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Apontamentos Sobre o Texto O Papel da Violencia Simbolica na Sociedade por Pierre Bourdieu

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Dúvidas da leitura do texto O Papel da Violência Simbólica na Sociedade por Pierre Bourdieu.
Leituras complementares:
1) O Poder em Bourdieu e Foucault: Considerações sobre o Poder Simbólico e o Poder Disciplinar.
Referência: ROSA, Tiago Barros. O poder em Bourdieu e Foucault: considerações sobre o poder simbólico e o poder disciplinar. Rev. Sem Aspas, Araraquara, v.6, n.1, p. 3-12, jan./jun. 2017. e-ISSN 2358-4238
2) Empoderamento Feminino: uma análise a partir da teoria do poder simbólico de Pierre Bourdieu.
Referência: SCHMITZ, Gabriele A., TRAMONTINA, Robison. Empoderamento feminino: uma análise a partir da teoria do poder simbólico de Pierre Bourdieu. Revista de Gênero, Sexualidade e Direito, Brasília, v.3, n.1, p. 98-107, jan./jun. 2017. e-ISSN: 2525-9849.
3) Do livro Um Mapa da Ideologia, organizado por Slavoj Zizek, o texto A Doxa e a Vida Cotidiana. Debate entre Pierre Bourdieu e Terry Eagleton.
4) A parte inicial do livro O Poder Simbólico, do Bourdieu.
Seguem dúvidas, complementadas com algumas analogias e conhecimentos prévios.
1) 3º parágrafo da introdução “as pessoas não são inerentemente violentas, em vez disso, as situações produzem momentos de violência” – as pessoas são violentas inerentemente e as situações fazem aflorar a violência preexistente? e as questões relacionadas à sobrevivência? Hobbes/Leviatã/Homem Lobo do Homem/ O homem é sempre egoísta e mau. James Fallon/Estudo da Psicopatia/Serial Killers/Três Fatores: genética (nasce assim), lesão cerebral e interação com o ambiente.
2) Primeira citação do referencial teórico “poder simbólico … fazer ver e fazer crer” como no livro 1984, quando as metas eram mudadas conforme a produção, sendo sempre atingidas (não lembro se sempre atingidas ou sempre não atingidas, mas sempre manipuladas para manter a sociedade).
3) Ainda dentro da primeira citação do referencial teórico, fiz uma pesquisa sobre o conceito de illocutionary force (novidade para mim – eu venho das exatas – é tudo muito confuso) e cheguei a conclusão que são palavras bonitas para “não dar ponto sem nó” ???????? Engloba a linguagem não verbal, como quando Ed Kemper oferecia carona para as meninas: ele perguntava para onde elas estavam indo, elas respondiam, ele olhava no relógio para “pensar” se teria tempo suficiente, então oferecia a carona de novo, as meninas entravam no carro, “afinal, ele está ocupado” e assim ele conseguia as vítimas dele.
4) 5º parágrafo do referencial teórico “violência suave … do desconhecimento …” desconhecimento de quê? De que é uma violência? Do sistema? Da filosofia? Do pensamento erudito? Falta de acesso ao conhecimento?????
5) 1º parágrafo da página 166 “ … hierarquia de ‘dons’, méritos ou habilidade …” relacionado com a cultura de massa???? como assim o sistema educacional????
6) subjugação – eu sempre vou tentar subjugar alguém “mais fraco”, alguém que “eu acho que é mais fraco” – Mary Bell aos 10 anos matou dois garotos com 3 anos e 4 anos, dentro de um contexto de abuso, pós segunda guerra, os dois meninos eram “os mais fracos” – na sociedade como um todo, “alguém” vai subjugar aquilo que acha “mais fraco”, só penso na “mão invisível” do Adam Smith (acho que era dele).
7) Habitus – Spinoza??? “ser que se identifica com outro ser” / Anatomia do Gosto / há alguns anos, quando tive a infeliz ideia de estudar Moda só por diversão e porque é a área de atuação do meu marido (não concluí o curso, claro), li alguns textos sobre consumo de produtos falsificados e marcas de luxo, quando o importante é ter a “logomarca” estampada na roupa/bolsa/sapato e o quando somos “induzidos” a. esse consumo, logo, relação de poder simbólico. Antes disso, há mais ou menos uns 15 anos, eu fui analista de estatística de marketing para a empresa Coca Cola, na época em que eu fazia mestrado (na área de economia/cálculo) e também estudávamos e desenvolvíamos estratégias para “induzir” as pessoas a compra de uma marca e não outra. Naquela época, já achava que “não escolhemos” nada individualmente. Estou caminhando para a certeza de que não escolhemos nada individualmente.
