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Espondiloartrites · EpA abrange um grupo de doenças inter-relacionadas com características epidemiológicas, clínicas, anatomopatológicas, radiográficas e imunogenéticas peculiares. · Subdivididas em espondiloartrite predominantemente axial e periféricas, são elas: · Espondilite anquilosante (marcante acometimento de lombalgia) · Artrite psoriásica (acometimento cutâneo associada) · Espondiloartrites indiferenciadas · Artrite reativa · Artrites enteropáticas (DII) · Espondiloartrites juvenis · Nova: uveíte anterior · Acometimento das articulações sacroilíacas (sacroiliite) e coluna vertebral (espondilite), especialmente a lombar · Artrite periférica assimétrica, oligoarticular, grandes articulações, MMII · Existe a possibilidade de acometimento periférico exclusivo, sem o axial. · Entesites – inflamação das enteses · FR negativos (espondiloartrites soronegativas, acometimento periférico, mas FR-) ausência de nódulos reumatoides. Com o avançar da medicina, observou-se grupo de pacientes com FR-, eles também tinham lombalgia, inflamação ocular, conseguindo denominar a espondiloartrite. · Marcante agregação familiar · Sobreposição clinica entre formas de espondiloartrites (os pacientes podem mudar a forma de EpA durante a evolução). Ex: pode começar com uma anquilosante e evoluir para uma psoriásica. · HLA B27+ (caucasianos EUA 80-90%, africanos <50%, sacroileite/axial). · Artrite Reativa: artrite inflamatória que se inicia após 2-4 semanas de uma infecção intestinal (Shigela, Salmonela), ou do trato urogenital (Chamydia, Trachomatis). · Etiopatologia Ainda desconhecida. Prevalencia semelhante a AR (1%) e a espondilite anquilosante é a mais comum. Epidemiologia · Mais comum em homem 2-3:1 · Mulheres são acometidas mais jovens e tem diagnóstico mais tardio. Mulheres tem doença mais branda (menos anquilosante) · Genética: Inquestionável, altamente Familiar (7% a 36%). O risco de desenvolvimento com parentes de 1º de paciente é em torno de 27%. · O risco aumenta para 20% se o parente é HLA-B27+ · Concordância entre Gêmeos monozigóticos (63%) e dizigóticos (12%). · O quadro acima exemplifica a fisiopatologia: envolvimento genético é variável, mas de forma geral HLA-B27 estão presentes. Fatores mecânicos (trauma, sobrepeso). Fatores de microbiota (disbiose), estão relacionados com o início da cascata, gatilho inflamatório. Ativam células imunes e estromais, participam da ativação de citocinas inflamatórias (IL-23, IL-17, TNF-alfa), vias de sinalização (Wnt, BMP) que fazem parte do metabolismo ósseo serão ativadas. Isso desencadeia sintomas axiais, sintomas periféricas, remodelamento ósseo (erosões e neoformação que são formações de ponte) e manifestações extra-articulares (olho – perguntar se tem inflamação no olho, intestino -diarreia e pele – psoríase). · HLA B27: molécula MHC classe I. Quando positivo Associado a idade mais jovem ao diagnóstico. · Menor frequência de acometimento periférico (20-70%), pior prognóstico axial e maior risco de manifestações extra-articulares · Subtipos HLA-B27, como B* 2705, B*2704 e B*2702 são fortemente associado com EA · Uma vez positivo ele não negativa. · Uveíte é inflamação da câmera anterior · Dactilite (inflamação de toda falange) Espondilite anquilosante · Doença inflamatória Crônica que afeta o esqueleto axial, as ênteses, e, ocasionalmente, as articulações periféricas. · A lombalgia inflamatória é sua marca, podendo se associar a sacroiliíete (Rx) e muitas vezes a anquilose. · Também associa-se a manifestações extra-articulares: uveíte, e menos comumente, Cardíaca e doença pulmonar. Lombalgia · Dor lombar inflamatória: pior pela manhã e ao repouso, alivia com movimento e acorda o paciente a noite. · Dor glútea, no início unilateral, alternante, evoluindo para bilateralidade. · Geralmente 1º sintoma · Crônica: > 3 meses · Rigidez matinal 30-60min · Melhora com AINE em 48h · Nas crianças a primeira manifestação pode se ocular (uveíte) ou envolvimento periférico/entesite. · Exame Físico: Teste Patrick ou Fabergé (coxofemoral ou sacroiliaca) · Teste de Schober modificado: Faz uma marca na região posterior, mais ou menos, na altura da crista ilíaca, e com a fita métrica conta 10cm acima e faz outra marca. Logo em seguida, pede para o paciente fazer um flexão anterior máxima, e medimos novamente, se variar 5cm é normal, se for menos traduz uma perda de mobilidade da coluna lombar do paciente. Deve fazer 2 vezes pelo menos. · Normal: >= 5cm · Alterado: < 5cm Quadril e Ombro · São acometimentos axiais · Ocorre em 50% dos pacientes · Quadril: destruição espaço articular progressiva, deformidade coxofemoral e anquilose. Marcador de doença severa. Artroplastia em quadril em jovens, · Ombro: redução do espaço articular e erosão na cabeça do úmero (até anquilose). Artrite Periférica · É incomum no EA, mas pode ocorrer. · Oligoarticular, grandes articulações e assimétrica. · Quando desenvolve no início do quadro é preditor de doença