de obter uma informação proveniente de um circuito elétrico, hidráulico e pneumático, de um programa CLP ou operador que estabelece a ação a ser executada. Tal sistema recebe a energia elétrica, hidráulica e pneumática e controla a energia em mais saídas (WILSON, 1990). A figura 6 mostra o sistema de automação de atuação hidráulica que deverá então receber o fluido hidráulico proveniente de uma unidade de potência fornecendo energia mecânica através das forças variáveis, velocidade e descolamento. Figura 6 – Modelo de automação Fonte: Wilson (1990, p. 12) Assim, os componentes de um sistema de automação hidráulico possuem a função de conter ou armazenar o fluido hidráulico de um determinado sistema, como mostra a figura 7. Quando o fluido retorna ao reservatório, as placas defletoras travam e impendem que o fluido vá diretamente a linha de sucção, criando uma zona de repouso que segura as impurezas maiores sedimentadas, enquanto o ar sobe a superfície do fluido criando condições para que o calor no fluido seja dissipado para as paredes do reservatório (BACK, 1983). Figura 7 – Componentes do Sistema de Automação Hidráulico Fonte: Back (1983, p. 12) São assim usados para converter energia mecânica em hidráulica. A ação da mecânica cria o vácuo parcialmente na entrada da bomba, permitindo que a pressão atmosférica force o fluido do tanque a penetrar na bomba por meio da linha de sucção. A bomba então passa o fluido para a abertura de descarga forçando-o por meio do sistema hidráulico (DE NEGRI, 2005). As bombas possuem dois tipos de classificação: Hidrodinâmicas, que possuem o fluido contínuo, porém, são raramente usadas, pois pode haver redução ao deslocar o fluido, aumentando a resistência, e as Hidrostáticas, que produzem fluxos de forma pulsativa, porém sem variação de pressão ao circuito, pois a saída do fluido independe da pressão, fazendo com que seja a mais usada nos sistemas hidráulicos industriais (DE NEGRI, 2005). 2.3 A TECNOLOGIA DA HIDRÁULICA Os circuitos hidráulicos são muito usados dentro das indústrias em várias funções, como deslocamento de cargas, sistemas de automação e até onde o uso da eletricidade não é indicado. Quadro 1 – Hidráulica e a Indústria Fonte: Chrispin (2002, p. 90). A escolha do fluido é essencial para o funcionamento do circuito, possuindo a finalidade de ser o transmissor de energia, lubrificar as partes internas, meio de trocar de calor e preencher as folgas existentes. Todo esse sistema é possível graças a tecnologia e o avanço que a indústria deu para que todos os componentes fossem ligados e funcionasse em comum acordo. Todo circuito hidráulico possui o fluido hidráulico, que deve estar sempre em manutenção, ter a troca de óleo e a limpeza, sendo que a maioria das falhas hidráulicas se dá pelo excesso de contaminação do sistema hidráulico, gerando problemas como perda de produção, custo de reposição, trocas constantes de fluido, custos dos descartes e aumento de custos gerais, principalmente em manutenção (ZIMMERMANN, 2003). A tecnologia aplicada na hidráulica pode ser usada não somente na área mecânica, mais também civil, em aeronaves, submarinos e afins. O sistema hidráulico recebe uma energia externa que transforma em energia hidráulica através de bombas e engrenagens sendo o meio de transporte, o óleo hidráulico, e para que isso funcione é preciso todo um manejo, estrutura, comando e válvulas (CHRISPIN, 2002). Os sistemas de comando são os responsáveis por controlar o atuador de um circuito que provem de informações de sensoresligados que podem constituir-se de microcomputadores. O sistema de potência converte os sinais recebidos do sistema de comando em sinais de níveis de energia coerente acionando os atuadores. (FIALHO, 2006). Dentro de um circuito hidráulico se tem vários sistemas de uso, sendo assim, o quadro 2 mostra um comparativo da tecnologia energética com as tecnologias de comando aliadas as tecnologias