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DISCIPLINA: FUNDAMENTOS DE ECONOMIA II TEXTO PARA APOIO AO ESTUDO – PROFESSORA: NAIR SANTOS TEMA 1: Contas nacionais: ótica da produção e da demanda 1.1 Ótica da Produção Agregados macroeconômicos: � Produto: somatório dos setores primário (extração de matéria-prima, como agricultura e mineradora), secundário (indústria) e terciário (comércio e prestação de serviços), incluindo-se o Estado; � Renda: salários, aluguéis, royalties (remuneração da exploração dos recursos naturais), juros (remuneração do capital), lucros (remuneração da iniciativa empresarial); � Despesas ou dispêndios, total gasto para a aquisição de bens e serviços produzidos. � Políticas Econômicas Conjunto de ações intencionais, integradas e geridas pelo Estado para gerar renda, emprego, controlar a inflação e, sobretudo, prover o desenvolvimento da sociedade. Manipulam os agregados macroeconômicos para que sejam atingidas as metas de produção e crescimento econômico. No caso brasileiro, são geridas pelo Ministério da Fazenda e pelo Banco Central do Brasil. Principais políticas econômicas nas economias abertas: � Monetária, que trata da oferta e da demanda de moeda em circulação. O Governo pode ofertar um volume maior de moeda e, neste caso, diz-se que a economia está monetizada ou, ainda, retira-se a moeda de circulação, como por exemplo através da oferta de títulos públicos; � Fiscal, exercida através de variações de tributos e de gastos do Governo. Medidas de austeridade fiscal, reduzindo gastos e buscando a elevação de impostos, são exemplos. � Cambial, define a taxa de câmbio do país com o resto do mundo, ou seja, a relação de valor de sua moeda como outras moedas, influenciando o volume de importações e exportações e o resultado do balanço de pagamentos e balança comercial. São desdobramentos de políticas fiscal, monetária e cambial: geração de renda e emprego; de distribuição de renda e diminuição da pobreza; e de concessão de créditos. Valor bruto da produção (VBP) Produto, sem desconto de impostos e taxas. Todos os bens que foram produzidos na economia: � De consumo (BC)+ � De capital :destinados a produzir outros bens, como máquinas e ferramentas, (BK)+ � Intermediários: parte da produção de outros bens (BI)+ � Públicos: fornecidos pelo Estado,(BP). Pode gerar contagens em duplicidade... Por exemplo, se uma peça de algodão tem valor de R$ 10 e uma camisa tem valor de R$ 30, você poderia deduzir que a produção teve valor total de R$ 40, quando, na verdade, ela teve valor total de R$ 30. Para evitar: PIB = BC + BK + BP + XBI – MBI Bens consumidos no mercado doméstico: DBC, DBK e DBP. Também podem ser exportados ( XBP, XBC e XBK). Produto Interno Bruto PIB) É o valor monetário obtido pelo somatório de tudo que é produzido nos três setores da economia, no espaço geográfico que comporta esta economia, para elaboração de bens e serviços finais, para consumo ou exportação, normalmente ao longo de um ano. É relevante medida de verificação do crescimento econômico. PIB = DBC + XBC + DBK + XBK + DBP + XBP + XBI – MBI É composto pelo consumo das famílias (C) para a aquisição de bens e serviços (DBC + MBC), pelos investimentos (I) realizados pelas empresas (DBK + MBK), pelos gastos governamentais (G, formado por DBP + XBP) e pelo saldo líquido das transações realizadas com o resto do mundo (X – M), conhecidos como saldo de transações reais. PIB = C + I + G + (X – M) Renda nacional É o somatório da remuneração de todos os fatores de produção percebidos por todos os proprietários destes mesmos fatores, deduzidos os impostos e somados às transferências realizadas pelo Governo para o setor privado através de pagamentos de subsídios para as empresas e de pensões e outros benefícios previdenciários para as famílias. Assim: RN = Renda + transferências governamentais – imposto PIB = Renda = Despesa. produto = renda = despesa => “Fluxo Circular da Renda”. A geração de produto traz como consequência a remuneração dos insumos através da renda. Sendo consumida na forma de bens, a renda se iguala à despesa. Por exemplo, se a despesa de um empresário for de R$ 1 milhão com o pagamento de salários, a renda dos trabalhadores será usada para o consumo dos bens produzidos, retornando-se, assim, a renda para o fluxo circular. 