agressiva · Mais comum em mulheres e adolescente Entesites · Entese é a inserção de um tendão, ligamento, cápsula ou fáscia ao osso. · Entesites é a inflamação da origem e inserção de ligamentos, tendões, aponeuroses, fibroso do anel, e cápsulas articulares e é uma característica da EA. · Mases: avaliar o sítio de enteses, são 13 sítios. O Score é de 0 a 13. Avalia com digito-pressão · Articulação costocondral 1 e a 7 · Crista ilíaca · Espinha ilíaca ântero-superior · Espinha ilíaca posterior · Processo espinhoso L5 · Tendão de aquiles Manifestações extra-articulares · Ocular: · Uveíte anterior ou iridociclite ocorre em 25% a 40% EA · Aproximadamente 90% HLA-B27 + · Uveíte anterior unilateral recorrente 50% têm EA · Mais comum em homens e mulheres durante a gestação · Prognóstico é favorável com resolução dos sintomas em algumas semanas · Sintomas: vemelhidão, dor, visão turva, lacrimejamento, fotofobia e miose · O diagnóstico é caracteristicamente confirmado pelo exame de lâmpada de fenda, que também é útil para monitorar a resposta ao tratamento. · Gastrointestinal – Espondilite Enteropática · Até 50% dos pacientes têm ileite ou inflamação cecal tanto macro/micro à ileoscopia. · 2/3 dos pacientes com espondiloartrite indiferenciada tem alteração intestinal histológica. · Pacientes com DII tendem a ter artrite periférica e erosão de quadril mais graves · Fatores de risco para evolução DI: lesões intestinais inflamatórias crônicas, elevação persistente de PAI e HLA-B27 negativo na presença de sacroileite. · DII estabelecida por ter sacroileite assintomática e HLA-B27 tem menos valor preditivo nesse grupo e paciente. Artrite Reativa · Síndrome de Reiter · Uretrite/artrite/conjuntivite · Artrite inflamatória secundaria a infecção na qual não se consegue isolar o microorganismo no líquido sinovial · Intestinal: Shigela, Salmonela, Campylobacter e Yersinia – 2-4semanas após infecção inicial · Urogenital: Clamydia trachomatis. H>M · Pico entre 20-40 anos (incomum < 15 anos e idosos) Clínica · Oligoartrite, assimétrica, Joelhos, tornozelos, quadros e MTF · Acometimento sinovial > enteses · Dactilite pode estar presente · 20-30% sacroileite assimétrica ( HLA-B27+) · Uretrite/prostatite/salpinfite/vulvo vaginite. · Úlcera local / balante circinada · Conjuntivite Bulbar · 20-30% uveíte anterior · Ceratodermia blenorrágica Artrite Psoriásica · Doença inflamatória articular e sistêmica que acomete 20-40% dos pacientes com psoríase · H:M, 3-4ª década de vida · Metade dos pacientes com psoríase apresentam algum comprometimento articular em 10 anos · Prevalencia baixa · Gene de susceptibilidades: PSORS 1* 6p21 · 20-60% HLA b27+ · Mortalidade > doenças cardiovasculares · 40-50% entesites · Subgrupos: · Mono/oligoarticular – dactilite · Poliartrite simétrica – semelhante a AR, mas com FR- · Clássica – mais é pés (IFD) assimétrica · Axial/Espondilítica – sacroileite assimétrica · Mutilante – perdesse a IFD · Sobreposição é comum Imagem · RX: diagnóstico e seguimento · Incidências: oblíquo/Ferguson modificado posição supino,Joelhos/quadris fletidos, e tubo de Rx centrado em L5-S1 angulado a 25-30° cranial (melhor incidência para radiografar as articulações sacroiliacas) · Alterações radiográficas típicas: sacroileite simétrica com perda dos contornos articulares, pseudoalargamento, esclerose subcondral, erosões, redução do espaço, traves ósseas e fusão. · Inicialmente ao lado ilíaco>sacral (cartilagem no ilíaca é mais fina) · No 1/3 superior às alterações são mais tardias (ossos são contidos por fortes ligamentos intrarticulares). Critérios de new York – critérios da sacroileite radiográfica · Grau 0: Normal · Grau 1: Suspeito de alteração · Grau 2: Sacroileite mínima = perda das bordas articulares, mínima esclerose, minas erosões ou discreta redução do espaço articular · Grau 3: Sacroileite moderada = esclerose, bordamento e irregularidade das superfícies articulares, erosões e redução do espaço articular · Grau 4: fusão das superfícies articulares com esclerose ou não · RNM: capaz de detectar alterações inflamatórias das articulações sacroiliacas que podem parecer as lesões estruturais ao RX em 3-7 anos. · Sensibilidade de 100% · Edema de medula óssea/osteite mais visualizado em sequência com recurso de saturação de gordura. Tratamento · Não medicamentoso · Fisioterapia: prevenção de limitações funcionais e restauração da mobilidade · Cirúrgico: prótese de quadril · Medicamentoso · AINE: drogas de eleição e devem ser utilizadas desde o início do TTO. · Utilizar Cox-2 em paciente com potencial risco de toxicidade gástrica ou intolerância aos convencionais · Uso contínuo de AINE apresenta melhor resposta quanto aos danos estruturais em comparação com uso intermitente · Retirada lenta e gradual após completa remissão clinica/lab . · Sulfassalazina: 30mg/kg/dia, 2 administrações após as refeições – resposta significativa na artrite periférica e uveíte recorrentes. · Metotrexate
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