Buscar

ApostilaPetroquímica

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 67 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 67 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 67 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

PETROQUÍMICA 
 
 
PROFESSOR FERNANDO MARQUES 
– Fernandão – 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
EMENTA 
 
PETROQUÍMICA – 4º Período 
GRADUAÇÃO TECNOLÓGICA EM PETRÓLEO & GÁS 
 
Professor Fernando Marques – fernandomarques.qipp@gmail.com 2 
Conteúdo Programático 
 
 Noções de Química Orgânica (Átomo de Carbono a Aromáticos). 
 Conceitos Ligados à Indústria do Petróleo. 
 Conceitos Ligados a Indústria Química. 
 Conceitos Ligados a Indústria Petroquímica 
 Matérias-Primas da Indústria Petroquímica. 
 Produtos Petroquímicos Básicos, Intermediários e Finais. 
 Produção de Olefinas. 
 Produção de Aromáticos. 
 Meio Ambiente na Indústria do Petróleo 
 
BIBLIOGRAFIA 
 
1. Wasserman, Adolpho, Petroquímica: Introdução/Adolpho Wasserman, Isaac 
Plachta, RJ, Ed. McKlauser, 1994. 
2. Mano, Eloisa Biasoto; Mendes, Luis Claudio. Introdução a polímeros. 2 ed. rev. e 
ampl. SP: E. Blücher, 1999. 
3. Wongtschowski, Pedro. Indústria Química - Riscos e Oportunidades. 2ª Edição. 
4. ABIQUIM. 
5. Elkind, R. Petroquímica Básica. SEDES/PETROBRÁS (Apostila). 
6. Campos, Antônio C. e Leontsinis, Epaminondas. Petróleo e Derivados. São Paulo: 
Técnica, 1990. 
7. Shreve, R. N. Indústrias de Processos Químicos. 4ª Ed. Rio de Janeiro: Guanabara 
Dois, 1980. 
8. Soares, A. C. R. Petróleo: Origem, Ocorrência, Exploração. 1ª Ed. Salvador, 1993. 
 
 
 
 
PETROQUÍMICA – 4º Período 
GRADUAÇÃO TECNOLÓGICA EM PETRÓLEO & GÁS 
 
Professor Fernando Marques – fernandomarques.qipp@gmail.com 3 
PANORAMA DA INDÚSTRIA PETROQUÍMICA 
Introdução 
a) Tópicos Relevantes 
 
 A atividade petroquímica teve início em 1919, nos Estados Unidos, a partir 
dos trabalhos de pesquisa desenvolvidos durante a 1ª Guerra Mundial. 
 Durante as décadas de 1920 e 1930, ocorreu o desenvolvimento de 
métodos de fabricação e uso de olefinas (eteno, propeno e buteno). 
 Durante as décadas de 1940 e 1950 a atividade petroquímica foi bastante 
expandida em função da 2ª Guerra Mundial e a indústria de refino de 
petróleo sofreu grande desenvolvimento. 
 A década de 50 também estabelece o início da atividade petroquímica 
no Brasil. 
 
 A Petrobras instala uma fábrica de fertilizantes, em 1958, com a 
manipulação de amônia (NH3) e Nitratos (NO ). 
 Em 1957, são instaladas a Companhia Brasileira de Estireno para 
manipulação de estireno, e a Alba, para manipulação de metanol. 
 A Petrobras constrói também, na cidade de Cubatão, suas unidades 
de eteno (1958) e propeno (1959). 
 Em 1958 a Companhia Petroquímica Brasileira começa suas 
atividades de processamento de negro de fumo, e a Union Carbide 
do Brasil inicia sua produção de polietileno. 
 Em 1959, são instaladas a Petrocolor Solvay para produção de 
polietileno, e a Rodhia, para produção de acetona. 
 A indústria brasileira de enxofre inicia, em 1960, sua linha de 
atividades envolvendo derivados de enxofre. 
 
PETROQUÍMICA – 4º Período 
GRADUAÇÃO TECNOLÓGICA EM PETRÓLEO & GÁS 
 
Professor Fernando Marques – fernandomarques.qipp@gmail.com 4 
 O Pólo Petroquímico de São Paulo, o primeiro a ser implantado no país 
(conhecido também como pólo petroquímico do grande ABC), está 
localizado nos municípios de Santo André e Mauá. Não obedeceu ao 
planejamento logístico dos que o sucederam em que as empresas de 
segunda geração foram instaladas nas proximidades de centrais de 
matérias primas. Com o início da operação, em 1972, este é o menor dos 
três pólos em termos de produção de eteno. Foi viabilizado via capital 
privado de um grupo empresarial de SP (grupo União) com parceria do 
governo (Petroquisa) e capital estrangeiro (Tripartite). O capital estrangeiro 
foi importante para agregar tecnologia. Hoje é composto por indústrias que 
produzem petroquímicos para a fabricação de resinas termoplásticas, 
borrachas, tintas, entre outros. Sua central petroquímica possui 
capacidade de produção de 730 mil toneladas de eteno. 
 
 
Figura 1 – Pólo de São Paulo/SP 
 
 Tal como já havia feito com outros setores considerados estratégicos, como 
à siderurgia e o petróleo, o Estado brasileiro criou um conjunto de 
instrumentos indutores do fortalecimento da presença nacional no 
desenvolvimento da petroquímica. Entre os instrumentos mais 
importantes, ressaltam-se: 
 
 A criação, em 1967, da Petrobras Química S.A. (Petroquisa), 
uma holding da Petrobras para este setor; 
 Oferta de crédito subsidiado via sistema BNDES e restrições às 
importações; 
PETROQUÍMICA – 4º Período 
GRADUAÇÃO TECNOLÓGICA EM PETRÓLEO & GÁS 
 
Professor Fernando Marques – fernandomarques.qipp@gmail.com 5 
 Práticas de preço atraentes para Nafta (principal matéria prima 
da indústria). 
*Obs.: 
 
 Gasolina de Destilação Direta (DD) 
 
É a retirada líquida mais leve da destilação atmosférica do petróleo, é 
a chamada Nafta. A mesma é usada como a mais importante matéria-
prima para a Indústria Petroquímica ou como componente da fração 
comercializada como gasolina automotiva. 
O termo Nafta é usado para fração com faixa de destilação entre 30° e 
250°. É uma mistura de C4 a C12. Atualmente podemos dizer que a 
gasolina DD é a Nafta. 
A gasolina automotiva (comum) é uma formulação que contém nafta, 
porém, tem que possuir característica antidetonante, evitando que a 
explosão ocorra antes da presença da centelha. Essa propriedade é 
medida pela octanagem que se existe no Brasil, maior ou igual a 87 
(portaria ANP 197/99). 
Gasolina de aviação (motores de pistão) é formulada para octanagem 
até 145 e ponto de congelamento de – 60º C. 
Há ainda a chamada gasolina aditivada que é apenas a gasolina 
comum aditivada com um detergente para evitar acúmulo de sujeira 
nos dutos e bicos dos automóveis. 
E a Gasolina Premium é a gasolina automotiva com octanagem maior 
que 91 (portaria ANP 197/99). 
 
 
PETROQUÍMICA – 4º Período 
GRADUAÇÃO TECNOLÓGICA EM PETRÓLEO & GÁS 
 
Professor Fernando Marques – fernandomarques.qipp@gmail.com 6 
 Os 2° e o 3° pólos localizados respectivamente em Camaçari (BA) e Triunfo 
(RS), também utilizaram este modelo societário engenhoso, denominado 
tripartite. 
 O pólo petroquímico de Camaçari foi o primeiro complexo petroquímico 
planejado do país e iniciou suas operações em 1978 graças também ao 
modelo ao “modelo Tripartite”. É composto por indústrias que produzem 
petroquímicos para a fabricação de resinas termoplásticas, 
fertilizante, metalurgia de cobre, entre outros. A central petroquímica é 
responsável pela produção de 1.280 mil toneladas de eteno. 
 
 
Figura 2 – Pólo de Camaçari/BA 
 
 Depois da Bahia, esse foi o terceiro pólo petroquímico base nafta a ser 
construído na década. A central de matérias –primas do pólo de Triunfo – 
Copesul (atual Braskem) – começou a operar em 1982. Atualmente o pólo 
tem capacidade produtiva de 1.240 mil toneladas de eteno. 
 
 
Figura 3 – Pólo de Triunfo/RS 
PETROQUÍMICA – 4º Período 
GRADUAÇÃO TECNOLÓGICA EM PETRÓLEO & GÁS 
 
Professor Fernando Marques – fernandomarques.qipp@gmail.com 7 
 No modelo Tripartite, o controle das empresas é compartilhado em 
proporções iguais pela Petroquisa, por um sócio privado nacional e por um 
sócio privado estrangeiro. Em ambos os casos, as empresas da área de 
Downstream tem o suprimento de matérias primas garantido pelas centrais 
Copene (BA) e Copesul (RS). 
 Com a implantação do programa nacional de desestatização acelerada na 
década de 1990, o modelo vitorioso até os anos de 1980 começou a ser 
desmontado. Com isso a Petroquisa foi obrigada a alienar a maior parte de 
suas participações societárias e perdeu o papel de planejadora da política 
industrial do setor petroquímico nacional. 
 
b) Pontos primordiais 
 
 Considera-se que um produto petroquímico é aquele que tem sua 
origem no petróleo ou no gás natural, totalmente ou em parte. A 
indústria petroquímica, que fez sua aparição mundial pela década de 
1920 e experimentourápida transição desde essa época, atingindo entre as 
décadas de 40 e 60 os momentos culminantes de sua expansão 
tecnológica, terminou por se constituir em importante liderança do setor 
industrial, e, mesmo nos negócios internacionais. Filha direta da área 
energética acompanhou de forma indissolúvel seu incrível 
desenvolvimento, tendo como base a enorme disponibilidade de petróleo e 
gás natural e os seus baixos preços frente aos de outras matérias primas 
alternativas como o carvão e o álcool. 
 Para melhor entendimento é necessário que se saiba de alguns pontos 
primordiais para o estudo da Petroquímica, tais como: 
 
 A Indústria Petroquímica no Brasil: originou-se no governo militar, 
mais precisamente na década de 1970, quando foi construído no país o 
pólo petroquímico de São Paulo em 1972, posteriormente o pólo de 
Camaçari em 1978 e o de Triunfo em 1982; 
PETROQUÍMICA – 4º Período 
GRADUAÇÃO TECNOLÓGICA EM PETRÓLEO & GÁS 
 