1.2 Ótica da Demanda Macroeconomia: estudo das políticas econômicas e seus impactos sobre a sociedade através do crescimento econômico e da geração da produção de uma economia. Consumo, investimento e gastos Os estudos de Macroeconomia levam em consideração os agregados macroeconômicos: o produto, a renda e o dispêndio. O produto corresponde à soma de todos os bens e serviços produzidos pelos agentes em certo tempo. A renda corresponde à remuneração de todos os recursos necessários à fabricação dos bens finais. Já o dispêndio, ou gasto, representa os valores usados pelos agentes para a aquisição dos bens produzidos. O consumo pode ser compreendido como a soma do valor das aquisições pelos agentes econômicos (famílias, indivíduos, empreendedores, dentre outros) de bens que destinam-se ao uso desses agentes: bens de consumo não-duráveis, destinados ao uso em curtíssimo e curto prazo, às vezes por uma única vez, como alimentos, bens de consumo duráveis, normalmente utilizados por mais de uma pessoa, por mais de uma vez e cujo prazo de deterioração é maior, como eletrodomésticos; Bens de consumo semiduráveis: aqueles a serem consumidos por um agente em curto e médio prazos e que têm prazo de deterioração superior aos bens não duráveis, como calçados e roupas; serviços, atividades que vêm do trabalho humano como consultas médicas. O investimento é variável macroeconômica que corresponde ao somatório das despesas, por parte das empresas privadas, para a aquisição de bens e serviços para produção em longo prazo, como equipamentos e construção de instalações destinadas à fabricação das mercadorias. O gasto deriva de todas as atividades realizadas pelo Estado para a aquisição de bens e serviços, além da remuneração dos funcionários. A política econômica que utiliza o gasto do governo para atuar sobre a atividade econômica é denominada política fiscal. O consumo é formado pela aquisição de bens de consumo domésticos (dbc) e importados (mbc): C = dbc + mbc. Se foram produzidos bens no mercado doméstico com o valor de R$ 1 bilhão e os bens importados somaram o valor de R$ 100 milhões, temos que o consumo total desta economia é de R$ 1,1 bilhão. O investimento, enquanto se configure por um processo de aquisição de bens de capital (bk), pode ser determinado através da seguinte equação: I = dbk + mbk O gasto governamental (G) envolve a compra de bens públicos (bp) que serão disponibilizados à sociedade através do Estado, conforme a equação: G = dbp + mbp Expressando, portanto, as três variáveis que determinam a demanda agregada: D = C + I + G = dbc + mbc + dbk + mbk + dbp + mbp PIB Em equilíbrio: PIB = renda PIB = C + I + G + (X – M) => (X-M) representa o saldo da balança comercial (através da identidade exportações -importações). PIB = D → PIB – D = 0 (sem interação externa) Se o PIB se iguala à demanda, temos que, no cálculo do PIB, são computados todos os bens produzidos, importados e exportados, seja na forma de bens de consumo, capital ou bens públicos. Porém, devemos citar também os bens intermediários: BI = xbi – mbi Logo: PIB = BC + BK + BP + BI Logo: PIB = dbc + mbc + dbk + mbk + dbp + mbp + xbi – mbi Como o PIB se iguala à demanda em condições de equilíbrio, temos que: PIB = D → dbc + xbc + dbk + xbk + dbp + xbp + xbi – mbi = dbc + mbc + dbk + mbk + dbp + mbp Deste modo: PIB – D = dbc + xbc + dbk + xbk + dbp + xbp + xbi – mbi – (dbc + mbc + dbk + mbk + dbp + mbp) Retirando-se as variáveis que eliminam-se mutuamente, temosque: PIB – D = xbc – mbc + xbk - mbk+ +xbp – mbp +xbi – mbi Assim, PIB – D se igualam ao saldo de exportações e importações de bens: PIB – D = X – M Exportações, importações e saldo de transações reais Identidade macroeconômica: (PIB – D) => saldo de transações reais (ou correntes) de uma economia (com notação STR). Logo, sabendo-se que PIB – D = STR, temos que: STR = X – M Se as exportações tiveram um saldo final de R$ 4 bilhões e as importações tiveram saldo de R$ 3 bilhões, temos que o saldo de transações reais é igual a: STR = 4 – 3 = R$ 1 bilhão. PIB = D + (X-M) Ou seja, o produto interno bruto é formado pela demanda adicionada dos saldos das transações no exterior, constituindo, assim, a demanda agregada que iguala-se ao produto. “Agregada”, pois ela não é individualizada, mas sim composta pela soma das atividades dos agentes econômicos.
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