de acionamento (ZIMMERMANN, 2003). Quadro 2 – Comparativos de tecnologia energética, de comando e acionamento Fonte: Zimmermann (2003, p. 123). Assim, um fluido confinado é uma das formas mais versáteis de modificar movimento, capaz de assumir as formas mais variadas introduzindo-se em qualquer objeto que resista seu fluxo. Por poder se dividir em partes, pode-se voltar ao agrupamento para o trabalho em um único corpo. Nenhum outro meio possui a capacidade de tanta positividade, exatidão e flexibilidade mantendo a capacidade de transmissão a um grau elevado de força e mínima de espaço e peso (ZIMMERMANN, 2003). Fialho (2006) conceitua que nessa proporção é preciso construir acionamentos, máquinas e equipamentos, dispositivos que operem nos circuitos hidráulicos aliados a tecnologia, capazes de ordenar a alimentação e suportar tais receptores. Com base no ciclo de movimentos, a solução consiste em obter um sistema apropriado capacitado de interligar cada receptor como uma fonte de alimentação no tempo e momento certo. Parker (2001) informa que a tecnologia hidráulica permite então através dos fluidos pressurizados, a criação de força e movimento, permitindo que as empresas criem novas máquinas e métodos que auxiliem na promoção do aumento da produtividade, economia e outros. 2.4 OS CANAIS HIDRÁULICOS Os canais hidráulicos foram originados por processos naturais, como os rios e riachos, e posteriormente por processos artificiais como a ação do homem, as irrigações, canais de navegação e afins. O fluxo de canais hidráulicos é semelhante aos fluxos de tubulações que se diferenciam pela presença da superfície livre no canal: o conduto livre. Porém, já no tubo, essa superfície livre não ocorre, e o fluido preenche todo o espaço, sendo induzido pela diferença da pressão, considerando o conduto forçado, mas nos canais abertos a grande dificuldade é a posição da superfície que pode alterar com o tempo e o espaço (MACHADO, 2006). Um canal pode possuir características básicas e similares, como os elementos: Quadro 3 – Características dos Canais Elemento Característica Área (A) Seção plana do canal, normal a direção geral da corrente liquida Seção molhada (A) Parte transversal ocupada pelo liquido Profundidade (h) Altura do liquido acima do fundo do canal Área molhada (Am) Seção da área molhada Perímetro molhado (P) Comprimento relativo ao contato liquido com o conduto Largura Superficial (B) Largura da superfície em contato com a atmosfera Raio Hidráulico (R) Relação da área molhada com o perímetro molhado Profundidade Hidráulica Relação da área molhada com a largura superficial Fonte: Machado (2006, p. 90) De fato, os canais servem para alterar ou modificar o curso da água. Podem ser classificados como: Quadro 4 – Classificação geral dos canais Tipos de Canalização Céu Aberto Contorno Fechado Seções Geométricas Trapezoidal Retangular Circular Revestimentos comuns Terra Enrocamento Pedra argamassada Concreto Gabião Terra armada Fonte: Machado (2006, p. 92). Assim, os tipos de canais ainda podem ter subclassificações a céu aberto: Figura 8 – Classificação Canais a Céu Aberto Fonte: Machado (2006, p. 93). A taxa de escoamento em um canal aberto é dada pelo balanço dinâmico da gravidade e do atrito. A pressão de um canal pode variar hidrostaticamente na direção vertical quando o escoamento é constante e desenvolvido de forma completa. Logo, o escoamento pode ser classificado como permanente e não permanente. Caso haja uma variação com o tempo em determinado local, ou seja, a profundidade não variar com o tempo em nenhuma posição no percurso do canal, é considerada permanente, caso contrário será não permanente (ÇENGEL; CIMBALA, 2007). Figura 9 – Tipos de Escoamento de Canal Fonte: Çencel e Cimabala (2007, p. 89). Ainda podem ser classificados como condutos livres ou canais, onde o escoamento uniforme é permanente, pois não há modificação da área molhada e assim