Professor Fernando Marques – fernandomarques.qipp@gmail.com 8 
 Hidrocarbonetos: é necessária uma interação profunda com a química 
orgânica examinando estes compostos de hidrogênio e carbono, e, 
outras das chamadas funções orgânicas com suas respectivas 
classificações segundo estruturas comuns. Em suma, a indústria 
petroquímica em geral é, em seu fundamento, o encontro de talentos 
humanos com os compostos químicos. 
 Matérias-Primas: estuda-se a origem de matérias fundamentais da 
indústria petroquímica (petróleo e gás natural), como transportes, até 
recuperação, a partir delas, dos hidrocarbonetos básicos de toda 
petroquímica. 
 Produtos Petroquímicos: produtos de características diferentes, mas 
que apresentam similaridades de uso com outros, permitem dividir a 
petroquímica em ramos de aplicação industrial segundo essa 
similaridade. Os principais mercados dos petroquímicos são os 
plásticos, elastômeros (borracha sintética), detergente, fibras e 
fertilizantes. 
 Planta ou Fábrica: de forma não discriminada é o local em que são 
reunidos os equipamentos e os materiais para produção de produtos 
petroquímicos, e pelas seções auxiliares que fornecem vapor, água, 
combustível, etc. É para onde se dirige toda a atenção, desde sua 
concepção inicial até a operação final. Através desta descrição é 
possível dizer realmente o que é uma indústria petroquímica. De forma 
didática, mas bem próxima da realidade, uma planta petroquímica para 
ser implantada necessita estar de acordo com algumas fases 
importantes para a evolução do empreendimento: 
 
 Fase Preliminar – constituída pelos estudos e determinação do 
mercado, da localização, da capacidade da seleção, da 
tecnologia e do investimento; 
 Fase de Engenharia – onde se elaboram os pacotes de 
engenharia básica, os desenhos de detalhamento e a fabricação 
dos equipamentos; 
PETROQUÍMICA – 4º Período 
GRADUAÇÃO TECNOLÓGICA EM PETRÓLEO & GÁS 
 
Professor Fernando Marques – fernandomarques.qipp@gmail.com 9 
 Fase de Implantação – quando se prepara o terreno, faz-se a 
obra civil, montam-se os equipamentos e as estruturas e o 
pessoal é treinado; 
 Fase de Partida – período em que são testados os 
equipamentos e a operação da planta é iniciada, para colocar os 
produtos dentro das especificações. 
c) Resumo e Conclusões 
 
Nas décadas de 1920 e 1930 a indústria petroquímica concentrou-se 
principalmente em desenvolver os métodos de fabricação e uso das olefinas 
(eteno, propeno e buteno). A primeira olefina-eteno era obtida pelo craqueamento 
direto ou como subproduto das operações das adoções do craqueamento e da 
reforma catalítica, esses processos adquiriam aspectos mais químicos. 
 
O eteno era e ainda é a mais importante olefina. Embora o álcool isopropílico 
tenha sido efetivamente, o primeiro produto petroquímico produzido. O aspecto 
saliente neste período de início na petroquímica foi o lançamento industrial dos 
derivados do óxido de eteno, que tiveram novos usos descobertos, principalmente 
na indústria automobilística. O glicol etilênico era à base dos anticongelantes, 
enquanto os éteres glicólicos eram usados nas novas tintas que estavam sendo 
desenvolvidas para os automóveis. 
 
Esse desenvolvimento de derivados de eteno e de suas aplicações foi seguido 
pela descoberta de novos usos do propeno e do buteno, o que ocorreu na década 
de 1920 e 1930, até a Segunda Guerra Mundial. 
 
Enquanto a Primeira Guerra Mundial foi responsável pela criação da indústria 
petroquímica, a Segunda Guerra Mundial conduziu a sua expansão. Em primeiro 
lugar, um número maior de hidrocarbonetos foi usado como matéria prima para a 
indústria, em segundo lugar, suas aplicações foram aumentadas. 
PETROQUÍMICA – 4º Período 
GRADUAÇÃO TECNOLÓGICA EM PETRÓLEO & GÁS 
 
Professor Fernando Marques – fernandomarques.qipp@gmail.com 10 
 As técnicas de obtenção e de separação dos hidrocarbonetos foram melhoradas. 
Novos materiais de construção permitiram que o craqueamento fosse conduzido 
sobre condições mais severas, aumentando a quantidade de olefinas produzidas. 
 
Pode ser percebido que a indústria petroquímica surgiu e se desenvolveu no 
mundo como resultado da indústria de refino do petróleo, que atraiu o 
interesse e a participação da iniciativa privada no decorrer da segunda metade do 
século passado. 
 
As necessidades criadas pelas duas grandes guerras mundiais foram atendidas 
pela criatividade e pelos conhecimentos dos setores de pesquisa que ao longo de 
20 anos, desde que o primeiro produto petroquímico foi fabricado, procuravam 
atender aos requisitos do mercado exclusivo da indústria automobilística. 
 
Nos Estados Unidos, a petroquímica, em relativo curto prazo, teve tal 
desenvolvimento que, em 1955, época em que se iniciava a petroquímica no 
Brasil, o valor da produção chegava à cifra de US$ 4 bilhões. No entanto, a 
matéria prima utilizada representava apenas 1% do óleo bruto processado nas 
refinarias americanas. Naquela época, enquanto que pela transformação do 
petróleo em combustíveis, por meio das operações normais de refino, se 
obtinha uma valorização de 150%, a transformação do petróleo em produtos 
petroquímicos representava, em média, uma valorização de 1100% no 
mercado americano. Isso permitiu que a indústria petroquímica se expandisse, 
principalmente na base de reinvestimentos e não de aplicação de novos capitais, 
suportando e empurrando para frente o progresso tecnológico do setor. 
 
Enquanto isso, no Brasil, a indústria petroquímica foi sendo implantada 
dimensionando-se sua capacidade por meio de extrapolação de dados históricos 
de importação. As refinarias que começaram a ser construídas na década de 
1930, pela iniciativa privada, eram todas de pequeno porte. A primeira grande 
refinaria foi iniciativa estatal (Cubatão). 
PETROQUÍMICA – 4º Período 
GRADUAÇÃO TECNOLÓGICA EM PETRÓLEO & GÁS 
 
Professor Fernando Marques – fernandomarques.qipp@gmail.com 11 
Afirmava Leopoldo Miguez de Mello, um dos grandes idealizadores da 
petroquímica brasileira, em conferência pronunciada em 1956: “Apesar dos 
muitos órgãos controladores, o controle no sentido do conhecimento da atualidade 
é absoluto falho. Ninguém sabe, órgão nenhum conhece com precisão o que é o 
conhecimento industrial brasileiro. Quantas mercadorias que hoje são 
extremamente escassas, inacessíveis ao consumidor médio, serão dentro de 
cinco a dez anos exportados pelo Brasil? Daí a discrepância nas estimativas do 
consumo futuro de qualquer utilidade num país que cresce mais do que a gente 
pensa e muito mais do que a gente sabe. O que nos deve amedrontar, 
realmente, é planejar empreendimentos que sejam pequenos para o Brasil.” 
 
O vaticínio de Leopoldo Miguez realizou-se após 20 anos! Depois de um período 
de indefinições políticas, a primeira central de matérias primas entrava em 
operação após mais de uma década de haverem as primeiras plantas 
petroquímicas iniciadassuas operações, fruto da iniciativa estatal e do capital 
estrangeiro. Mesmo assim, o Estado teve que resolver o impasse criado através 
da Petroquisa, a nova subsidiária da Petrobras. 
 
Medidas institucionais de fortalecimento do capital privado nacional de incentivos 
financeiros e econômicos, medidas protecionistas aliadas às ações conjuntas da 
Petroquisa, CDI, BNDES e SUDENE, conduziram à criação do segundo pólo 
petroquímico na Bahia. Um passo à frente foi dado pela formalização do 
chamado modelo empresarial tripartite, e pelo planejamento e distribuição das 
diversas áreas das plantas consumidoras dos produtos da central de matérias 
primas. Aí se constitui a primeira central de tratamento de efluentes, com sua 
melhoria alcançada na implantação do terceiro pólo petroquímico, onde muitos 
dos incentivos foram retirados, não tendo sido possível, ainda, dispensar a 
participação do Estado nos empreendimentos à jusante, conforme desejado em 
cumprimento aos planos de privatização crescentes do setor, seguindo às 
primeiras resoluções governamentais no início da década de 1950. 
No momento em que se duplica a capacidade do pólo da Bahia, e se inicia a 
construção do quarto pólo petroquímico no Rio de Janeiro, é possível vislumbrar a 
PETROQUÍMICA – 4º Período 
GRADUAÇÃO TECNOLÓGICA EM PETRÓLEO & GÁS 
 
Professor Fernando Marques – fernandomarques.qipp@gmail.com 12 
dimensão que a petroquímica vai assumir no Brasil. No entanto, subsistem 
aspectos limitativos que não somente restringem a competitividade no mercado 
internacional (talvez um aspecto novo, com o qual não sonhavam os planejadores 
pioneiros da petroquímica brasileira), como inibem o setor de fortalecer maior 
contribuição ao restante da economia e ao processo de modernização do país. 
Essas limitações são: 
 As pesquisas e o domínio tecnológico não alcançaram os níveis 
necessários; 
 A disseminação de empresas monoprodutoras (isto é, fabricantes de um só 
produto) enfraquece o setor, não somente empresarialmente, mas também 
tecnologicamente; 
 Ainda não foram estabelecidas estruturas organizacionais e capacidades 
gerenciais para enfrentar os desafios permanentes. 
 
Como mencionado anteriormente, os planos para a criação de um pólo no Rio 
de Janeiro surgiram juntamente a interesses de expansão dos pólos de 
Camaçari e São Paulo. O complexo petroquímico seria instalado em Itaguaí/RJ, 
com a finalidade de absorver o gás natural proveniente de Campos. Este teria 
menor participação do Estado e o modelo tripartite não deveria mais ser adotado 
na formação das empresas. No que se refere à tecnologia, contudo, seria mantida 
a política anteriormente adotada, isto é, aquisição de tecnologia estrangeira, 
através de joint ventures, sem maior preocupação para o processo de sua 
absorção. Entretanto, o projeto da instalação de um novo pólo petroquímico no 
Rio de Janeiro foi suspenso e adiado por alguns anos. 
 
Em meados da década de 90, o complexo petroquímico do Rio de Janeiro voltou 
ao noticiário, apresentando uma nova realidade em sua concepção, sendo 
denominado, agora, de pólo gás-químico, só que agora em Duque de 
Caxias/RJ. Atraído pela REDUC, o maior investimento da indústria petroquímica 
brasileira começou a ser erguido no dia 29 de agosto de 2000, o Pólo Gás-
Químico. Um projeto que estava no papel há mais de 30 anos, e atraiu diversos 
sócios de peso, estabelecendo uma cadeia industrial que utiliza o gás natural da 
PETROQUÍMICA – 4º Período 
GRADUAÇÃO TECNOLÓGICA EM PETRÓLEO & GÁS 
 
Professor Fernando Marques – fernandomarques.qipp@gmail.com 13 
refinaria e o transforma em polietileno, matéria-prima para a produção de produtos 
plásticos diversos, como por exemplo, pára-choque de automóveis, adesivos a 
embalagens, gabinetes de computador e outros. Este pólo é o primeiro do Brasil e 
o maior complexo do gênero da América Latina. Foi o maior investimento privado 
no estado nas últimas três décadas, gerando 400 empregos diretos e 350 
indiretos. Com o custo de US$1,08 bilhão e sua implantação está trazendo 
empresas transformadoras de plástico para a cidade e toda a região. É o caso por 
exemplo da Nitriflex e da Polibrasil, dois gigantes no setor de polímeros. 
 
