Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Tecnologia de Obtenção de Formas Farmacêuticas Sólidas TECNOLOGIA DOS MEDICAMENTOS Professora Cindy Aguilera Recife, 2021. Lúmen GI C Parede gastrointestinal Vaso sanguíneo Forma farmacêutica Grânulos Partículas finas DESINTEGRAÇÃO DESAGREGAÇÃO DISSOLUÇÃO DISSOLUÇÃO DISSOLUÇÃO SOLUÇÃO 90% das Formas Farmacêuticas Industrializadas DESAFIOS DAS FFs SÓLIDAS: DESINTEGRAÇÃO, DESAGREGAÇÃO E DISSOLUÇÃO Estado Sólido da Matéria AMORFO CRISTALINO Mais solúvel Maior biodisponibilidade Menor estabilidade Menos solúvel Menor biodisponibilidade Maior estabilidade Incremento de Solubilidade POLIMORFISMOS: MESMA ESTRUTURA QUÍMICA COM ALTERAÇÕES NO ESTADO CRISTALINO Polimorfismos alteram: Propriedades de fluxo, escoamento, estabilidade, solubilidade, biodisponibilidade e propriedades de compressão Difratometria de Raios-X das formas polimórficas do Aciclovir Fonte: Lutker et al., 2010. Espectro de Infravermelho das formas polimórficas do Aciclovir Fonte: Lutker et al., 2010. Compatibilidade Fármaco x Excipiente INTERAÇÕES QUÍMICAS Reação de Maillard Hidrólise de Éster Abertura de anel (hidrólise) Formação de sal Dimerização Oxidação Complexação Desnaturação Calorimetria Exploratória Diferencial DSC (Differential Scanning Calorimetry) Termogravimetria Pós “Forma farmacêutica sólida cujo fármaco, na forma de pó, é misturado a outros adjuvantes pulvéreos para formar o produto final” “ Mistura íntima de fármacos secos e/ou substâncias químicas que podem ser destinados ao uso interno ou externo.” Mais de 70% das matérias-primas se encontram na forma de pós Pós VANTAGENS Fácil dissolução Mais estável do que FFs líquidas Absorção mais rápida do que comprimidos e cápsulas Facilidade de administração DESVANTAGENS Maior custo de produção (doses individualizadas) Maior facilidade de sofrer alterações (Hidrólise, Oxidação) Dificuldade de mascarar propriedades organolépticas Tamanho do recipiente Contaminação cruzada Não é útil para fármacos potentes Pós Tamanho das partículas VELOCIDADE DE DISSOLUÇÃO DISTRIBUIÇÃO UNIFORME PENETRABILIDADE BIODISPONIBILIDADE UNIFORMIDADE DA DOSAGEM AGREGAÇÃO FLUXO RUIM PARTÍCULAS INALADAS Técnica de Spray-Drying Spray-dring é um processo que consiste na secagem por pulverização de uma solução, suspensão ou emulsão em um pó seco, sendo altamente empregada pelas indústrias de alimento, medicamento e química Fonte: Silva et al., 2019. Influence of drying processes on Layered Double Hydroxides as Pharmaceuticals Excipients. Liofilização A técnica de liofilização é constituída pelos seguintes processos: Preparação ou pré-tratamento da amostra; resfriamento e solidificação do material; secagem por sublimação (secagem primária); secagem por dessorção (secagem secundária); condicionamento de embalagem e armazenamento. Obtenção de Pós - Fluxograma Pesagem Tamisação Mistura Controle de qualidade Envase Grânulos “Aglomerados, de aspecto homogêneo, com um ou mais princípios ativos associados a adjuvantes, sob a forma de pequenos grãos ou grânulos”. São SISTEMAS MULTIPARTICULADOS VANTAGENS EM RELAÇÃO AOS PÓS MELHOR PROPRIEDADE DE FLUXO MELHOR UNIFORMIDADE NO ENCHIMENTO MAIOR ESTABILIDADE FÍSICA E QUÍMICA MAIOR COMPRESSIBILIDADE MELHOR HOMOGENEIDADE NA DISTRIBUIÇÃO RESISTÊNCIA MECÂNICA SUPERIOR Métodos de Granulação Granulação Seca (Via Seca) Utilizada quando o princípio ativo não suporta umidade, calor/altas temperaturas e/ou quando são solúveis nos líquidos de molhagem Slugging Compactação por rolos Há dois processos intermediários principais: ou é produzido um grande comprimido (conhecido como “compacto”, ou slug) em uma prensa pesada de compressão (um processo conhecido como slugging) ou o pó é espremido entre dois rolos