não existe acréscimo e nem redução de vazão. É caracterizada por apresentar uma superfície livre, a superfície onde reina a pressão atmosférica, assim o curso d’água natural consiste em um exemplo melhor de conduto livre (MACHADO, 2006). Os condutos livres têm, geralmente, as formas retangulares e trapezoidais. Os materiais usados nas obras de canalização podem ser o concreto, rocha, terra e gabião (AZEVEDO et al., 1998). Assim, os elementos hidráulicos se resumem em: Quadro 5 – Elementos dos canais hidráulicos Fonte: Machado (2006, p. 401) Nos condutos livres, a veia líquida tem liberdade de se alterar para que seja mantido o equilíbrio dinâmico, assim a deformidade da superfície livre dá origem a fenômenos desconhecidos nos condutos forçados. De uma forma geral, os canais são conhecidos como condutos de forma livre, logo, a seção pode ser aberta ou fechada, determinando se o conduto é livre e a água estando sujeita a pressão atmosférica (AZEVEDO et al., 1998). Sellin (2000) afirma que as características principais para a descrição do fluxo de água de um canal são a profundidade, largura, velocidade da água e a declividade do canal. Além de considerar que o mais importante, a rugosidade das paredes e do fundo do canal, não podendo estas serem medidas de forma direta, apenas por efeito do fluxo. A vazão em geral, é conhecida ou imposta em um canal, sendo este fator dependente de forma direta a área da seção transversal e da velocidade média que o fluido escoa, logo a velocidade média e a área devem estar constantes em um canal cujo escoamento é uniforme, sendo a vazão também (AZEVEDO et al., 1998). A declividade influência de forma direta na linha d’água, mesmo que seja para uma mesma vazão, pois quanto maior for, maior é a velocidade do escoamento da água. O raio hidráulico é a razão entre a área da seção transversal ocupada pelo fluido e o perímetro molhado. É essencial sua determinação para que se tenha em números a eficiência do canal, ou seja, quanto maior o raio hidráulico maior será a vazão transportada, considerando a área molhada constante, em um canal com a mesma declividade e natureza das paredes e fundo (TRARBACH e BOTELHO, 2006). A rugosidade é característica mais importante que causa resistência ao escoamento e pode ser notada nas paredes e no fundo do conduto (FIALHO, 2006). Consiste em um conjunto de desvios micro geométricos em todos os materiais apresentado, sejam naturais ou industriais, caracterizados por pequenas saliências e reentrâncias presentes na superfície (MACHADO, 2006). Os elementos geométricos da seção de um canal podem ser transversais e longitudinais: Figura 10 – Seção Geométrica Transversal do canal Fonte: Porto (2006, p. 500) Sendo, Yn, a profundidade do escoamento; A, a área molhada; P, perímetro molhado; R, raio hidráulico, ym, profundidade media ou hidráulica e Z o talude. Figura 11 – Seção geométrica Longitudinal do canal Fonte: Porto (2006, p. 501) Quanto a estabilidade das paredes laterais dos canais não revestidos, a declividade dos taludes deve ser determinada em função da estabilidade do material que se construirá no canal. No quadro 6, estão relacionadas as declividades de taludes mais usadas para os canais não revestidos dos mais diversos materiais (PORTO, 2006). Quadro 6 – Inclinação dos taludes para canais não revestidos Fonte: Porto(2006, p. 504) Quanto a velocidade da água nos canais, devido ao atrito ser superfície livre e o ar com a resistência ofertada pelas paredes e pelo fundo originam diferenças na velocidade, com valor mínimo, junto ao fundo do canal e máximo, próximo a superfície livre da água, assim, essa variação da velocidade com a profundidade tende a trabalhar com a velocidade média, como traz a figura 12: Figura 12 – Velocidade distribuída em um canal Fonte: Porto (2006, p. 505) Porto (2006) traz no quadro 7, 8 e 9, que é possível observar a abordagem dos valores máximos e mínimos recomendados