 
Figura 4 – Pólo Gás-Químico Duque de Caxias/RJ 
 
Na verdade, o chamado pólo é uma fábrica de polietileno ligada a uma unidade 
de pirólise de gás natural, ou seja, um sistema mais sintético que dos outros pólos 
existentes no Brasil onde se utiliza a nafta para a geração de vários subprodutos. 
As operações foram iniciadas em 2005 e a unidade de craqueamento do gás tem 
capacidade de produção anual de 520.000 toneladas/ano de eteno, sendo que 
70% de sua produção é destinada para abastecer o mercado nacional e o restante 
para exportação. A mudança realmente significativa e que torna o processo 
distinto dos demais pólos existentes é o modelo empresarial: o projeto pertence 
majoritariamente à iniciativa privada, através da associação dos grupos Unipar e 
Suzano (66,6% do capital), mais a participação da Petroquisa (16,7%) e do 
BNDESpar (16,7%), que criaram uma empresa especificamente para explorar a 
nova atividade - a Rio Polímeros. Não há mais disputas políticas, proteção de 
preços e vantagens oferecidas pelos órgãos governamentais. Existe, agora, a 
iniciativa privada e financiadores externos, sendo necessário, portanto, um projeto 
PETROQUÍMICA – 4º Período 
GRADUAÇÃO TECNOLÓGICA EM PETRÓLEO & GÁS 
 
Professor Fernando Marques – fernandomarques.qipp@gmail.com 14 
competitivo para possíveis disputas, oriundas de uma economia de caráter liberal, 
e capaz de atender as exigências dos financiadores. 
 
Outro grande empreendimento implantado em 2005, em Campos Elíseos (Duque 
de Caxias), ao custo de US$740 milhões, foi à inauguração da TermoRio, a maior 
termoelétrica a gás natural do Brasil. A usina produz 200 toneladas/hora de vapor 
apenas para estabelecer a REDUC e pode fornecer cerca de 22% da energia 
consumida no estado do Rio de Janeiro. 
 
Atualmente em construção, o COMPERJ, Complexo Petroquímico do RJ, por 
enquanto, é um megaprojeto concebido pela Petrobras, com investimentos de 
mais US$8bilhões e será peça principal para o pólo do Sudeste. Previsto para 
entrar em operação em 2014, o COMPERJ, como é conhecido, aumenta a 
capacidade nacional de refino de petróleo pesado além de produzir 1,3 toneladas 
anuais de eteno, 880 mil toneladas de propeno, além de outros derivados 
petroquímicos. A participação privada continua indefinida, mais as empresas 
petroquímicas brasileira. 
 
 
 
Figura 5 – Pólo Petroquímico do RJ/COMPERJ (em construção) 
 
 
 
PETROQUÍMICA – 4º Período 
GRADUAÇÃO TECNOLÓGICA EM PETRÓLEO & GÁS 
 
Professor Fernando Marques – fernandomarques.qipp@gmail.com 15 
 CARACTERIZAÇÃO DOS SETORES PETROQUÍMICOS 
 
1. A Indústria do Petróleo 
 
 
 
 
Figura 6 – Indústria do Petróleo (a) 
 Termo “Sete Irmãs” ou Big Oil: Standard Oil of New Jersey, Standard Oil 
of New York, Standard Oil of California, Gulf, Texaco, BP e Shell. Por quase 
50 anos (~1918-1970), essas sete companhias atuaram como um cartel 
global, assumindo o controle do Mercado internacional de petróleo. 
 
 A OPEP foi criada da seguinte maneira, “um cartel para confrontar o 
cartel”, no caso justamente as Sete Irmãs. Com a guerra árabe-israelense, 
1973, a OPEP usou o petróleo como arma. Com o apoio dos EUA a Israel 
os países exportadores retaliaram. 
 
 As Big Oil produzem cerca de 13% do petróleo mundial, ao passo que a 
OPEP produz cerca de 40%. O restante da produção mundial é dominado 
hoje por algumas petrolíferas estatais (predominantemente, Rússia e 
China) que não possuem um histórico de trabalho conjunto nas decisões de 
produção ou definição do preço. 
 
O petróleo é um recurso natural não renovável: depois que uma reserva se 
esgota, nenhum novo petróleo surge para ocupar seu lugar. O “petróleoconvencional” é o tipo de óleo cru o qual vimos dependendo nos últimos 150 
anos. Simplificando um pouco, embora petróleo signifique “óleo de pedra”, o 
petróleo convencional é encontrado essencialmente sob a forma líquida, em 
reservatórios subterrâneos, e tudo o que é necessário para obtê-lo é uma torre 
tradicional, que perfura através da terra até alcançar o reservatório, extraindo o 
PETROQUÍMICA – 4º Período 
GRADUAÇÃO TECNOLÓGICA EM PETRÓLEO & GÁS 
 
Professor Fernando Marques – fernandomarques.qipp@gmail.com 16 
líquido. O “petróleo não convencional” (muitas vezes chamado de “óleo 
fronteiriço” ou “hidrocarboneto fronteiriço”), em comparação, não é encontrado em 
reservatórios, mas em pequenas quantidades, profundamente integradas dentro 
de outras substâncias como alcatrão ou rocha. Ele deve primeiro ser removido 
dessas substâncias, com grande custo ambiental e financeiro, antes de poder 
surgir como líquido. 
 
Mais de 50% do petróleo convencional restante no mundo é encontrado em 
apenas cinco países: Arábia Saudita, Irã, Iraque, Kuwait e Emirados Árabes. 
 
A indústria do petróleo compreende todas as atividades que envolvem o óleo cru, 
gás natural e seus derivados, desde a exploração e importação ao refino, 
distribuição, exportação etc. No Brasil, o petróleo é encontrado em águas 
oceânicas profundas, o que encarece a sua extração. O maior estado produtor é o 
Rio de Janeiro, na Bacia de Campos, cuja contribuição é de quase 75%. A 
cidade-base de exploração desse mineral é Macaé. A indústria do petróleo se 
divide em três áreas de atuação, são elas: Upstream, Midstream e Dowstream: 
 
 A fase Upstream caracteriza-se pelas atividades de busca, 
identificação e localização das fontes de óleo, e ainda o transporte deste 
óleo extraído até as refinarias, onde será processado. Resumindo, são as 
atividades de exploração, perfuração e produção. 
 
 A fase Midstream é a que as matérias-primas (hidrocarbonetos) são 
transformadas em produtos prontos para uso específico (gasolina, 
diesel, querosene, GLP, nafta, óleo lubrificante). São as atividades de 
refino. 
 Downstream é a fase logística, ou seja, o transporte dos produtos da 
refinaria até os locais de consumo. Resume-se no transporte, 
distribuição e comercialização dos derivados do petróleo. 
 
No Brasil atual, o segmento de refino, que produz matéria-prima para a indústria 
petroquímica, é formado por 13 refinarias, a maioria delas na Região Sudeste, 
onde também se concentra o mercado consumidor (mapa descritivo a seguir – 
http://pt.wikipedia.org/wiki/Rio_de_Janeiro
http://pt.wikipedia.org/wiki/Bacia_de_Campos
http://pt.wikipedia.org/wiki/Maca%C3%A9
PETROQUÍMICA – 4º Período 
GRADUAÇÃO TECNOLÓGICA EM PETRÓLEO & GÁS 
 
Professor Fernando Marques – fernandomarques.qipp@gmail.com 17 
Figura 1) e, que estão produzindo no limite de sua capacidade. São elas: Refinaria 
de Capuava (Recap); Refinaria de Paulínia (Replan), a maior do país, Refinaria 
Henrique Lage (Revap), Refinaria Presidente Bernardes (Rbpc), Refinaria 
Presidente Getúlio Vargas (Repar), Refinaria de Manaus (Reman), Fábrica de 
Lubrificantes e Derivados do Nordeste (Lubnor), Refinaria Landulpho Alves 
(Rlam), Refinaria Gabriel Passos (Regap), Refinaria Duque de Caxias (Reduc), 
Refinaria Alberto Pasqualini (Refap), Refinaria de Petróleo Ipiranga S.A. (Rpisa) e 
Refinaria de Petróleos de Manguinhos S.A. (Rpdm). 
 
Única refinaria da Bahia, a Rlam (primeira beneficiadora de petróleo estatal do 
país), cuja construção foi iniciada em 1949 e entrou em operação no ano seguinte 
(a partir de quando vem sendo ampliada e recebendo significativos investimentos), 
tem sua história vinculada à descoberta dos primeiros poços de petróleo 
brasileiros, e foi incorporada à Petrobras em 1953, quando esta foi criada, 
ocupando atualmente o segundo lugar no ranking do Sistema Petrobras. Está 
localizada numa área de 6,4 km2, no distrito de Mataripe, do município de São 
Francisco do Conde, na Região Metropolitana de Salvador (RMS). Com 
capacidade instalada de 307 mil barris/dia (um barril de petróleo possui 159 L), 
contribui com a arrecadação de R$ 750 milhões/ano de ICMS (Imposto de 
Circulação de Mercadorias e Serviços), produzindo 43 diferentes produtos, entre 
os quais propano, propeno, iso-butano, gás de cozinha, gasolina, nafta 
petroquímica, querosene, querosene de aviação, parafinas, óleos combustíveis e 
asfaltos. Em 1999 o seu faturamento atingiu R$ 4 bilhões. 
 
Foi à primeira refinaria a receber a certificação ISO 9002, ISO 14001 e BS 8800, 
que comprovam a excelência em processos e produtos, gerenciamento ambiental 
e gestão em saúde e segurança. Prevê investir aproximadamente R$ 630 milhões 
em novos projetos, ampliando a sua capacidade industrial e ingressando na 
produção de novos derivados, o que também vai exigir a utilização de novas 
tecnologias (RLAM..., 2000). 
 
