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Aula 2 - Demonstrações Obrigatórias

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AULA 2 
DEMONSTRAÇÕES 
CONTÁBEIS 
OBRIGATÓRIAS
Prof. Daniel Angelim
1. DEMONSTRAÇÕES OBRIGATÓRIAS PARA TODAS AS
EMPRESAS
➢ Segundo a NBC T-31, as demonstrações contábeis são
aquelas extraídas dos livros, registros e documentos que
compõem o sistema contábil de qualquer tipo de Entidade,
devendo na sua elaboração serem observados os Princípios
Fundamentais de Contabilidade (PFC) aprovados pelo Conselho
Federal de Contabilidade (CFC).
➢ As demonstrações contábeis devem especificar sua natureza,
a data e/ou o período e a Entidade a que se referem, cujo grau de
revelação deve propiciar o suficiente entendimento do que
cumpre demonstrar, inclusive com o uso de notas explicativas,
que, entretanto, não podem substituir o que é intrínseco às
demonstrações.
➢ De conformidade com o art. 176 da Lei nº 6.404, de
15.12.1976 (DOU de 17.12.1976), e outros dispositivos legais
emanados dos órgãos encarregados da normatização dos
procedimentos contábeis, as empresas estão sujeitas à
elaboração e publicação (para as sociedades por ações) das
seguintes demonstrações contábeis:
• Balanço Patrimonial (BP);
• Demonstração do Resultado do Exercício (DRE);
• Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados (DLPA);
➢ Consideradas, porém, as exceções previstas na Lei nº
6.404/76 e as normas da CVM, são demonstrações obrigatgórias
para companhias abertas:
• Balanço Patrimonial (BP);
• Demonstração do Resultado do Exercício (DRE);
• Demonstração das mutações do patrimônio líquido, na qual
deve ser incluída a DLPA;
• Demonstração dos fluxos de caixa;
• Demonstração do valor adicionado.
➢ Para companhias fechadas, são demonstrações obrigatórias:
• Balanço Patrimonial;
• Demonstração do Resultado do Exercício;
• Demonstração dos lucros ou prejuízos acumulados; e
• Demonstração dos fluxos de caixa, se o patrimônio líquido na
data do balanço for igual ou superior a R$ 2 milhões.
➢ Balanço Social.
• Como patrimônio podemos entender o complexo das relação
jurídicas da companhia que possam ser avaliadas
economicamente;
• O balanço social é uma exposição, com base na data do
encerramento do exercício, do ativo, das obrigações e da
situação líquida da entidade;
• Representa um inventário do patrimônio.
➢ Art. 178. No balanço, as contas serão classificadas segundo
os elementos do patrimônio que registrem, e agrupadas de modo
a facilitar o conhecimento e a análise da situação financeira da
companhia.
➢ § 1º No ativo, as contas serão dispostas em ordem
decrescente de grau de liquidez dos elementos nelas registrados,
nos seguintes grupos:
I – ativo circulante; e (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009);
II – ativo não circulante, composto por ativo realizável a longo
prazo, investimentos, imobilizado e intangível. (Incluído pela Lei
nº 11.941, de 2009).
➢ Art. 179. As contas serão classificadas do seguinte modo:
I - No ativo circulante: as disponibilidades, os direitos realizáveis no
curso do exercício social subseqüente e as aplicações de recursos
em despesas do exercício seguinte;
II - No ativo realizável a longo prazo: os direitos realizáveis após o
término do exercício seguinte, assim como os derivados de vendas,
adiantamentos ou empréstimos a sociedades coligadas ou
controladas (artigo 243), diretores, acionistas ou participantes no
lucro da companhia, que não constituírem negócios usuais na
exploração do objeto da companhia;
III- Em investimentos: as participações permanentes em outras
sociedades e os direitos de qualquer natureza, não classificáveis no
ativo circulante, e que não se destinem à manutenção da atividade
da companhia ou da empresa;
➢ Art. 179. As contas serão classificadas do seguinte modo:
IV - No ativo imobilizado: os direitos que tenham por objeto bens
corpóreos destinados à manutenção das atividades da companhia
ou da empresa ou exercidos com essa finalidade, inclusive os
decorrentes de operações que transfiram à companhia os benefícios,
riscos e controle desses bens; (Redação dada pela Lei nº 11.638,de
2007)
V - No intangível: os direitos que tenham por objeto bens incorpóreos
destinados à manutenção da companhia ou exercidos com essa
finalidade, inclusive o fundo de comércio adquirido. (Incluído pela Lei
nº 11.638,de 2007)
➢ Art. 178, § 2º - No passivo, as contas serão classificadas nos
seguintes grupos:
I – passivo circulante; (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009);
II – passivo não circulante; e (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009);
III – patrimônio líquido, dividido em capital social, reservas de capital,
ajustes de avaliação patrimonial, reservas de lucros, ações em
tesouraria e prejuízos acumulados. (Incluído pela Lei nº 11.941, de
2009).