da velocidade do canal, no qual foi determinado em função da erodibilidade do canal, porém a segmentação dos canais pode ser um problema nesse processo. Quadro 7 – Velocidade máxima recomendada para o canal. Fonte: Porto (2006, p. 509) Quadro 8 - Valores mínimos recomendáveis para velocidade média no canal. Fonte: Porto (2006, p. 511) Quadro 9 – Declividade do canal Fonte: Porto (2006, p. 512) A compreensão, interpretação dos condutos livres são essenciais para aspectos econômicos, ecológicos, sociais e para as atividades que estão alinhadas com a área, como a drenagem, irrigação, esgotos, transportes da água e outras (TRARBACH e BOTELHO, 2006). 3 CONCEPÇÃO DO ESTUDO O estudo de caso se deu na Estação de Bombeamento de Águas Pluviais do Canal da Costa (EBAP2 e EBAP1), em Vila Velha, no Espírito Santo, próxima a alça da Terceira Ponte, onde foram levantadas as características da estação para assim propor melhorias. Figura 13 – Estação de Bombeamento de águas pluviais, Governador Élcio Alvares, em Itapuã, Vila Velha. Fonte: Borba, 2020 4 RESULTADOS E DISCUSSÃO Em ambas as estações, os canais possuem uma base quadrada de lado 6 m e 7 m de profundidade. Figura 14 – Canal da Estação de Bombeamento Fonte: Borba, 2020 A EBAP1 possui duas bombas HIGRA que ficam submersas com capacidade de 1500 L/s e potência de 260 cv em cada bomba, tendo então uma capacidade total de 3 m3/s. Enquanto a EBAP2 possui 10 bombas com a mesma especificação, possuindo uma capacidade total de 15 m3/s. São utilizadas grades para reter o lixo e evitar que haja entupimento do canal. Figura 15 – Grades para reter lixo Fonte: Borba, 2020 Figura 16 – Grades para reter lixo Fonte: Borba, 2020 As bombas da estação são movidas por energia elétrica, e recebem energia através de geradores próprios a diesel com potência de 600 cv que geram 700 MW de energia. Figura 17 – Comportas de isolamento Fonte: Borba, 2020 Figura 18 – Gerador de energia Fonte: Borba, 2020 De acordo com informações do histórico de chuva obtido junto a Prefeitura Municipal de Vila Velha (PMVV), uma chuva com aproximadamente 90 a 100 mm num período de 24h ocasiona cheia na região, isso porque a capacidade máxima da estação é de 15 m3/s, porém só podem funcionar por 4 horas devido a limitação dos geradores de energia. As estações começaram a funcionar a partir de 2017. Os quadros de 10 a 13 mostram o histórico de chuva mensal para os anos de 2017 a 2020 e mostra que chuvas que eram frequentes acima de 100 mm ocasionavam cheias. Quadro 10 – Média mensal de chuvas em 2017 Fonte: Prefeitura Municipal de Vila Velha (2020) Quadro 11 – Média mensal de chuvas em 2018 Fonte: Prefeitura Municipal de Vila Velha (2020) Quadro 12 – Média mensal de chuvas em 2019 Fonte: Prefeitura Municipal de Vila Velha (2020) Quadro 13 – Média mensal de chuvas em 2020 Fonte: Prefeitura Municipal de Vila Velha (2020) Como ocorre sempre que a chuva é forte, o nível do mar aumenta e dificulta o escoamento natural do canal. Quando a maré sobe, a água começa a retornar para o canal, então nesse momento a comporta é fechada. Com o canal já quase todo cheio, as bombas são ligadas até a maré começa a abaixar. Nesse momento, a comporta é aberta para a água escoar. Sendo assim, ao ver que está começando a chover, os operadores ficam responsáveis por manter os níveis do canal em baixa para evitar que haja inundações em uma chuva muito forte. 