Até o final da década de 1990, a Petrobras detinha monopólio tanto da produção 
quanto da importação da nafta, principal insumo do setor petroquímico, embora 
esse setor também utilize o gás natural como matéria-prima do processo, menos 
PETROQUÍMICA – 4º Período 
GRADUAÇÃO TECNOLÓGICA EM PETRÓLEO & GÁS 
 
Professor Fernando Marques – fernandomarques.qipp@gmail.com 18 
poluente que a nafta. A Lei 9.478/1997, denominada de Lei do Petróleo, 
quebrou o monopólio da Petrobras, o que permitiu que outras empresas 
estrangeiras também participassem da exploração, produção, refino e transporte 
do petróleo. 
LEI Nº 9478, DE 06 DE AGOSTO DE 1997 
Dispõe sobre a política energética nacional, as atividades relativas ao monopólio do petróleo, 
institui o Conselho Nacional de Política Energética e a Agência Nacional do Petróleo. 
Seção II 
Das Definições Técnicas 
Art. 6°. Para os fins desta Lei e de sua regulamentação, ficam estabelecidas as seguintes 
definições: 
I - Petróleo: todo e qualquer hidrocarboneto líquido em seu estado natural, a exemplo do óleo cru 
e condensado; 
II - Gás Natural ou Gás: todo hidrocarboneto que permaneça em estado gasoso nas condições 
atmosféricas normais, extraído diretamente a partir de reservatórios petrolíferos ou galíferos, 
incluindo gases úmidos, secos, residuais e gases raros; 
III - Derivados de Petróleo: produtos decorrentes da transformação do petróleo; 
IV - Derivados Básicos: principais derivados de petróleo, referidos no art. 177 da Constituição 
Federal, a serem classificados pela Agência Nacional do Petróleo; 
V - Refino ou Refinação: conjunto de processos destinados a transformar o petróleo em 
derivados de petróleo; 
VI - Tratamento ou Processamento de Gás Natural: conjunto de operações destinadas a 
permitir o seu transporte, distribuição e utilização; 
VII - Transporte: movimentação de petróleo e seus derivados ou gás natural em meio ou percurso 
considerado de interesse geral; 
VIII - Transferência: movimentação de petróleo, derivados ou gás natural em meio ou percurso 
considerado de interesse específico e exclusivo do proprietário ou explorador das facilidades; 
IX - Bacia Sedimentar: depressão da crosta terrestre, onde se acumulam rochas sedimentares 
que podem ser portadoras de petróleo ou gás, associados ou não; 
X - Reservatório ou Depósito: configuração geológica dotada de propriedades específicas, 
armazenadora de petróleo ou gás, associados ou não; 
XI - Jazida: reservatório ou depósito já identificado e possível de ser posto em produção; 
XII - Prospecto: feição geológica mapeada como resultado de estudos geofísicos e de 
interpretação geológica, que justificam a perfuração de poços exploratórios para a localização de 
petróleo ou gás natural; 
XIII - Bloco: parte de uma bacia sedimentar, formada por um prisma vertical de profundidade 
PETROQUÍMICA – 4º Período 
GRADUAÇÃO TECNOLÓGICA EM PETRÓLEO & GÁS 
 
Professor Fernando Marques – fernandomarques.qipp@gmail.com 19 
indeterminada, com superfície poligonal definidapelas coordenadas geográficas de seus vértices, 
onde são desenvolvidas atividades de exploração ou produção de petróleo e gás natural; 
XIV - Campo de Petróleo ou de Gás Natural: área produtora de petróleo ou gás natural, a partir 
de um reservatório contínuo ou de mais de um reservatório, a profundidades variáveis, abrangendo 
instalações e equipamentos destinados à produção; 
XV - Pesquisa ou Exploração: conjunto de operações ou atividades destinadas a avaliar áreas, 
objetivando a descoberta e a identificação de jazidas de petróleo ou gás natural; 
XVI - Lavra ou Produção: conjunto de operações coordenadas de extração de petróleo ou gás 
natural de uma jazida e de preparo para sua movimentação; 
XVII - Desenvolvimento: conjunto de operações e investimentos destinados a viabilizar as 
atividades de produção de um campo de petróleo ou gás; 
XVIII – Descoberta Comercial: descoberta de petróleo ou gás natural em condições que, a preços 
de mercado, tornem possível o retorno dos investimentos no desenvolvimento e na produção. 
XIX - Indústria do Petróleo: conjunto de atividades econômicas relacionadas com a exploração, 
desenvolvimento, produção, refino, processamento, transporte, importação e exportação de 
petróleo, gás natural e outros hidrocarbonetos fluidos e seus derivados; 
XX - Distribuição: atividade de comercialização por atacado com a rede varejista ou com grandes 
consumidores de combustíveis, lubrificantes, asfaltos e gás liquefeito envasado, exercidas por 
empresas especializadas, na forma das leis e regulamentos aplicáveis; 
XXI - Revenda: atividades de venda a varejo de combustíveis, lubrificantes e gás liquefeito 
envasado, exercidas por postos de serviços ou revendedores, na forma das leis e regulamentos 
aplicáveis; 
XXII - Distribuição de Gás Canalizado: serviços locais de comercialização de gás canalizado, 
junto aos usuários finais, explorados com exclusividade pelos Estados, diretamente ou mediante 
concessão, nos termos do § 2º do art. 25 da Constituição Federal. 
XXIII - Estocagem de Gás Natural: armazenamento de gás natural em reservatórios próprios, 
formações naturais ou artificiais. 
A crise econômica mundial derrubou a arrecadação com royalties (remuneração das 
empresas concessionárias, aos governos federal, estadual e municipal, pela 
exploração do petróleo.do petróleo) e participações especiais cobrados sobre a 
produção de petróleo em 2009. Segundo a Agência Nacional do Petróleo (ANP), União, 
Estados e municípios repartiram R$ 16,420 bilhões durante o ano, valor 27,5% inferior ao 
registrado em 2008. A queda é reflexo dos baixos preços do petróleo e da valorização do 
real frente ao dólar, uma vez que a produção de petróleo subiu no período. 
 
Os royalties, cobrados sobre todos os campos produtores do País, representaram R$ 7,967 
bilhões da arrecadação total de 2009. Já as participações especiais, cobradas apenas 
PETROQUÍMICA – 4º Período 
GRADUAÇÃO TECNOLÓGICA EM PETRÓLEO & GÁS 
 
Professor Fernando Marques – fernandomarques.qipp@gmail.com 20 
sobre projetos de grande produção, representaram R$ 8,453 bilhões. No ano passado, a 
arrecadação total com a produção de petróleo foi de R$ 22,649 bilhões (R$ 10,938 bilhões 
em royalties e R$11,711 bilhões em participações especiais). 
 
O resultado de 2008, porém, foi considerado atípico diante da disparada dos preços do 
petróleo durante o ano – o barril chegou a ultrapassar os US$140 em julho, pouco antes do 
estouro da crise. “A queda dos royalties este ano está certamente relacionada à redução no 
preço do petróleo. O câmbio também pode ter influência”, diz o consultor Rafael 
Shcetchman, do CBIE (Centro Brasileiro de Infraestrutura). 
 
Do total arrecadado em 2009, a União ficou com R$ 5,624 bilhões; os Estados, com R$ 
6,610 bilhões - dos quais R$ 4,884 bilhões foram destinados ao Rio -, e municípios 
repartiram R$ 3,530 bilhões. Outros R$ 629 milhões foram destinados a um fundo especial 
para distribuição entre todos os Estados e municípios brasileiros, de acordo com critérios 
do Fundo de Participações dos Municípios. 
 
 
Figura 7 – Indústria do Petróleo (b) 
 
A estatística da ANP indica ainda que R$ 25 milhões foram pagos por determinação judicial 
a municípios que têm liminares reivindicando a receita. A produção nacional de petróleo 
ainda gerou R$ 62 milhões a proprietários de terras onde estão os poços produtores e R$ 
146 milhões pela ocupação de áreas marítimas. Pela primeira vez desde 1999, a ANP não 
arrecadou bônus de assinatura pela concessão de áreas, uma vez que não houve leilão de 
blocos exploratórios 
 
 
 
http://www.atarde.com.br/economia/noticia.jsf?id=1390611
http://www.atarde.com.br/economia/noticia.jsf?id=1390611
PETROQUÍMICA – 4º Período 
GRADUAÇÃO TECNOLÓGICA EM PETRÓLEO & GÁS 
 
Professor Fernando Marques – fernandomarques.qipp@gmail.com 21 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 8 – Refinarias no Brasil/2003 
Fonte: Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Combustíveis e de 
Lubrificantes, 2004. 
 
Desde 2005, a indústria do petróleo tem passado por momentos importantes e 
históricos, com o valor do barril subindo de US$70, em 2005, para espantosos 
US$140 em 2008. Porém no mesmo ano, em consequência do agravamento da 
crise financeira originada nos EUA, os preços do petróleo caíram 
vertiginosamente, estabilizando em US$80, valor que se mantém hoje, com 
pequenas variações. 
PETROQUÍMICA – 4º Período 
GRADUAÇÃO TECNOLÓGICA EM PETRÓLEO & GÁS 
 
Professor Fernando Marques – fernandomarques.qipp@gmail.com 22 
2. A Indústria Química 
 
 
 
 
Figura 8 – Indústria Química 
 
Considerada como o maior segmento da indústria de transformação brasileira, a 
indústria química é, a base do processo de produção de inúmeras indústrias. 
Quase todo produto de uso diário, no mundo contemporâneo, tem componentes 
e/ou insumos originários da indústria química, a exemplo de alguns bens finais da 
agroindústria, indústria automobilística, eletroeletrônica, brinquedos, farmacêutica, 
alimentos, cosméticos, detergentes, tintas, têxteis etc. Essa transformação de 
produtos naturais, que não podem ser usados diretamente pelo homem, exige alto 
grau de desenvolvimento científico e tecnológico. Água do mar, petróleo, carvão, 
agricultura, pecuária e os mais diversos minerais são exemplos de fontes de 
recursos utilizados na fabricação de produtos químicos. Esses produtos químicos 
têm matérias-primas empregadas na formulação de medicamentos, geração de 
energia, produção de alimentos, purificação da água, fabricação de automóveis, 
computadores, roupas, utensílios domésticos, artigos de higiene e uma infinidade 
de itens que estão presentes no dia-a-dia. Os produtos químicos são divididos em 
dois grandes blocos: uso industrial e uso final, que serão vistos mais a frente. 
 
2.1 A Indústria Química Brasileira 
 
Está entre as dez maiores do mundo, 9º lugar. É um dos setores mais dinâmicos e 
importantes da economia brasileira, sendo o terceiro maior setor industrial (ano 
base 2006/ABIQUIM). Em 2008, o setor químico respondeu por 3,1% do Produto 
Interno Bruto (PIB). Nosso país é um grande importador e exportador de produtos 
químicos (vide Figura do Ranking da Indústria Química Mundial). Segundo o Guia 
PETROQUÍMICA – 4º Período 
GRADUAÇÃO TECNOLÓGICA EM PETRÓLEO & GÁS 
 
Professor Fernando Marques – fernandomarques.qipp@gmail.com 23 
da Indústria Química Brasileira, existem 1.091 fábricas de produtos químicos, de 
uso industrial, cadastradas (vide Figura da distribuição das plantas). De 2007 a 
2013, os projetos de investimentos em produtos químicos de uso industrial serão 
da ordem de US$22,1 bilhões. 
 
