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Método tópico-problemático e outros- Thiago Varella

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Método tópico-problemático
Os princípios tinham uma força e deveria ser analisado primeiramente o caso concreto. Em determinados casos aplica-se um e em outros, aplica-se o outro. Pode também ser aplicados os dois. Há, portanto, a construção de topois, ou seja, de pontos de vista. Em uma lide há, no mínimo, dois topois. O juiz, enquanto aplicador da lei, se envolve em diversos topois a fim de chegar à solução ideal. O problema dessa teoria é que muitas vezes a solução ideal cabe ao auditório, que é composto por leigos o que pode ser bom ou ruim.
Método normativo-estruturante
Friederic Müller
Faz uma diferenciação entre norma e texto da norma, sendo a primeira o resultado da interpratação do segundo. Parte-se do princípio que é necessário um conhecimento profundo do caso concreto para que se tenha norma. A norma só é extraída do enunciado quando for aplicada a um caso concreto.
Método hermenêutico-concretizador
Konrad Hesse – A Força Normativa da Constituição
Defende que a constituição não tem apenas um conteúdo principiológico para guiar o legislador ordinário, mas sim uma força de norma jurídica. Ela não é só uma norma que se encarrega de delimitar o poder político, organizar o Estado e tutelar os direitos fundamentais em âmbito principiológico. Qualquer outra lei tem que ter uma interpretação à luz da constituição, que tem força de norma jurídica e pode ser aplicada ao caso concreto.
Considera que existem dois elementos básicos que devem ser estudados para que seja dada uma solução ideal: norma e problema. A pré-compreensão desses dois elementos é fundamental. É necessário conhecer previamente a norma e o problema. O sistema é o chamado ciclo hermenêutico. A norma e o problema são elemento diferentes, mas ligados por um círculo, que nos faz compreendê-los conjuntamente. Esse círculo forma uma espiral que passa constantemente no caso e na norma em direção à solução ideal.
					Norma
	Caso
Teoria da sociedade dos intérpretes da constituição
Peter Häberle
A sociedade fechada é aquela que se dedica a interpretar a constituição. No Brasil, essa figura é representada pelo Supremo Tribunal Federal. Essa interpretação vincula a sociedade aberta, que são os cidadãos ordinários. Estes últimos também podem dar as suas interpretações do texto constitucional, mas não têm legitimidade para vincular os demais. Entretanto, a sociedade aberta tem o direito de participar do debate e apresentar as suas opiniões. O texto constitucional brasileiro adotou essa visão e permite que a sociedade aberta se manifeste.
No ordenamento jurídico brasileiro também vemos três figuras que são de competência exclusiva do STF e cuja função é a interpretação da constituição: a ação direta de inconstitucionalidade, a ação declaratória de constitucionalidade e a ADPF (lei 9882/99. É uma análise de constitucionalidade de lei ou ato normativo quando não cabe a aplicação da ADI e da ADC. Sua aplicação é subsidiária). As três têm aplicação erga omnes e vinculantes. 
Apesar de serem de competência exclusiva do STF, o art. 7º, § 1º, da lei 9.868/99 prevê que será admitida a intervenção de terceiros na ADI em casos que o relator considerar a relevância da matéria e a representatividade dos postulantes. Esse terceiro é o amicus curiae. A mesma lei, em seu art. 20, §2º, admite a participação de terceiros no processo de uma ADC. Vemos, portanto, que o nosso ordenamento jurídico permite que a sociedade aberta participe da interpretação constitucional.

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