➢ Passivo Exigível
➢ Art. 180. As obrigações da companhia, inclusive
financiamentos para aquisição de direitos do ativo não circulante,
serão classificadas no passivo circulante, quando se vencerem no
exercício seguinte, e no passivo não circulante, se tiverem
vencimento em prazo maior, observado o disposto no parágrafo
único do art. 179 desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 11.941, de
2009)
➢ Patrimônio Líquido
Art. 182. A conta do capital social discriminará o montante
subscrito e, por dedução, a parcela ainda não realizada.
§ 1º Serão classificadas como reservas de capital as contas que
registrarem:
a) a contribuição do subscritor de ações que ultrapassar o valor
nominal e a parte do preço de emissão das ações sem valor
nominal que ultrapassar a importância destinada à formação do
capital social, inclusive nos casos de conversão em ações de
debêntures ou partes beneficiárias;
b) o produto da alienação de partes beneficiárias e bônus de
subscrição;
➢ Patrimônio Líquido
§ 2° Será ainda registrado como reserva de capital o resultado da
correção monetária do capital realizado, enquanto não
capitalizado.
§ 3º Serão classificadas como ajustes de avaliação patrimonial,
enquanto não computadas no resultado do exercício em
obediência ao regime de competência, as contrapartidas de
aumentos ou diminuições de valor atribuídos a elementos do ativo
e do passivo, em decorrência da sua avaliação a valor justo, nos
casos previstos nesta Lei ou, em normas expedidas pela
Comissão de Valores Mobiliários, com base na competência
conferida pelo § 3º do art. 177 desta Lei. (Redação dada pela Lei
nº 11.941, de 2009);
➢ Patrimônio Líquido
§ 4º Serão classificados como reservas de lucros as contas
constituídas pela apropriação de lucros da companhia.
§ 5º As ações em tesouraria deverão ser destacadas no balanço
como dedução da conta do patrimônio líquido que registrar a
origem dos recursos aplicados na sua aquisição.
Exemplo:
➢ Determinada empresa possui em seu patrimônio um
equipamento adquirido anteriormente por R$ 1.000,00 e o mesmo foi
vendido ao preço de R$ 800,00, sendo recebido 25% no ato. Sabe-
se que contabilmente o equipamento já foi depreciado em 40%.
Pede-se:
a) O registro da venda do bem;
b) A baixa do bem do ativo.
➢ Exercícios
1 – Analise os dados extraídos da contabilidade de uma determinada
empresa:
• Despesas com Vendas R$ 2.000,00
• Devolução de Vendas R$ 4.000,00
• PIS sobre vendas R$ 1.200,00
• Receita Bruta R$ 22.000,00
• CMV R$ 12.000,00
• ICMS sobre vendas R$ 3.960,00
• Cofins sobre vendas R$ 840,00
• Despesas Administrativas R$ 4.500,00
Considerando exclusivamente os dados acima, qual o valor da
receita líquida, do Lucro Bruto e do resultado final?
2 – Ao apurar o resultado no fim do período contábil de 2009, a
empresa encontrou um lucro líquido,antes dos tributos sobre o lucro
e das participações, no montante de R$ 1.520,00.
A planilha de custos trazida para compor o resultado do período
continha juros relativos a dezembro de 2009, já pagos, no valor de
R$ 125,00; juros relativos a janeiro de 2010, ainda não pagos, no
valor de R$ 180,00; juros relativos a dezembro de 2009, ainda não
pagos, no valor de R$ 160,00; juros relativos a janeiro de 2010, já
pagos, no valor de R$ 200,00. Referidaplanilha já havia sido
contabilizada segundo o regime de caixa.
As demais contas estavam corretas, com saldos contabilizados,
segundo o regime de competência. A empresa, então, mandou
promover o registro contábil das alterações necessárias para
apresentar os eventos segundo o regime de competência, em
obediência à regulamentação vigente.