Atuação Responsável®
Um compromisso da Indústria Química
Ranking da indRanking da indúústria qustria quíímica mundialmica mundial
Faturamento líquido - 2007
em US$ bilhões
Estados Unidos
China
Alemanha
JapãoFrança
Coréia
Reino Unido
Itália
Brasil
Índia
Espanha
664
388
238
234
143
116
116
106
104
92
65
9ª posição
 
Figura 9 – Ranking da Indústria Química Mundial, fonte ABIQUIM 
 
De acordo com a Associação Brasileira da Indústria Química (ABIQUIM), existe 
uma grande divergência quanto à conceituação e abrangência desse segmento, 
por causa de sua própria história. Uma vez que o refino do petróleo, por suas 
características industriais, era considerado atividade da indústria química, 
enquanto outras, específicas do setor, como as relativas à produção de resinas 
termoplásticas, não o eram. A Organização das Nações Unidas (ONU) aprovou 
uma classificação internacional para a indústria química. No Brasil, porém, o 
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), com o apoio da ABIQUIM 
estabeleceu uma nova classificação, na qual se insere o segmento petroquímico, 
que compreende a fabricação de gases industriais: 
 
 Uso Industrial: 
 
 Produtos químicos inorgânicos, entre os quais cloro e álcalis, 
intermediários para fertilizantes; 
 Produtos químicos orgânicos, início da produção de petroquímicos, com 
os petroquímicos básicos, intermediários para resinas e fibras, etc.; 
 Resinas e elastômeros; 
PETROQUÍMICA – 4º Período 
GRADUAÇÃO TECNOLÓGICA EM PETRÓLEO & GÁS 
 
Professor Fernando Marques – fernandomarques.qipp@gmail.com 24 
 Produtos e preparados químicos diversos: fibras, fios, cabos e 
filamentos contínuos artificiais e sintéticos, adesivos e selantes, explosivos, 
catalisadores, aditivos de uso industrial, chapas, filmes, papéis, discos, etc. 
 
 Uso Final: 
 
 Produtos químicos farmacêuticos; 
 Higiene pessoal, produtos de limpeza, artigos de perfumaria e 
cosméticos, sabões e detergentes; 
 Adubos e fertilizantes; 
 Defensivos agrícolas; 
 Tintas, esmaltes, vernizes, lacas e outros; 
 Outros. 
Embora seja responsável pela fabricação de extensa variedade de produtos, 
conforme demonstrado acima, e constitua um importante segmento industrial, 
a indústria química brasileira ainda é deficitária na balança comercial, pois, 
mesmo considerando o crescimento de suas exportações, o país importa 
muitos produtos químicos (ver Figura 2). Os produtos que mais concorrem 
para o crescimento da indústria química no Brasil, representando mais da 
metade de seu faturamento, são, especificamente, os de uso industrial. 
Atuação Responsável®
Um compromisso da Indústria Química
1.091 1.091 = Total de 
fábricas de 
produtos químicos 
de uso industrial 
cadastradas no 
Guia da Indústria 
Química Brasileira
= 5= 5
88
7070
1313
= 7= 7
99
22
6767
33
55
= 8= 8
= 18= 18
44
5757 = 78= 78
= 5= 5
8282
= 37= 37
= 4= 4
604604
Fonte: ABIQUIM.
11
11
11
11
11
PRODUTOS QUÍMICOS DE USO INDUSTRIAL
DISTRIBUIÇÃO DAS PLANTAS
PRODUTOS QUÍMICOS DE USO INDUSTRIAL
DISTRIBUIÇÃO DAS PLANTAS
Nordeste = 129
Sudeste = 756
Sul = 176
 
 
Figura 10 – Distribuição de Plantas pelo Brasil, fonte ABIQUIM. 
PETROQUÍMICA – 4º Período 
GRADUAÇÃO TECNOLÓGICA EM PETRÓLEO & GÁS 
 
Professor Fernando Marques – fernandomarques.qipp@gmail.com 25 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 11 – Importações e Exportações Brasileiras de Produtos Químicos. De 
1991 a 2003. Fonte: Associação Brasileira da Indústria Química, 2003b. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 12 – Importações e Exportações Brasileiras de Produtos Químicos 
Industriais. De 1991 a 2003. Fonte: ABIQUIM. 
 
Em 2008, o faturamento líquido da indústria química brasileira, considerando 
todos os segmentos que a compõem, alcançou R$ 222,3 bilhões, 10,6% acima do 
de 2007. Medido em dólares, o faturamento líquido chegou ao recorde de US$ 
122,0 bilhões, 17,9% acima do valor do ano anterior. As exportações da indústria 
química brasileira também tiveram crescimento expressivo em 2008, +11,3%, 
atingindo a cifra de US$ 11,89 bilhões. Todavia, as importações também 
PETROQUÍMICA – 4º Período 
GRADUAÇÃO TECNOLÓGICA EM PETRÓLEO & GÁS 
 
Professor Fernando Marques – fernandomarques.qipp@gmail.com 26 
cresceram de forma bastante acentuada, + 46,6%, alcançando US$ 35,09 bilhões. 
Com isso, o déficit da balança comercial de produtos químicos agravou-se, 
passando de US$ 13,25 bilhões em 2007 para US$ 23,20 bilhões em 2008. O PIB 
brasileiro, apesar da queda expressiva no último trimestre, fechou 2008 com 
crescimento de 5,1%. 
 
Atuação Responsável®
Um compromisso da Indústria Química
Faturamento lFaturamento lííquidoquido
IndIndúústria qustria quíímica mica -- 20082008
em US$ bilhões
Total:Total:
US$ 122 bilhõesUS$ 122 bilhões
Produtos 
químicos de 
uso 
industrial
US$ 61,2
Produtos 
farmacêu-
ticos
US$ 17,1
Higiene 
pessoal, 
perfumaria 
e 
cosméticos
US$ 10,4
Adubos e 
fertilizantes
US$ 14,2
Defensivos 
agrícolas
US$ 6,9
Sabões e 
detergentes
US$ 6,3
Outros
US$ 2,8
detergentes
US$ 6,3
US$ 3,0
vernizes
Tintas, 
esmaltes e 
 
Figura 13 – Faturamento Líquido Indústria Química/2008, fonte ABIQUIM. 
 
Não se pode deixar de mencionar os efeitos da crise financeira internacional 
(2008-2011) sobre a indústria química brasileira. O consumo de produtos químicos 
caiu em diversos locais, sobretudo nos Estados Unidos, na Europa e também na 
Ásia, notadamente na China. Além disso, a queda dos preços das commodities, 
como o petróleo e a nafta, derrubou a cotação dos produtos químicos de uso 
industrial no mercado internacional. Como esses produtos estão na base de 
diversas cadeias produtivas e há uma forte dependência por matérias-primas 
importadas, os efeitos nocivos da crise foram rapidamente refletidos nos principais 
indicadores que medem o desempenho do segmento de produtos químicos. Tal 
fato causou um desalinhamento de estoques e preços no mercado mundial de 
diversos produtos, e impactou os resultados apurados pela ABIQUIM para os 
últimos três meses do ano. 
 
A indústria química participa ativamente de quase todas as cadeias e complexos 
industriais, inclusive serviços e agricultura, desempenhando papel de destaque no 
PETROQUÍMICA – 4º Período 
GRADUAÇÃO TECNOLÓGICA EM PETRÓLEO & GÁS 
 
Professor Fernando Marques – fernandomarques.qipp@gmail.com 27 
desenvolvimento das diversas atividades econômicas do País. De acordo com os 
dados recentemente revisados pelo IBGE, a participação da indústria química no 
PIB total foi de 3,1% em 2008. Levando-se em consideração toda a matriz 
industrial brasileira, segundo o IBGE, o setor químico ocupou, em 2006, último 
dado disponível, a terceira posição, respondendo por cerca de 10,82% do PIB da 
indústria de transformação. 
 
Existem várias maneiras de se trabalhar, estudar e entender as cadeias produtivas 
da indústria química brasileira, em especial a indústria química orgânica, pois se 
trata de um complexo onde os inúmeros setores atuam e se relacionam. Cada 
setor compõe uma cadeia produtiva. Desta forma, a sucroquímica, a 
alcoolquímica, a petroquímica, os fármacos, os defensivos agrícolas, são 
exemplos de setores da química orgânica. A cadeia produtiva é composta por elos 
representados por matérias-primas, intermediários e produtos finais. 
 
A manutenção da competitividade exige que as modernas indústrias 
petroquímicas estejam fisicamente interligadas em 'pólos petroquímicos', com os 
fornecedores de nafta ou de gás natural a montante (upstream), e com as 
empresas, que utilizam seus produtos a jusante (downstream). Normalmente, nas 
atividades de 1ª geração dos pólos está incluída a prestação de serviços de 
utilidades, tais como fornecimento de água industrial, energia, tratamento de 
efluentes, manutenção, etc. Enquanto que a totalidade das plantas de 1ª e 2ª 
gerações freqüentemente ficam localizadas nos pólos, a maioria das indústrias de 
3ª geração se apresenta distribuída por outras regiões, mesmo afastadas. 
 
 Obs.: Montante é aquilo que sobe ou se eleva. Em engenharia é uma 
peça linearvertical de uma estrutura reticulada. E Jusante é o lado de uma 
corrente contrária ao da nascente e para onde correm as águas, ou seja, 
maré vazante ou baixa-mar (a jusante para o lado da foz). Em hidráulica, é 
todo o ponto referencial ou seção de rio compreendida entre o observador e 
a foz de um curso d’água, ou seja, rio abaixo em relação a este observador 
(Ex.: Dado um ponto num curso d'água, este passa a ser dividido em duas 
partes: a parte a montante, de onde vêm as águas e a parte a jusante, para 
onde estão indo as águas). 
http://pt.wikipedia.org/wiki/Hidr%C3%A1ulica
PETROQUÍMICA – 4º Período 
GRADUAÇÃO TECNOLÓGICA EM PETRÓLEO & GÁS 
 
Professor Fernando Marques – fernandomarques.qipp@gmail.com 28 
Em geral, a competitividade da indústria petroquímica está criticamente associada 
a fatores como grau de verticalização empresarial, grandes economias de escala, 
disponibilidade e garantia de fornecimento de matéria-prima, altos investimentos 
em tecnologia e logística de distribuição de produtos. Tais fatores fazem com que 
o segmento petroquímico seja um campo onde jogam apenas empresas de 
grande porte, as mais importantes com elevado grau de internacionalização das 
atividades. As indústrias integradas verticalmente são aquelas que atuam em 
mais de um elo na cadeia produtiva. 
 