para produzir uma lâmina ou flocos do material (compactação por rolo). Em ambos os casos, o produto intermediário é quebrado usando uma técnica de moagem adequada, para produzir o material granular, que é geralmente tamisado para separar a fração de tamanho desejado 19 André Sousa (AS) - Fluxograma Granulação Seca VANTAGENS Menos etapas, logo menor custo Menor contaminação microbiana Não há custos com aquecimento DESVANTAGENS Desgaste de máquinas Contaminação cruzada Não utilizada para IFAs de baixo IT Métodos de Granulação Granulação Úmida (Via Úmida) Envolve a utilização de um líquido de granulação (líquido de molhagem), resultando em uma massa úmida que será seca e granulada Líquido de molhagem deve ser volátil e atóxico (água, etanol, isopropanol...) A água é bastante usada por razões econômicas e ecológicas. As desvantagens da água como solvente são que ela pode afetar adversamente a estabilidade do fármaco, causando hidrólise de produtos suscetíveis, e que ela requer um tempo de secagem mais longo do que os solventes orgânicos. Esse longo tempo de secagem aumenta a duração do processo e, novamente, pode afetar a estabilidade química do(s) fármaco(s), por causa da exposição prolongada ao calor. A vantagem primária da água é que ela não é inflamável, o que significa que precauções de segurança caras, como o uso de equipamento à prova de chamas, não precisam ser tomadas. Solventes orgânicos são usados como uma alternativa à granulação a seco quando fármacos sensíveis à água estão sendo processados ou quando é necessário um tempo de secagem rápido. 22 Granulação Úmida VANTAGENS Dispersão e Distribuição uniforme do fármaco Melhor qualidade DESVANTAGENS Não utilizado para IFAs termossensíveis Processo longo (custos) Mais equipamentos envolvidos 24 Grânulos - Componentes Princípio ativo Diluente Aglutinante Lubrificante, antiaderente, deslizante Corante, aromatizante, edulcorante Lactose, amido, celulose microcristalina, etc PVP, amido gelatinoso, derivados da celulose, gomas, etc. 25 extrusora Pellets Pellets são microgrânulos esféricos originados da aglomeração de pós finos. No caso de medicamentos, esses pellets contêm um ativo. O ativo pode estar no núcleo do pellet ou esse pellet pode ter um núcleo inerte com o ativo depositado em sua superfície. Os pellets apresentam excelentes propriedades de fluxo devido à forma esférica, superfície lisa, estreita faixa de distribuição de tamanho e facilidade no processo de revestimento. Cápsulas “São formas farmacêuticas sólidas nas quais as substâncias ativas e/ou inertes são encerradas em um pequeno invólucro solúvel, de formatos e tamanhos variados.” VANTAGENS Boa adesão; Mascara odor e sabor desagradável; Boa estabilidade, se bem acondicionadas; Fácil deglutição*; Desintegração rápida*; DESVANTAGENS Uniformidade de conteúdo dificultosa; Dificuldade no armazenamento (calor e umidade); Limitação na composição (interação com o invólucro). 31 Cápsulas - Classificação As cápsulas moles de gelatina contem uma preparação líquida ou semissólida dentro de uma cápsula que é formada por um processo simples de encapsulação. São hermeticamente seladas! Aumentam a capacidade de absorção do fármaco Melhora adesão do paciente e preferência do consumidor Melhora a segurança na veiculação de fármacos potentes e citotóxicos Úteis para fármacos suscetíveis à hidrólise ou oxidação Fármacos em alta dose com baixas capacidade de compressão Cápsulas - Classificação Cápsulas duras de gelatina são uma forma farmacêutica sólida oral comum, que consistem em DUAS partes: uma tampa e um corpo. São destinadas ao aporte de pós, grânulos e afins. Cápsulas gastrorresistentes Cápsulas de liberação modificada Comprimidos Formas farmacêuticas sólidas obtidas