Calcule o rédito do período.
3 – A empresa comercial de Bolas e Balas Ltda, mandou elaborar um balancete de
verificação com as seguintes contas e saldos constantes do livro Razão Geral:
Contas Saldos
Caixa R$ 13.000,00
Depreciação Acumulada R$ 2.000,00
Títulos a pagar R$ 80.000,00
Salários e Ordenados R$ 1.600,00
Bancos Conta Movimento R$ 74.000,00
Receitas de Serviços R$ 14.400,00
Computadores e periféricos R$ 16.000,00
Despesas de Transporte R$ 700,00
Salários a Pagar R$ 1.000,00
Capital Social R$ 160.000,00
Prov. p/Crédito de Liq. Duvidosa R$ 600,00
Capital a Realizar R$ 18.000,00
Duplicatas Descontadas R$ 10.000,00
Provisão para FGTS R$ 800,00
Aluguéis Ativos a Vencer R$ 1.500,00
Imóveis R$ 110.000,00
Clientes R$ 34.000,00
Elaborar balancete de verificação e balanço patrimonial.
CONCEITO:
➢ A DLPA evidencia, em um determinado período, as mutações nos
resultados acumulados da Entidade.
➢ A DLPA é um relatório contábil que tem por finalidade evidenciar a
destinação do Lucro Líquido apurado no final de cada exercício social.
DLPA
OUTRAS SOCIEDADES:
A DLPA é obrigatória para as sociedades limitadas e outros tipos de empresas,
conforme a legislação do Imposto de Renda (art. 286, Decreto 9.580/2018).
Seção X
Demonstrações Financeiras
Art. 286. Ao fim de cada período de incidência do imposto, o contribuinte deverá apurar
o lucro líquido mediante a elaboração, com observância das disposições da lei
comercial, do balanço patrimonial, da demonstração do resultado do período de
apuração e da demonstração de lucros ou prejuízos acumulados.
§ 1º O lucro líquido do período deverá ser apurado com observância das disposições
da Lei nº 6.404, de 1976.
§ 2º O balanço ou balancete deverá ser transcrito no Diário ou no LALUR.
DLPA
ESTRUTUTA DA DLPA:
SEÇÃO IV
Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados
Art. 186. A demonstração de lucros ou prejuízos acumulados discriminará:
I - o saldo do início do período, os ajustes de exercícios anteriores e a correção
monetária do saldo inicial;
II - as reversões de reservas e o lucro líquido do exercício;
III - as transferências para reservas, os dividendos, a parcela dos lucros
incorporada ao capital e o saldo ao fim do período.
DLPA
ESTRUTUTA DA DLPA:
SEÇÃO IV
Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados
§ 1º Como ajustes de exercícios anteriores serão considerados apenas os
decorrentes de efeitos da mudança de critério contábil, ou da retificação
de erro imputável a determinado exercício anterior, e que não possam ser
atribuídos a fatos subsequentes.
§ 2º A demonstração de lucros ou prejuízos acumulados deverá indicar o
montante do dividendo por ação do capital social e poderá ser incluída na
demonstração das mutações do patrimônio líquido, se elaborada e publicada
pela companhia.
DLPA
ELABORAÇÃO DA DLPA
➢ Os dados para elaboração dessa demonstração são extraídos do Livro
Razão, bastando, portanto, consultar a movimentação ocorrida durante o
exercício, especialmente nas contas Prejuízos Acumulados, Juros sobre
Capital Próprio e Lucros Acumulados, sendo que a primeira é conta
patrimonial do grupo do Patrimônio Líquido e as outras duas que são contas
transitórias, terão seus saldos obrigatoriamente zerados no último dia do
exercício social (RIBEIRO, Osni. 2009).
DLPA
MODELO DLPA DLPA
DESCRIÇÃO
EXERCÍCIO 
ATUAL R$
EXERCÍCIO 
ANTERIOR R$
1. Saldo Anterior do Período
2. Ajustes de Exercícios Anteriores
3. Saldo Ajustado
4. Lucro/Prejuízo do Exercício
5. Reversão de Reservas
6. Saldo a Disposição
7. Destinação do Exercício
- Reserva Legal
- Reserva Estatutária
- Reservas para Contingência
- Outras Reservas
- Dividendos Obrigatórios (R$ por ação)
8. Saldo no Fim do Exercício
COMPONENTES DA DLPA
1. Saldo Inicial do Período
➢ Corresponde ao saldo da conta Prejuízos Acumulados constante do
Balanço de encerramento do exercício anterior.