Classificação Definição Vantagens/Sinergia 
 
 
Horizontal 
 
 
união entre firmas atuantes no 
mesmo ramo de atividade, 
geralmente concorrentes 
i) aumento da participação de 
mercado e do poder de 
barganha; 
ii) redução de custos 
operacionais (economias de 
escala) 
 
 
 
 
 
Vertical 
quando resulta da união entre 
firmas que fazem parte da 
mesma cadeia produtiva, 
podendo ser para cima 
(montante), em 
direção aos fornecedores; ou 
para baixo (jusante), em 
direção aos distribuidores 
i) eliminação de processos 
produtivos, redução de custos 
indiretos e de coordenação das 
atividades de distribuição com 
o objetivo de obter sinergias; 
ii) economias de cadeia vertical 
/ escopo horizontal; 
iii) melhorias ou inovações 
que podem ser transferidas ou 
partilhadas entre às unidades 
de negócio 
 
Desta maneira, uma indústria que produz etil benzeno, estireno e poliestireno é 
uma indústria que integra produtos intermediários (etil benzeno e estireno) e finais 
(poliestireno) na cadeia produtiva petroquímica. No caso da indústria petroquímica 
os produtos finais seguem para a indústria de transformação onde, por exemplo, 
um polímero é transformado, ou seja, moldado: soprado, injetado ou extrusado, 
gerando um plástico. Exemplos práticos disso são as garrafas que seguem para 
PETROQUÍMICA – 4º Período 
GRADUAÇÃO TECNOLÓGICA EM PETRÓLEO & GÁS 
 
Professor Fernando Marques – fernandomarques.qipp@gmail.com 29 
outra indústria, como a de refrigerantes, ou um recipiente de plástico que poderá ir 
para o setor de embalagem de uma indústria de alimentos, ou ainda, outros 
artefatos que seguem para a indústria automobilística, assim como para a de 
computadores, de geladeiras, telefones, etc. 
 
No caso da indústria de intermediários, esta pode se integrar também 
horizontalmente, significando que pode produzir produtos que seguem pelos elos 
distintos na cadeia produtiva, isto é, mercados distintos. É o caso do n-butiraldeído 
que pode tanto ser transformado em n-butanol (utilizado como solvente) ou pode 
ser convertido a 2-etil hexanol (utilizado na produção de plastificante, ftalato de 2 
etil hexila, para PVC). 
 
 
2.2 Matérias-Primas da Indústria Química Brasileira 
 
A competitividade da indústria petroquímica, sobretudo das empresas de primeira 
geração, é fortemente dependente da disponibilidade de matérias-primas. É 
justamente nesse ponto que entra a relevância da Petrobras no setor, já que é a 
única fornecedora de matéria-prima nacional. Equacionar a questão da matéria-
prima é fundamental para viabilizar as expansões de capacidade, fundamentais 
para a manutenção da competitividade da indústria e para atender ao crescimento 
da demanda interna, evitando uma ampliação do déficit da balança comercial. 
 
Além do equacionamento das fontes de recursos dos acionistas e de terceiros, é 
necessário solucionar a questão da disponibilidade de matérias-primas. O etano e 
o propano, contidos no gás natural, e as correntes de refinaria (principalmente o 
propeno) já vêm sendo utilizados e o seu consumo será incrementado nas novas 
plantas. No entanto, seu volume não é suficiente para viabilizar as expansões 
necessárias para atender à demanda no longo prazo. 
 
A solução definitiva para a questão da matéria-prima pode ser a construção de 
novos complexos integrados, desde o refino até a segunda geração, que utilizem 
o petróleo nacional (pesado) como matéria-prima. A viabilidade técnica de um 
complexo petroquímico integrado dessa natureza está sendo analisada.A 
PETROQUÍMICA – 4º Período 
GRADUAÇÃO TECNOLÓGICA EM PETRÓLEO & GÁS 
 
Professor Fernando Marques – fernandomarques.qipp@gmail.com 30 
internacionalização das empresas – de forma que elas possam utilizar matérias-
primas disponíveis nos países vizinhos, captar recursos no mercado internacional 
e aumentar a sua escala empresarial – também é importante para aumentar a 
competitividade do setor. O projeto de implantação de um pólo gás-químico na 
fronteira com a Bolívia é um avanço nesse sentido. As mais importantes fontes 
de matérias-primas para obtenção dos produtos intermediários são o 
petróleo (petroquímica), carvão mineral (carboquímica) e gás natural e, em 
menor escala, o xisto. Sucroquímica (açucares – sacarose) e alcoolquímica 
(etanol), também são consideradas fontes de matérias-primas para esta indústria: 
 Petroquímica: uso de frações resultantes do refino do petróleo, 
principalmente de nafta ou gás natural, que por transformações químicas 
geram, respectivamente, produtos básicos, intermediários e finais, estes 
últimos utilizados na indústria de transformação de plásticos, elastômeros, 
fibras, tensoativos, etc. 
 
Figura 14 – Geração dos principais produtos petroquímicos. 
 
 Carboquímica: uso do carvão como produtor de insumos químicos e 
combustíveis através de processos de gaseificação, carbonização ou 
liquefação. 
PETROQUÍMICA – 4º Período 
GRADUAÇÃO TECNOLÓGICA EM PETRÓLEO & GÁS 
 
Professor Fernando Marques – fernandomarques.qipp@gmail.com 31 
 
Figura 15 – Geração dos principais produtos carboquímicos. 
 
 Sucroquímica: uso da sacarose como matéria-prima que por uma série de 
processos como principalmente a fermentação, a hidrogenação, a hidrólise 
e esterificação, produz diversos produtos. 
 
 
Figura 16 – Geração dos principais produtos sucroquímicos. 
 
- Alcoolquímica: uso do álcool etílico, como matéria-prima na indústria química, 
principalmente, para derivados oxigenados como acetatos e éter etílico. 
 
PETROQUÍMICA – 4º Período 
GRADUAÇÃO TECNOLÓGICA EM PETRÓLEO & GÁS 
 
Professor Fernando Marques – fernandomarques.qipp@gmail.com 32 
 
Figura 17 – Geração dos principais produtos alcoolquímicos. 
 
Do carvão extrai-se naftaleno e outros aromáticos policíclicos, como a piridina e 
derivados. O petróleo e gás natural são as principais fontes de hidrocarbonetos 
tais como nafta e aromáticos (benzeno, xilenos, tolueno) – Figura 6. O xisto é uma 
fonte de matéria-prima alternativa ao petróleo; gastos necessários para sua 
exploração ainda não competem com o petróleo. 
 
 
Acetileno Gás Natural 
 
Metano 
 
Eteno 
 
Propeno 
 Petróleo Buteno 
 
Benzeno 
 
Tolueno 
 
Xileno Carvão Mineral 
 
Naftaleno 
 Coque 
 
Figura 18 – Principais fontes de matérias-primas. 
 
 
 
 
PETROQUÍMICA – 4º Período 
GRADUAÇÃO TECNOLÓGICA EM PETRÓLEO & GÁS 
 
Professor Fernando Marques – fernandomarques.qipp@gmail.com 33 
3. A Indústria Petroquímica 
 
A indústria petroquímica é uma subdivisão da indústria química. Ela utilizaa nafta 
(derivado do petróleo, obtido através do refino) ou gás natural, como matéria-
prima básica. Também é definida como a indústria química que utiliza o petróleo 
(e seu derivados) como matéria-prima ou a atividade industrial de produção de 
derivados de petróleo, normalmente a partir da separação dos componentes do 
petróleo por destilação. 
 
Operacionalmente, podemos definir Petroquímica como sendo a cadeia produtiva 
para a produção e utilização de eteno e propeno, principalmente, para a produção 
de polímeros. A partir de processos sofisticados, as moléculas originais dos 
hidrocarbonetos, existentes no petróleo ou gás, são quebradas, recombinadas ou 
modificadas, dando origem a uma série de produtos que, por sua vez, serão “a 
base química” de outras indústrias – calçadistas, de tecidos, plásticos, pneus, 
tintas, alimentos, embalagens etc. 
 
 
 
A petroquímica cresceu vertiginosamente nesse último século, com a necessidade 
de substitutos mais lucrativos para diversos produtos, como, por exemplo, o 
algodão, o marfim, a madeira, etc. A indústria de plástico, chamada de indústria da 
http://pt.wikipedia.org/wiki/Petr%C3%B3leo
http://pt.wikipedia.org/wiki/Destila%C3%A7%C3%A3o
PETROQUÍMICA – 4º Período 
GRADUAÇÃO TECNOLÓGICA EM PETRÓLEO & GÁS 
 
Professor Fernando Marques – fernandomarques.qipp@gmail.com 34 
3ª geração, é uma indústria que sobrevive do petróleo e seus gases e é o setor 
que movimenta a maior quantidade de produtos fabricados com materiais 
petroquímicos. Os países com indústrias petroquímicas de maior porte são os 
Estados Unidos, Canadá, as potências européias e o Japão. 
 
A Indústria Petroquímica é caracterizada por uma situação de oligopólio e de 
baixa integração vertical1 na produção, situação diferente nos EUA, onde grande 
parte das unidades fabris produz eteno, matéria-prima necessária para o seu 
processo. A produção de eteno é feita tanto através da nafta quanto do etano, 
derivado do gás natural (a produção brasileira representa 3% da produção 
mundial). Entretanto, o custo de aquisição da nafta é superior ao do etano. 
1Integração vertical ocorre quando diferentes processos de produção - desde o 
insumo até a venda final ao consumidor - que podem ser produzidos 
separadamente, por várias firmas, passam a ser produzidos por uma única firma. 
A integração vertical pode ocorrer entre dois ou mais processos contínuos de 
produção, onde o produto de um processo é o insumo para o outro subsequente. 
Ao estágio que produz o insumo para o subsequente se denomina processo 
"upstream"; e àquele que emprega o insumo do processo imediatamente anterior 
se denomina processo "downstream". 
Segundo Perry (1989), uma firma pode ser descrita como verticalmente integrada 
se ela envolve necessariamente dois processos de produção em que (1) a 
produção total do processo upstream é empregada ou em parte ou totalmente 
como a quantidade de um insumo intermediário dentro do processo donwstream; 
ou quando (2) a quantidade total de um único insumo intermediário que é utilizado 
em um processo donwstream é obtida, em parte ou totalmente, da produção do 
processo upstream. 
A integração vertical pode ocorrer de forma parcial, e isto acontece quando 
parcela da produção do processo upstream é vendida para outros compradores, e 
parcela do insumo intermediário necessário ao processo downstream é comprada 
de outros fornecedores. Integração Horizontal na página 28. 
 
PETROQUÍMICA – 4º Período 
GRADUAÇÃO TECNOLÓGICA EM PETRÓLEO & GÁS 
 
Professor Fernando Marques – fernandomarques.qipp@gmail.com 35 
A nafta petroquímica é um líquido incolor, com faixa de destilação próxima à da 
gasolina e é a principal matéria-prima da cadeia produtiva da petroquímica e do 
plástico no Brasil, seguida do gás natural. Este derivado é utilizado como matéria-
prima pelas centrais petroquímicas existentes no país (Braskem (BA), Copesul 
(RS) e Petroquímica União (SP)), que processam obtendo como produtos 
principais eteno, propeno, butadieno e correntes aromáticas. 
 