8) Filme – O Diabo Veste Prada – tem uma cena que a editora-chefe diz pra estagiária que ela está usando aquela blusa azul porque alguém fez uma pesquisa sobre a cor, sobre os modelos, produziu e escolheu por ela, poder simbólico / violência simbólica??? o que eu quero não é exatamente o que eu quero. Eu quero o que está na propaganda. Eu “acho” que eu quero.
9) Poder simbólico / poder invisível – a escolha no supermercado / estudos da área de marketing / os produtos mais caros estão na altura dos olhos das pessoas nas gôndolas / os produtos mais baratos estão no chão ou em cima / as empresas compram espaços privilegiados nas gôndolas dos supermercados / eu não compro o que eu quero / poder simbólico – violência simbólica contra o individualismo??????
10) Para que se estabeleça a violência simbólica é preciso que haja um “pode simbólico” preestabelecido????? se não tem aquele tipo de poder preestabelecido associado a um tipo de violência a violência simbólica não acontece???
11) Weber – poder – dominador e dominado querem maximizar / teoria dos jogos (viajei) / e se eu me deixo dominar porque é “bom” ??? não é violência simbólica???
12) No texto do sobre Bourdieu e Foucault – habitus: princípio gerador de práticas objetivamente classificáveis e, ao mesmo tempo, sistema de classificação / Como as piadinhas que fazemos – mulher no volante, perigo constante / *u de bêbado não tem dono e outras do tipo???
13) Bourdieu critica teorias que menosprezam o caráter impositivo da arte e da linguagem / Claro que arte e linguagem são impositivos – há quem diga que a Madona das Roccas do Da Vinci era para colocar o João Batista acima de Jesus Cristo. Hoje, as músicas são muito mais violentas, mais promíscuas, falam mais sobre “ter” coisas, não transmitem valores – pode ser o contexto. As músicas da década de 60 transmitiam valores democráticos (que não existia na época). Hoje não temos nada para transmitir de valores e aí falamos em “ter” coisas?
14) Se o poder simbólico e a violência simbólica vem de quem está no poder naquele momento ou de uma classe dominante, como essa classe chegou lá? Por exemplo, Henrique VIII fez uma igreja pra ele porque queria se casar de novo com a Bolena (não lembro o primeiro nome). Ele não aceitou o poder simbólico da igreja católica. Outro exemplo, o Borgia (Rodrigo, eu acho), não “aceitou” o poder simbólico da igreja sobre ele, e, por sem Papa (acho que em final de 1400???), fez tudo o que tinha vontade junto com o filho (Cesare foi até chefe do exército, se não me engano). Isso muda a forma como a violência simbólica é praticada???
15) Imposições simbólicas / Realidade objetiva – e no princípio? Era o caos e fez-se a luz??? Os homens das cavernas, eles sentaram à fogueira e pensaram assim: “tá, nós somos melhores porque nos achamos mais fortes para caçar, uga uga e nós que mandamos”???? Onde entra a questão biológica??? Quanto ela é determinante na violência simbólica??? Onde “sai” a biologia e “entra” o simbolismo?
16) E as questões relacionadas à sobrevivência?? Me deixou muito espantada ver que o Peru tem uma população extremamente católica. Visitei uma escavação arqueológica, com uma guia que contou a história toda, as crenças e o que era feito nos templos que visitamos e como os espanhóis derrubaram todos os totens. Então perguntei para ela porque o povo era tão católico (precisei cobrir a cabeça todas as vezes para entrar nas igrejas, ou não podia entrar), sendo que a religião tinha sido trazida pelos mesmos espanhóis que haviam dizimado tudo. A resposta foi: “tu já visitou as catacumbas?”, sim, eu já havia visitado as catacumbas, então ela disse : “lá tem 25 mil ossadas, de 25 mil pessoas que foram mortas pela igreja, para sobreviver, era preciso aceitar a religião, e isso foi passando de pai para filho e para neto…” Nos submetemos à violência simbólica para sobreviver???
17) Os livros de autoajuda “modernos”, que dizem que eu tenho que “serfoda”, ser “empoderado” e coisas do tipo. São um “novo” poder simbólico? Uma “nova” violência simbólica??? E se a pessoa não quer “ser foda”? E se ela só quer “ser normal” com uma vida que ela acha que é normal???

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