por aglomeração/aglutinação sob pressão de um OU vários princípios ativos; contendo ou não excipientes Comprimidos VANTAGENS Precisão de dosagem; Menor custo de produção – escala industrial; Perfis de dissolução passíveis de modulação; Maior produção em grande escala; Maior estabilidade. DESVANTAGENS Fármacos de difícil compressão; Pediatria e geriatria: dificuldade de deglutição; Fármacos de sabor amargo, odor desagradável:mais uma etapa (revestimento) Não há flexibilidade de dosagem Baixa biodisponibilidade Comprimidos DRÁGEAS MASTIGÁVEIS SUBLINGUAIS/ORODISPERSÍVEIS MULTICAMADAS EFERVESCENTES OBTENÇÃO Compressão direta Granulação Via Seca Granulação Via Úmida Comprimidos – Componentes Básicos Princípio (s) ativo (s) Aglutinantes: atuam como adesivas ou coesivas entre as partículas para formar grânulos Desintegrantes: facilita a ruptura/desintegração do comprimido Lubrificantes: reduz a fricção entre as paredes da matriz Diluentes: perfaz a quantidade necessária Corantes, aromatizantes Antiaderentes: reduz a adesão da matéria às paredes da matriz Deslizante: promove o escoamento 1. Alimentação 2. Compressão 3. Ejeção Processos de Obtenção Compressão Direta Processos de Obtenção Compressão – Via Seca Processos de Obtenção Compressão – Via Úmida Controle de Qualidade de Comprimidos Peso médio; Teor; Uniformidade de conteúdo; Dureza; Friabilidade; Desintegração Dissolução. Nos sistemas multiparticulados o fármaco está dividido em subunidades funcionais que serão administradas simultaneamente pellets microcomprimidos grânulos Vantagens tecnológicas Permite a veiculação de fármacos incompatíveis entre si; Possibilita dosagens variadas com a mesma formulação Vantagens biofarmacotécnicas Permite a associação de formulações de liberação imediata e controlada em uma única unidade (sistema bifásico); Menor irritação local; Risco reduzido de dose dumping Cápsula contendo pellets e microcomprimidos Cápsula contendo grânulos e microcomprimidos (Ferraz, 2011) Sistemas Multiparticulados 44 Sistemas Multiparticulados Contém o fármaco subdividido em unidades funcionais, que podem ser grânulos, pellets e Microcomprimidos ATÉ 5mm de diâmetro SISTEMAS MULTIPARTICULADOS x SISTEMAS MONOLÍTICOS Os sistemas multiparticulados apresentam vantagens tecnológicas e biofarmacotécnicas frente aos sistemas monolíticos Vantagens Tecnológicas Permite a veiculação de fármacos incompatíveis entre si; Possibilita dosagens variadas na mesma formulação Vantagens Biofarmacotécnicas Associação de formulações de liberação imediata e prolongada na mesma unidade; Esvaziamento gástrico mais previsível e menos dependente do estado nutricional; Absorção mais uniforme; Menos irritação local; Risco reduzido de dose dumping Revestimento de FFs Sólidas Processo tecnológico no qual uma camada externa, essencialmente seca, de material de revestimento é aplicada à superfície de uma forma farmacêutica. Razões para Revestimento Proteção do IFA – Aumento da Estabilidade Mascarar sabor desagradável Facilitar deglutição Melhorar aparência e auxiliar na identificação Conferir características de liberação prolongada do fármaco Técnicas de Revestimento Revestimento Peliculado Processo contemporâneo – Mais Utilizado Envolve a aplicação de um filme fino Aplicação de solução ou suspensão polimérica Secagem/Evaporação do solvente Deposição do material polimérico na FF sólida André Sousa (AS) - Técnicas de Revestimento Drageamento Mais comum, semelhante aos processos de “confeitaria” Aplicação sucessiva de formulações de sacarose Técnica de Tamboramento Aplicação líquido de revestimento (Sacarose) Distribuição Uniforme do líquido nos comprimidos Secagem, utilizando a temperatura adequada REPETIR QUANTAS VEZES NECESSÁRIO 57
Compartilhar