A Petrobras é a única produtora de nafta petroquímica no Brasil, atendendo 
parcialmente à demanda nacional com produção própria e com importações. As 
Centrais Petroquímicas realizam importações por conta própria, para 
complementar suas necessidades. 
 
Alguns produtos podem ser obtidos tanto através de processos petroquímicos 
quanto a partir de outras matérias-primas, que não o gás natural e o petróleo, a 
exemplo do polietileno, cuja base é o carvão vegetal ou álcool. Além disso, muitas 
empresas que fabricam produtos químicos, também fabricam petroquímicos, o 
que dificulta a obtenção de dados separados de uma ou outra indústria e de seus 
produtos finais. São três os estágios, ou gerações, da atividade petroquímica (ver 
figuras 9a, 9b e 9c): 
 
 
a) Indústrias de 1ª Geração, Petroquímica Básica ou Craqueamento: são os 
produtos resultantes da 1ª transformação de correntes petrolíferas (nafta, gás 
natural, etano, etc.) por processos químicos (craqueamento a vapor, pirólise, 
reforma a vapor, reforma catalítica, etc.). Também podem ser definida com 
aquelas que utilizam como matérias-primas (nafta, gás natural e GLP etc.) e 
produzem os produtos ou matérias-primas básicas (olefinas e aromáticos). 
 
Os principais produtos primários são as olefinas (eteno, propeno, butadieno, etc.) 
e os aromáticos (benzeno, tolueno e xileno). Secundariamente, ainda são 
produzidos solventes e combustíveis. O setor petroquímico brasileiro encontra-se 
distribuído basicamente em três pólos: São Paulo; Camaçari, na Bahia; e Triunfo, 
no Rio Grande do Sul. Os três pólos utilizam nafta petroquímica, parte produzida 
pela Petrobras (cerca de 70%) e parte importada diretamente pelas próprias 
PETROQUÍMICA – 4º Período 
GRADUAÇÃO TECNOLÓGICA EM PETRÓLEO & GÁS 
 
Professor Fernando Marques – fernandomarques.qipp@gmail.com 36 
centrais (cerca de 30%). No 2º semestre/2005 entrou em operação a Rio 
Polímeros (na verdade Pólo Gás-Químico). 
O Brasil tem esse novo empreendimento petroquímico centrado apenas na 
produção de eteno e polietilenos, em Duque de Caxias/RJ, diferenciando-se 
dos demais por utilizar como matéria-prima o etano e o propano contidos no 
gás natural extraído pela Petrobras da Bacia de Campos. Outra fonte de 
produtos básicos, principalmente propeno e em menor escala o eteno, é o 
aproveitamento de correntes gasosas das refinarias, ainda não utilizadas 
plenamente. 
b) Indústrias de 2ª GERAÇÃO, Resinas Termoplásticas, Polímeros ou 
Polimerização: são aquelas que utilizam, como matérias-primas, os produtos 
básicos e produzem intermediários, que serão matérias-primas para outras 
indústrias, em geral, embora já possam ter uma aplicação final, nesta fase, por 
exemplo, o uso do metanol como solvente, embora sua destinação mais ampla 
seja como matéria-prima para o formol. 
Também podem ser definidas como às indústrias que transformam os produtos 
básicos através de processos de purificação e adição de outros materiais em 
produtos petroquímicos finais, a exemplo do polipropileno, cloreto de polivinila, 
poliésteres etc., ou seja, são as produtoras de resinas termoplásticas (polietilenos 
e polipropilenos) e de intermediários, produtos resultantes do processamento 
primário, como MVC, acetato de vinila, TDI, óxido de propeno, fenol, 
caprolactama, acrilonitrila, óxido de eteno, estireno, ácido acrílico etc. Esses 
intermediários são transformados em produtos finais petroquímicos, como PVC, 
poliestireno, ABS, resinas termoestáveis, polímeros para fibras sintéticas, 
elastômeros, poliuretanas, bases para detergentes sintéticos e tintas etc. 
 
PETROQUÍMICA – 4º Período 
GRADUAÇÃO TECNOLÓGICA EM PETRÓLEO & GÁS 
 
Professor Fernando Marques – fernandomarques.qipp@gmail.com 37 
 
 
 
Figura 9a 
Setor Petroquímico, fonte Brasken. 
 
PETROQUÍMICA – 4º Período 
GRADUAÇÃO TECNOLÓGICA EM PETRÓLEO &GÁS 
 
Professor Fernando Marques – fernandomarques.qipp@gmail.com 38 
Na segunda geração petroquímica brasileira, o número de empresas é 
significativamente superior ao de centrais de matérias-primas (1ª geração), 
principalmente em função da falta de integração e consolidação do parque 
petroquímico nacional. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 9b 
Setor Petroquímico. 
 
c) Indústrias de 3ª Geração, Indústria da Transformação ou de Produtos 
Finais: onde os produtos resultantes da indústria de 2ª geração são quimicamente 
ou fisicamente modificados, dando origem a produtos de consumo. Também 
podem ser definidas como aquelas que constituem o setor de manufaturados, que 
embora estejam fora da área química, estão em linha com ela. São empresas que 
fornecem embalagens, peças e utensílios para os segmentos de alimentação, 
construção civil, elétrico, eletrônico, automotivo, entre outros. As empresas 
transformadoras localizam-se, em geral, próximas ao mercado consumidor. A 
figura abaixo mostra à indústria do petróleo e o fluxo da indústria petroquímica, no 
Brasil, desde a 1ª geração. 
 
PETROQUÍMICA – 4º Período 
GRADUAÇÃO TECNOLÓGICA EM PETRÓLEO & GÁS 
 
Professor Fernando Marques – fernandomarques.qipp@gmail.com 39 
INDÚSTRIA 
DO 
PETRÓLEO
INDÚSTRIA
PETROQUÍMICA
DIFERENTES 
CADEIAS 
PRODUTIVAS
Têxtil
Embalagens
Auto
Eletro-eletrônica
C. Civil
PRIMEIRA 
GERAÇÃO
Produtos 
Básicos
SEGUNDA 
GERAÇÃO
Resinas
Elastômeros
TERCEIRA 
GERAÇÃO
Transformadores
A Estrutura da Indústria Petroquímica
INDÚSTRIA
QUÍMICA
 
Figura 9c 
Setor Petroquímico no Brasil. 
Fonte: Adaptado do Sindicato das Indústrias de Resinas Sintéticas do Estado de 
São Paulo, 2000 e outros. 
 
Três rotas principais definem o estudo dos produtos petroquímicos, envolvendo a 
manipulação de olefinas compostos aromáticos e gás de síntese. O uso de 
olefinas merece destaque, sendo o etano, o propeno e o butadieno as matérias-
primas mais relevantes. 
 
Geralmente, os altos investimentos são feitos em plantas que utilizam matérias-
primas mais pesadas, as quais requerem craqueamento para obtenção dos 
produtos petroquímicos básicos. Assim, quando matérias-primas mais leves são 
empregadas, necessita-se de investimento menor. 
 
d) Indústria de 4ª Geração: aí poderiam estar classificadas as chamadas 
indústrias de ponta, que utilizam os manufaturados como componentes de suas 
montagens industriais, ou para itens bem especializados de suas atividades. E, 
também, as especialidades químicas. 
 
Há aqueles que começam a classificar as “gerações” petroquímicas pela própria 
refinaria, que seria, então, a 1ª geração. O importante é constatar que a chamada 
indústria petroquímica é constituída por setores (“gerações”) diferenciados, não se 
PETROQUÍMICA – 4º Período 
GRADUAÇÃO TECNOLÓGICA EM PETRÓLEO & GÁS 
 
Professor Fernando Marques – fernandomarques.qipp@gmail.com 40 
tratando de um todo homogêneo, principalmente pelos tipos de matérias-primas 
utilizadas, as tecnologias e os mercados. Pode-se afirmar que a indústria 
petroquímica propriamente dita está contida nas primeira e segunda gerações, 
constituindo as terceira e quarta gerações os seus mercados. 
 
No que se refere ao processo, e aí se denomina, processo ou rota, a linha de 
transformação adotada, a grande maioria dos produtos petroquímicos é baseada 
em : 
 
 Hidrogênio e monóxido de carbono (gás de síntese
2
) obtidos da reforma do 
gás natural (craqueamento do gás natural misturado com vapor); 
 
 Olefinas, geradas pela pirólise do etano (recuperado do gás natural), do 
GLP ou do gasóleo (obtidos da refinação do petróleo) e da nafta; 
 
 Aromáticos, produzidos da reforma catalítica da nafta. 
 
A geração do gás de síntese é realizada em fornalhas especialmente projetadas 
para a operação de reforma da matéria-prima, fazendo parte, geralmente, da 
planta que irá utilizar o gás de síntese. 
 
As olefinas e os aromáticos são produzidos numa planta desenhada 
especialmente para esse objetivo, e que constitui uma “central de matérias-
primas”. 
 
2Gás de Síntese: é um termo geral designado para várias misturas de monóxido 
de carbono e hidrogênio. Essa misturas tanto podem ser usadas dessa forma, 
como também servirem de fonte para fornecimento de monóxido de carbono ou 
hidrogênio. Esta mistura de CO e H2 pode ser produzida de qualquer material 
contendo carbono e hidrogênio, desde metano e esterco, até carvão e resíduos de 
óleo cru. 
 
 
PETROQUÍMICA – 4º Período 
GRADUAÇÃO TECNOLÓGICA EM PETRÓLEO & GÁS 
 
Professor Fernando Marques – fernandomarques.qipp@gmail.com 41 
Dois tipos gerais de reações são usadas na produção de gás de síntese: oxidação 
parcial e reforma a vapor. A reforma a vapor é o mais importante processo quando 
metano (gás natural) é a fonte de carbono-hidrogênio. A oxidação parcial é usada 
em óleo pesado e resíduos. 
 
 
Figura 10 
Produto Petroquímico 
 
A petroquímica é uma transformadora que através de processos químicos de 
craqueamento onde convertem à nafta em eteno, propropileno e outros produtos nas 
etapas do processo, convertendo em compostos básicos da produção dos plásticos. 
 
A petroquímica tem dois processos chaves na conversão da nafta em compostos básicos 
do plástico que são o craqueamento e as combinações da nafta com outros derivados do 
petróleo, como por exemplo, a gasolina e GLP. Historicamente as Petroquímicas têm o 
sistema primário do craqueamento da nafta do petróleo bruto sua principal base das 
conversões de plásticas e dos polímeros. 
 
PETROQUÍMICA – 4º Período 
GRADUAÇÃO TECNOLÓGICA EM PETRÓLEO & GÁS 
 
Professor Fernando Marques – fernandomarques.qipp@gmail.com 42 
 
Figura 11 
Fluxograma da Indústria do Petróleo a Indústria Petroquímica. 
 