4.1. PROPOSTAS DE MELHORIA Ambas as estações possuem espaço físico e estrutura para receber uma ampliação limitada, entretanto, essa ampliação ainda não seria suficiente para atender fortes chuvas. De acordo com informações passadas durante a visita técnica, mesmo que haja um aumento da capacidade de bombeamento, a EBAP1 consegue aumentá-la até no máximo para 4,5 m3/s, enquanto na EBAP2, pode chegar no máximo até 16,5 m3/s, adicionando mais uma bomba no sistema. Ainda assim, nesses casos, não seria possível atender a chuvas acima de 110 mm ao dia. Uma das soluções de imediato é o aumento da capacidade de EBAP1 e EBAP2 e, em conjunto com essa ampliação, fazer também uma subdivisão dos ramais que ligam a estação aos pontos de escoamento da água, e com essas melhorias e adequações, controlar a entrada e o escoamento de forma eficaz. Outra solução proposta, de grande importância, seria a construção de uma subestação de fornecimento de energia elétrica para alimentar as bombas pelo período das grande precipitações. Vale ressaltar que a estação recebe juntamente com a água da chuva, muito lixo que é jogado nas ruas. É extremamente importante que seja feito um trabalho de conscientização para reduzir a quantidade de lixo, pois isso pode resultar no entupimento do canal. 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS A hidráulica se dedica ao comportamento dos fluidos em movimento e é responsável pelos conhecimentos das leis que determinam o transporte, conversões de energia, controle dos fluidos e regulação agindo sobre suas variáveis, como pressão, vazão, temperatura e etc. A hidráulica é considerada uma das partes mais antigas da física, sendo os primeiros estudos feitos em tempos egípcios. O fluido usado antigamente era água. A energia hidráulica consiste basicamente no controle da velocidade e a inversão instantânea do movimento, onde os sistemas são lubrificados e compactados as demais formas de transmissão de energia. Um sistema de circuito hidráulico baseia-se no estudo do comportamento e as aplicações dos fluidos para a geração e condução de energia. São vários componentes e particularidades que compõem todo o sistema de um circuito hidráulico, como bomba e válvulas dos mais diversificados para atender a demanda e a finalidade dos sistemas. Como é notável, os escoamentos em canais são caracterizados por apresentarem uma superfície livre que reina a pressão atmosférica. Esses escoamentos possuem um grande número de aplicabilidade prática na engenharia, sendo presentes em áreas de saneamento, drenagem urbana, irrigação, hidroeletricidade, navegação e até na área de conservação ao meio ambiente. Perante a essa diversidade e amplitude do tema constituiu-se a importância de abordar neste projeto toda a área da hidráulica, com ênfase em dados nos canais das estações de bombeamento de águas pluviais na cidade de Vila Velha, que em virtude do seu longo histórico de enchentes construiu em 2017 duas novas estações de bombeamento, a EBAP1 e a EBAP2 do Canal da Costa. Foi visto que essas estações juntas possuem uma capacidade de 18 m3/s, entretanto, essa capacidade não supre chuvas acima de 110mm que são recorrentes no município. Visando reduzir os danos causados pelas chuvas na cidade e a todos os cidadãos, se propôs o estudo de ampliação nas EBAP1 e a EBAP2, construção de uma subestação de fornecimento de energia elétrica, limpeza periódicas dos canais, monitoramento dos mesmos e de um trabalho de conscientização da população sobre o descarte correto do lixo. De acordo com matéria do Jornal A Gazeta, em dias de chuva, o descarte de lixo nos canais e nos bueiros contribui para o alagamento de diversos pontos da cidade. “Oacúmulo de lixo nos canais e no sistema de esgoto é prejudicial a milhares de moradores. Toda a sociedade deve se unir ao trabalho coibindo essa prática, não descartando o lixo nas ruas ou nas galerias da cidade” (A GAZETA, 2008). Armelin (2011, p. 55) destaca que “as cidades com os valores mais elevados de resíduos sólidos na rede de drenagem são justamente as que enfrentam os maiores problemas”. Enfatiza-se a necessidade de pesquisas futuras explorando mais o conteúdo e contendo novos dados sobre as chuvas do município, para propor novas condições de solução para o problema. 6 REFERÊNCIAS A GAZETA. 50 toneladas de lixo são retiradas de estações de bombeamento em Vila Velha. Em 07 de fevereiro de 2018. 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