2. Ajustes de Exercícios Anteriores
➢ Segundo a legislação, se estabelece que o Lucro Liquido do Exercício não
deve sofrer influência por valores vindos de outros exercícios.
a) Mudança de Critério Contábil:
• Essa mudança é desaconselhada, pois contraria a Convenção Contábil da
Consistência.
• Mudança do critério de avaliação dos estoques de PEPS para Custo Médio.
• Os reflexos da mudança de critérios, positiva ou negativa, devem ser
lançadas diretamente na conta Lucros Acumulados.
• Obrigatório evidenciar em Notas Explicativas.
DLPA
2. Ajustes de Exercícios Anteriores
b) Retificação de Erro:
• Erros de escrituração que não podem ser incluídos no exercício presente.
(erros de cálculos, omissão de lançamentos, erros de avaliação do
estoques).
• Após concluídos os procedimentos de apuração do Resultado do Exercício
e estando as demonstrações financeiras devidamente elaboradas e
publicadas, os erros identificados serão contabilizados diretamente, a débito
ou a crédito, na conta Lucros Acumulados.
Ex: Em Maio de 2016 constatou-se que uma Receita de Aluguéis de uma
entidade, no valor de R$ 5.000,00 e referente ao mês de Setembro de 2015, foi
contabilizada a crédito da Conta Clientes, quando o correto seria a crédito da
conta que registra a Receita.
Comente os efeitos do lançamento indevido em 2015 e promova a correção do
fato acima relatado.
DLPA
3. Saldo Ajustado
➢ Saldo inicial da conta Prejuízos Acumulados mais ou menos ajustes de
exercícios anteriores;
4. Lucro/Prejuízo do Exercício
➢ Lucro ou Prejuízo Líquido apurado no exercício e devidamente
demonstrado na Demonstração do Resultado do Exercício – DRE.
5. Reversão de Reservas
➢ As reservas sujeitas a reversão correspondem somente a Reserva de
Lucros, que se originam do Lucro Líquido do Exercício.
Ex: O LLE de um determinada empresa tenha sido R$ 2.000.000,00, e que os
acionistas tenham decidido criar uma reserva para investimentos em filiais no
valor de 40% do LLE. Providencie o registro contábil do fato acima descrito e
do valor destinado para dividendos.
DLPA
Ex2: Ao final do exercício seguinte, o respectivo investimento tenha sido
efetuado com a abertura de 2 filiais. Providencie o registro com relação a
reserva feita anteriormente.
6. Saldo a Disposição
➢ Valor à disposição da assembleia (Sociedades por Ação) ou dos sócios
(outras sociedades), para que sejam calculadas as destinações propostas.
7. Destinação do Exercício
➢ Reservas e Dividendos Obrigatórios ( Estatuto omisso, 50% do valor do
LLE) (Art. 202, Lei 6.404/76).
8. Saldo do Fim do Exercício
➢ Por força da Lei 11.638/2007, a conta Lucros Acumulados terá seu saldo
zerado no último dia do exercício social, o saldo na DLPA só existirá se for
como Prejuízos Acumulados. (Empresas de Capital Aberto).
DLPA
Exercício
2 - Sabendo-se que o Lucro Acumulado da empresa Luz & Luz LTDA era em
31/12/2015 de R$ 5.800,00, calcule, por meio da DLPA, o Lucro Acumulado
em 31/12/2016, conhecendo os seguintes dados:
Lucro Líquido do Exercício: R$ 1.300
Reserva Legal (calcular pela taxa legal)
Reserva de Contingência – 10%
Reserva Estatutária – 15%
Reserva de Lucros a Realizar – 20%
Dividendos: 25% sobre o Lucro Líquido
DLPA
Exercício
3 - Sabendo-se que o Lucro Acumulado da empresa A. M. Ferragens LTDA, no
início do período era de R$ 129.360,00 e que houve um aumento de Capital
durante o exercício por conta de Lucros Acumulados no valor de R$
100.000,00, e que o Lucro Líquido no final do exercício foi de R$ 68.800,00 e
que haverá uma distribuição de lucro para os sócios de R$ 50.000,00. Calcular
o valor de Lucros Acumulados no final do exercício.
DLPA

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