A matéria prima, normalmente a nafta, é a primeira a ser bombeada através da seção de 
pirólise (Pirólise = dissolução - É uma reação de análise ou decomposição que ocorre pela 
ação de altas temperaturas. Onde corre uma ruptura da estrutura molecular original de um 
determinado composto pela ação do calor em um ambiente com pouco ou nenhum 
oxigênio) do craqueamento da nafta, que é quebrada no forno tubular na presença do 
vapor. 
 
 
O processo de pirólise converte os hidrocarbonetos pesados em frações leves, 
principalmente eteno e propeno, removendo as moléculas de hidrogênio. 
 
O gás quente efluente do forno, após ter fluido através das sessões de trocadores de calor, 
onde são resfriados para retardar ainda mais as quebras das moléculas condensando as 
frações mais pesadas. 
PETROQUÍMICA – 4º Período 
GRADUAÇÃO TECNOLÓGICA EM PETRÓLEO & GÁS 
 
Professor Fernando Marques – fernandomarques.qipp@gmail.com 43 
As frações pesadas são posteriormente transformadas em óleo combustível e subprodutos. 
O gás pode então ser levado às plantas aromáticas para o benzeno e o tolueno de 
produção. O vapor gerado na seção de aquecimento é reciclo volta para o forno para sua 
reutilização. 
Os gases de refrigeração são comprimidos e tratados para remoção de gases ácidos secos 
ao longo de um desumidificante são fracionadas em componentes separados em baixa 
temperatura por meio de uma série de processos de refrigeração. 
O hidrogênio e o metano são removidos através de uma compressão e expansão. O 
metano é removido distribuído como gás combustível para utilização em fornos, caldeiras e 
centrais de co-geração. 
 
 
O hidrogênio é coletado e posteriormente e purificados em uma unidade do balanço de 
pressão para uso no processo de hidrogenação. O polímero de etileno e propileno em 
determinados graus são separados na seção de resfriamentos. Nas plantas Petroquímicas 
são necessárias unidades de co-geração onde geram a eletricidade necessária para a 
Petroquímica e a sua refinaria de petróleo para conversão da nafta nas atividades de 
craqueamento. 
 
São gerados em unidades de produção vapores superaquecidosonde são canalizados 
PETROQUÍMICA – 4º Período 
GRADUAÇÃO TECNOLÓGICA EM PETRÓLEO & GÁS 
 
Professor Fernando Marques – fernandomarques.qipp@gmail.com 44 
através de tubulações isoladas para serem transportados para unidades das turbinas nas 
usinas, que produzem eletricidade. 
 
 
 
Estes processos também geram outros produtos operados nas unidades de utilidades 
como, por exemplo, o excesso de vapor, água industrial, água ultra-pura, nitrogênio, 
oxigênio e ar comprimido. 
 
A Braskem é líder do mercado latino-americano de resinas termoplásticas desde 
sua formação, em agosto de 2002, quando os grupos Odebrecht e Mariani 
integraram seus ativos petroquímicos à Copene Petroquímica do Nordeste S.A., 
antiga central de matérias-primas petroquímicas do pólo de Camaçari, na Bahia, 
que controlavam desde 2001. Os dois grupos uniram suas empresas 
petroquímicas criando a Braskem, a primeira petroquímica integrada do país, isto 
é, que combina operações da primeira e da segunda geração da cadeia produtiva 
do plástico, em uma única empresa. 
 
Em 2009, a Petroquímica Triunfo (RS), também passou a integrar o conglomerado 
da empresa. A aquisição desta gigantesca planta industrial, localizada no interior 
gaúcho, que produz matéria-prima para a produção de plásticos acabou criando 
questionamentos (criação da CPI da Petrobras) no meio político e empresarial. 
Segundo a revista VEJA, A Petrobras tinha 85% do capital da Triunfo. Os outros 
15% estavam na mão da família Gorentzvaig, cujo patriarca, Boris, foi um dos 
pioneiros da implantação do Pólo Petroquímico do Sul, no fim da década de 70. 
Logo após o início de seu funcionamento os sócios se desentenderam, criando 
desde então, uma disputa na justiça para ver quem daria as cartas na empresa. 
Em junho/2008, a justiça determinou que a Petrobras vendesse suas ações a 
família de Boris por R$250 milhões. A Petrobras aceitou só que com um aumento 
PETROQUÍMICA – 4º Período 
GRADUAÇÃO TECNOLÓGICA EM PETRÓLEO & GÁS 
 
Professor Fernando Marques – fernandomarques.qipp@gmail.com 45 
do valor para R$355 milhões. A família Gorentzvaig concordou e o negócio era 
para ser fechado em outubro/2008, entretanto, a Petrobras desistiu do negócio por 
que teria que passar por uma investigação contábil, jurídica e econômica, 
procedimento normal ante o fechamento de grandes negócios. Curiosamente, em 
maio/2008, a Petrobras decidiu repassar a Triunfo a outra empresa, Braskem, da 
qual é sócia minoritária, por R$250 milhões, pagãos em ações. Preferiu receber 
R$250 milhões em ações a R$355 milhões em dinheiro por 85% da mesma 
empresa. A família, minoritários na petroquímica, foram obrigados a sair do 
negócio e a também aceitar ações da Braskem em troca de sua participação. A 
Petrobras alega que o negócio é lícito e contribuiu para a “consolidação da 
indústria petroquímica nacional”. Controlada pela Odebrecht, a Braskem já era 
dona do pólo petroquímico da Bahia. A família promete recorrer para derrubar tal 
decisão! (Edição 27/05/2009, “Muitos milhões a menos” página 63). 
 
No início de 2010, a Braskem anunciou as aquisições da brasileira Quattor e dos negócios 
de polipropileno da americana Sunoco Chemicals, criando a Braskem America e ampliando 
para 29 suas unidades industriais, sendo 26 no Brasil (em Alagoas, Bahia, Rio de Janeiro, 
São Paulo e Rio Grande do Sul), além de três nos Estados Unidos, onde também passou a 
contar com mais um Centro de Tecnologia e Inovação. 
 
A primeira geração é responsável pelo ciclo de negócios ligados à produção de 
matérias-primas básicas como eteno, propeno e cloro, fundamentais para a 
segunda geração, que cuida das resinas termoplásticas. Por estar integrada na 
cadeia produtiva, a Braskem têm grandes vantagens competitivas, como escalas 
de produção e eficiência operacional. 
 
Suas resinas termoplásticas, como o polietileno, o polipropileno e o PVC, têm sua 
origem no petróleo. São chamadas de termoplásticas porque amolecem quando 
aquecidas, permitindo que sejam fundidas e moldadas Inúmeras vezes. 
 
Depois que o petróleo é extraído, passa por um processo de refino que produz 
uma série de subprodutos, como e gasolina, diesel, gás e nafta. 
A nafta é a principal matéria-prima da cadeia produtiva da petroquímica e do 
http://www.braskem.com.br/site/portal_braskem/pt/produtos_e_servicos/folha_dados/folha_dados.aspx
http://www.braskem.com.br/site/portal_braskem/pt/produtos_e_servicos/folha_dados/folha_dados.aspx
http://www.braskem.com.br/site/portal_braskem/pt/produtos_e_servicos/folha_dados/folha_dados.aspx?linha=Vinílicos&familia=Policloreto%20de%20Vinila%20-%20PVC
PETROQUÍMICA – 4º Período 
GRADUAÇÃO TECNOLÓGICA EM PETRÓLEO & GÁS 
 
Professor Fernando Marques – fernandomarques.qipp@gmail.com 46 
plástico no Brasil, seguida do gás natural. A nafta passa inicialmente por um 
processo chamado craqueamento, que resulta nos petroquímicos básicos. 
 
Esse ciclo de produção é conhecido como a primeira geração da cadeia 
petroquímica. Os petroquímicos básicos como o eteno e o propeno, por sua vez, 
são os insumos para a produção das resinas, a segunda geração da cadeia. 
As resinas são, em geral, pequenos grânulos. Mas algumas têm a forma de pó. 
Servem para as empresas transformadoras de plástico (terceira geração) 
fabricarem embalagens, brinquedos, componentes automotivos, utilidades 
domésticas, peças para a indústria eletroeletrônica e para a construção civil, 
dentre uma infinidades de outras aplicações. 
 
II A INDÚSTRIA PETROQUÍMICA – HISTÓRICO E DESAFIOS 
 
1. Situação da Indústria no Mundo 
 
A indústria petroquímica surgiu na década de 1920, nos Estados Unidos, como 
resultado de pesquisas que visavam à transformação de produtos naturais. Após a 
Segunda Guerra Mundial, a necessidade de desenvolvimento de produtos 
sintéticos para substituir os importados, a exemplo da borracha, considerada 
estratégica, deu maior impulso a essa indústria. 
 
Inicialmente concentrou-se na produção de pneus, isolamentos e condutores 
elétricos; depois aumentou o uso de seus produtos e dinamizou indústrias de 
vários segmentos. Consolidou-se nos EUA e começou a se desenvolver na 
Europa e Japão, para posteriormente, chegar à América Latina, já na década de 
1960. 
 
No início dos anos de 1990 houve um excesso de oferta de produtos derivados do 
plástico, em todo o mundo. Isto fez com que a indústria perdesse receita, e fosse 
obrigada a se reestruturar. 
 
De acordo com o Sindicato das Indústrias de Resinas Sintéticas do Estado de São 
Paulo (Siresp), as indústrias petroquímicas que exercem liderança no mercado 
PETROQUÍMICA – 4º Período 
GRADUAÇÃO TECNOLÓGICA EM PETRÓLEO & GÁS 
 
Professor Fernando Marques – fernandomarques.qipp@gmail.com 47 
mundial têm, em média, um faturamento anual em torno de US$ 10 bilhões e 
realizam significativos investimentos em pesquisa e desenvolvimento para 
acompanhar a evolução do setor. Para exemplificar o crescimento permanente, 
cita o caso da capacidade de produção de uma unidade de polipropileno que, em 
1979, era de 88 mil t/ano, passando para 123 mil t/ano, em 1995. 
 
Essas empresas líderes fabricam produtos de maior valor agregado, especializam-
se em uma área, têm forte “conteúdo tecnológico” e centros de P&D que atuam 
em seus países de origem, permitindo constante atualização da indústria. 
 
A tendência da indústria no mundo é de internacionalização e recomposição 
através de fusão, aquisição etc., na busca de um desenvolvimento tecnológico 
acelerado, o que acirra, ainda mais, a competição. Portanto, a necessidade das 
empresas de obter maior competitividade pode explicar os altos investimentos em 
P & D e, a busca constante de crescimento. Assim, há uma predominância de 
grandes empresas na indústria química mundial, com uma participação elevada 
da indústria petroquímica. A petroquímica brasileira é uma das maiores do mundo 
e está em crescimento.

Outros materiais